Palocci diz que ditador da Líbia doou 1 milhão de dólares para Lula na campanha de 2002
07 dezembro 2017 às 21h39
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Reportagem da Veja revela que, em proposta de delação premiada, o ex-ministro de Lula da Silva revela que Muamar Kadafi financiou campanha petista
A edição da “Veja” que chega às bancas de alguns Estados — em Goiás, circula no domingo, eventualmente aos sábados — traz uma reportagem explosiva (título da capa: “A bomba de Palocci contra Lula e o PT”). O ditador da Líbia, Muamar Kadafi (xxxx-2011), segundo a proposta de delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci —e x-braço-direito de Lula da Silva —, teria doado 1 milhão de dólares para a campanha presidencial do petista-chefe na campanha de 2002. Trata-se da primeira campanha vitoriosa de um candidato do PT a presidente da República.
A capa da revista mostra Lula da Silva, Muamar Kadafi e o presidente da Bolívia, Evo Morales. A foto foi feita no encontro da Cúpula América do Sul-África, na Venezuela, em 2009. O repórter Robson Bonin diz que não se trata de “uma cena protocolar, como se observa no aperto de mão informal. A fotografia retrata dois líderes que se diziam ‘irmãos’. Durante 42 anos, Kadafi governou a Líbia seguindo o protocolo dos tiranos. Coronel do Exército, ele liderou um golpe em 1969. No poder, censurou a imprensa, reprimiu adversários e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão perpétua, tortura e morte a quem contrariasse o regime. Dinheiro líbio também financiou grupos terroristas e movimentos políticos em vários cantos do planeta. Entre os que receberam recursos da ditadura líbia estavam, de acordo com o ex-ministro Antonio Palocci, o PT e seu líder máximo, o ex-presidente Lula”.
Palocci garante que, “em 2002 Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para financiar a campanha eleitoral do então candidato Lula”. A reportagem acrescenta que, “fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci esteve no centro das mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas. Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial para fulminar o partido e o próprio ex-presidente”.
Se a história for comprovada, o registro do PT pode ser cassado. Porque, pela lei, outros países não podem bancar eleições no Brasil.
Na internet, a “Veja” divulgou apenas uma parte da reportagem. Espera-se que Antonio Palocci tenha apresentado provas, e que tenham sido transcritas pela revista.