Bastidores

[caption id="attachment_62064" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
O deputado e líder evangélico João Campos, que trocou o PSDB pelo PRB, pretende disputar mandato de senador em 2018. Assim como Lúcia Vânia, do PSB, Wilder Morais, do PP, Magda Mofatto, do PR, e Marconi Perillo, do PSDB. Todos pela chamada “base aliada” — que, com tantos candidatos, doravante será conhecida como quase-aliada.

[caption id="attachment_62062" align="alignright" width="620"] Foto: Alexandre Parrode[/caption]
O presidente do PMDB em Goiás, deputado federal Daniel Vilela, diz que o partido encomendou pesquisas qualitativas e quantitativas sobre a disputa eleitoral em Goiânia. “O quadro é extremamente favorável a Iris Rezende, que deve ser o candidato do partido a prefeito. Ele é bem avaliado como gestor e é visto como o político capaz de reorganizar a prefeitura.” O jovem político frisa que, em quaisquer cruzamentos que se faça, o decano peemedebista é o líder absoluto. “O PMDB deve eleger os prefeitos de Goiânia e de Aparecida de Goiânia — as duas cidades com maior eleitorado do Estado. Trata-se de uma força considerável, o que fortalece o partido para embates futuros, como 2018, quando deveremos retomar o governo.” Em Anápolis, “vamos bancar o empresário Eli Rosa. Ele pode acabar surpreendendo, como candidato da terceira via, e ser eleito. Em Rio Verde, maior cidade do Sudoeste goiano, e em Jataí, onde temos o prefeito, devemos eleger os próximos administradores”.

O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, esteve com o presidente do PSD nacional, Gilberto Kassab, e com o peemedebista Moreira Franco, em São Paulo. “Moreira, que é muito ligado ao vice-presidente Michel Temer, nos disse que o PMDB vai sair do governo da presidente Dilma Rousseff. Kassab informou que vai liberar a bancada do PSD para decidir como quiser. Pelo menos 90% de nossos parlamentares vão votar pelo impeachment. Ninguém segura mais o impedimento da gestora petista. O país quer. Todos querem. A economia não suporta mais a inação do governo. Recentemente, conversei com Luziano Martins, das lojas Novo Mundo, e ele me disse que nunca passou por uma crise tão grande.” “Eu disse: ‘Luziano, o Brasil já teve outras crises fortes’. Ele me respondeu: ‘De fato, mas agora as pessoas, não apenas o mercado, não tem nenhuma expectativa, não luz no fim do túnel”, afirma o secretário das Cidades e Meio Ambiente. Ainda sobre Kassab: “Por lealdade à presidente Dilma, com quem mantém bom relacionamento, ele vai continuar no governo”.

[caption id="attachment_62059" align="alignright" width="620"] Marcus Vinicius: “A eleição de Goiânia está inteiramente aberta”[/caption]
O marqueteiro Marcus Vinicius Queiroz diz que o quadro político-eleitoral de Goiânia nunca esteve tão aberto. “Há um cansaço muito grande com os políticos tradicionais e mesmo com os novos que se comportam como se fossem antigos. Não há nada mais velho e superado que o populismo, pois há dois pré-candidatos que são populistas. É provável que o quadro atual mostrado pelas pesquisas de intenção de voto, em termos de liderança, será modificado assim que o debate se acirrar, quando as propostas poderão ser examinadas de maneira mais objetiva.”
Marcus Vinicius frisa que os candidatos precisam entender que não existe uma Goiânia, e sim várias. “A cidade precisa de várias subprefeituras, pois alguns bairros são cidades gigantes, inclusive com especificidades. Campinas, por exemplo, é outra cidade. O Setor Universitário contém pelo menos três bairros num só, assim como há pelo menos dois Jardins Novo Mundo. Um projeto orgânico, de fácil compreensão, sobre como será dividida a gestão do município pode interessar ao leitor. Muito mais do que falar em asfalto ou que se vai resolver o problema da segurança pública com uma canetada.” O marqueteiro frisa que há um espaço imenso a ser trabalhado.

[caption id="attachment_62057" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
O vice-presidente da República, Michel Temer, tem confidenciado aos seus aliados que o governo da presidente Dilma Rousseff “acabou”. Ela estaria pregando para os “convertidos” e ignorando os brasileiros que não apoiam seu projeto de poder. Do ponto de vista do Congresso Nacional, ficará, entre o médio e o curto prazo, sem base política consistente. Como avalia que, cassada, acabará por assumir o governo, Michel Temer já está tratando de pensar num ministério palatável para o país e para o mercado. Armínio Fraga e Henrique Meirelles já teriam sido sondados para o Ministério da Fazenda. O vice-presidente enviou dois emissários para conversar com o governador de Goiás, Marconi Perillo, com o objetivo de discutir a crise política. As duas partes avaliam que “a conversa foi boa”.

[caption id="attachment_62055" align="alignright" width="620"] Deputado Lissauer Vieira[/caption]
O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) tem confidenciado a aliados que está preocupado com o crescimento do deputado estadual Lissauer Vieira (PSB). Há quem aposte que, ao final da peleja, a polarização se dará entre Paulo do Vale (PMDB) e Lissauer Vieira. A arrogância de Cruvinel assusta até seus companheiros de jornada.
Atuando juntos, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha, ambos do PMDB, dinamitaram parte significativa da oposição. O PMDB conquistou seis vereadores e o DEM mais três — totalizando nove conquistas, o que é, de fato, um fenômeno político. O vereador Manoel Nascimento, um dos nomes fortes do PSDB, agora é filiado ao DEM. Modesto, Gustavo afirma que, se não fosse a gestão eficiente e sua capacidade de articulação, os vereadores não teriam deixado a base governista em termos de Estado. Procede que polo que atrai é o prefeito, até porque tem o que oferecer, em termos de estrutura, mas o vereador agiu com eficiência em termos de conquistar apoios.
Na maioria das cidades de Goiás, o grande embate eleitoral não se dará entre candidatos a prefeito do PSDB e do PMDB. Este apequenou-se em praticamente todo o Estado. A disputa se dará, na verdade, entre candidatos da base aliada. Candidatos do PSDB vão disputar contra candidatos do PSD, do PP, do PTB, do PSB e do PR. Será uma guerra fratricida, sem contemplação. Os líderes municipais do PMDB ficarão na plateia assistindo a luta governista.

[caption id="attachment_61816" align="alignright" width="620"] Foto: Eduardo Ferreira[/caption]
Os tucanos Marconi Perillo e Geraldo Alckmin estreitaram nos últimos meses a relação político-pessoal. Com frequência, o governador de Goiás e o governador de São Paulo trocam opiniões e avaliações sobre o quadro político e a crise econômica nacional, além de traçarem estratégias comuns de atuação na política. A dobradinha promete. O líder paulista avalia que o líder goiano é o vice ideal. Mas o tucano-chefe do Cerrado avalia que pode disputar a Presidência.

[caption id="attachment_62050" align="alignright" width="620"] Júlio Paschoal, economista competente e sério, é visto como pouco republicano pelo tucanato de Catalão[/caption]
Políticos do PSDB do Sudeste do Estado afirmam que o superintendente da Secretaria da Mulher, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Trabalho (ufa!), o economista Júlio Paschoal, atua contra os tucanos e a base aliada do governador de Goiás, Marconi Perillo, na região de Catalão. Um político de Catalão relata que, “por iniciativa própria e sem ouvir líderes relevantes da região, como o prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), ele agendou visitas de patrulhas de máquinas pesadas para beneficiar prefeitos de oposição, como o prefeito de Ouvidor, que é do PMDB. Seria republicano se o superintendente estivesse atendendo tambaém os prefeitos da base governista”. Pode ser boato, mas o mercado persa da política comenta que Júlio Paschoal, sério e competente, “estaria estreitando laços políticos com o deputado estadual Adib Elias e poderá apoiar o PMDB na campanha eleitoral de 2 de outubro”. Ou seja, tudo aquilo que o governador Marconi Perillo rejeita.
Christian Pereira assumiu a presidência da comissão provisória do PT do B de Goianira e o vereador Deivison Costa é o novo presidente da comissão provisória do partido em Goiás. O jovem político tanto pode ser candidato a prefeito quando pode ser vice de Carlão Alberto Oliveira, do PSDB.
O médico Iron Dangoni — que perdeu a eleição em 2012 — apoia Carlão Alberto Oliveira e Christian Pereira para, respectivamente, prefeito e vice-prefeito de Goianira. Numa reunião feita na casa de Christian Pereira, com a presença de Carlão Alberto, Iron Dangoni sugeriu o primeiro para vice do segundo. Renato Bernardes, do PP, que estava na casa disse que nunca viu tanto entusiasmo com um candidato.
Que Carlão Alberto Oliveira tende a ser eleito prefeito de Goianira, município nas proximidades de Goiânia, até os postes, as pedras e as crianças de 2 anos já sabem. Mas o postulante pelo PSDB não quer uma vitória por W. O. É que o prefeito Miller Assis, se perceber que sua derrota será acachapante, pode desistir da disputa e bancar um laranja qualquer. Carlão Oliveira prefere derrotar Miller Assis nas urnas.
Recentemente, um tucano encontrou dezenas de pessoas de Goianira fazendo peregrinação para Trindade. Ele perguntou: “Qual a razão da romaria?” A resposta: “Pela derrota do prefeito Miller Assis na eleição de outubro”. Ao mesmo tempo, todos prometem pagar os impostos em dia.
O prefeito de Caldas Novas (PP), Evandro Magal, e Alison Maia, mesmo antes da campanha, estão travando uma guerra federal. O que se comenta, fora e nos bastidores, é que a ascensão de Alison Maia preocupa o pepista Evandro Magal. A história de que o sargento é o “Waldir Soares das águas quentes” está pegando em Caldas Novas. Mas Magal é experimentadíssimo.