Não procede que Ana Paula, filha de Iris Rezende, pleiteia a vice de Ronaldo Caiado
12 dezembro 2021 às 00h02
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Ana Paula Rezende está muito mais interessada em constituir uma espécie de fundação para preservar a história do ex-governador, ex-senador e ex-prefeito Iris Rezende
Fato: Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende, não pleiteia a vice do governador Ronaldo Caiado (DEM). Aqueles que usam seu nome estão, desde já, desautorizados, porque ela não pretende disputar mandato eletivo em 2022. É definitivo.
Como o próprio Iris Rezende havia pactuado — participou diretamente da articulação —, o vice de Ronaldo Caiado será mesmo o presidente do MDB, ex-deputado federal Daniel Vilela.
Ana Paula Rezende vai trabalhar, a partir de agora, para organizar a história de Iris Rezende. Há a possibilidade de se constituir uma fundação e, até mesmo, de se edificar um museu. Porque, com mais de 60 anos de vida política, ele teve uma vida rica tanto local quanto nacionalmente.
Iris Rezende foi prefeito de Goiânia quatro vezes, uma delas na década de 1960 (quando a revista “Realidade”, então uma das mais importantes do país, enviou um repórter para entrevistá-lo e, depois, publicou uma reportagem com o título profético de “Nasce um líder).
A carreira política de Iris Rezende foi interrompida pela cassação, no fim da década de 1960, porque a ditadura civil-militar temia que se tornasse governador de Goiás. Na época, já circulavam santinhos com a frase “Bom Pra 70”.
Cassado pela ditadura, Iris Rezende advogou e, nos bastidores, trabalhava pela retomada da democracia. Em 1982, na primeira eleição para governador desde 1966, Iris Rezende derrotou Otávio Lage, por larga margem de votos, e fez um governo modernizador. Asfaltou, por exemplo, grande parte das rodovias de Goiás.
Depois, dado seu sucesso como gestor, se tornou ministro da Agricultura do governo do presidente José Sarney. Se tornou conhecido, nacionalmente, como “o ministro das supersafras”. Em 1990, foi eleito pela segunda vez para o governo de Goiás, derrotando um ícone da política goiana, Paulo Roberto Cunha. No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de ser eleito senador, foi ministro da Justiça. Em seguida, foi eleito três vezes prefeito de Goiânia — sempre com facilidade.
Político profissional, na acepção do sociólogo e filósofo Max Weber — a dos políticos vocacionados para o poder público, para a gestão —, Iris Rezende tem um lugar na história de Goiás ao lado de Leopoldo de Bulhões, Domingos Vellasco, Pedro Ludovico, Coimbra Bueno, Mauro Borges, Leonino Caiado, Ronaldo Caiado, entre outros igualmente relevantes.
Portanto, se construir uma fundação ou museu, Ana Paula Rezende está contribuindo não apenas para fortalecer a imagem de Iris Rezende, mas também para a compreensão de um grande período da história política e administrativa de Goiás.