Bastidores
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Adib Elias tem uma vantagem: agrega os grupos de Iris Rezende e Maguito Vilela | Foto: Edilson Pelikano[/caption]
O próximo presidente do PMDB terá uma missão: organizar as candidaturas para prefeito em 2016 com o objetivo de constituir uma base eleitoral para a disputa do governo de Goiás em 2018. No momento, o nome mais cotado para dirigir o partido é o do deputado estadual eleito Adib Elias. Porém, como será candidato a prefeito de Catalão e já está em campanha, dificilmente terá tempo para reorganizar o partido num Estado que, geograficamente, é gigante.
Adib tem uma vantagem: agrega os grupos de Iris Rezende e Maguito Vilela (até Ronaldo Caiado, do DEM, o aprova, como “peemedebista honorário”). Mas pode ter o mandato cassado. Uma corrente avalia que, como não terá mandato a partir de 2015, o político mais consistente para presidir o partido é o empresário Sandes Mabel.
O vilelismo, corrente mais sólida do partido, pode apresentar três nomes para a presidência: Maguito Vilela, Daniel Vilela e Leandro Vilela (vetado por Iris Araújo).
Há quem sugira a indicação de Iris Rezende e Iris Araújo para dirigir o partido. Mas, com idade avançada, Iris Rezende (81 anos em dezembro) e Iris Araújo (72 anos em 2015) não têm condições físicas para percorrer o Estado organizando o partido e apoiando os candidatos a prefeito.
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Deputado eleito Ernersto Roller, do PMDB | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Se for mesmo cassado, Adib Elias, do PMDB, nem mesmo poderá assumir o mandato de deputado estadual. Advogados dizem que há duas hipóteses. Primeiro, se afastado, os votos do peemedebista seriam anulados e, assim, o PMDB, devido ao quociente eleitoral, perderia dois deputados — Adib e Ernesto Roller. Os tucanos Júlio da Retífica e Daniel Messac seriam eleitos. Segundo, apesar do afastamento, os votos de Adib Elias seriam mantidos e Roller seria diplomado.
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Humberto Aidar: “Sou forte em Goiânia” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O deputado estadual Humberto Aidar, reeleito com mais de 28 mil votos, disse ao Jornal Opção que Iris Rezende, derrotado para governador de Goiás, tende a disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016. “A tendência PT Pra Vencer, a qual pertenço, deve lançar candidato a prefeito. Eu vou colocar meu nome para a disputa.”
Humberto Aidar afirma que tem a imagem positiva, é conhecido e é sempre bem votado na capital. “Sou forte em Goiânia”, frisa. Ele não diz isto, mas há outro aspecto que lhe é positivo: não tem ligação com o prefeito Paulo Garcia, que passa por uma fase de desgaste intenso. No Paço Municipal, conta-se, do porteiro ao prefeito, que Paulo Garcia quer bancar a deputada eleita Adriana Accorsi (PT) para vice de Iris Rezende (PMDB).
Na disputa em Goiânia, na opinião do deputado, só grupos fortes, como PT, PMDB e PSDB, têm chances reais de eleger o próximo prefeito. “Vanderlan Cardoso, se for só com o PSB para a disputa, tende a ser derrotado, assim como perdeu para governador. É provável que, se não ampliar a aliança, nem dispute a eleição na capital.”
Há quem avalie que uma chapa com Humberto Aidar para prefeito e Edward Madureira na vice é “fortíssima”.
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Ismar Pires, cotado para o TRT-GO[/caption]
Os advogados Alexandre Meirelles, Antônio Carlos da Silva Magalhães, Breno Cachapuz Caiado, Danielle Parreira Brito, Ismar Pires, Wellington Luis Peixoto, indicados pelo Conselho da OAB-Goiás, disputam vaga de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho no Estado. Poucos duvidam que Ismar Pires será o desembargador escolhido pela presidente Dilma Rousseff.
Como mantém ligações políticas sólidas com o PT e com o PC do B, Ismar Pires aparece como hors concours. “Não há a menor dúvida, se figurar entre os três nomes indicados pelo TRT, Ismar Pires será o próximo desembargador”, afirma um experimentado advogado trabalhista. “Se a escolha for baseada mais em critérios políticos, e não técnicos, de fato Ismar Pires será o escolhido”, sugere outro advogado trabalhista. “Tecnicamente, há outros advogados trabalhistas mais qualificados na lista, mas não têm chance alguma”, sugere outro advogado.
A escolha funciona assim: os desembargadores do TRT-Goiás se reúnem, examinam a lista com seis nomes indicados pela OAB e a refinam para três nomes e a enviam para a presidente Dilma Rousseff fazer a escolha do novo desembargador.
O advogado Reinaldo Barreto foi nomeado membro da Comissão Especial da OAB Federal para Reforma Política. Integram a comissão o ex-presidente da OAB Federal César Brito, o juiz Marlon Reis (Movimento Ficha Limpa) e Aldo Arantes (PC do B). Barreto será o contraponto pra moderar o encaminhamento de propostas ao Congresso Nacional, pois Brito e Arantes são tidos como esquerdistas. Culto, dono de um texto refinado, certamente dará uma grande contribuição à reforma.
O deputado Thiago Peixoto (PSD) está com apartamento montado em Brasília e pretende concentrar seu trabalho no Entorno do Distrito Federal. O jovem economista pretende passar os próximos quatro anos na Câmara dos Deputados, concentrando-se em algumas comissões, como Educação e Meio Ambiente. Ele considera sua passagem pela Secretaria da Educação enriquecedora.
Mas, por enquanto, Thiago Peixoto quer ficar longe de cargos na gestão estadual. Ele fez um trabalho de qualidade na Educação, mas saiu com a imagem chamuscada, dada a campanha ferrenha promovida pelo Sintego.
Correntes mais autônomas avaliam que, se quiser eleger o próximo prefeito de Goiânia, o PT deve lançar o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira.
Petistas heterodoxos, que estão se distanciando, cada vez mais da militância, apostam que Edward Madureira — que obteve quase 60 mil votos de eleitores espontâneos, pois fez uma campanha sem estrutura (dinheiro e diretórios) —, além de não contaminado pelo degaste do PT local e nacional, tem a imagem de gestor eficiente e ético.
O problema é que as duas tendências dominantes, PT Pra Vencer e Articulação querem lançar seus próprios candidatos. A primeira aposta em Humberto Aidar, nome também tido como ético e sem desgaste, e a segunda em Adriana Accorsi, outro nome sem maiores desgastes, exceto por ter sido secretária de Paulo Garcia. Porém, como obteve mais de 43 mil votos para deputada estadual, não parece contaminada pelo desgaste do prefeito.
Outra vantagem de Edward Madureira é que agrega um voto novo, não petista. O ex-reitor está no PT, mas como Lula Silva, é maior do que o partido. Seu capital eleitoral é alto. Resta saber se o PT quer aproveitá-lo.
O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás, dada sua excepcional experiência como gestor, também é cotado para ser candidato a prefeito.
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Tarso Genro ganharia vaga no STF como consolação por derrota no Rio Grande do Sul | Foto: Wikimedia Commons[/caption]
O Supremo Tribunal Federal, dada a longevidade do PT no poder, pode-se tornar praticamente um segundo ministério da presidente Dilma Rousseff. O próximo ministro pode ser Tarso Genro (PT), governador derrotado na eleição de 26 de outubro, e não o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT).
Tarso Genro ganharia uma vaga no STF como consolação por ter perdido a eleição para o governo do Rio Grande para o peemedebista José Ivo Sartori. Quem diria que o Supremo, instituição das mais respeitáveis e com uma larga história de seriedade, fosse, um dia, ser usado para consolar políticos perdedores.
O problema maior é que Tarso Genro é, sobretudo, um ideólogo. No SFT, vai trabalhar para “misturar” ideologia e legislação — aparelhando uma instituição que tradicionalmente é isenta e legalista.
Relato de um petista: “Eu e um deputado fomos ao apartamento de Iris Rezende. Lá, ouvimos suas histórias, as mesmas de sempre, porém, quando o nome de Marconi Perillo foi citado, ficou com o rosto crispado. Ele nos disse que Mário Covas, que governou São Paulo, orientou o governador goiano para ‘atacá-lo’. O tucano paulista teria dito, na versão do peemedebista-chefe: ‘Pise na cabeça de Iris’”. O Jornal Opção ouviu dois tucanos, ambos bem próximos do governador Marconi Perillo, e nenhum deles confirma a história contada por Iris Rezende aos petistas. “A longevidade política de Iris”, afirma um dos tucanos, “tem a ver com o fato de que o governador decidiu não persegui-lo. Marconi é um político tolerante”.
O governador Marconi Perillo (PSDB) decidiu que vai atrair de dois a três deputados federais para compor seu secretariado — com o objetivo de enviar três suplentes para a Câmara dos Deputados. Os nomes mais cotados são Sandes Júnior (PP), Eurípedes Júnior (Pros) e José Mário Schreiner (PSD). Dos políticos goianos, Eurípedes é hoje o que mantém ligação mais sólida com a presidente Dilma Rousseff — acima do deputado Rubens Otoni (PT). Porque é presidente do Pros, que tem uma base forte de deputados federais. Além de presidir um partido, se assumir mandato de deputado, passa a ter mais força. O que será muito útil para a interlocução de Marconi com Dilma.
A história está bombando em Rio Verde. Uma garota de programa de luxo, quase “socialite”, manteve (ou mantém) um tórrido romance com um político do município. A mulher do político procurou a garota, tida como a mais bela de Rio Verde, e a espancou com extrema violência. A história está abafada. Mas a jovem surrada está disposta a pôr a boca no trombone.
O prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, continua insistindo que não brigou com o deputado federal Heuler Cruvinel, ambos do PSD.
Porém, nos bastidores, aliados de Juraci Martins e Heuler Cruvinel confirmam o conflito, mas acrescentam que um precisa do outro para sobreviver politicamente.
O conflito teria acontecido porque, apesar de que Juraci Martins ainda estaria pagando uma dívida da campanha de Heuler Cruvinel de 2010, o deputado teria dito que não obteve uma votação maior em Rio Verde, na disputa de 2014, porque a gestão do prefeito está desgastada.
Mesmo com uma estrutura-monstro, Heuler Cruvinel (PSD) superou Paulo do Vale (PMDB), em Rio Verde, com uma frente bem pequena (menos de 600 votos). Ao ser reeleito, com 90.877 votos, Heuler Cruvinel provou força política e soube espraiar sua votação por outros municípios, para contornar a alta concorrência em seu município-base. Porém, embora tenha sido derrotado, Paulo do Vale conquistou 41.845. Para quem concentrou a campanha mais em Rio Verde, possivelmente para se tornar mais conhecido da população e ficar com a imagem de político mais cristalizada, a votação não pode ser considerada ruim.
As oposições em Rio Verde estão dispostas a se unirem, afirma Leonardo Veloso, líder do PRTB. Divididas, se lançarem três candidatos a prefeito — Paulo do Vale, do PMDB, Karlos Cabral, do PT, e Leonardo Veloso, do PRTB —, Heuler Cruvinel poderá encomendar o terno de posse. O mais provável é que o médico Paulo do Vale, capaz de organizar uma estrutura financeira e partidária mais ampla, será o candidato a prefeito, possivelmente com Karlos Cabral ou Leonardo Veloso como vice.
O candidato do governador Marconi Perillo a prefeito de Goiânia está praticamente definido. Será Jayme Rincon. O vice possivelmente sairá dos quadros do PSD ou do PP. Uma corrente do PSDB vai sugerir o nome de Thiago Albernaz para prefeito de Goiânia. Porém, no caso de chapa pura, o jovem vereador pode ser o vice de Jayme Rincon.

