Bastidores

As prévias do PSDB para definir o candidato a prefeito de Goiânia serão realizadas em março ou abril, afirma o presidente do partido, Afrêni Gonçalves. “Elas terão algumas variáveis. Os pré-candidatos precisam ter um projeto para a sociedade e pesquisas serão consultadas. Outras variáveis ainda vão ser definidas.”

O comentário na base do governador de Goiás, Marconi Perillo, em Anápolis é um só: o deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB, precisa assumir que é, de fato, pré-candidato a prefeito. Políticos locais, inclusive tucanos, dizem que não são procurados por Alexandre Baldy. Pelo contrário, são olimpicamente ignorados.

O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, tem comentado que precisa de uma vice que robusteça sua campanha ou pelo menos tenha tempo de televisão.
O nome de Simeyzon Silveira tem a simpatia, mas o tempo de televisão de seu partido é quase nada. O PPS tem mais tempo de tevê, mas não tem um nome de destaque na capital, excerto o deputado federal Marcos Abrão, que não quer ser vice.
O que fará Vanderlan? Por certo, vai aguardar a definição da chapa tucana. Digamos que o vice de Jayme Rincón, ou de outro candidato do PSDB, não seja Virmondes Cruvinel, do PSD. Excluído da disputa da chapa governista, resta ao PSD dois caminhos. Lançar candidato próprio — Cruvinel, Thiago Peixoto ou Francisco Jr. — ou compor com outro candidato.
É provável que, conforme o quadro político do início de 2016, Vanderlan Cardoso ofereça sua vice ao PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha. Uma chapa com Vanderlan e Cruvinel não é nada fraca.
Se Vanderlan é visto como um outsider em Goiânia, Cruvinel é apontado como insider.
Vale acrescentar que o PSD vai jogar para si e por si, não para reforçar a musculatura do PSDB, nas disputas de 2016 e 2018.

Do deputado Sandes Júnior: “Eu não sei se o deputado Waldir Soares vai deixar o PSDB, mas estou convicto de que vai disputar a Prefeitura de Goiânia”. Qual o motivo de tanta convicção. “Ser candidato em Goiânia, onde obteve mais de 170 mil votos, é a verdadeira obsessão do delegado. Ele não esconde isto de ninguém.” Líderes dos principais partidos da base do governador Marconi Perillo desconfiam que há uma tentativa, nada sutil, por parte da cúpula de fortalecer exclusivamente o PSDB para a disputa eleitoral de 2016. Os líderes não apresentam publicamente suas desconfianças sobre a “hegemonia excessiva” do tucanato. Porém, internamente, as discussões começam a pipocar.

[caption id="attachment_50832" align="alignleft" width="300"] Candidatos em Aparecida[/caption]
O presidente do PSDB em Goiás, o ex-deputado Afrêni Gonçalves, afirma que a parceria administrativa entre o governador Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do PMDB, é sólida. “Mas trata-se de uma parceria administrativa, porque gestor não faz oposição a gestor. Nós vamos lançar candidato a prefeito e não vamos compor com o PMDB de maneira alguma.”
Afrêni sublinha que o PSDB de Aparecida tem quadros políticos e técnicos qualificados. “Um partido que conta com Ozair José [vice-prefeito], Silvio Benedito [comandante-geral da Polícia Militar], Alcides Ribeiro [empresário], Cybelle Tristão [vereadora] e Manoel Nascimento [vereador] não pode pensar em lançar vice do PMDB. Um deles vai disputar a prefeitura. Agora, se o PMDB quiser nos apoiar, aceitaremos de bom grado.”
O tucano frisa que o presidente da comissão provisória do PSDB em Aparecida é indicado pelo deputado Waldir Soares.
“Waldir Soares certamente pedirá votos para nosso candidato em Aparecida. Ressalte-se que é forte eleitoralmente no município”, frisa Afrêni Gonçalves. “O deputado federal João Campos e o deputado estadual Mané de Oliveira também subirão no palanque tucano no município. Como Maguito Vilela não será candidato, a tendência é o PSDB eleger o próximo prefeito da cidade. Nós temos os melhores nomes. Basta, portanto, fazermos uma campanha azeitada.”

O Jornal Opção perguntou para seis líderes partidários: qual vai ser o principal problema das eleições de 2016? Inicialmente, pensou-se que os políticos diriam que seria a campanha mais curta, pouco mais de 40 dias. Mas todos disseram que isto não será problema, porque se terá tempo, na pré-campanha, para expor nomes e projetos. O principal problema será, concordam os entrevistados, dinheiro. A campanha de 2016 tende a ser mais espartana. Por 2 motivos. Primeiro, há a crise econômico-financeira — que não será debelada em 2016. Há a possibilidade de se agravar. O empresário tende a colocar menos recursos na campanha. Segundo, e mais decisivo, na opinião dos políticos, é a questão de possíveis investigações tanto do Ministério Público quanto da Polícia Federal. Eles dizem que as prisões de empresários bilionários, como o presidente da Odebrecht, assustam empresários de grande, médio e pequeno porte. Os empresários temem que, mesmo colaborando como pessoa física, sejam convocados para apresentar explicações. É certo que não vão deixar de colaborar, pois muitos mantêm negócios e contatos com políticos, mas colocarão um pé atrás e vão se cercar de determinados cuidados. Noutras palavras, tentarão trabalhar mais na legalidade — se isto é inteiramente possível em campanhas eleitorais. O certo é que, desde já, vários empresários, afiançam os políticos, estão mais cuidadosos e, sobretudo, temerosos com o financiamento das campanhas. “No final, independentemente da mudança das leis, são os empresários que bancam as campanhas. Só quem tem excedente financeiro pode distribui-lo em campanhas eleitorais”, afirma um deputado federal.

[caption id="attachment_50820" align="aligncenter" width="620"] Misael Oliveira e João Gomes, prefeitos de Senador Canedo e Anápolis | Fotos: Jornal Opção[/caption]
Do experimentado Joaquim Liminha, ex-presidente da Câmara Municipal de Anápolis e presidente do PSC: “Anote duas coisas e me cobre depois. Primeiro, Misael Oliveira, do PSDB, vai ser reeleito prefeito de Senador Canedo. Segundo, João Gomes, do PT, vai ser reeleito prefeito de Anápolis”.
Liminha não costuma errar prognósticos sobre política e sobre futebol. Ele disse ao Jornal Opção: “O Goiás vai derrotar o Internacional de Porto Alegre”. O repórter, cético, não registrou a “profecia”. Resultado: o Goiás ganhou do Inter por 2 a 1, numa virada sensacional.
Em termos de futebol, Liminha é conhecido como “Magic”.

O governador Marconi Perillo tem pelo menos 2 jogos para a disputa da Prefeitura de Goiânia. No 1º turno, vai bancar o candidato do PSDB (quer o partido forte em Goiás para exibi-lo no país). No 2º, irá para o palanque de qualquer um dos candidatos de sua base política. Por isso, pode-se falar que o tucano-chefe tem vários players na capital: Jayme Rincón, Giuseppe Vecci, Thiago Peixoto, Vanderlan Cardoso, Luiz Bittencourt, Sandes Júnior e Virmondes Cruvinel.

[caption id="attachment_50814" align="alignright" width="300"] Henrique Jayme | Foto: Facebook[/caption]
Engenheiro formado pela USP, com mestrado iniciado em economia na Universidade de Brasília (UnB) e proprietário de uma empresa de alimentos, Henrique de Pina Jayme, um garoto de menos de 30 anos, pode ser o fenômeno eleitoral de Pirenópolis. Ele deve ser candidato a prefeito pelo PSDB.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito Nivaldo Melo devem apoiá-lo. É uma aposta na renovação, sobretudo numa renovação consistente e arejada. Henrique Jayme está se revelando agregador, moderado e hábil nas articulações políticas.
Até seu pai, o experimentado Frederico Jayme, está surpreso com a desenvoltura política de Henrique Jayme. “Sua receptividade é extraordinária”, afirma o ex-chefe de gabinete do governador Marconi Perillo.
Frederico Jayme diz que não vai impedir a carreira política do filho. Mas diz que às vezes pega-se pensando se não seria melhor Henrique Jayme concluir o mestrado, fazer o doutorado e tocar seus negócios. “A política é um caminho quase sem volta. Sair, como eu fiz, não é fácil. E há os dissabores.”

O presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves, encontrou-se com o deputado federal João Campos e perguntou: “Procede que você saiu do páreo da disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016?” Afrêni, que está organizando as prévias, ficou surpreso com a resposta do deputado bancado pelas igrejas evangélicas e por parte da Polícia Civil de Goiás. João Campos disse que não saiu do páreo e que tem votado de disputar a prefeitura.

Políticos de Mineiros sugerem que o prefeito Agenor Rezende (PMDB), de 71 anos, é um fenômeno político e administrativo a ser estudado. Ele é mal avaliado pela população — não recebe as pessoas, manda secretários recebê-las, sempre alegando que não tem tempo —, mas sua gestão não é tão mal avaliada. Peemedebistas avaliam que a “candidata ideal” para enfrentar Agenor Rezende é Neiba Barcellos. Motivo: como também foi prefeita, a tucana tem certo desgaste, que, na campanha, tende a ser exibido, avaliado e comparado ao do prefeito. A ressalva é que o desgaste recente é sempre mais forte do que o passado, que tende a ser esquecido. Como são mais conhecidos, com um cartel administrativo para exibir, Agenor e Neiba polarizam, no momento, as atenções dos eleitores.

O suplente de deputado federal José Mário Schreiner (PSD), presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), deve apoiar a candidatura de Neiba Barcellos (PSDB) para prefeita de Mineiros. Acredita-se, até, que o governador de Goiás, Marconi Perillo, vai articular um frentão para o tucanato recuperar o poder numa das principais cidades do Sudoeste.
Embora não seja muito presente na cidade, dada sua atuação no Estado, pela Faeg, e no país, pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Schreiner é respeitado pelo eleitorado. Afinal, como figura de prestígio regional e nacional, é motivo de orgulho para os moradores de Mineiros.
Sua força eleitoral em Mineiros não é decisiva, mas, como a eleição de 2016 será muito acirrada, seu apoio pode fazer a diferença para Neiba.
O prefeito Agenor Rezende, do PMDB, e a ex-prefeita Neiba Barcellos, do PSDB, representam a tradição política em Mineiros. Se o eleitor optar pelos dois candidatos estará bancando a tradição e ignorando a renovação. Duas políticas representam o “novo” em Mineiros: a cirurgiã plástica Ivane Campos, do PT, e a dentista e vereadora Flávia Vilela, do Solidariedade. O PT é fraco e isolado na cidade — só tem um vereador (o município tem 15 vereadores) —, mas Ivane Campos, paradoxalmente, é consistente eleitoralmente. Talvez seja possível sugerir que, se tivesse um grupo político mais amplo, seria uma candidata perigosa, eleitoralmente, para as forças tradicionais. Flávia Vilela é articulada, está no segundo mandato e seu partido é o que tem mais vereadores na Câmara Municipal — cinco. O problema é que atuam da seguinte forma: é cada por si e Deus contra todos. Não há uma ação unificada e pró-candidatura de Flávia Vilela. Portanto, o grupo, que em tese é forte, na prática é frágil e nada coeso.

[caption id="attachment_50802" align="alignleft" width="238"] Eduardo Cury[/caption]
O PSDB nacional constituiu uma comissão de 9 deputados federais para fazer um diagnóstico do desempenho eleitoral do partido, desde as eleições de 2008, em todos os Estados.
Em cada Estado, um deputado verificava: o desempenho do partido nas cidades com mais de 100 mil eleitores, nas cidades com mais de 100 mil habitantes e nas cidades em que há programa de televisão durante as campanhas.
Eduardo Cury, de São Paulo, foi o deputado federal escolhido para colher as informações sobre Goiás. Ele esteve em Goiânia e conversou demoradamente com a cúpula do PSDB. Depois de falar com Afrêni Gonçalves, esteve com o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Numa conversa com integrantes do PSDB, Cury disse: “Marconi Perillo tem um nome respeitado nacionalmente, tanto como político como quanto gestor inovador e criativo. Portanto, não dá para ‘segurá-lo’ se quiser disputar a Presidência da República”.
Cury perguntou se havia um candidato definido para prefeito de Goiânia. Afrêni explicou que não e que o partido fará prévias. Porque há pelo menos três postulantes declarados: Jayme Rincón e os deputados Fábio Sousa e Waldir Soares.

[caption id="attachment_27311" align="aligncenter" width="620"] Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Quase definido como candidato a prefeito de Goiânia pelo PSD, Virmondes Cruvinel prefere sugerir que se trata de um dos nomes. “Nós temos, para ficar em dois políticos, Thiago Peixoto e Francisco Jr. São políticos qualitativos, posicionados e que sabem tudo sobre a capital.”
Com seu nome colocado por aliados, para que comece a ser avaliado pelo eleitorado, Virmondes Cruvinel quer ser candidato e conhece como poucos os problemas da cidade. Mas não quer parar na fase do diagnóstico.
Virmondes Cruvinel está estudando Goiânia, em detalhes, e visitando outras cidades para, no lugar de ficar discutindo problemas, resolvê-los — se for eleito, é claro.
Na semana passada, quando ficou evidenciado que é o político do PSD que parece mais disposto a ser candidato, Virmondes Cruvinel recebeu dezenas de telefonemas e centenas de mensagens de apoio nas redes sociais (as redes “virmondizaram” ou “virmondiviralizaram”).
A maioria realça que se trata de um político qualificado e atento aos fatos da cidade. Poucos trabalham tanto para melhorar o lazer do goianiense quanto Virmondes Cruvinel. O deputado estadual foi decisivo na aprovação do estatuto da micro e da pequena empresa.