Bastidores
Pré-candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende começa a reunir ideias para elaborar seu programa de governo. O peemedebista não quer muita firula acadêmica, sabedor que é que, na prática, os eleitores querem uma cidade limpa, com serviços funcionando de maneira adequada. Amadurecidos, os eleitores de Goiânia não apreciam candidatos pirotécnicos, ideias fantasiosas. Uma equipe de Iris Rezende está levantando o que falhou na gestão de Paulo Garcia e vai trabalhar seu programa em cima disso. O que faltou fazer será o que o peemedebista vai propor fazer.
José Serra é apontado como um economista de matiz desenvolvimentista, portanto atuando no campo oposto aos monetaristas, como Henrique Meirelles.
A economista Ana Carla Abrão, namorada de Pérsio Arida, está mais próxima dos monetaristas. Mesmo assim, ao encontrar o governador de Goiás, acompanhado da secretária da Fazenda de Goiás, José Serra disse: “Não fique com ciúme, mas ela é minha discípula, tá?” Todos riram, inclusive o casmurro ministro das Relações Exteriores.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, provando que é atentíssimo às novas tecnologias e comportamentos, vai intensificar sua presença nas redes sociais. O tucano-chefe quer reforçar a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2018. Por isso, vai participar mais das redes sociais, e em termos nacionais. O governador vai se envolver mais com o debate sobre a política e a economia nacional.
É hora de mostrar um mínimo de maturidade, urbanidade e densidade argumentativa, o que muitos políticos e não políticos demonstram não ter
O presidente nacional, José Luiz Penna, e o vice-presidente, Eduardo Brandão, reafirmam apoio ao líder do PV no Estado
A delação premiada do ex-presidente da Transpetro está nas mãos do ministro Teori Zavascki, para homologação
“Você acha que ele estiver bem em 2018, não vai tentar um novo mandato?”, pergunta o ex-presidente
Leia trechos dos diálogos da conversa entre Sérgio Machado e Romero Jucá. O advogado Kakay contesta "interpretação" das conversas
1 — Cristiomário Medeiros, de Planaltina de Goiás — O delegado é uma das principais apostas do PTB na região.
2 — Daniel do Sindicato, de Cristalina — Dizem que só um terremoto político pode evitar a vitória do líder do PSB.
3 — Ernesto Roller, de Formosa — O peemedebista é considerado imbatível até por um adversário ferrenho, Tião Caroço.
4 — Giselle Araújo, de Cidade Ocidental — Apesar do desgaste, é forte pelo controle da máquina e por falta de adversários consistentes. Do PTB.
5 — Hildo do Candango, de Águas Lindas — O prefeito é apontado como favorito. Ele organizou a cidade. Do PTB.
6 — Marcelo Melo, de Luziânia — Talvez seja o candidato com maior favoritismo na região. É do PSDB.
7 — Pábio Mossoró, de Valparaíso — Apoiado pelo governador Marconi Perillo e pela secretária Lêda Borges, o vereador tucano é consistente. Ajuda o fato de a prefeita Lucimar Nascimento, do PT, ter fracassado.
8 — Sônia Chaves, de Novo Gama — A ex-deputada estadual é apontada como favorita. Do PSDB, tem o apoio do governador Marconi Perillo.
Com a possível ida de Henrique Tibúrcio para a chefia da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Secretaria de Governo passa a ser disputada pelo menos por três políticos: o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado (cotado para ocupar a Secretaria Nacional Antidrogas, Senad, do governo de Michel Temer), o vereador Tayrone di Martino, do PSDB, e o presidente regional do PSL, Benitez Calil. Este corre por fora, pois a disputa se dá mesmo entre Eduardo e Tayrone. O tucano tem o apoio do padre Robson, um dos religiosos mais poderosos da Igreja Católica em Goiás, mas não tem a capacidade de articulação política do presidente do PHS.
Geneilton de Assis e o vereador Mauro Bento Filho vão disputar em convenção o direito de ser candidato a prefeito de Jataí pelo PMDB. Mencionado como “Humbertinho” pelos maledicentes, Geneilton é bancado pelo prefeito Humberto Machado. É tido como competente e íntegro, mas sem experiência política. Mauro Bento Filho é político e filho de político. Mas falta-lhe uma coisa fundamental: não pertence ao grupo íntimo de Humberto Machado, que, em Jataí, é um misto de rei e senhor feudal — manda mesmo. Humberto Machado, segundo um vereador, anda irritado com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do PMDB. O ex-governador banca em Jataí a candidatura de Victor Priori, do DEM, apontado como o favorito, embora aliados do prefeito sustentem que este é capaz de eleger uma pedra e, quem sabe, um poste. Não é bem assim. Uma vez, Fernando da Folha se elegeu prefeito enfrentando a máquina do peemedebista. Victor Priori pode escolher como vice o vereador Marcos Antônio, do PDT. Pré-candidato do PSDB, o vereador Vinicius Luz assiste a divisão da base peemedebista com interesse. A crise na base de Humberto Machado-Maguito Vilela, com a apresentação de dois candidatos, é extremamente útil para seu projeto.
1 — Abelardo Vaz, de Inhumas — Apesar de sua relutância, é apontado como favorito. Até uma barbada.
2 — Alcir Elias, de Santa Helena — Como Judson Lourenço não deve disputar a reeleição, o pepista tem alguma chance.
3 — Bruno Lampião, de São Luís de Montes Belos — Com o apoio do senador Wilder Morais e dos Tatico, é um nome consistente.
4 — Caio Lima, de Caiapônia — A cúpula o lista como um de seus favoritos para a disputa.
5 — Eurípedes Pankão, de Acreúna — O ex-prefeito volta com força total, segundo seus aliados.
6 — Evandro Magal, de Caldas Novas — O prefeito terá um rival duro, Alison Maia, mas é visto como o mais profissional dos políticos do município.
7 — Everaldo do Detran, de Novo Gama — O prefeito enfrenta um páreo duro, a tucana Sônia Chaves.
8 — Issy Quinan, de Vianópolis — É tido como hors concours. Ninguém quer enfrentá-lo, tal o favoritismo.
9 — Professora Eumi, Santa Isabel — O PP a percebe como nome consistente .
10 — Roberto Silva, de Itaberaí — O prefeito, que lidera uma frente ampla, é apontado como imbatível.
11 — Rogério Graxa, de Chapadão do Céu — Os pepistas apostam que o prefeito será reeleito.
12 — Silvio Benedito, de Aparecida de Goiânia — Enfrenta duas pedreiras, Alcides Ribeiro, do PSDB, e Gustavo Mendanha, do PMDB.
13 — Wilson Júnior, de Gameleira — Os dirigentes do PP o colocam como candidato qualificado e popular.
14 — Zélia Camelo, de Itapirapuã — É outra das grandes apostas do PP.
15 — Ziro Morais, de Taquaral de Goiás — Irmão do senador Wilder Morais, o prefeito é mencionado como um dos pules de dez do PP.
Afirma-se que são favas contadas: dado o prestígio do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, o candidato do PMDB no município, Gustavo Mendanha, tende a ser eleito. Verdadeiro? Não há como desconsiderar a força do peemedebista-chefe e a popularidade e a capacidade de agregar do jovem postulante. Mas quem visita a cidade fica com a impressão de que só há dois pré-candidatos: Alcides Ribeiro (PSDB), o homem dos outdoors, e Silvio Benedito (PP), que circulam com desenvoltura nas ruas. O PP destacou o coronel como seu garoto-propaganda nas pílulas eleitorais na televisão. Por que Gustavo Mendanha parece “escondido” pelo PMDB? Não se sabe e líderes do partido contrapõem: o pré-candidato não está sendo escondido pela cúpula do partido. O problema central é a falta de dinheiro para articular a pré-campanha. Um deputado estadual aponta um problema que considera crucial: “Se não conseguirem eleger o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela e o deputado federal Daniel Viela terão dificuldades para viabilizarem seus projetos eleitorais em 2018”.
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Michel Temer, presidente: crise do Estado derruba empresas privadas, mas a gestão federal só se preocupa em salvar os governos estaduais Foto: Reprodução[/caption]
A maioria dos Estados está quebrada não por causa da crise econômica, e sim como resultado da incapacidade administrativa de seus gestores. Alguns governos estão atrasando salários dos servidores, não pagam fornecedores, não cuidam das estruturas públicas e não pagam nem o serviço da dívida. “Vão levando” — é o que se diz. Na prática, já há uma espécie de moratória informal, não declarada, mas efetiva.
O clamor para refazer o pacto federativo, com uma distribuição mais equitativa dos recursos do país, se deve, em larga escala, à quebradeira dos Estados. Como a situação tende a se agravar, o presidente da República, Michel Temer — mais político do que a presidente afastada Dilma Rousseff, ouve mais as reivindicações de governadores e prefeitos —, está disposto a negociar. Não há como escapar de uma moratória dos Estados, porque senão a falência será maior. O que o governo federal pretende é estabelecer regras de equilíbrio para que, daqui a dez anos, não se tenha de refazer o pacto, não por causa de uma crise recessiva e, até, depressiva, mas sim pela incompetência dos gestores.
Porém, na perspectiva de Temer, fica-se com a impressão de que apenas os governos estão em crise e precisam de apoio da gestão federal para escapar ao afogamento. Há outra crise, a da iniciativa privada. A crise no mercado particular está “explodindo” e suas consequências começam a ser sentidas de modo mais profundo — com recuperações judiciais, falências e fechamento puro e simples das portas. É como se, devido a uma crise de caráter quase inaudito, tal sua gravidade, os empresários estivessem desistindo não apenas de investir, mas também de manter seus negócios abertos. Em Goiás, a Votorantim fechou a unidade de Niquelândia, a Mitsubishi de Catalão demitiu parte significativa de seus trabalhadores e a Crecrisa, fabricante de pisos e azulejos em Anápolis, demitiu todos os operários e saiu do mercado.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fala na possibilidade de recuperação da economia a partir de 2017 — economistas mais céticos avaliam que crescimento, se houver, só a partir de 2018 (avaliam que um ciclo sem crescimento tende a devastar a economia, o que impede uma recuperação rápida). Entretanto, com recuperar uma economia com empresas quebradas ou fechando as portas?
A pergunta que o mercado faz é: se está disposto a salvar os Estados, por que o governo Temer não cria incentivos — ao estilo dos proporcionados por Franklin D. Roosevelt, em maior escala, e Barack Obama, em menor escala, nos Estados Unidos — para manter as empresas abertas, recuperar algumas que vão mal das pernas e impedir que outras sejam fechadas? Nas crises geradas pelos equívocos do Estado — a crise brasileira não decorre de problemas da economia internacional —, as empresas quebram, mas raramente os governos estendem a mão. Com isso, os próprios governos arrecadam menos e demoram a sair da crise.
“Por que Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia?” Respostas de 1 maguitista e de 2 iristas são equivalentes: 1º: se Iris não fosse candidato, o PMDB já teria apresentado outro nome, pra não ficar para trás. 2º: por que trocar Iris por um candidato que vai começar atrás de Waldir Soares, Vanderlan Cardoso e Adriana Accorsi? 3º: o peemedebista quer fazer uma campanha barata — na faixa de R$ 3 milhões, estourando (ao contrário dos 10 milhões previstos por marqueteiros).
