Se renunciar à candidatura a presidente, Luciano Huck prova o óbvio: não serve pra ser político
24 novembro 2017 às 09h14
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Políticos profissionais não acatam pressões de familiares. A família rejeita a candidatura do apresentador e a TV Globo, se ele sair, talvez não lhe devolva o emprego
Políticos profissionais, da estirpe de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, sempre ouviram a família mas sempre fizeram exatamente o que planejavam fazer: política em tempo integral. O apresentador da TV Globo Luciano Huck, se depender da família, não será candidato a presidente. Se ouvir a família, fica caracterizado que não é, em definitivo, um político. Mais: perder o empregão na Globo, o que vai acontecer se sair para disputar mandato eletivo, não é bom para seus negócios.
O povão quer eleger possivelmente um político com aura de não-político. O problema é que, se não se interessar rapidamente pelos políticos, para estabelecer as negociações necessárias, logo o político cairá em desgraça. Luciano Huck não tem pinta de político que saiba negociar e, se eleito, pode se tornar uma espécie de Fernando Collor piorado. Talvez, mais do que a família, esteja percebendo isto.
O que pode acontecer é que, depois de renunciar à disputa, se renunciar, pode se comportar como Jânio Quadros, em 1960, e voltar à disputa, mais tarde.