Marcos Cabral vai dirigir o Fundo de Modernização da Assembleia Legislativa

05 fevereiro 2023 às 00h00

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Marcos Ferreira Cabral é parte de uma família numerosa baseada em Santa Terezinha, no Vale do São Patrício. Começou a trabalhar ainda criança, ajudando um irmão na extração de esmeraldas, de que a região é rica.
Desde cedo, demonstrou imensa vocação para os negócios. De garimpeiro, logo estava comercializando as pedras preciosas. Ganhou a confiança dos grandes compradores, a maioria vinda do exterior. Na efervescência da produção mineral, Santa Terezinha era um dos grandes exportadores do País. E Marcos Cabral demonstrou outra habilidade, a econômica.
Tudo que ganhava, guardava. Logo tinha reservas para comprar terra. Segurou. Primeiro, foi se dedicar a sua maior paixão, a política. Aos 17 anos, candidatou-se a vereador. Não somente foi eleito como abriu dois precedentes nacionais:
1) num município dividido entre PDS e PMDB, ele seguia a tradição udenista e os emedebistas diziam que a menoridade no dia da votação o impediria de receber o diploma. Se fosse diplomado, não tomaria posse. Empossado, logo o sacariam da Câmara.
Adepto do network desde antes de o termo se alastrar, o adolescente conhecia diversos advogados. Procurou o melhor, Edenval Ramos Caiado, que atuava na vizinha Itapaci e era seu amigo. Doutor Edenval, como era chamado, respondeu que não militava na área eleitoral e entregou-lhe uma carta de recomendação ao papa do ramo, Olinto Meirelles.

O jovem coçou a cabeça trocentas vezes, pois julgava que não houvesse problema que Dotô Edenval não solucionasse: “Pra mim e pra quase todo mundo de lá, ele era o homem mais inteligente do mundo”.
Bom, se uma sumidade como ele o estava mandando procurar Olinto… Tocou pra Goiânia.
“Dotô Olinto leu o que Dotô Edenval escreveu e me mandou ficar sossegado.”
À época, Olinto Meirelles tinha a fama correspondente ao talento. Havia sido importante no Ministério da Justiça, secretário em Goiânia e deputado estadual. Uma celebridade jurídica e política. Pois Olinto se arribou da capital e foi a Crixás, sede da Comarca a que pertencia Santa Terezinha. Humilde, apresentou sua tese, tão inovadora quanto correta, tanto que venceu em todas as instâncias, até no Tribunal Superior Eleitoral, criando jurisprudência para o Brasil inteiro.
Consolidado no Legislativo municipal, candidatou-se ao Executivo. Foi prefeito aos 21 anos, já teve três mandatos e por Terezinha larga tudo: era suplente na Assembleia quando surgiu a vaga ao mesmo tempo em que se elegeu prefeito. Nem pensou duas vezes: deixou de ser deputado estadual para reconstruir sua cidade.

Sua casa em Terezinha tem quórum sempre. O café é servido das 6 às 11, quando chega à mesa o almoço e dura até o lanche da tarde, deposto pelo jantar. Solidão? Nem de 1 minuto sequer. Toma as refeições cercado de dezenas de conterrâneos. Assunto único: política.
Além das funções locais, Marcos Cabral teve oportunidade no Estado. Foi diretor na agência que agora é a Goinfra e pilotou a mais primordial secretaria, a de Desenvolvimento Social. Presidiu a Companhia de Desenvolvimento e integrou a assessoria do governador Ronaldo Caiado, filho de Dotô Edenval.
De todos os papéis que exerceu, o de maior destaque foi a chefia do Executivo de Santa Terezinha. Sua lista de obras supera, proporcionalmente, a de qualquer prefeito de Goiânia, Anápolis e Aparecida — a tal ponto de já ter sido convidado a compor equipes nas três e em dezenas de outras cidades.
Quem já trabalhou com Marcos Cabral o reconhece como administrador de primeira categoria, além de articulador impecável.
No momento, dedica-se a suas empresas, inclusive as rurais. Orgulha-se do sucesso dos três filhos (Amanda é pregadora e empresária, seu xará Marcos Cabral estuda Medicina e Luma é secundarista) e da mulher, a cantora gospel Luciana. Mal chegou aos 50 anos, e chegou muito bem, não revela quais são os planos para o futuro. Mas os adversários em Santa Terezinha já estão inquietos, porque quando ele está em casa o público só aumenta.
No momento, Marcos Cabral vai assumir o comando do Fundo de Modernização e Aparelhamento da Assembleia Legislativa de Goiás. O presidente da Alego, Bruno Peixoto, diz que o ex-prefeito de Santa Terezinha é um craque. “Craquíssimo em política e em gestão”, acrescenta, superlativo. “Sabe tudo e um pouco mais.”