Bastidores

[caption id="attachment_36737" align="alignright" width="300"] Raquel Teixeira: secretária não resiste à implantação de OSs na educação de Goiás | Foto: Mônica Salvador[/caption]
O governo de Goiás busca inspiração em escolas americanas para implantar o sistema de organizações sociais na rede pública do Estado. Um professor da UFG disse ao Jornal Opção: “O modelo americano é eficiente, não há dúvida. Mas há um modelo de menor custo e com ótimos resultados: o das escolas militares. Elas funcionam bem e garantem alta aprovação em vestibulares”.
O doutor da Universidade de Goiás, que prefere não se identificar para não ser patrulhado pelos colegas, sublinha que, na prática, as escolas militares — “que deveriam ser estudadas sem preconceito pelas faculdades de Educação do país” — são geridas praticamente no sistema das organizações sociais, “e com alta eficiência”.
O professor sugere que a qualidade das escolas militares tem a ver com a disciplina “implantada” pelos militares. “No caso, disciplina significa rigor com professores e alunos. Nas escolas públicas sem a presença da Polícia Militar há registro de absenteísmo de professores. Já nas escolas militares, que são menos militares do que parecem, exceto na questão da disciplina, os professores raramente faltam. Os alunos têm aulas todos os dias, os professores são respeitados e há incentivo crescente aos melhores alunos.”
Para os alunos, sublinha o professor, as OSs na educação serão positivas. “Eles terão aulas todos os dias e com a qualidade monitorada.”
O sistema da OSs deverá ser implantado em 2016, ainda que de maneira gradual, com espécies de pilotos. O doutor aposta que, no meio do processo, todas as escolas vão clamar pelo sistema das OSs, como hoje os municípios de Goiás “brigam” pelas escolas militares. “Há quem diga que a professora Raquel Teixeira é contrária à instalação de OSs na educação. Não acredito que seja assim. O que ela quer é que o sistema seja implantado de maneira competente e que os professores sejam persuadidos de que as OSs significam mais qualidade no sistema educacional, e não falta de autonomia em sala de aula. Se há resistência não é por parte de Raquel Teixeira, e sim dos setores corporativos, que são sempre refratários àquilo que é novo, às vezes apresentado como medida ‘autoritária’ — numa certa confusão entre ‘autoridade’ e ‘autoritarismo’, e nem se trata de má-fé.”

Cleyton Ferreira Lima, do PEN, planeja ser candidato a prefeito de Rio Verde, em 2016. “Não trabalhamos com o conceito de terceira via, e sim de nova via — uma espécie de Partido Alternativo para Rio Verde.” O candidato será ele ou Renato Branquinho, do PROS.
Cleyton Dentista sublinha que o objetivo da aliança entre PEN, PROS, PTC e PSC é constituir uma frente política para romper a polarização entre os candidatos do PSD, Heuler Cruvinel, e do PMDB, Paulo do Vale. “Nosso principal projeto é resolver o problema da saúde pública. Planejamos colocar trailers odontológicos e médicos para atender os moradores da cidade, dos distritos e da zona rural.”
Caso seja eleito, Cleyton Dentista garante que vai resolver o problema do trânsito da cidade. “Vamos modernizá-lo para melhorar a qualidade de vida tanto dos motoristas quanto dos pedestres. Nós também pretendemos criar a Guarda Civil Metropolitana.”
Filiado ao PEN, mas a caminho de outro partido — que tanto pode ser o PRP quanto o DEM —, Cleyton Dentista, de 34 anos, conta que o mentor da articulação do “Panrv” é o presidente do PSC, Élcio Cabral. “Acredito que Rio Verde terá quatro candidatos a prefeito: eu, Heuler Cruvinel, Paulo do Vale e Karlos Cabral (PT). Minha aposta é que o próximo prefeito será o ‘novo Juraci Martins’. Quer dizer, em 2008, quando foi eleito pela primeira vez, Juraci era visto como a ‘novidade’ pelo eleitorado, sem compromissos com os grupos políticos tradicionais da cidade.”
A campanha de Cleyton Dentista, se sua candidatura for mesmo definida, não terá como base o denuncismo e ataques aos adversários. “Planejo fazer uma campanha propositiva, tendo por base ideias para melhorar a vida de todos os moradores de Rio Verde. Sou adepto de uma política construtiva. Quero agregar para resolver os problemas da cidade, atraindo empresas modernas e melhorando a renda tanto das pessoas quanto da prefeitura.”

O procurador da República Helio Telho e o promotor de justiça de Goiás Fernando Krebs retuitam, com frequência, postagens do Goiás Real. O blog, patrocinado pelo PMDB de Guapó — terra do prefeito Luiz Juvêncio, o Lulu Conflito — e pelo deputado José Nelto, publicou editorial assumindo-se como “oposição” ao governo de Marconi Perillo (PSDB).

[caption id="attachment_37047" align="aligncenter" width="620"] Governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) já é chamado de "Enrollemberg" | Foto: Pedro Ventura / ABr[/caption]
Trata-se de um fato: o ex-governador do Distrito Federal Agnelo (o Agnulo) Queiroz, do PT, deixou uma herança maldita. Mesmo assim, a sociedade civil de Brasília cobra que o governador Rodrigo Rollemberg seja mais proativo. O integrante do PSB passa o tempo inteiro falando de crise e não tem uma única notícia positiva para o brasiliense. A última notícia é ainda menos alvissareira: em setembro, se a arrecadação não crescer além do esperado, é possível que o governo não consiga pagar em dia os salários do funcionalismo público.
Naquele mês, a gestão de Rollemberg terá de pagar uma parcela maior do reajuste dos salários dos servidores. Até os otimistas acreditam que será o caos. Há quem defenda que, no lugar de pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, é mais adequado pedir o de Rollemberg, que, como gestor, está “perdido”.
O governo do DF deve 56 milhões para os meios de comunicação de Brasília, como TV Globo, “Correio Braziliense” e “Jornal de Brasília”.

[caption id="attachment_37045" align="aligncenter" width="620"] Vinicius Luz diz que o prefeito de Jataí não trabalha para aumentar a renda do município | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
O vereador Vinicius Luz (PSDB) diz que o prefeito de Jataí, Humberto Machado — conhecido como “caudilho do Sudoeste” —, precisa ser desmitificado. “O peemedebista é um gestor menos eficiente e criativo do que as pessoas que moram fora do município acreditam. Ele é o homem do ‘batom’, da ‘maquiagem’. Sua preocupação com as questões humanas é mínima, tanto que os problemas na área de saúde são graves.” Autoritário, o caudilho “quer calar seus críticos”.
“Eu e o vereadores Thiago Maggioni, do PSDB, e João Rosa, do PR, cobramos soluções para os problemas do município. Nós fomos eleitos para fiscalizar os atos do prefeito, não para endossar aquilo que avaliamos que está errado ou é insuficiente. Numa ação totalitária, Humberto quer eliminar a oposição, mas não vai conseguir”, sublinha Vinicius Luz.
O tucano avalia que, se uma administração mais criativa não for implantada em Jataí, a curto prazo, a prefeitura vai entrar em colapso. “Nós precisamos atrair mais indústrias e aumentar a renda do município.”
Ao mesmo tempo em que critica a gestão de Machado, Vinicius Luz frisa que o PSDB de Jataí “está sem comando”. “Não temos nem comissão provisória.”

[caption id="attachment_37043" align="alignleft" width="620"] Deputado Célio Silveira e a aliada, Lêda Borges | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
O deputado federal Célio Silveira (PSDB) diz que o governador Marconi Perillo planeja emplacar a secretária de Cidadania, Lêda Borges (PSDB), como candidata a prefeita de Valparaíso.
“A prefeita de Valparaíso, Lucimar Nascimento, do PT, vai muito mal. A população clama pela volta de Lêda Borges”, frisa Célio Silveira. “Há outros nomes bons, eleitoralmente viáveis, mas Lêda Borges é o nosso pule de dez. Marconi deve convencê-la a disputar.”


Na semana passada, um petista e um tucano conversavam animadamente na Assembleia Legislativa. O tucano quis saber qual o nome petista com maior trânsito no governo federal. O petista, brincando a sério, disse: “O governador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB). Os dois entram e saem dos gabinetes de ministros com a maior intimidade”. O tucano fechou a conversa: “Pois é, quem diria”.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, aquele que Lula da Silva abomina, é pródigo nos elogios ao governador Marconi Perillo. Eles tricotam com frequência. A presidente Dilma Rousseff também só fala bem do tucano-chefe.

Inquirido sobre seu interesse na região Centro-Oeste do Brasil — Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul —, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria dito que o país vai sair da crise, em larga medida, graças ao agronegócio. Por sinal, fortíssimo nos três Estados.

O ex-presidente Lula da Silva, que anda ressabiado, porque o petrolão tende a atropelá-lo, sugere que a presidente Dilma Rousseff e o “primeiro-ministro” Joaquim Levy falem menos em crise. Joaquim Levy não concorda com a tese de Lula da Silva e defende que o governo deve dizer a verdade. A crise é forte e séria. Mais: as demissões no mercado privado mal começaram. O tsunami não é uma marolinha, ao contrário do que insinua o ex-presidente.
De um tucano de bico longo: “O deputado federal Alexandre Baldy é autor do chamado tiro-bumerangue. ‘Atirou’ críticas duras à política de ajuste fiscal articulada pela secretária da Fazenda, Ana Carlos Abrão, mas os tiros acabaram atingindo sua cabeça”.
Tese de um tucano muito próximo do governador Marconi Perillo: “O tucano-chefe pode bancar para presidente do PSDB de Goiás um político que faz críticas duras ao seu ajuste fiscal? Como a sociedade assimilaria tais questionamentos?” Não é nada pessoal contra Baldy, teria sugerido Marconi a um interlocutor. É que o principal opositor de seu ajuste fiscal “não pode” ser um aliado.
De um deputado federal: “Apostei em Alexandre Baldy para presidente do PSDB. Porém, na primeira investida dos adversários internos, ele correu para Mônaco e para a Suíça, abandonando seus aliados. Até parece o Júnior Friboi”.

[caption id="attachment_36994" align="aligncenter" width="620"] Martelo batido: Afrêni será o presidente do diretório estadual | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
Na semana passada, tucanos, de bicos longos, médios e curtos, decidiram assinar um documento propondo consenso para a eleição, em junho, do presidente do PSDB de Goiás.
Os tucanos definiram que o presidente do PSDB deve ser Afrêni Gonçalves. Primeiro, porque tem trânsito em todas as correntes do partido. Segundo, porque, como não tem mandato, não vai provocar ciumeira entre os deputados federais e estaduais.
Afrêni Gonçalves, enfim, é o candidato a presidente do PSDB que obteve o apoio do governador Marconi Perillo. Aliás, foi articulado pelo tucano-chefe. (Só não será presidente se ocorrer uma reviravolta no quadro político.)