Márcio Corrêa diz que direita tem de se unir em Anápolis… mas só no segundo turno
20 agosto 2023 às 00h01
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Márcio Corrêa (MDB) está satisfeito com seu desempenho na Câmara dos Deputados. “Trata-se de uma escola de política, uma espécie de doutorado”, sugere o dentista e empresário.
“Estou convivendo com as raposas da política nacional e, ao contrário do que muitos pensam, os políticos trabalham, e muito. Nem todos estão no Congresso para fazer negócios. Estou gostando, por exemplo, de acompanhar a atuação de Zacharias Calil, do União Brasil, e Adriana Accorsi, do PT, que são deputados proativos”, afirma Márcio Corrêa.
Tendo assumindo o mandato, porque Célio Silveira pediu licença para fazer uma cirurgia (por causa de um “esporão”, vive mancando) e também para fortalecer politicamente o aliado — que planeja ser candidato a prefeito de Anápolis, em 2024, daqui a um ano e um mês —, Márcio Corrêa está entusiasmado. “Participo de todas as sessões e já estou ficando craque nos meandros do regimento interno.”
Quanto à disputa para prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa afirma que, de fato, é seu projeto prioritário. “Mas não ponho a faca no pescoço de ninguém. Nós temos, por exemplo, o deputado estadual Amilton Filho e o vereador e médico José Fernandes, políticos categorizados.”
Márcio Corrêa duvida de uma tese que vem vicejando na imprensa e nos bastidores da política. “Diz-se que é preciso afunilar já no primeiro turno, no espectro da direita, para ganhar do pré-candidato do PT, Antônio Gomide. Há quem postule que a união da direita e do centro já na primeira etapa pode levar uma vitória contra o candidato petista. Mas eu penso bem diferente.”
O parlamentar frisa que a direita, com o apoio do centro, pode vencer Antônio Gomide — hoje, de acordo com as pesquisas, o favorito. “Gomide não é fraco. Além de suas qualidades pessoais, ele terá o apoio do presidente Lula da Silva. Postulo que, se lançarmos mais de um candidato, como eu e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, do PL, teremos condições de levar o pleito para o segundo turno.”
Uma união geral, no segundo turno — com o objetivo de isolar Antônio Gomide —, poderá, de acordo com Márcio Corrêa, derrotar o candidato do PT. “No primeiro turno, a tendência é que os partidos lancem vários candidatos, até para fortalecer suas chapas de candidatos a vereador. Então, no segundo turno, todos poderão se unir e derrotar o petista”, afirma o deputado.
Márcio Corrêa diz respeitar Major Vitor Hugo, com quem tem conversado com frequência — ambos são bolsonaristas e integrantes da direita —, mas postula que, na direita, até por ser da cidade, tem mais chances de vencer Antônio Gomide. “Mas quem não quer o apoio de Vitor Hugo, um político decente e posicionado, no segundo turno?”
No segundo turno, afiança Márcio Corrêa, Antônio Gomide, mesmo com o apoio de Lula da Silva, dificilmente agregará apoios eleitores decisivos. “Eu, pelo contrário, vou dobrar minha força eleitoral. Então, insisto, é melhor irmos com mais de um candidato da direita, no primeiro turno, e nos unirmos no segundo turno, que, como se sabe, é uma nova eleição.”
Um pesquisador, expert em política de Anápolis, traça o seguinte desenho da política de Anápolis, secundando o que disse Márcio Corrêa: “Gomide corre o risco de terminar o primeiro turno em primeiro lugar e o segundo turno em segundo lugar. Basta que a direita e o centro se unam para derrotar o candidato da esquerda”.
Mas e a suposta “maldição” de que o MDB não elege prefeitos em Anápolis? “Não acredito nisto, não. Tanto que, na disputa para deputado federal, em 2022, fui, filiado ao MDB, o mais votado na cidade, com 28.328 votos (14,38%). O candidato do PT, Rubens Otoni, obteve 17.228 (10,31%). Ou seja, tive 11.100 votos a mais do que um deputado de vários mandatos. Os dados provam que o MDB está forte em Anápolis. O MDB de Anápolis tem um deputado federal, um deputado estadual (Amilton Filho) e três vereadores (José Fernandes, Seliane da SOS e Trícia Barreto). E nós temos bom relacionamento com líderes de vários partidos, como o vereador Hélio Araújo, do PL. Nós estamos bem. Talvez estejam mal aqueles que pensam que não estamos bem”, pontua Márcio Corrêa. (E.F.B.)