Tudo indica que os eleitores de Morrinhos têm profunda conexão com o ex-prefeito Rogério Troncoso, que irá se filiar ao MDB para disputar a eleição de 2024, daqui a um ano e um mês.

O prefeito Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, do PSDB, promove uma campanha pesada contra Rogério Troncoso, com denúncias variadas. O grupo do ex-prefeito afirma que as denúncias não o atingem porque as falcatruas não foram cometidas por ele. Talvez seja verdadeiro, mas é evidente que, se os problemas aconteceram na sua gestão, ele foi pelo menos omisso — o que, até para a Justiça, é imperdoável.

Rogério Troncoso: ex-prefeito de Morrinhos | Foto: Reprodução

Feitas as denúncias, pesquisas foram encomendadas — por três grupos políticos. Os resultados ainda beneficiam Rogério Troncoso, mas assiste-se uma ligeira ascensão de Joaquim Guilherme. Maycllyn Carreiro, do Podemos, também começa a aparecer melhor, ainda que figure na terceira colocação.

Maycllyn Carreiro tem um discurso afiado e se apresenta como a renovação. Tanto Joaquim Guilherme quanto Rogério Troncoso o querem como vice. Há quem postule que o candidato que adquirir seu passe leva a prefeitura.

Porém, o ex-vereador e ex-deputado é peremptório: vai disputar mandato de prefeito. Nas conversas com aliados, sempre diz a mesma coisa: Joaquim Guilherme e Rogério Troncoso, representantes das elites locais, não vão abrir espaço para ele em pleitos futuros. Estarão sempre rivalizando-se um contra o outro.

Maycllyn Carreiro, ex-vereador: o nome da terceira via | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

Há uma pergunta de 1 milhão de dólares: por que, se é bem avaliado como gestor, Joaquim Guilherme não é tão bem avaliado como político, quer dizer, como candidato à reeleição? Tudo indica que Rogério Troncoso é visto como um grande político e, ao mesmo tempo, um administrador eficiente.

O que significa ser grande político? Rogério Troncoso deve ser candidato a prefeito com o apoio do vice-governador Daniel Vilela e, possivelmente, com o apoio do governador Ronaldo Caiado (que também teria simpatia por Maycllyn Carreiro).

Joaquim Guilherme, por seu turno, não tem o apoio de padrinhos tão fortes e há um problema que o atrapalha — e muito.

Filiado ao PSDB — que no interior chamam de “Partido do Caixão” —, Joaquim Guilherme é ligado ao ex-governador Marconi Perillo. Dado o desgaste tanto do PSDB quanto do tucano-chefe, o prefeito pode sair grandemente prejudicado na campanha.

Experts em política de Morrinhos sugerem que Joaquim Guilherme abandone o “naufrágio” do PSDB antes que o barco afunde de vez e o leve junto.

Há espaço para Joaquim Guilherme na base do governador Ronaldo Caiado? Políticos avaliam que sim. Porque ele é visto como um político decente e um gestor eficiente. Não foi “contaminado” pelos problemas do PSDB.

Se deixar o “Partido Caixão”, para qual partido Joaquim Guilherme poderia ir? Há quem postule que deveria se filiar ao União Brasil, o partido do governador Ronaldo Caiado, o que atrairia para sua base política, de imediato, o líder do UB em Morrinhos — o ex-secretário da Agricultura Tiago Mendonça, padrinho político de Maycllyn Carreiro.

Noutras palavras, a filiação ao União Brasil poderia levar Maycllyn Carreiro para sua vice.

Porém, entre aliados de Joaquim Guilherme há quem postule que deveria se filiar ao PL do senador Wilder Morais (ligado, porém, a Rogério Troncoso), que se tornaria um padrinho político forte. Resta saber se o prefeito quer ser o candidato do bolsonarismo em Morrinhos. O agro da cidade tem entusiasmo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL. (E.F.B.)