Bastidores
Marqueteiros e pesquisadores do primeiro time assinalam que o deputado federal Waldir Delegado Soares, pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PR, continua pregando para os “convertidos”. Os especialistas avaliam que, se não formular um discurso para setores mais amplos, sobretudo da classe média, dificilmente irá para o segundo turno. Tende a estagnar nos 20%, ou mesmo a cair para patamares bem mais baixos, durante a campanha. Recomenda-se que é hora, portanto, de pregar para os não convertidos, de conquistar votos novos. Waldir Soares precisa entender, com apuro, que a votação de um deputado é muito diferente da votação de um candidato a prefeito. Ele está trabalhando em 2016 como se a eleição fosse a mesma de 2014. São muito diferentes.
O pré-candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Giuseppe Vecci, vai falar aos candidatos a vereador do PHS no dia 11 de maio, às 19h30, na Assembleia Legislativa. Vai apresentar suas ideias para modernizar a capital. Os humanistas vão sabatiná-lo.
Deputados de todo o país estão impressionados com Alexandre Baldy, que todos chamam de deputado-ostentação, dada sua vaidade extremada. Segundo um colega, de 30 em 30 minutos, ele passa um produto no cabelo, que parece gel. “É a Marcela Temer do mundo masculino”, define um parlamentar.
De um tucano de Anápolis para um deputado: “Você já ouviu falar de ensino a distância? Pois Alexandre Baldy inventou o líder a distância. Ele quase não aparece em Anápolis, mas se apresenta como líder do município”. Políticos de Anápolis frisam que telefonar para Alexandre Baldy é como tentar falar com o presidente dos Estados Unidos — uma missão quase sempre impossível.
O chamego entre o deputado Alexandre Baldy e Ronaldo Caiado está provocando ciúme na base governista. Há quem acredite que, na hora agá, o presidente do PTN vai declarar apoio à candidatura de Pedro Canedo, do DEM, para prefeito de Anápolis. Baldy fala em apoiar a candidatura de Carlos Antônio, mas meio mundo tucano não acredita nisso, não.
A palavra que define o ex-deputado estadual Cleovan Siqueira é obstinado. Ele não desiste nunca. Ao saber que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia indeferido o pedido de registro do Partido Liberal (PL), quando abriu as portas para partidos anódinos e sem história nenhuma, longe de mostrar-se irritado e desnorteado, disse ao Jornal Opção: “A luta pela reconstituição do PL continua. Perdemos uma batalha, mas não a guerra”. Cleovan Siqueira diz que advogados vão pegar o processo para examinar detidamente o julgamento do TSE. “Avaliadas as falhas apontadas, vamos fazer outro pedido de registro oportunamente, preenchendo os requisitos legais exigidos pelo TSE. Estou de cabeça erguida e com a mesma determinação.” Contra o PL levantaram-se vozes poderosas, tanto do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, quanto do DEM.
O deputado estadual Lucas Calil quase levou o prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro, para o PSL. Na última hora, o controverso gestor municipal recuou com um argumento sui-generis: não queria deixar o PRP por causa do número—44. Embora em litígio com o presidente do PRP, Jorcelino Braga, Amauri Ribeiro aprecia o número 44, fácil de gravar e simbólico, e por isso optou por não mudar-se de mala e cuia para o PSL. Lucas Calil ficou desapontado.
O pré-candidato do PSDB a prefeito de Aparecida de Goiânia, o professor e empresário Alcides Ribeiro, disse ao Jornal Opção na quarta-feira, 20, que está buscando o consenso. “Não é fácil e é provável que a base do governador Marconi Perillo tenha de dois a três candidatos em Aparecida — eu, o deputado estadual Marlúcio Pereira e o vereador Willian Ludovico.” O que não se sabe direito é se o PSB faz parte da base governista. Alcides Ribeiro sabe, porém, que o rival a ser batido, o mais consistente, é mesmo Gustavo Mendanha, do PMDB. “O governador Marconi Perillo quer o consenso de sua base, mas não será fácil firmá-lo. Eu e Marlúcio queremos ser candidatos a prefeito — não a vice. No segundo turno, que é certo, nós unimos a base. Nós reestruturamos o PSDB e o partido deve eleger, no mínimo, quatro vereadores”, afirma Alcides. “Estou conversando com o coronel Silvio Benedito, que é um homem sério e inteligente. Ligado ao governador Marconi Perillo e ao vice-governador José Eliton, é um político consistente e, se aceitar ser o meu vice, será muito bem recebido, porque agregará valor à minha campanha. O tema da segurança pública é candente em Aparecida”, diz o professor-empresário. Quanto a Ozair José, que permanece filiado ao PSDB, Alcides Ribeiro admite que talvez não conte com o seu apoio. Ozair José e Chico Abreu estariam conversando com Marlúcio Pereira.
O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Ozair José, trocou o PT pelo PSDB com o objetivo de ser candidato a prefeito. Porém, por falta de estrutura e falta de apoio da base tucana local, que optou pela candidatura do professor e empresário Alcides Ribeiro, ficou sem chão e tende a não apoiar o postulante do PSDB. É quase certo que, se Marlúcio Pereira for candidato a prefeito pelo PSB, como está sugerindo, Ozair José deve apoiá-lo. Se Marlúcio Pereira desistir da candidatura, ninguém deve ficar surpreso se, na marca do pênalti, o tucano hipotecar apoio à candidatura de Gustavo Mendanha, do PMDB. Um tucano ouviu, do próprio Ozair José, que o vice-prefeito não quer e não vai apoiar o professor Alcides. Ele teria dito, segundo o tucano, que foi atropelado pelo poder financeiro do professor-empresário. Chico Abreu também acompanhar Ozair José e apoiar Marlúcio Pereira e, mesmo, Gustavo Mendanha.
Cidade com segundo turno, a Aparecida de Goiânia deve ter pelo menos quatro candidatos a prefeito. Os principais partidos estão, por assim dizer, testando suas forças em 2016 com o objetivo de consolidar posição para a disputa de 2018. O PMDB lança Gustavo Mendanha. O vereador é apontado como favorito. Primeiro, porque tem o apoio do prefeito Maguito Vilela, extremamente popular e considerado, por muitos, como o melhor prefeito da história do município. Segundo, porque, como presidente da Câmara Municipal, revelou-se um político agregador, conquistando amplos apoios. O PSDB banca o professor e empresário Alcides Ribeiro. Ele está conseguindo montar uma frente política e deve ter como vice o coronel Silvio Benedito, da Polícia Militar. É uma chapa consistente. O PSB tem um candidato popular, o deputado estadual Marlúcio Pereira. Mas falta-lhe estrutura política e financeira. Gustavo Mendanha e Alcides Ribeiro tendem a formatar alianças mais amplas, deixando o líder socialista isolado. Pode até sair em primeiro lugar, mas é provável que, se disputar, acabe ficando em terceiro lugar. O PTB vai bancar o vereador Willian Ludovico para prefeito. Willian tem discurso, é articulado, mas não tem estrutura para enfrentar pesos pesados como Gustavo Mendanha e Alcides Ribeiro e até um meio pesado como Marlúcio Pereira.
Como está montando uma forte estrutura de campanha, além do peso do gigante Maguito Vilela, o prefeito é um autêntico general eleitoral, há quem sugira que o candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PMDB, Gustavo Mendanha, mude de sobrenome. O nome mais realístico, segundo aliados, é Gustavo Montanha. Trata-se de um brincadeira, é claro, mas baseada na realidade.

O líder político não teme nada e é um político aguerrido. Seus aliados avaliam que, se saírem de quatro a cinco candidatos a prefeito, longe de prejudicá-lo, isto vai ajudá-lo.
Com Misael Oliveira, Divino Lemes (PSD), Alsueres Mariano (PR), Franco Martins, Sérgio Bravo (PROS) e Zélio Cândido (PSB) — e é possível que mais um nome seja lançado —, é provável que o próximo prefeito de Senador Canedo seja eleito com cerca de 30% dos votos.
Com uma estrutura de qualidade, é possível que Misael Oliveira consiga pelo menos 30% dos votos — e, assim, seria reeleito.
Divino Lemes tende a sair na frente, e conta com uma estrutura financeira de qualidade, dada a parceira com o milionário empresário Walter Paulo, seu vice, mas é possível que a campanha possa desgastá-lo, quando seu passado como prefeito for lembrado. Mas pode ser também que o passado tenha sido esquecido ou não importe mais para os eleitores.
A incógnita é o empresário Zélio Cândido, que, apesar de apoiado por Vanderlan Cardoso e contar com a maior estrutura financeira de todos os pré-candidatos, não está deslanchando.
[caption id="attachment_41286" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-deputado federal José Gomes da Rocha, do PTB, é um fenômeno político em Itumbiara. É o político mais popular e comentado da cidade — para o bem e para o mal. O prefeito Chico Balla, do PTB, pode disputar a reeleição e tem chance de vencer. Mas pode pegar um páreo duro pela frente — o deputado estadual Álvaro Guimarães. O único nome hors concours da cidade é Zé Gomes. Se ele disputar, tendem a sair do páreo tanto Álvaro Guimarães, do PR, quanto o ex-vereador Gugu Nader.
Na terça-feira, 19, o Jornal Opção conversou com Zé Gomes. No momento do diálogo, o deputado federal Jovair Arantes, do PTB, estava na redação. Com seu estilo brincalhão de sempre, após saber que Jovair Arantes havia dito que se trata de um grande político e candidato forte, Zé Gomes disse: “Se o ‘Jovadeus’ [novo nome de Jovair em Brasília — até Michel Temer e Eduardo Cunha o chamam assim] exigir que eu tome Furadan, com ou sem gelo, eu tomo na hora. É um companheiro leal, de estatura política inegável”.
Como estava “escorregando” sempre que perguntado se seria candidato a prefeito, o repórter insistiu: “É ou não é candidato a prefeito de Itumbiara?” Jovair Arantes interrompeu e disse: “O Zé, se quiser, pode ser candidato. Não há empecilho judicial algum”. Com seu jeito tancrediano, de sugerir uma coisa quando está dizendo outra, Zé Gomes demonstrou cautela: “Eu ainda não decidi sobre meu projeto político, que só pode ser firmado depois de longas conversas com os companheiros”.
De novo, o repórter insistiu: “O leitor, ao ler esta nota, vai querer saber: o sr. é ou não é candidato a prefeito?” Zé Gomes avançou um passo: “Posso ser candidato”. Em seguida, recuou um passo: “Hoje, não sou candidato”. Acrescentando: “O Gugu Nader é um bom rapaz. O Álvaro [Guimarães] trabalha para ser candidato. Gugu, se eu for candidato, não será candidato. É o que me disse”. Gugu, por sinal, é cotado para ser vice de Zé Gomes.
Adiante, na conversa mineira, Zé Gomes sublinhou: “Vou esperar um pouco mais”. A fala seguinte indica que será candidato: “Estou disposto a conversar com a sociedade de Itumbiara para tratar de uma possível candidatura”.
Um petebista disse ao Jornal Opção: “Em Itumbiara há dois tipos de eleitor: os que acham que Zé Gomes será candidato a prefeito e os que perguntam se o seu terno de posse será cinza ou preto”.
Há quem aposte que o chefão do PDT nacional, Carlos Lupi, fala em expulsar parlamentares pró-impeachment com o objetivo de atrair o “presidente” Michel Temer para uma conversa pré-republicana. O que se diz é que, acertado um acordo com o temerismo, Carlos Lupi vai parar de falar em expulsar parlamentares. Aliás, se expulsar os deputados que votaram pelo impeachment, o PDT vai se tornar um partido da Nanicolândia.
A deputada Flávia Morais decidiu votar pelo impeachment depois de uma longa conversa com seu marido, o médico e ex-prefeito de Trindade George Morais. A decisão foi tomada 15 dias antes da votação. Flávia Morais comunicou sua decisão a poucas pessoas, entre elas o governador de Goiás, Marconi Perillo. Poucos dias antes da votação do impedimento de Dilma Rousseff, pressionada por Carlos Lupi, o chefão do PDT nacional, Flávia Morais “balançou”. Líderes nacionais da articulação pró-impeachment procuraram Marconi Perillo. O tucano-chefe goiano conversou demoradamente com Flávia Morais, apresentou suas ponderações. A deputada ouviu atentamente suas palavras. Depois, Marconi Perillo tranquilizou os aliados mais próximos do “presidente” Michel Temer. Mesmo sob risco de ser expulsa do PDT, Flávia Morais havia decidido: não iria recuar. De fato, manteve o que disse ao líder tucano e votou pelo impeachment.