O vice-prefeito de Alexânia, Matheus Ramos, de 28 anos, decidiu trocar o PSDB pelo União Brasil, partido da base governista pelo qual deve sair candidato a prefeito para buscar suceder Allysson Lima (PP), que encerra o segundo mandato neste ano. No entanto, até então natural para seguir com o apoio do atual gestor, Ramos deve enfrentar uma concorrência dentro do próprio grupo.

Lima chegou a reunir os vereadores e secretários do município no final de 2023 para anunciar a formação da chapa com o seu vice-prefeito junto com um dos seus secretários. “No ano passado, eu tinha apresentado o vice-prefeito, Matheus Ramos, e o vereador, que está na Secretaria de Obras, Mateus Henrique. Eu tinha apresentado os dois para uma possível chapa, dependendo de cada um fazer o seu trabalho”, lembrou o prefeito, ao Jornal Opção. Mateus Henrique é presidente do pP municipal.

Entretanto, de acordo com o gestor, no começo deste ano mais um dos seus secretários anunciou a pré-candidatura a prefeito. “De dois foram para três e nós estamos na eminência de bater o martelo para ver qual é o nome”, enfatizou. Os dois, tanto Mateus Henrique quanto o outro secretário, que decidiu lançar a pré-candidatura, são do Progressistas. “Estou avaliando a questão do partido”, destacou Lima, ao acenar que deve apoiar um correligionário.

Segundo Ramos, agora, embora o nome dele seja preterido por outros, a relação com a Prefeitura segue normal. “Eu não tenho brigas com o prefeito. Assim, ele em nenhum momento manifestou que não sou seu pré-candidato. Ele chegou até oficializar [pré-candidatura] em agosto do ano passado. Mas, recentemente, ele lançou um primo também pré-candidato a prefeito, um vereador… Daí eu sigo construindo. Mas, ele segue ainda indefinido”, comentou Ramos, ao Jornal Opção.

“Não há pressão por minha parte, pois apoio tem que ser espontâneo, algo natural. E não haverá nenhum desentendimento da minha parte, caso o candidato dele [prefeito] não seja eu”, afirmou. Ramos ressalta que a ida dele para o partido do governador Ronaldo Caiado é para assumir a Presidência da comissão local.

Segundo ele, devem acompanhá-lo para o União mais três atuais vereadores, o que pode elevar a bancada da sigla para quatro parlamentares dos 11 membros da Casa. “Ficariam, no total, cinco vereadores, mas um anunciou que deixará o partido, permanecendo apenas o presidente da Câmara”, pontuou.

Convite da Gracinha

A mudança de legenda, de acordo com Matheus Ramos, partiu do próprio Palácio das Esmeraldas. “Desde o ano passado, eu recebi o convite da governadoria para compor o partido da base e depois as conversas foram avançando, com várias reuniões com o pessoal, até chegar ao convite da Gracinha Caiado”, recorda.

O vice-prefeito conta como se deu a conversa com a primeira-dama do estado. “Ela me falou: ‘Matheus, eu faço questão que você seja candidato pelo União’ e respondi: ‘A minha definição, depois de trocar de partido, é ir para a base, essa decisão [candidatura] ficará nas mãos de vocês’”, relatou.

Apesar de afirmar que não pressiona o prefeito por uma definição no grupo, a movimentação de Ramos para a base caiadista e a revelação do pedido da primeira-dama, o recoloca no patamar para ser o escolhido do governo estadual para disputar o pleito em outubro. Isso porque o governador Ronaldo Caiado determinou que haverá apenas uma candidatura do grupo governista nos municípios, com preferência para quem for do União Brasil ou do MDB. Ou seja, com esta filiação, o vice-prefeito passa a cumprir um dos critérios, mas falta esta bem colocado nas pesquisas.

Nas próximas semanas, o vice-prefeito apontou que fará novos levantamentos. Conforme, o pré-candidato, nas pesquisas anteriores, ele liderava as intenções de votos. Porém, naquela época, não havia outros nomes, por exemplo, dos próprios aliados e com a suposta indefinição de Allyson Lima sobre o apoio no município. (NS)

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