Bastidores
A disputa pela Prefeitura de Anápolis deverá polarizar mesmo os candidatos do PT, o prefeito João Gomes, e o do PSDB, Alexandre Baldy. O deputado Carlos Antônio aparece na liderança das pesquisas, mas é cedo para avaliações peremptórias. O mais certo é que o parlamentar seja vice — pode escolher ser vice de João Gomes ou de Alexandre Baldy — e candidato a deputado federal em 2018. Não há dúvida de que Carlos Antônio é popular, mas a campanha de 2018 vai exigir dos candidatos uma estrutura profissional e, mesmo, milionária. O deputado não tem recursos para bancar uma campanha contra pesos-pesados como João Gomes e Alexandre Baldy. O Solidariedade é um partido ausente e não oferece a mínima estrutura para Carlos Antônio. Sozinho, em Anápolis ou em qualquer outro município, nenhum candidato se elege prefeito. Elege-se até para vereador e deputado, mas não para cargos majoritários.
O prefeito recém-empossado de Estrela do Norte, Baltazar Boaventura, foi vaqueiro da fazenda do falecido Luiz do Gote — que foi prefeito de Porangatu — durante cerca de 30 anos. Ele pertence ao Partido dos Trabalhadores. Baltazar Boaventura assume com duas missões: recuperar as finanças da prefeitura e pacificar a cidade. O ex-prefeito tucano Curica pode ter sido assassinado não apenas pelo suposto relacionamento com a mulher de um irmão do ex-prefeito (que está foragido). O fato de que liderava as pesquisas (e aparentemente pretendia abrir a caixa preta da prefeitura) teria provocado grande “irritação” nos seus adversários.
O deputado José Antônio disse, para um grupo de deputados, na Assembleia Legislativa, que José Gomes da Rocha está trabalhando para ser candidato a prefeito de Itumbiara. Ele acredita que será possível remover os empecilhos jurídicos à sua postulação. Se candidato, é apontado como imbatível. Entretanto, se José Gomes não puder ou não quiser disputar, José Antônio poderá ser candidato a prefeito. O mais certo, porém, é que, em 2018, o jovem político da região Sul do Estado dispute mandato de deputado estadual. “O Zé Antônio é um político qualificado, que aprende rápido e articula com habilidade”, sublinha o deputado estadual Virmondes Cruvinel.
O tucano Marcelo Melo deixou uma diretoria da Conab — no governo federal — para se dedicar integralmente à pré-candidatura a prefeito de Luziânia. Ex-peemedebista, Marcelo Melo pretende se jogar de corpo e alma na pré-campanha, formatando e ampliando sua aliança político-eleitoral.
Na segunda-feira, 26, Marcelo Melo conversou (produtivamente) com o vice-governador José Eliton, do PSDB, a respeito de seu projeto em Luziânia. O tucano vai disputar a Prefeitura de Luziânia, em 2016. José Eliton, que deve ser candidato a governador em 2018, certamente vai se empenhar nas eleições de 2016, para ampliar sua base de apoio político.
Articulando a ampliação de sua frente política, o tucano Marcelo Melo tenta convencer o empresário Geraldo Caixeta, do Solidariedade, a lhe hipotecar apoio. Candidato a prefeito de Luziânia, Marcelo Melo quer organizar uma Frente do Bem para recuperar as finanças e a credibilidade do município. A gestão do prefeito Cristóvão Tormin é apontada, até por aliados, como “fraca”. Pesquisas provam que sua popularidade é baixa.
A única voz regional que se levanta para defender o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin, é o secretário de Gestão e Planejamento do governo de Goiás, Thiago Peixoto. Por que, se o eleitorado diz que a gestão de Cristóvão Tormin é “ruim”, o deputado federal licenciado a defende? Primeiro, porque Cristóvão Tormin é de seu partido, o PSD. Segundo, porque acredita na capacidade de trabalho do prefeito. E no seu poder de recuperação.
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Fotos: Fernando Leite[/caption]
“Não há cedo em política — só tarde”, dizia o mestre dos mestres Tancredo Neves. Por isso, o vice-governador José Eliton (PSDB) trabalha, em tempo integral, tanto como gestor, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, quanto como articulador político.
José Eliton está, desde já, operando a montagem de uma ampla frente política para bancá-lo para governador em 2018. Ele está aparando arestas e conquistando novas forças.
Entre os principais aliados de José Eliton está o secretário de Gestão e Planejamento do governo, o deputado licenciado Thiago Peixoto, do PSD.
Thiago Peixoto diz, com todas as letras, que a vaga do PSD na chapa majoritária em 2018 será de Vilmar Rocha, que pretende disputar mandato de senador. Isto é possível. Mas há outra possibilidade e nem o presidente do PSD seria contra: Thiago Peixoto pode ser o vice de José Eliton. O motivo?
Talvez motivos. Primeiro, uma chapa com dois jovens, com ideias arejadas, significará que o Tempo Novo sabe se renovar.
Segundo, Thiago Peixoto é, além de um técnico eficientíssimo — um poço de ideias criativas para modernizar o Estado —, um político articulado, agregador.
Ligados ao empresário Júnior Friboi, o advogado Robledo Rezende e o ex-deputado estadual Francisco Bento organizaram a Frente Alternativa em Porangatu — não apostam no deputado Júlio da Retífica e no prefeito Eronildo Valadares (“estão muito desgastados”) — e pretendem lançar candidato a prefeito. Robledo Rezende e Francisco Bento colocaram seus nomes à disposição da Frente Alternativa. “Só vou me filiar em março de 2016”, sublinha o primeiro. “Vamos lançar o nome do nosso candidato em janeiro.”
Há um desassossego geral com Vanderlan Cardoso tanto no PSB quanto no PPS. Integrantes dos dois partidos dizem que, além de viajar demais (agora, para Cuba de Raúl e Fidel Castro), o empresário faz mais política em Senador Canedo.
O ex-prefeito José Osvaldo, filiado ao PSB da senadora Lúcia Vânia e do empresário Vanderlan Cardoso, apoia a Frente Alternativa liderada por Robledo Rezende e Francisco Bento. Ele se diz perseguido pelo prefeito Eronildo Valadares, do PMDB. Eronildo Valadares teria movido processos contra o ex-prefeito de Porangatu.
Comenta-se que Vanderlan Cardoso (PSB) quer pacificar suas relações com o prefeito de Senador Canedo e admite até mesmo apoiar sua reeleição, desde que Misael Oliveira (PDT) o apoie em Goiânia.
Se não der certo a recomposição com Misael Oliveira, o socialista-capitalista Vanderlan Cardoso não deve bancar o empresário Zélio Cândido (traço em todas as pesquisas) para prefeito de Senador Canedo. O líder do PSB tende a bancar sua mulher, Isaura Cardoso, que deve voltar para o PSC de Joaquim Liminha, para a disputa. O problema é que eleitorado de Goiânia e Senador Canedo pode perceber o fato como uma espécie de “nepotismo político” e despachar tanto Vanderlan Cardoso, que pretende ser candidato a prefeito da capital, quanto Isaura Cardoso para as calendas.
Comenta-se que Vanderlan Cardoso (PSB), se não deslanchar nas pesquisas, pode aceitar ser vice do tucano Jayme Rincón na disputa pela Prefeitura de Goiânia.
A Rede deve jogar pesado contra Diego Sorgatto. O deputado estadual, embora tenha tentado ganhar a simpatia de Marina Silva, é visto como o mais governista dos governistas goianos. O chefão da Rede em Goiás, Aguimar Jesuíno, vai observá-lo, a partir de agora, com “telescópio da Nasa”.
