Se candidato a senador, Iris Rezende ‘puxa’ Ronaldo Caiado para a chapa de Marconi Perillo
10 maio 2014 às 14h38
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Na semana passada, o Jornal Opção ouviu de um dos auxiliares mais próximos do governador Marconi Perillo: “Uma composição com Ronaldo Caiado, se não é impossível, é muito difícil”. O motivo? “Nos últimos anos, o deputado federal do DEM tem jogado duramente contra o nosso projeto. Se dependesse dele, estaríamos na chapada.” Detalhe: este auxiliar é ouvido com frequência pelo tucano-chefe.
Entretanto, outro auxiliar de Marconi, quase tão importante quanto o citado acima, apresenta outra visão. “Decisivo mesmo é manter o governo, os dedos. O anel, o Senado, pode ficar para Caiado. Por que não?” E acrescenta: “Uma candidatura de Iris Rezende ao Senado tende a ‘puxar’ Caiado para nossa chapa. Iris, muito forte, exige um contrapeso sólido”.
O marconista, da intelligentsia tucana, diz que Caiado soma duplamente. “Primeiro, em termos eleitorais, porque atrai voto ‘novo’ para Marconi. Trata-se de um voto externo, que não é nosso. O voto interno, porque já é nosso [o auxiliar está citando, indiretamente, o deputado federal Vilmar Rocha e o vice-governador José Eliton], não é relevante para o projeto governista. É possível que Caiado atraia cerca de 150 mil eleitores. Segundo, Caiado acrescenta muito na campanha, se fizer um discurso duro e cortante contra os adversários. Ele bate com firmeza, com rara competência, tanto no PT de Antônio Gomide-Dilma Rousseff quanto naquilo que Júnior Friboi representa, os frigoríficos que penalizam os produtores.”
O discurso forte de Caiado, na opinião do auxiliar, abriria espaço para Marconi apresentar uma agenda mais ofensiva e propositiva — escapando à agenda defensiva. O tucano, portanto, ficaria menos exposto. “O PP e o PSD têm tempo de televisão, e isto é importante e necessário, mas não é suficiente. É preciso agregar novos votos.”
O auxiliar anterior contrapõe: “Mas, se nos aliarmos a Caiado, o que vamos dizer ao eleitorado? O que o próprio deputado vai dizer? A situação é complicada tanto para o tucano quanto para o democrata.”