Bastidores

Com problemas de saúde, Isanulfo Cordeiro ficou afastado durante algum tempo. Mas vai continuar no governo

Em delação premiada, Fabio Cleto disse “que Eduardo Cunha ficou com 1% de negócio de R$ 940 milhões aprovado pelo FI-FGTS com a empresa Eldorado, do Grupo JBS”

Eduardo Machado: secretaria extraordinária. Tibúrcio: Agência de Fomento. Tannus: ABC. Tayrone di Martino: Secretaria de Governo

Há quem atribua o fato de Lissauer Vieira não ter ido para a mesa às suas críticas e às críticas de Vanderlan Cardoso ao governo do Estado
[caption id="attachment_47654" align="alignleft" width="620"] Deputados Diego Sorgatto e Lissauer Vieira: o PSB perde força na Assembleia Legislativa| Fotos: Marcos Kennedy e reprodução / Facebook[/caption]
O PSB tem dois deputados estaduais — Diego Sorgatto e Lissauer Vieira —, mas não conseguiu emplacar nenhum deles na mesa diretora da Assembleia Legislativa que, eleita na quinta-feira, 30, assume em fevereiro de 2017. Os parlamentares tinham o apoio de Virmondes Cruvinel, do PPS.
Na marca do pênalti, com Lissauer Vieira praticamente definido para a mesa diretora, o presidente da AL, Helio de Sousa, que não pretendia continuar na cúpula, foi eleito para o cargo de primeiro-secretário.
Um líder do PSB avalia que as críticas recentes de Vanderlan Cardoso ao governo de Marconi Perillo podem ter tirado Lissauer Vieira da mesa diretora. É provável? É. Lissauer Vieira também estaria criticando setores do governo. Mas como explicar que um deputado do PMDB, Bruno Peixoto, figure na mesa?

O jornalista mostra-se corajoso e enfrenta os batalhões milionários dos petistas que tomaram conta da Empresa Brasileira de Comunicação

Integrantes do STF foram aprovados por alguns dos senadores comprados por agentes do mensalão. Portanto, as sabatinas e aprovações não possuem valor — são nulas

João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, demitiu o executivo Nelson Mello, que, em delação premiada, incrimina Renan Calheiros, Romero Jucá, Eduardo Braga e Eunício Oliveira

A polícia não informou se foi assassinato, suicídio ou “morte natural”

Apesar de sua banalização, a cirurgia bariátrica é recomendada apenas em casos extremos de obesidade

O líder do Partido Verde afirma que, na região Leste, é o único postulante do grupo de Alcides Rodrigues, pré-candidato a prefeito pelo PSDB

O governador Marconi Perillo já autorizou a transformação de uma escola em colégio militar. Mas a secretária da Educação está demorando a liberar parecer

[caption id="attachment_69394" align="aligncenter" width="620"] Divino Lemos, Alsueres Mariano, Zélio Cândido e Misael Oliveira: o postulante que terá mais dificuldade na eleição é o quarto[/caption]
Pode-se falar mal do ex-prefeito de Senador Canedo Divino Lemes (PSD) — sugerindo que não fez uma gestão tão criativa e inovadora quanto a de Vanderlan Cardoso. Mas as pesquisas de intenção de voto sempre mostram-no em primeiro lugar — à frente de Alsueres Mariano (PR) e do prefeito Misael Oliveira (PDT). O eleitor está dizendo, ao bancá-lo, que não quer os grupos que estão no poder há 12 anos — o de Vanderlan e o de Misael? Pode ser. É provável que o desgaste de Divino Lemes tenha ficado no passado, quer dizer, pode ter sido esquecido.
Há uma tendência a subestimar Zélio Cândido, porque o empresário não tem deslanchado. Porém, quando começar a campanha de fato, com Vanderlan bancando-o de maneira mais ostensiva, o quadro pode mudar. Acrescente-se que, ao contrário de outros postulantes, tem estrutura financeira para bancar uma campanha consistente, inclusive com a contratação de um marqueteiro de primeira linha. Até há pouco, falava-se que Izaura Cardoso, mulher de Vanderlan, poderia substitui-lo. Tudo indica que não há mais como retirar Zélio do páreo.
O caso mais complicado é o de Misael. O prefeito fez obras, não é apontado como gestor desqualificado. Mas as pesquisas e as ruas são implacáveis. Sua rejeição é alta, quase incontornável. Eleitores e políticos têm na ponta da língua os motivos da rejeição do líder do PDT: arrogância no tratamento pessoal, indiferença com os pleitos dos indivíduos, inclusive dos aliados, e falta de tato no relacionamento direto. O prefeito é visto como um cidadão que não atende populares, políticos e empresários. Frase de um aliado: “Misael fica feliz por não atender telefonemas”.
Um vereador é peremptório: “O eleitor de Senador Canedo quer devolver Misael à política de Goiânia, que, na verdade, é sua cidade. Ao menos em termos do nosso município, o prefeito é um político de proveta, uma invenção de Vanderlan que deu errado”. De fato, falta sintonia entre o prefeito e os eleitores.

[caption id="attachment_41417" align="aligncenter" width="620"] Heuler Cruvinel e Lissauer Vieira: união pela hegemonia política em 2016 e 2018? Não está descartada[/caption]
Não será nenhuma surpresa se o deputado estadual Lissauer Vieira (PSB) anunciar apoio à candidatura de Heuler Cruvinel (PSD) para prefeito de Rio Verde. Vale dizer que não há nada acertado, mas o verdadeiro rival dos dois — quer dizer, da base do governador Marconi Perillo no município — é o peemedebista Paulo do Vale (investigado pela Polícia Federal).
Um tucano de bico erado, muito próximo do governador Marconi Perillo, sugere que Lissauer Vieira e o prefeito Juraci Martins pensem de maneira tática e estratégica. Noutras palavras, propõe que pensem na eleição de 2016 como o primeiro tempo da eleição de 2018. Uma vitória de Paulo do Vale — se ele puder mesmo ser candidato — beneficia sobretudo Iris Rezende e Ronaldo Caiado, quer dizer, o PMDB e o DEM. Uma vitória de Heuler Cruvinel, que estaria liderando as pesquisas de intenção de voto, favorece uma possível candidatura de José Eliton (PSDB) a governador.
O tucano frisa que é preciso pensar na aliança e na hegemonia do grupo que governa Goiás. O bom senso recomenda, sublinha, que Heuler Cruvinel e Lissauer Vieira marchem unidos na campanha deste ano.

[caption id="attachment_69392" align="aligncenter" width="620"] Dária Rodrigues, Aninha Carvalho e Talitta di Martino: uma delas pode ser vice em Trindade[/caption]
Como o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, se tornou um player nacional? Porque articula politicamente com habilidade e, como integrante da cúpula tucana, é sempre convocado para opinar sobre questões cruciais do país. Mas o que catapultou-o mesmo para a política nacional foram suas gestões criativas. Inicialmente, influenciando inclusive o governo do PT, chamou atenção devido ao Renda Cidadã — que, com o cartão, tornou o programa social impessoal e não-populista — e à Bolsa Universitária (um programa social inclusivo e com porta de saída). A criação da Universidade Estadual de Goiás (UEG), num momento em que se incentivava a privatização do ensino superior, é vista como outro de seus méritos. A construção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, com projeto do arquiteto que construiu Brasília, dotou Goiânia de um amplo espaço para a cultura e, ao mesmo tempo, a arquitetura tornou-se uma referência turística da cidade. Mas hoje o que chama mais atenção é a área de saúde.
O Centro de Reabilitação e Readaptação (Crer), no estilo do Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, tornou-se uma referência nacional. Tanto que o Ministério da Saúde, desde o governo da presidente afastada Dilma Rousseff, o recomenda como modelo para outros Estados. O Crer é decantado em verso e prosa do Oiapoque ao Chuí. Em seguida, Marconi Perillo construiu o Hospital de Urgências 2, mais conhecido como Hugol. Sua estrutura e qualidade do atendimento impressionam. Mas o que pode consagrar o tucano em definitivo são os centros de recuperação para dependentes químicos, mais conhecidos pela sigla credeqs. Na semana passada, o governo goiano inaugurou o primeiro, em Aparecida de Goiânia. Se funcionar bem, será referência para o país.
Hoje, a violência em todo o Brasil está associada ao tráfico de drogas. Se o tráfico é um problema policial, que deve ser combatido com rigor, o consumo de crack, cocaína, heroína, maconha e outros entorpecentes é um problema social, geracional e de saúde pública. O problema não será resolvido com uma canetada, mas o governo de Goiás decidiu enfrentá-lo de frente, oferecendo assistência àqueles que querem de fato descontaminarem-se. Não será uma tarefa fácil — é um trabalho de Hércules, para usar uma linguagem metafórica —, mas o governo está tentando resolvê-la. A demanda por assistência é muito maior do que a oferta, mas esta aos poucos será ampliada.
Na inauguração do Credeq de Aparecida de Goiânia, um político do PMDB, o prefeito do município, Maguito Vilela, era o mais entusiasmado. Tratou-o como uma “grande obra” — “o maior centro de recuperação do mundo”. O tucano é o primeiro gestor brasileiro a deixar o debate sobre o assunto de lado e a oferecer uma solução objetiva para o problema.

O pré-candidato do PSDB a prefeito de Aparecida de Goiânia, Alcides Ribeiro, espalhou outdoors pela cidade inteira — não pedindo votos, mas apresentando-se como empresário, com o objetivo de firmar-se no inconsciente coletivo. Mesmo assim, com uma campanha ostensiva, o tucano não cresce, ao menos não cresce de maneira satisfatória. Ele continua sugerindo que o pré-candidato do PP a prefeito, coronel Silvio Benedito, será o seu vice. Mas o militar, especialista em segurança pública — assunto que preocupa a maioria dos eleitores de Aparecida —, insiste que será candidato. Embora tenha começado a se manifestar agora, tem sido mencionado nas pesquisas, e sempre de maneira positiva. Se candidato, pode ser o fenômeno eleitoral da campanha. O pré-candidato do PMDB, Gustavo Mendanha, tem um trunfo: o apoio do prefeito Maguito Vilela, muito bem avaliado pela população.
Porém, embora bancado por Maguito Vilela, Gustavo Mendanha até agora não deslanchou, aparecendo não muito bem nas pesquisas de intenção de voto, segundo seus próprios aliados. “Maguito ainda não está fazendo campanha. Quando começar, Gustavo deslancha”, sugere um peemedebista. Especialistas em política de Aparecida apostam que a eleição terá segundo turno e que Gustavo irá para a disputa final — com Alcides Ribeiro ou com Silvio Benedito. E o deputado Marlúcio Pereira, do PSB? No momento, aparece bem nas pesquisas de intenção de votos, mas ninguém, nem mesmo seus aliados, aposta que será candidato. A maioria sugere que vai negociar com Gustavo Mendanha ou com um candidato da base do governador Marconi Perillo tendo em vista um projeto político-eleitoral para 2018. Ele quer disputar mandato de deputado federal.