O guru das estrelas e de políticos admite que manteve relações sexuais com as mulheres, mas sua assessoria nega que tenha ocorrido “abuso”
A colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo” (quinta-feira, 30), publicou uma reportagem, “Discípulos acusam guru espiritual Prem Baba de abusar de mulheres”, que está repercutindo em todo o país. Porque Sri Prem Baba (cujo nome civil é Janderson Fernandes), de 52 anos, é conhecido como o “guru das estrelas”, como Bruna Lombardi e Reynaldo Gianecchini, de vários políticos. Recentemente, conheceu entrevista à revista “Veja”. Sair nas “Páginas Amarelas” é um símbolo de aceitação social.
Numa reunião ocorrida no domingo, 26 — uma espécie de DR coletiva —, com o mestre hinduísta, dois ex-maridos decidiram revelar que, apesar de se dizer casto, Prem Baba manteve relações com duas mulheres casadas. O guru não nega, mas sua assessoria diz que não se trata de “abuso sexual”.
No primeiro caso, um casal procurou Sri Prem Baba com o objetivo de receber conselhos para ajustar o casamento, que passava por uma fase complicada. O guru chamou a mulher para conversar, sem a presença do marido, e sugeriu exercícios tântricos. Daí “evoluíram para relações sexuais”, segundo a “Folha”. O relacionamento durou dois anos. A mulher conta que esperava que, devido ao “tratamento” — “tinha plena confiança no mestre” —, conseguiria retomar a vida com o marido, o que não aconteceu. Eles se separaram. Somente agora ela decidiu contar ao agora ex-marido o que aconteceu. Ele era tão “devoto” do Guru que “chegava a beijar” seus pés publicamente.
O segundo caso “não progrediu”. O guru — que tem uma filha de 15 anos — admite que manteve relações sexuais com as duas mulheres. “Mas é indevido usar a palavra abuso”, afirma Fábio Toreta, responsável pelo relacionamento institucional dirigido pelo guru.
Prem Baba sugere que, embora tenha tentado, não conseguiu controlar sua sexualidade. “A relação amorosa que eu tive e uma outra experiência anterior deixaram mágoas profundas e a dor emocional disso tudo acabou se tornando público entre o sangha (comunidade)”, contou num vídeo. Ele disse que passará por uma fase de recolhimento. “Meu coração está devastado.”
O recado da realidade
O que as pessoas — inclusive os místicos, os espiritualistas — por vezes esquecem é que o fato de se tornar guru, ainda que altamente espiritualizado, não significa que se deixa de ter desejos. O homem, mesmo sendo um guru, continua homem. Relações consensuais não devem ser condenadas, mas usar o domínio sobre outra pessoa, enganando-a, é condenável. Há quem desconsidere o fator ingenuidade — a mulher manteve relações com o guru por dois anos —, mas é preciso levar em consideração que algumas pessoas se deixam dominar completamente por líderes espirituais (ou não).
Um “guru” que não tem escrúpulos de manter relações sexuais com discípulas vulneráveis é qualquer coisa entre oportunista e aproveitador.
Esse malandro chamado Prem Baba (ca), lembra um outro malandro, vagabundo chamado Bagwan Rajeeneshe que atuou nos anos 80. são perigosos, dissimulados sempre em busca de otários que os sustentem.