Lula e Gleici Hoffmann acenam com a possibilidade de liquidar com a Reforma Trabalhista feita no governo de Michel Temer

O ex-presidente Lula da Silva — pré-candidato do PT a presidente da República — e a presidente do PT, deputada federal Gleici Hoffmann, aventam a possibilidade de “regovar” a Reforma Trabalhista aprovada em 2017, no governo do presidente Michel Temer. O modelo a ser imitado é da Espanha.

Na quarta-feira, 5, as federações sindicais do país publicaram uma carta conjunta na qual “saúdam com louvor os novos ventos que sopram” contra a “precarização do emprego”. Assinaram o documento a Força Sindical, a CUT e a UGT.

A carta sublinha que, na Espanha, houve um acordo que revisou alterações nos direitos trabalhistas. O fato ocorreu em 2012. O governo e as organizações sindicais e também as empresariais se sentaram à mesa para negociar as mudanças.

Lula da Silva e Gleici Hoffman: contra a Reforma Trabalhista | Foto: Reprodução 

A opinião de Gleici Hoffmann — que, se Lula da Silva for eleito, deve assumir o Ministério do Trabalho (se o PDT não fechar aliança com o PT) —, a respeito da revogação integral ou parcial da Reforma Trabalhista, não agradou toda a sociedade. “Devagar que o santo é de barro! Na Espanha foi um acordo tripartido. Vencer a eleição com essa possibilidade é fundamental em 2022”, disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força. “O procedimento de desenvolvimento de entendimento com trabalhadores e empresariado. Caso contrário, parece imposição”, acrescentou. Os empresários tendem a se opor à queda das mudanças.

Segundo a coluna “Radar”, da revista “Veja”, “a CUT — ligada ao PT — defendeu o que chamou de ‘contrarreforma’ citada por Lula e comparou o cenário atual do Brasil com aquele herdado pelo ex-presidente em 2003, com desemprego em alta, o Fundo Monetário Internacional ‘mandando no país’ e um ambiente ‘contra a classe trabalhadora’ —panorama esse revertido após medidas de ‘proteção ao emprego e renda’ adotadas por Lula, defendeu a central”.

“Veja” registra que, “para além dos principais pontos levantados — defesa de mais restrições a contratações por terceirização e resultado pífio de geração de empregos —, a bandeira da revogação da reforma pode ter brilhado aos olhos dos envolvidos na discussão por outro aspecto. Com decrescente prestígio após as mudanças trabalhistas aprovadas em 2017, as centrais queixam-se, na carta, dos ‘ataques aos sindicatos, às’ e da postura antissindical da reforma”.

As organizações indicais devem articular um encontro geral em abril com o objetivo de discutir “emprego de qualidade”, “valorização dos salários”, “desenvolvimento nacional”, “estrutura sindical”, “negociação política” e “processo eleitoral”. Uma agenda que, se é sindical, é também eleitoral. Ao final, será elaborado um documento para ser entregue aos candidatos a presidente da República entre abril e julho deste ano.