Bastidores

Os favoritos são Major Araújo, Carlos Belelli, Carlos Helbingen e Adailton Florentino

O deputado afirma que as lideranças políticas estão aprovando o governador tanto como gestor quanto como político

A tese do emedebista é a mesma de Tancredo Neves: só perde, em política, aquele que não disputa

O ministro das Cidades pode emprestar seu apoio político em 2018 pensando nas disputas de 2020 e 2022

O pré-candidato do MDB trabalha com três cenários, com e sem alianças políticas

Há quem diga que o empresário Marcelo Limírio e sua mulher não querem Luana Baldy na política. Pode até ser. Mas aliados do ministro Alexandre Baldy afirmam que Luana Baldy pode mesmo ser a primeira suplente de Marconi Perillo, pré-candidato a senador pelo PSDB (o segundo suplente seria o empresário José Garrote). “Baldy quer Luana na suplência”, afirma um baldyzista. O pré-candidato a governador pelo MDB, Daniel Vilela, gostaria de ter Luana Baldy como companheira de chapa. Ou mesmo como candidata a senadora.

O senador Wilder Morais, um dos homens mais ricos de Goiás — é dono da Construtora Orca e de shoppings em Goiânia, Anápolis e Entorno de Brasília —, deixou a base governista alegando que havia sido impedido de disputar mandato de senador. Pois sua situação no grupo de Ronaldo Caiado repete a anterior. O pré-candidato do DEM a governador, se conseguir ao apoio da senadora Lúcia Vânia, de Vilmar Rocha ou de Jorge Kajuru, vai rifá-lo. Só vai sobrar espaço para o senador como vice. Mas agora o empresário não tem mais como mudar de partido. O fato é que, apesar de que Wilder Morais rima com traço nas pesquisas, Ronaldo Caiado não pode perdê-lo. O senador é dono de avião e helicóptero. As reuniões em suas propriedades, com comida e bebidas fartas e de graça, também agradam os líderes do DEM.

Um aliado do pré-candidato a governador pelo MDB, Daniel Vilela, afirma que não entende por qual motivo a advogada Ana Vitória Caiado não quer sair do cargo de procuradora geral do Município da Prefeitura de Goiânia. O danielistas sugere que, se Ana Vitória pedir o boné mais uma vez, o alcaide Iris Rezende aceitará sem pestanejar. Um repórter do Jornal Opção ouviu um auxiliar do prefeito, que deu a versão oficial: “Iris tem estima por Ana Vitória, que, embora tenha sido indicada politicamente e ninguém acreditasse que fosse competente, mostrou-se eficiente e dedicada”. Ele acrescenta que a advogada “já quis e permanece querendo deixar o cargo, porque vai trabalhar na campanha do pai, Ronaldo Caiado, para governador”. O problema é que, como se sabe, Ana Vitória, porque apoia o pai, evidentemente é contrária à candidatura de Daniel Vilela.

No Nordeste goiano, o deputado estadual Iso Moreira começa a ser chamado de “Maureira”. Porque, em plena crise dos combustíveis — provocada pela greve dos caminhoneiros —, os postos do parlamentar do DEM teriam cobrado R$ 6,99 pelo litro de gasolina. Iso Moreira é o principal articulador da campanha de Ronaldo Caiado (DEM) para governador no Nordeste goiano.

O marqueteiro Jorcelino Braga, presidente do PRP, é o verdadeiro guru do pré-candidato do MDB a governador, Daniel Vilela. Jorcelino Braga, expert em política e marketing político, está afastado, em caráter definitivo, do pré-candidato do DEM a governador, Ronaldo Caiado. Ele já está trabalhando para Daniel Vilela. Não só: está apoiando a candidatura do emedebista. O ex-deputado Samuel Belchior teria feito o impossível, segundo um caiadista, para afastar Ronaldo Caiado de Jorcelino Braga. Um aliado de Belchior costuma chamar o presidente do PRP de “palpiteiro”.

Os líderes da base aliada em Goianésia são Otavinho Lage — hoje, mais empresário do que político —, Jalles Fontoura (presidente da Saneago) e o deputado estadual Helio de Sousa, um trio político de alta qualidade e prestígio no Vale do São Patrício. Otavinho Lage (PSDB), Jalles Fontoura (PSDB) e Helio de Sousa (PSDB) são adversários históricos tanto do MDB de Daniel Vilela e Maguito Vilela quanto do DEM de Ronaldo Caiado (o contencioso é histórico e envolve a família de Jalles Machado e Otávio Lage, que são, respectivamente, avô e pai de Otavinho e Jalles). Portanto, estão firmes, mais sólidos do que o Pão de Açúcar, no apoio à reeleição do governador de Goiás, José Eliton (PSDB). O deputado Helio de Sousa (ex-presidente da Assembleia Legislativa), ex-prefeito de Goianésia, afirma: “A divisão que acontece na nossa cidade é da oposição ao governo. A base está coesa e firme no apoio à pré-candidatura de José Eliton. A matemática da vida é a matemática da política, ainda mais considerando que, não só em Goianésia, mas em todo o Estado nosso grupo é muito mais forte”. Jalles Fontoura (PSDB), ex-prefeito de Goianésia, enfatiza que Marconi Perillo e José Eliton foram os governadores que mais fizeram obras no município. “Isso coroa um projeto de muitas coisas boas, pois a presença do governo sempre foi muito boa, positiva. Marconi sempre venceu as eleições aqui, e vamos trabalhar para que aconteça isso de novo. Será uma eleição muito disputada, mas a base tem uma expectativa muito grande, somos muito competitivos aqui em Goianésia.” Otávio Lage Filho, prefeito de Goianésia por duas vezes, frisa que o “apoio ostensivo” a José Eliton, candidato da base aliada, resulta do trabalho do governo no município e pela “atenção especial” dada aos pleitos da cidade. Isto gera “reconhecimento e retribuição”. Ele sublinha que apoia a proposta de modernização continuada de José Eliton. “Aquelas pessoas que estavam indecisas, querendo apoiar outro candidato estão cada vez mais prestigiando o José Eliton”, afirma O prefeito de Goianésia, Renato de Castro, é filiado ao MDB e apoia Ronaldo Caiado para governador. Os três políticos — Otavinho, Jalles e Helio — são aliados históricos do presidente do PSD, Vilmar Rocha.

O ministro Gilberto Kassab teria dito a dois políticos goianos que gostaria de ver o PSD e seu presidente em Goiás, Vilmar Rocha, apoiando a reeleição do governador José Eliton (PSDB). Presidente nacional do PSD, Kassab deve apoiar Geraldo Alckmin, do PSDB, para presidente da República. Porém, se apoiar Henrique Meirelles, aí o quadro pode mudar em Goiás. Kassab frisou também que os problemas do PSD em Goiás devem ser resolvidos em Goiás. Mais: disse que, apesar da importância de o partido ter um deputado federal no Estado — Thiago Peixoto —, o comando do partido vai ficar, em qualquer circunstância, com Vilmar Rocha, seu amigo e aliado político. A verdade está registrada acima. O resto é fofoca e plantação.

O deputado federal Roberto Balestra, do PP, é discreto e econômico nas críticas e, sobretudo, nos elogios. Entretanto, quando se trata do governador de Goiás, José Eliton, do PSDB, o parlamentar solta a língua e sustenta que o jovem tucano faz uma gestão eficiente e qualitativa. “Ele [José Eliton] tem demonstrado que valoriza os aliados. Tem atendido os prefeitos, estimulado os companheiros na tarefa da administração municipal, tem atendido os parlamentares, dentro dos limites que o governo proporciona”, afirma o decano da base aliada na Câmara dos Deputados. “Isso é que é importante — não há privilégio para A, B ou C. Há um atendimento equânime, do qual todos podem participar”, frisa. Roberto Balestra sublinha que, embora esteja há pouco mais de 40 dias no governo, José Eliton mostra firmeza e seriedade na condução da coisa pública. “Ele está gerindo com muita responsabilidade. Em suas primeiras atitudes demonstrou que tem capacidade e coragem, inclusive em atitudes políticas.” A retirada de cargos de aliados que abandonaram o projeto da base governista denota que se trata de um líder que tem coragem. “Para mim, ele sinalizou para a classe política sua posição”, sustenta Roberto Balestra.

Aliados do presidente do PSD, Vilmar Rocha, o advogado Wesley Borges e Elmo Rezende — conhecido como Moleza — foram demitidos do governo do Estado. Em seguida, teriam sido sondados sobre a possibilidade de voltar para a equipe do governo. Mas optaram por não aceitar novos cargos. Wesley Borges vai trabalhar no gabinete do deputado federal Thiago Peixoto, em Brasília.

O ex-governador Marconi Perillo, pré-candidato a senador pelo PSDB, volta ao comando da articulação da base aliada no início desta semana. O tucano é o grande fiador da aliança política que trabalha pela reeleição do governador José Eliton, do PSDB. Ele é a liga. Articulador dos mais hábeis e respeitado pelas várias facções que o apoiam desde 1998, Marconi Perillo vai atuar, empenhando-se pessoalmente, na costura das alianças da chapa da base aliada para o governo, para a Assembleia Legislativa e para o Congresso (deputados federais e senadores). O que se diz, nos bastidores, é que, sem uma pronta ação de Marconi Perillo, a base aliada tende a esfacelar-se.