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O jornal “O Popular” errou ao publicar que o prazo para o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM) responder à interpelação do senador Ronaldo Caiado (DEM) se encerrou na segunda-feira, 27. Na verdade, como foi citado nesta segunda, Demóstenes tem 10 dias de prazo para responder às indagações. Porém, considerando que interpelação não é processo judicial, deve esperar a ação, que foi prometida por Caiado.
Como Caiado é senador, Demóstenes deve pedir exceção da verdade e apresentar as provas do que sugeriu num artigo publicado no “Diário da Manhã” no Supremo Tribunal Federal.
O advogado cita três políticos — Celsinho Borges, Rondinelli Carvalhais e Suair Teles — que têm condições de derrotar o prefeito Dioji Ikeda

[caption id="attachment_33965" align="alignright" width="620"] Lúcia Vânia: a senadora pode ser o trunfo da base governista na disputa para a Prefeitura de Goiânia. E Vanderlan pode bancá-la | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O empresário Vanderlan Cardoso, presidente do PSB goiano, pode ser o candidato do governador Marconi Perillo a prefeito de Goiânia em 2016? A aposta seria outra: o tucano-chefe lançaria Jayme Rincón para prefeito, pelo PSDB, não faria oposição radical à candidatura de Vanderlan. A base governista teria, por assim dizer, dois candidatos — Rincón, o oficial, e Vanderlan, o quase-oficial (a ideia é que ele não seja apresentado como candidato governista, porque os eleitores da capital “apreciam” manter um político de oposição no Paço Municipal). No caso de segundo turno — aposta-se que, se candidato, Iris Rezende, do PMDB, estará na disputa final —, o governismo adotaria um jogo preciso. Se Vanderlan for o adversário de Iris, a base marconista o apoiará; porém, se Rincón for o adversário, Vanderlan o apoiará.
Mas há outro jogo, ao qual se precisa prestar mais atenção. A senadora Lúcia Vânia — a caminho de se filiar ao PSB — sempre teve o sonho de administrar Goiânia. A surpresa de 2016 pode ser sua candidatura a prefeita da capital. Lúcia, política leal, não vai pressionar Vanderlan, para que se retire do páreo. Não é de seu feitio. Porém, Vanderlan, se Lúcia disser que quer disputar, tende a abrir mão.
Candidata a prefeita de Goiânia, sobretudo se eleita, Lúcia facilitaria as articulações para 2018. Neste ano, serão eleitos dois senadores. O governador Marconi Perillo deve ser candidato a senador pelo PSDB e sobra uma vaga para a negociação política. Júnior Friboi — ou Vanderlan Cardoso — pode postular mandato de senador, em aliança com o tucano-chefe. Lúcia, que considera o Senado como sua casa, e é de uma dedicação exemplar, poderia sair do páreo? Sim, desde que eleita prefeita de Goiânia. Se não, disputa o Senado pela terceira vez.

[caption id="attachment_33961" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
O economista tucano Valdivino Oliveira, professor da PUC-Goiás, consultor em vários Estados e empresário (tem uma empresa que produz água mineral, a Itiquira), diz que está abandonando a política. “A política é muito cara para quem tem mais ideias do que dinheiro. Assim, estou optando pela economia, meu verdadeiro campo.” Ao avaliar o quadro econômico de Goiás, o especialista apresenta uma análise que qualifica de mais ortodoxa do que heterodoxa: “O governador Marconi Perillo buscou para a Secretaria da Fazenda uma economista, Ana Carla Abrão Costa, conceituada nacionalmente. Mas falta-lhe conhecimento da atividade pública. De fato, o governo tem de ser austero, mas é preciso ter um programa de investimento, porque senão ‘seca’ a economia. Se não há queda da receita do governo, se a arrecadação não caiu (cresceu mais de 10%), o governo não pode apenas cortar — tem de investir e ‘animar’ o mercado. É preciso cortar gastos? Sim, é. Mas não se pode prejudicar a produção, a realização de obras. Agora, se o governo não incentiva a produção, se contribui para parar a economia, é óbvio que, a curto ou a médio prazo, a arrecadação tende a cair. “
Valdivino sublinha que, se a arrecadação subiu 13,8% e os gastos encolheram, o governo tem superávit. “Portanto, o governo tem de investir mais. Se não o faz, como vai incentivar o mercado privado a investir? No plano nacional, não é muito diferente. O país não cresce, os empresários não investem e o governo da presidente Dilma Rousseff não consegue reverter o pessimismo do mercado. Cria-se, assim, um círculo vicioso.”
O déficit público do governo federal permanece elevado, apesar da “maquiagem”. “Déficit provoca inflação. O que se deve fazer? Não é parar de gastar, e sim qualificar o gasto, aplicando os recursos naquilo que gera mais renda. Por exemplo: é vital investir na construção de obras de infraestrutura, porque gera renda, movimenta o mercado de maneira global e, ao mesmo tempo, cria empregos.”
O clima de pessimismo geral alimenta a crise econômica, avalia Valdivino. “O setor empresarial não acredita no governo petista e reduz os investimentos. Empresários precisam ter tranquilidade e segurança jurídica para investir. Se não têm, ‘recolhem-se’, esperando a crise passar. Porém, se não investem, a crise não passa; pelo contrário, potencializa-se.”
Perguntado sobre a crise do governo do Distrito Federal, Valdivino afirma que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) é “bem intencionado”. “Porém, deveria ter feito as mudanças mais drásticas logo no início da gestão. O fato é que recebeu um governo não-administrável. O ex-governador Agnelo Queiroz montou uma estrutura, com subsídios excessivos — tinha até auxílio-aluguel para cerca de 10 mil famílias e complemento para a Bolsa Família —, que travou o governo. Destravá-lo não é impossível, mas é muito difícil.”
Aos 63 anos, Valdivino se considera um "jovem com experiência em gestão pública” e, ao mesmo tempo, um conhecedor dos meandros da economia privada. “Agnelo Queiroz mantinha um governo com 42 secretarias, com vários gestores nas cidades satélites, funcionários estudando no exterior a um custo de 6 milhões de reais. Os aumentos salariais, examinando de um posto do realismo econômico, das regras mínimas de mercado, eram e são impraticáveis. Fazer política com dinheiro público, para agradar ‘A’ ou ‘B’, se beneficia grupos específicos, é quase sempre nocivo para a sociedade. A saída de Rollemberg é enxugar o Estado ao máximo e, aos poucos, avançar no campo das obras públicas de utilidade comprovada.”
Embora esteja deixando a política — “que é ingrata com aqueles que não aplicam fortunas nas campanhas eleitorais” —, Valdivino diz que está acompanhando as articulações para a Prefeitura de Goiânia. “Como conheço o PMDB bastante bem, pois acompanhei vários de seus governos e fui vice do prefeito Iris Rezende, posso sugerir o que deve acontecer em 2016. Iris é candidatíssimo, pois seu elemento é a política. Ele não dá conta de não disputar. Vanderlan Cardoso (PSB), como disputou duas campanhas para governador, está com o nome ‘fresquinho’ na memória do eleitorado. Mas, sem uma aliança política consistente, sem um grupo confiável e dinâmico, não tem chances eleitorais reais. Entretanto, se aderir ao grupo do governador Marconi Perillo, a população vai ficar desconfiada. Os eleitores não aprovam, para disputas majoritárias, aquele oposicionista que fez discurso radical e depois se alia àquele que foi criticado.”

O PSDB de Aparecida de Goiânia é quase uma ficção. Seus principais líderes — os deputados João Campos, Waldir Soares, Fábio Sousa e Mané de Oliveira — são de Goiânia. Aos poucos, o quadro pode mudar. Para disputar com o candidato a prefeito apoiado pelo prefeito Maguito Vilela (PMDB) — que só não elege uma pedra porque esta não sabe assinar o próprio nome —, o tucanato precisa lançar um candidato que seja, por assim dizer, parecido com o peemedebista. Quer dizer, precisa ter estatura e ter a imagem de gestor. O presidente da Associação Comercial de Industrial de Aparecida, Osvaldo Zilli, está sendo disputado quase a tapa pelo PMDB e pelo PSDB. É o objeto de desejo dos dois partidos. O PMDB o quer como vice de Euler Morais. Já o PSDB planeja bancá-lo para prefeito. Porém, como em política quem fica parado é poste, o PSDB articula também noutros fronts e pode lançar, no caso de recusa de Zilli, o empresário Eduardo Dantas, o Eduardo Boa Morada, para prefeito.
Se Zilli e Boa Morada não emplacarem, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Sílvio Benedito, pode ser a aposta do tucanato. Mas o que se quer mesmo, apesar de sua resistência, é o delegado-deputado Waldir como candidato. Ele lidera as pesquisas feitas na cidade, com relativa folga, mas frisa que não planeja disputar. Se for candidato, tem dito, será a prefeito de Goiânia — município em que o meio de campo, no tucanato e na base aliada, está por demais congestionado.

[caption id="attachment_33092" align="alignleft" width="620"] Foto: Wagnas Cabral[/caption]
O peemedebista-chefe Iris Rezende estaria profundamente irritado com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Tem reclamado que está sentindo que o petista está cada vez mais próximo do governador Marconi Perillo — a quem Iris trata, não como adversário, e sim como inimigo.
Na verdade, Paulo Garcia, mostrando maturidade, aproximou-se de Marconi do ponto de vista administrativo, para viabilizar sua gestão. Ele entendeu, depois de muito “penar”, que gestor não faz oposição a gestor e que a disputa política se dá é em períodos eleitorais.
Marconi, por seu turno, quer ampliar a aliança administrativa com Paulo Garcia e também com a presidente Dilma Rousseff. A petista-chefe tem apreço pelo administrador goiano, pois o considera eficiente e criativo. O que Dilma Rousseff faz por Marconi Perillo, este quer fazer por Paulo Garcia.

[caption id="attachment_33561" align="alignleft" width="620"] Foto: Marcos Oliveira[/caption]
Se depender da deputada Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson e comandante-em-chefe do PTB, a fusão do PTB com o DEM está sacramentada. O partido continuaria com o nome PTB, mas com o número 25 do DEM, e iria para a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. Neste caso, o senador Ronaldo Caiado ficaria no partido, ao lado de Agripino Maia e ACM Neto. Mas pode ir para o PMDB? Só se for por motivo de capilaridade eleitoral, tendo em vista a disputa do governo, em 2018.
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende torce pela filiação de Ronaldo Caiado ao PMDB. Tudo para evitar que o partido caia sob o controle de Júnior Friboi ou Daniel Vilela. O peemedebista-chefe não perdoa o pai do jovem deputado, Maguito Vilela, a quem atribui a invenção política de Friboi.

[caption id="attachment_33947" align="alignleft" width="620"] Arquivo[/caption]
A situação do prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal (PP), é tão confortável, em termos eleitorais, que alguns de seus aliados, em tom de pilhéria, contam que estão procurando um candidato para lançá-lo como adversário na disputa de 2016. É que ninguém está querendo enfrentar Evandro Magal, que tende a ser reeleito com facilidade.

[caption id="attachment_33945" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
O deputado federal Sandes Júnior, do PP, afirma que está mais do que definido: “O candidato a prefeito de Goiânia pela base marconista será o presidente da Agetop, Jayme Rincón. Não há nenhuma outra alternativa”.
Sandes Júnior sublinha que Jayme Rincón “repaginou” o visual para chegar enxuto à disputa de 2016. “Gestor afiado, dono de um discurso firme e consistente, tão ousado quanto o governador Marconi Perillo, Jayme Rincón só não será candidato se não quiser.”
A chapa, na opinião do deputado, terá Jayme Rincón para prefeito e um político do PP — talvez ele próprio — para vice-prefeito. “Um tucano terá um vice do PP — assim como José Eliton (PP), candidato a governador em 2018, terá um vice do PSDB, possivelmente Giuseppe Vecci. E para o Senado? Possivelmente, um nome do PSDB, Marconi Perillo, e um do PSD, quem sabe Vilmar Rocha.”

[caption id="attachment_31538" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite / Jornal Opção Online[/caption]
Deputados do PT e do PMDB pretendem convocar a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, para que explique “por qual motivo a receita cresceu mais de 10% e o governo continua falando em apocalipse”.
Parlamentares do PMDB sugerem que é preciso explicar o significado do aumento da arrecadação e a questão da antecipação da receita. Além disso, frisam, deve-se mencionar o pagamento do IPVA.
Eles apostam que a crise vai explodir mesmo é no mês de agosto. Se a crise não for contida, se o país não crescer entre 3% e 4% — e dificilmente vai crescer —, governos estaduais e federal terão de “cortar” salários de funcionários públicos, avaliam deputados.

[caption id="attachment_33940" align="alignleft" width="620"] Arquivo[/caption]
Os Corleones “boys” da corrupção na Petrobrás, Paulo Roberto Costa (ex-funcionário da estatal) e o doleiro Alberto Youssef, disseram que não mantiveram qualquer contato com o deputado federal Sandes Júnior. Paulo Roberto admitiu que o deputado federal Roberto Balestra esteve duas vezes com ele, na Petrobrás. Mas não trataram de nenhum propinoduto. Na época, discutiram a possibilidade de se vender uma usina de álcool de propriedade do político goiano (vendida há algum tempo, por sinal). Já Alberto Youssef esclareceu que não o conhece e nunca o viu.
Sandes e Balestra, parlamentares do PP de Goiás, foram denunciados na Operação Lavo Jato.
O deputado José Nelto (PMDB) diz que, como não vai apresentar provas consistentes contra Ronaldo Caiado — de supostas ligações com Carlos Cachoeira —, o senador democrata vai sair como herói. “Caiado tanto pode ser candidato a presidente da República quanto governador em 2018”, frisa Nelto. “Demóstenes lhe dará um atestado de idoneidade moral.”
De um analista privilegiado da cena política: “O governador Marconi Perillo, no caso da disputa para prefeito de Goiânia, em 2016, não quer ficar refém de uma só candidatura. Ele planeja ampliar seu leque de alianças, daí a aproximação com o empresário Vanderlan Cardoso. A base governista tende a lançar Jayme Rincón, pelo PSDB, e Vanderlan Cardoso ou Lúcia Vânia, pelo PSB”. O analista acrescenta: “O que Marconi não quer mesmo é a vitória de Iris Rezende. Porque, se este for eleito, vai trabalhar para criar estrutura para a campanha de Ronaldo Caiado para governador em 2018”.