Republicanos pode bancar João Campos ou Rodney Miranda pra suplente de Lissauer Vieira

05 junho 2022 às 00h00

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No caso de um segundo governo de Ronaldo Caiado, João Campos poderia ocupar a cobiçada Secretaria de Segurança Pública

Há dois Republicanos em Goiás — fazendo jus ao plural do nome do partido. Um é liderado por João Campos, deputado federal e pastor licenciado da Igreja Assembleia de Deus… e quem mais? Ninguém, porque, a rigor, o parlamentar não tem um grupo político forte e referencial. O outro tem como integrantes o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (um político articulado e agregador), os deputados estaduais Jefferson Rodrigues e Rafael Gouveia, o vereador Isaías Ribeiro (o mais votado no pleito de 2022, em Goiânia) e, entre outros, o ex-secretário de Segurança Pública do governo de Goiás Rodney Miranda. Cruz, Rodrigues e Ribeiro são pastores licenciados da Igreja Universal. Gouveia é integrante da Assembleia de Deus, filho do pastor Josué Gouveia, um dos religiosos mais respeitados de Goiás. Miranda foi decisivo para reduzir a criminalidade no Estado.

Quer dizer, há um Republicanos do “eu sozinho”, o de João Campos, e o Republicanos de políticos eleitoralmente consistentes e comprometidos com o partido. Este segundo grupo trabalha, por exemplo, para eleger de dois a três deputados federais — atendendo à cúpula nacional do partido (afinal, o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral e o horário gratuito de televisão são definidos pelo número de deputados federais, não pelo número de senadores).
O Republicanos que joga para o partido, ou seja, para todos, tomou uma decisão: vai apoiar a reeleição do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil. O acordo está fechado e é apontado como incontornável. Uma possível contrapartida: em 2024, daqui a dois e quatro meses, Ronaldo Caiado tende a apoiar a reeleição de Rogério Cruz — que faz uma gestão responsável e modernizadora.

No momento, opera-se uma aliança. O Republicanos pode indicar o suplente de Lissauer Vieira (ou de outro candidato), pré-candidato a senador pelo PSD. João Campos resiste e diz aos aliados que será candidato a senador na chapa de Gustavo Mendanha (Patriota). Entretanto, como não tem condições de levar o partido — levará apenas a si e José Antônio (ex-prefeito de Itumbiara que responde a processos e pode se tornar inelegível) —, o deputado pode recuar? É possível. Aceitaria ser suplente de Lissauer ou de outo postulante? Não se sabe. Porém, se não quiser, o partido pode indicar outro nome — como Rodney Miranda, Rafael Gouveia ou Isaías Ribeiro.

Especula-se também que o Republicanos, se fechar com Lissauer Vieira, poderá indicar, em breve, o nome de um de seus integrantes para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Se quiser, também poderá ocupar uma secretaria importante do governo do Estado. Há quem postule que, se aceitar a suplência, João Campos poderá ocupar a Secretaria de Segurança Pública num possível segundo governo de Ronaldo Caiado.
Enfim, o Republicanos e Ronaldo Caiado estão de “casamento” marcado para o dia 2 de outubro deste ano. Só falta João Campos aceitar ser o padrinho.