Bastidores
Nos bastidores, Adriana Accorsi estaria dizendo que foi pouco ajudada pelo prefeito Paulo Garcia na campanha. Ela teria sido eleita muito mais devido ao seu trabalho como delegada de polícia. É provável que a delegada-deputada eleita esteja certa. Certíssima. Na campanha deste ano, Paulo Garcia mais atrapalhou do que ajudou. O candidato dele a deputado estadual, Paulo de Tarso, obteve uma votação pífia.
Iris Rezende e Iris Araújo pretendem, um dia, se tiverem tempo, vingar-se dos prefeitos de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e de Jataí, Humberto Machado, ambos do PMDB. Os irisaraujistas sustentam que, disfarçadamente, Maguito Vilela e Humberto Machado trabalharam para o tucano Marconi Perillo. No caso de Maguito Vilela, talvez seja injusto. Mas o prefeito de Jataí não esconde que, entre Iris Rezende e o tucano-chefe, fica mesmo com o segundo.
O deputado federal Sandro Mabel aliou-se a Iris Rezende no projeto de expulsar Júnior Friboi do PMDB. Curiosamente, antes de se tornar irista de carteirinha, como se tivesse acometido de alguma febre, Mabel era um dos maiores incentivadores da candidatura de Friboi a governador de Goiás.
Em casos de expulsão de Júnior Friboi do PMDB, como quer o grupo de Iris Rezende, o PROS e o PRTB querem a filiação do empresário. O PTB e o PL também querem a filiação de Júnior Friboi.
O ex-deputado Frederico Jayme vai trabalhar, ao lado do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, contra a expulsão de Friboi. Frederico Jayme avalia que Friboi tem uma contribuição a dar na recuperação do PMDB.
Iris Rezende recebeu o apoio do maior grupo de comunicação de Goiás — o Grupo Jaime Câmara —, porém, como os tempos mudaram, o peemedebista começou e terminou mal o pleito. O Grupo Jaime Câmara deve um favor a Iris Rezende. Quando os irmãos Marinho não queriam renovar a concessão da programação da TV Globo para a TV Anhanguera, e nem mesmo aceitavam receber integrantes da família Câmara, o peemedebista procurou diretamente Roberto Marinho, o falecido presidente do grupo Globo. Com a interferência de Iris Rezende, a concessão foi renovada. Ele chegou a ganhar participação, minoritária, na empresa. Mas depois deu suas “ações” de presente de casamento para amigos. Grata, a família Câmara sempre apoia as campanhas do decano peemedebista. No Tocantins, o Grupo Jayme Câmara apoiou o governador Sandoval Cardoso, e ele perdeu. Mauro Miranda, atacadíssimo pelos veículos do grupo, foi eleito no primeiro turno.
Se a presidente Dilma Rousseff for reeleita, o PSD terá uma fatia expressiva no governo federal, possivelmente indicando dois ministros. O presidente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, deve ser ministro de Dilma Rousseff, se esta for reeleita, e deve levar Vilmar Rocha, de Goiás, para sua equipe. Assim, Vilmar Rocha se tornaria o principal interlocutor do governo de Goiás — leia-se Marconi Perillo — junto ao governo federal. Claro que, por enquanto, são especulações. Kassab, por sinal, mantém excelente relacionamento com o tucano goiano.
O senador Gim Argello (PTB-DF), que não foi reeleito, era o principal interlocutor do governador Marconi Perillo junto ao governo federal. Gim Argello é amigo da presidente Dilma Rousseff.
O presidente do PSD é cotado para ocupar um ministério num possível governo do tucano Aécio Neves
Os petistas da “Articulação” — leia-se o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, o mensaleiro Delúbio Soares e a secretária da Educação da capital, Neyde Aparecida — querem punir os vereadores Tayrone di Martino e Felisberto Tavares, de Goiânia, e o ex-chefe de gabinete do prefeito Paulo Garcia, o ex-deputado Iram Saraiva Júnior. O petismo do grupo de Paulo Garcia sustenta que os três políticos são infiéis, porque estariam apoiando a candidatura de Marconi Perillo no segundo turno.
Mas há uma lógica retorcida na argumentação da antiga e encanecida Articulação. No primeiro turno, Tayrone di Martino, Felisberto Tavares e Iram Saraiva Júnior apoiaram, decididamente, os candidatos do PT a governador, Antônio Gomide, e a deputado estadual e federal. Entretanto, no primeiro turno, o prefeito Paulo Garcia apoiou Iris Rezende para governador e Iris Araújo para deputada federal. Então, retirando a lógica invertida, quem é mesmo infiel? Segundo aliados de Tayrone di Martino, se for mesmo julgar infidelidade partidária, o PT tem de “punir”, em primeiro lugar, o prefeito Paulo Garcia, que, no primeiro turno, não apoiou o candidato do PT a governador.
“Sugiro que se compare o empenho de Paulo Garcia no primeiro turno, na campanha de Antônio Gomide, e a paixão do prefeito pela candidatura de Iris Rezende, no segundo turno. É óbvio que Paulo está mais entusiasmado com Iris Rezende, até porque não gosta, política e pessoalmente, do deputado federal Rubens Otoni e do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide”, afirma um tayronista. “Paulo é mais irista do que petista. Há mais fotografias do prefeito com Iris Rezende do que com Antônio Gomide. Todos nós sabemos que Paulo tem horror ao grupo liderado por Rubens Otoni”, afirma um petista.
O candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, começa a sugerir, para aliados, que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), será o responsável por sua derrota, na eleição de domingo, 26. Como o petista está fornecendo alguma estrutura para a campanha, por intermédio de seus aliados, notadamente do setor de construção civil, o irismo ainda não reclamou publicamente.
O irismo apurou que o eleitor está responsabilizando Iris Rezende pela “indicação” de Paulo Garcia para prefeito de Goiânia. Como o petista está desgastado, com imagem negativa, sua “crise” está sendo transferida para o candidato do PMDB a governador.
O irismo avalia que a crise do lixo (não recolhido), ainda não inteiramente equacionada, derrubou a imagem de Paulo Garcia e, indiretamente, atingiu a imagem de Iris Rezende. O aumento do IPTU, exatamente em cima das eleições, também prejudica a campanha do peemedebista-chefe. O lixo, como se fosse uma pedra drummondiana, está no caminho de Paulo Garcia e Iris Rezende.
No momento, o irismo tenta desvincular Iris Rezende de Paulo Garcia. Porém, embora o prefeito seja sendo mantido à margem — estaria proibido pelo comando da campanha de acompanhar o candidato na maioria dos bairros —, a população não deixa de fazer a conexão. Porque, na campanha de 2012, Iris Rezende apareceu, publicamente, para pedir votos para Paulo Garcia. Agora, o candidato do PMDB não quer Paulo Garcia pedindo — na verdade, retirando — votos para ele. O irismo está profundamente decepcionado com Paulo Garcia. Mas os petistas contrapõem e dizem que Iris Rezende entregou a prefeitura quebrada — com 400 milhões de reais em dívidas — para Paulo Garcia.
Embora ligado ao senador eleito Ronaldo Caiado, o sócio da Govesa apoia Marconi Perillo e Aécio Neves
Secretário de Segurança Pública de Goiás? Nada disso. Se Aécio Neves for eleito presidente da República, o senador eleito por Goiás Ronaldo Caiado (DEM) vai ser convocado para o Ministério da Agricultura, com o objetivo de implementar uma política agrícola para fortalecer o agronegócio e torná-lo mais competitivo. O nome de Caiado também tem sido citado para o Ministério da Saúde.
Na surdina, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, prepara a expulsão de dois vereadores, Tayrone di Martino e Felisberto Tavares, do PT. O paulo-garcismo sustenta que tanto Tayrone quanto Felisberto fazem o jogo do marconismo. Tayrone contrapõe que Paulo se tornou servo voluntário de Iris Rezende. Ele diz que é testemunha de que o prefeito não pediu votos para Antônio Gomide e para Olavo Noleto e garante que o prefeito trabalhou para o casal Iris.
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Tucano Anselmo Pereira foi autor de requerimento que pede visita a Nelcivone Melo, da Comurg. Foto: Alberto Maia/Câmara de Vereadores de Goiânia[/caption]
Aos trancos e barrancos, o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves — rivais chamam-no de “Néscio Parves” (porque brinca de MMA com a Língua Portuguesa) — tem apoiado a gestão do prefeito Paulo Garcia. Bancado por Iris Rezende, seu chefe político, Clécio tende a apoiar para sucedê-lo o vereador Mizair Lemes, do PMDB.
Mas a oposição cresceu e, com o apoio de dissidentes, como Tayrone di Martino e Felisberto Tavares, do PT mas praticamente rompidos com o partido, pode eleger o próximo presidente, deixando o prefeito numa saia justa.
Os nomes mais cotados para comandar a Câmara são: Thiago Albernaz, Anselmo Pereira, Cristina Lopes e Geovani Antônio, do PSDB.

