Bastidores
Grupo da senadora Lúcia Vânia (PSDB) e o PPS ficam mais fortes com a vitória de Marcos Abrão para deputado federal. O PPS deixou de ser uma confraria de amadores, em Goiás, para se tornar um partido mais sólido, com representação parlamentar no plano nacional.
A partir de agora, o PPS de terá maior participação no governo estadual, isto, é claro, se o governador Marconi Perillo for reeleito no segundo turno. Pode indicar até um secretário de Estado.

[caption id="attachment_17108" align="alignleft" width="300"] Marconi Perillo e Eduardo Machado: o segundo, presidente do PHS, articula para o primeiro disputar a Presidência da República[/caption]
O tucanato nacional começa a perceber que é preciso alargar o olhar para terras distantes da política do café com leite — São Paulo e Minas Gerais — e por isso está observando com atenção a desenvoltura do governador de Goiás, Marconi Perillo. O tucano-chefe goiano, se reeleito, pretende abrir fronteiras e disputar a Presidência da República, possivelmente enfrentando Lula da Silva, do PT, em 2018. Isto, é claro, se Aécio Neves perder espaço no plano federal.
A cúpula nacional do PSDB avalia que Marconi tem discurso, gestão de qualidade para exibir para o País — tucanos de vários Estados estão de olho no Centro de Reabilitação e Readaptação e nos centros de recuperação de dependentes químicos (Credeqs), que, se funcionarem bem, deverão se tornar referência nacional, assim como o Crer já é — e agressividade necessários para disputar a Presidência.
O presidente do PHS nacional, o goiano Eduardo Machado, afirma que já conversou a respeito com Marconi. “Se reeleito, terá, em 2018, governado Goiás por quatro mandatos, um fato único na história do Estado. Por isso convém arriscar pôr um pé na política nacional. Marconi tem cacife. Em 2018, aos 55 anos, amadurecido mas ainda jovem, será o nome apropriado, por ser um gestor competente — respeitado pela presidente Dilma Rousseff, por exemplo —, para a disputa da Presidência. Uma coisa é certa: o jovem tucano não teme desafios.”
Eduardo Machado, que circula por todo o País como líder máximo do PHS, afirma que vai participar diretamente da articulação para projetar Marconi nacionalmente. “Estou empolgado e acredito que o projeto do tucano goiano é viável. Marconi é visto, em todo o País, como um político diferenciado, como o gestor que, mesmo com recursos escassos, é criativo e que consegue ‘tirar’ as ideias do papel e construir as obras.”

[caption id="attachment_17105" align="alignleft" width="620"] Jayme Rincon , gestor competente e respeitado, pode enfrentar Adriana Accorsi, Sandro Mabel ou Agenor Mariano pela Prefeitura de Goiânia | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Definida a eleição para governador de Goiás, no primeiro ou no segundo turno, começam as articulações para a disputa das principais prefeituras. O governador Marconi Perillo pretende articular campanhas com candidatos consistentes em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia.
Em Goiânia, a base aliada tem vários nomes, como Jayme Rincon, Giuseppe Vecci e Cristina Lopes, do PSDB, e Thiago Peixoto, Francisco Júnior e Virmondes Cruvinel, do PSD. Porém, segundo o deputado federal Sandes Júnior, do PP, o governador praticamente bateu o martelo, pois quer preparar um candidato desde agora, para torná-lo conhecido. O nome preferido é o de Jayme Rincon, que será apresentado como o gestor-político que realiza — o presidente da Agetop comandou todas as duplicações das rodovias que saem de Goiânia, além de outras obras de grande porte — e que poderá, se eleito, colocar a capital nos trilhos.
Jayme Rincon tem paixão por Goiânia e descartou disputar mandato de deputado federal — seria eleito com facilidade, dado o apoio do tucano-chefe — com o objetivo de disputar a prefeitura. Sandes Júnior ou Virmondes Cruvinel são cotados para vice. Cristina Lopes também é citada, porém, por ser do mesmo partido do presidente da Agetop, tende a ser descartada, porque se quer ter mais tempo na televisão para expor os programas de governo.
Se eleito Jayme Rincon, Marconi dará total apoio ao tucano para que transforme Goiânia num canteiro de obras. O objetivo final é fortalecer a base governista para a disputa eleitoral do governo em 2018.
O prefeito Paulo Garcia, do PT, quer uma composição com o PMDB de Iris Rezende. Se puder, banca uma chapa com Iris para prefeito e Adriana Accorsi para vice. Porém, como setores do PT querem evitar uma aliança com Iris, porque percebem isto como uma subordinação a um político que avaliam como “superado”, Paulo Garcia provavelmente lançará Adriana Accorsi para prefeita — isto se for eleita deputada estadual. O prefeito poderá, no entanto, ter de engolir outro postulante do PT, Humberto Aidar, que, com o apoio do deputado federal Rubens Otoni e do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, planeja disputar a prefeitura, com o objetivo de marcar posição para a disputa do governo em 2018, quando Gomide deverá ser candidato mais uma vez.
Setores do PMDB relutam em aceitar uma aliança com o PT, devido ao desgaste político de Paulo Garcia, que avaliam como incontornável. O próprio Iris, pelo contrário, aceitaria uma aliança com Adriana Accorsi, desde que a petista aceitasse ser sua vice. O mais factível é que o PT saia com seu candidato e o PMDB com o seu, unindo apenas no segundo turno. O PMDB tem três nomes consistentes — Agenor Mariano, o vice-prefeito de Goiânia, o deputado federal Sandro Mabel e, claro, Iris.

[caption id="attachment_17102" align="alignleft" width="300"] Reginaldo Martins , popular, é um dos favoritos para dirigir a OAB-GO | Foto: Divulgação[/caption]
Se Henrique Tibúrcio deixar a presidência da OAB-Goiás para ocupar cargo de secretário de Estado num eventual quarto governo do tucano Marconi Perillo — teria sido sondado para a Segurança Pública, Casa Civil e Justiça —, será convocada eleição indireta para substitui-lo, entre janeiro e fevereiro. Só podem votar e ser escolhidos os integrantes do conselho (a eleição direta será realizada em novembro de 2015). Os quatro nomes mais cotados para substituir Tibúrcio são Enil de Souza Filho, Reginaldo Martins, Flávio Buanoduce Borges e Pedro Paulo Medeiros. Estes podem disputar as eleições indireta e direta. Martins é apontado por advogados como o “mais político e popular”. Mas os outros três são mencionados como “fortes” e “qualitativos”. Flávio é professor da Universidade Federal de Goiás. Pedro Paulo, embora jovem, é advogado experimentado. Enil é visto como “candidatíssimo” para o mandato-tampão, ou em novembro.
Há outros nomes que podem participar da disputa: Sebastião Macalé, Júlio Meirelles (secretário-geral), Márcia Queiroz Nascimento (diretora-adjunta). Os conselheiros federais Felicíssimo Sena e Miguel Cançado, embora possam disputar, devem ficar apenas como articuladores.
Do ex-deputado Barbosa Neto: “Aposto todas as minhas fichas que Goiás terá segundo turno. E aí muda tudo. Porque tanto Marconi Perillo, do PSDB, quanto Iris Rezende, do PMDB, terão dez minutos para expor suas propostas e críticas. Zera tudo e os dois candidatos ficam em igualdade de condições”.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, pretende bancar um candidato do PMDB à sua sucessão. Se for rifado por Iris Rezende em Goiânia, Sandro Mabel pode disputar a prefeitura do município-irmão. Porém, se o empresário sair do páreo, o peemedebista-chefe deve bancar a candidatura do vereador Ezízio Barbosa ou do secretário Euler Morais, seu braço direito. O vice-prefeito Ozair José, do PT, candidato a deputado estadual, espalhou, nos quatro cantos do município, que Maguito tinha feito um compromisso de apoiá-lo em 2016. Porém, Maguito não confirma o acordo. A questão é que nem mesmo o PT tem simpatia pela candidatura de seu filiado, um cristão-novo tido como pouco confiável. Olavo Noleto é o nome mais bem-visto.
O Jornal Opção ouviu políticos, cientistas políticos, marqueteiros e pesquisadores e a todos fez a mesma pergunta: “Qual é o grande legado da eleição para governador em 2014?” Pelo menos 80% dos entrevistados disseram, sem titubear, que, se confirmada a derrota de Iris Rezende, tanto faz se no primeiro ou no segundo turno, estará “decretada”, de uma vez por todas, a liquidação do irismo. O oxigênio do irismo é Iris Rezende. Com ele fora da política, expurgado pelos eleitores, sua mulher, Iris Araújo, tende, a curto prazo, a soçobrar. Os entrevistados frisaram que a extinção do irismo — admitem que algumas ‘viúvas” vão ficar lamentando a ausência do decano de quase 81 anos, mas que, como tudo na vida, todos finalmente o esquecerão — significa não apenas a abertura de espaço para a renovação no PMDB. Eles frisam que a renovação vai ocorrer na oposição em geral e, nas próximas eleições para o governo, o novo deverá disputar contra o novo — e isto entre situação e oposições. O ocaso de Iris, se confirmado nas urnas, vai oxigenar a política de Goiás.

[caption id="attachment_17095" align="alignleft" width="212"] Osvaldo Zilli apoia Marconi[/caption]
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), o gigante da logística Osvaldo Zilli — dono de mais de 500 carretas —, não é filiado a nenhum partido político. Porém, apoia a reeleição do governador de Goiás, Marconi Perillo, porque o percebe como modernizador.
Em conversas reservadas, Zilli não diz que vai se filiar com o objetivo de disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Mas a cúpula do PSDB planeja filiá-lo para que dispute mandato de prefeito, ou então seja vice do deputado João Campos, do PSDB.
Se Zilli não aceitar, o PSDB deve bancar Campos, a vereadora Cybelle Tristão ou o coronel Sílvio, da Polícia Militar.
Eram favas contadas que, se reeleito deputado federal, Heuler Cruvinel, do PSD, disputaria a Prefeitura de Rio Verde, em 2016. Porém, seu grupo político pode traçar outra estratégia, com o objetivo de não perder um deputado federal e, assim, as polpudas verbas que os parlamentares colocam, anualmente, no Orçamento da União para os municípios. Se for eleito deputado estadual, Lissauer Vieira, do PSD, poderá ser o candidato a prefeito. Cruvinel é o primeiro da fila, e o prefeito Juraci Martins, do PSD, não quer atropelá-lo, mas vai tentar convencê-lo a permanecer em Brasília, alegando que, assim, poderá ajudar muito mais Rio Verde. Hoje, Martins prefere Lissauer. Na hipótese de segundo turno entre Rollemberg e Frejat, embora tenha mais simpatia pelo primeiro, Agnelo tende a ficar neutro. Porque, se Marina Silva disputar a Presidência da República com Dilma Rousseff, Rollemberg e o governador estarão em campos opostos. Agnelo nada tem contra Frejat, mas não aprecia a eminência parda José Roberto Arruda. Se Frejat for eleito, Arruda será o verdadeiro governante, tanto que está fazendo mais campanha do que o próprio candidato.

Ao saber que Júnior Friboi havia reunido uma frente política para apoiar o governador Marconi Perillo — com, entre outros, o prefeito de Jataí, Humberto Machado, o advogado Robledo Rezende, o ex-deputado Francisco Bento e vários prefeitos e vereadores peemedebistas —, Iris Rezende, irritadíssimo, enviou-lhe um recado: vai fazer o impossível para expurgá-lo do PMDB. O peemedebista tem sugerido, em conversas com aliados, que Friboi só assume o comando do PMDB em dezembro se passar por cima de seu cadáver.
Porém, pelo menos dois peemedebistas disseram que, se Iris for derrotado na disputa pelo governo de Goiás, vários peemedebistas vão se reunir em torno de Friboi, Maguito Vilela, Daniel Vilela, Pedro Chaves, Marcelo Melo, Leandro Vilela e Sandro Mabel para desafiá-lo abertamente. Não será nenhuma surpresa se o tiro sair pela culatra e o PMDB expurgar tanto Iris quanto sua mulher, a deputada federal Iris Araújo, que a maioria dos integrantes do partido considera persona non grata.
Em tom irônico, peemedebistas disseram ao Jornal Opção que Iris, como político, “é especialista em perder eleição para o governador Marconi Perillo” e, com isso, “tem contribuído para enterrar o PMDB”. Eles acreditam que é hora de Iris sair do partido ou, então, de abrir espaço, espontaneamente, para a renovação.
[caption id="attachment_11511" align="alignleft" width="620"] Propostas do ex-secretário se encaixam no Goiás moderno e globalizado almejado pela maioria dos eleitores | Foto: Divulgação[/caption]
Novato em eleições, Alexandre Baldy tem cumprido uma agenda extensa de reuniões, caminhadas e carreatas em sua campanha a deputado federal pelo PSDB. Ele afirma que chegou a se surpreender com a atenção e o carinho com que foi recebido em dezenas de cidades goianas.
“Quem se pauta apenas pela mídia, pensa que a política está completamente desgastada e a população, desiludida e desinteressada dos políticos. Não é bem essa a verdade. O eleitor está atento e quer ouvir quem tem projetos certos e capacidade para executá-los”, diz o ex-secretário de Indústria e Comércio.
O raciocínio de Baldy está certo apenas em uma parte: a boa recepção ao seu nome. Basta entrar em suas redes sociais para ver inúmeras fotos e mensagens com manifestações positivas às suas palestras e outras ações de campanha. O sorriso franco do candidato e das outras pessoas nas fotos mostra mais do que qualquer discurso: o clima entre ele e o eleitor está em pleno alto astral.
Mas o jovem candidato erra em outra parte de sua análise. Na verdade, o eleitor está, sim, meio cansado da política, especialmente dos candidatos que não têm o que mostrar. Só não se manifesta dessa forma para Baldy porque entende que ele pode representar uma mudança qualitativa no cenário.
E é simples entender por quê. As propostas do ex-secretário se encaixam no Goiás moderno e globalizado almejado pela maioria dos eleitores: defesa nacional da política de geração de empregos adotada aqui, formação profissional adequada às novas gerações e melhoria dos serviços públicos.
São pautas que Alexandre Baldy, como empresário e também como ex-titular da Indústria e Comércio, tem plena legitimidade para defender. Bandeiras que, por serem pragmáticas, são captadas positivamente por esse eleitor que espera sobretudo resultados mais efetivos de seus políticos.
O jovem médico Gustavo Sebba deve sair do pleito deste ano como uma de suas revelações. Bancado pelo pai, o prefeito de Catalão, Jardel Sebba, o político deve receber entre 35 mil e 40 mil votos — o que significa uma votação extraordinária. Em Catalão, sua base principal, Gustavo Sebba deve ter entre 14 mil e 17 mil votos. É estimativa de seus aliados. Gustavo Sebba, que mostrou arrojo e determinação na campanha, deve se destacar na Assembleia Legislativa. Porque tem conteúdo e vontade de crescer politicamente.
No início da campanha, o presidente regional do Solidariedade, Armando Vergílio, apostou muito na vitória de Rodrigão Carvello, candidato a deputado estadual baseado em Catalão. Porém, se começou empolgado e empolgando, no meio do caminho Rodrigão, vice-prefeito do município mas rompido com o prefeito, desidratou. O líder do Solidariedade no município dificilmente será eleito, porque foi pego no fogo cruzado entre os candidatos do PMDB, Adib Elias — que, popular, deverá ter cerca de 17 mil a 18 mil votos em Catalão —, e do PSDB, Gustavo Sebba, que deverá obter entre 14 mil e 17 mil votos (só no município). O que Rodrigão quer mesmo é disputar a Prefeitura de Catalão em 2016. Ele acredita que terá o apoio de Adib Elias, o que pode ser um sonho numa noite de verão. Embora seja apontado como ficha suja, até sujíssima, Adib Elias conseguiu, ninguém sabe como, ser candidato a deputado estadual. Em 2016, se puder disputar mandato, será candidato a prefeito de Catalão, inviabilizando a aliança com Rodrigão. Por mais desgastado que esteja, Adib é sempre um candidato forte, dada sua imagem, mais mítica do que verdadeira, de gestor eficiente. Como prefeito Jardel Sebba é candidato à reeleição, a tendência é que o pleito seja polarizado entre ele e Adib, com Rodrigão se tornando boi de piranha.
Na semana passada, quem passou pela Avenida 85, entre os setores Marista e Bueno, ficou impressionando com a quantidade de cavaletes estampando a fotografia de Iris Rezende e Iris Araújo juntos. Os cavaletes foram colocados pela estrutura de campanha de Iris Rezende para alavancar a candidatura de sua mulher, Iris Araújo, que, a partir do crescimento das campanhas de Lucas Vergílio (Solidariedade) e de Daniel Vilela (PMDB) — e, sobretudo, da força da base do governador Marconi Perillo (PSDB) —, começou a correr risco. Iris também pediu, na verdade exigiu, e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, entrou de sola em sua campanha. Os cavaletes, muito bem feitos, provam, mais uma vez, que Iris Rezende não faz política para os peemedebistas, e sim para sua si e para sua família. Não há notícia de que o peemedebista-chefe tenha mandado fazer cavaletes para outros candidatos. A partir de certo momento, Iris reuniu a família, retirou a cascavel do bolso e decidiu gastar uma pouco de sua fortuna — avaliada pela revista “IstoÉ” em 185 milhões de reais e pelo ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Frederico Jayme em pelo menos 1 bilhão de reais — para pelo menos eleger Iris Araújo. A família avalia que, para manter o controle do PMDB, precisa pelo menos eleger um deputado federal, já que os outros possíveis eleitos, Pedro Chaves e Daniel Vilela, não comungam pela cartilha do casal Iris. São ligados ao empresário Júnior Friboi, que Iris considera não como um adversário político interno, e sim como um “inimigo” a ser massacrado.
A reclamação é geral no Partido Comunista do Brasil dos Lemos (PCdoBL). A estrutura do partido, na campanha deste ano, foi praticamente colocada à disposição da família Lemos — leia-se Isaura Lemos, candidata a deputada estadual, e Tatiana Lemos, candidata a deputada federal. Os demais ficaram a ver navios. Não. É muito. Ficaram a ver barquinhos de papel. O PC do B, sob o comando de Isaura Lemos e Euler Ivo — espécie de Madame Mao e e Mao Tsé-tung do Cerrado —, foi inteiramente feudalizado. Não há espaço para quem não comunga com as ideias do casal. Em Goiás, pelo menos, o PC do B aceita a prática do nepotismo e da familiocracia. Mesmo assim, continua discutindo mudança social. Candidata a deputada estadual, se não fosse o apoio de abnegados como Aldo Arantes, Luiz Carlos Orro, Denise Carvalho, Marcão da Banca, Lúcia Rincon — comunistas consistentes, íntegros e históricos — e de um grande grupo de jovens universitários, a líder estudantil Deborah Evellyn, jovem de ideias sólidas em defesa da transformação social, nem mesmo teria conseguido fazer sua campanha. Uma pena, porque Deborah Evellyn é o símbolo da renovação do PC do B, o verdadeiro. Orro, Denise, Aldo, Marcão da Banca, Lúcia, Romualdo Pessoa vão acabar entendendo que ou arrancam os Lemos do PC do B ou eles acabam com o partido, que tem uma história de seriedade e luta pelas causas sociais — e não por causas familiares. Se as coisas continuarem como estão, até o cachorrinho Totó, da família Lemos, vai conseguir um cargo no comitê estadual do partido.