O prefeito de Goianira, Miller Assis, é apontado como “a vergonha do PP”. Recentemente, foi afastado pela Justiça. Depois, reassumiu. A população, se pudesse, o manteria a distância do município. Como não pode, comenta, em tempo integral, que, em 2016, Miller — um jovem decepcionante, adepto de métodos corroídos de gestão — será o principal cabo eleitoral indireto do ex-prefeito Carlão Oliveira. Aliados de Miller contrapõem: o prefeito estaria sendo vítima de ataques mais políticos do que da população. Os adversários estariam tentando “antecipar” o processo eleitoral.

Bancado pelo deputado federal Giuseppe Vecci e pelo governador Marconi Perillo, ambos do PSDB, o tucano Carlão Oliveira é apontado como imbatível. Segundo um ex-prefeito, “até os postes e as pedras, quando o veem, gritam: ‘Viva Carlão! Fora Miller!’”. Aliados de Miller Assis sugerem que se pesquise os “esqueletos no armário” do ex-prefeito.

Segundo um líder politico de Goianira, até Roberto Balestra (PP), que bancou o pupilo em 2012, estaria “decepcionado” com o prefeito. Segundo um comerciante, atualmente, em Goianira, só há dois tipos de eleitores: os que “odeiam” e os que “abominam” Miller Assis. Um aliado do deputado federal contesta e diz que não há decepção alguma com o prefeito.

Por ser jovem, e como apresentou ideias desenvolvimentistas durante a campanha, o prefeito era a esperança de renovação. Agora, parece um político da República Velha. Quer dizer, apesar de jovem, é um político do passado, com os vícios correspondentes.

Miller Assis tem tempo para se recuperar? Tem. Mas precisa mudar sua gestão e intenções. Ele é inteligente e, se mudar a equipe e os métodos de gestão, pode até mesmo sair consagrado. O problema é que ninguém mais acredita no integrante do PP. Talvez nem ele mesmo.