João Campos quer seguir com Caiado mas esbarra no PRB, que pode optar por José Eliton
17 junho 2018 às 00h00

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Assembleia de Deus pressiona para que o deputado se alinhe com o pré-candidato do DEM a governador. Mas o partido é controlado pela Igreja Universal

Instado a explicar a situação política do deputado federal João Campos (PRB), um pastor da Igreja Assembleia de Deus resumiu-a assim: “Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come e, se subir no muro, o bicho estraçalha”.
Na semana passada, afirma um deputado, o deputado federal João Campos reuniu-se, durante duas horas, com os senadores Ronaldo Caiado — pré-candidato a governador de Goiás pelo DEM — e Wilder Morais. Os dois propuseram uma aliança ao líder político e religioso. Ele seria o vice na chapa de Ronaldo Caiado e entraria apenas com seu nome e o apoio do partido, quer dizer, não precisaria entrar com dinheiro.
João Campos, segundo o deputado, teria se mostrado animado com a hipótese de ser vice. Por dois motivos. Primeiro, porque Ronaldo Caiado, no momento, lidera as pesquisas de intenção de voto. Segundo, porque, firmando aliança com o presidente do Democratas, estaria atendendo aos clamores de dois dos mais influentes e qualificados pastores evangélicos de Goiás — Oídes José do Carmo e Josué Gouveia, ambos da Assembleia de Deus.
Mas há um drummond no meio do caminho. O PRB. Assim como João Campos, o partido é um aliado histórico do ex-governador Marconi Perillo.
Com a ressalva de que João Campos está sendo pressionado por sua igreja, a Assembleia de Deus, a firmar aliança com Caiado. Mas o PRB, controlado pela Igreja Universal, não pensa como o parlamentar e pode contrariá-lo — permanecendo na base governista e, portanto, apoiando a reeleição do governador José Eliton (PSDB).
A rigor, o PRB prefere que João Campos dispute mandato de deputado federal ou, como segunda hipótese, de senador. Um vice nada acrescenta para fortalecer o partido (fundo partidário e tempo de televisão) em termos nacionais, notadamente no Congresso.
No momento, João Campos está com um pé ao lado de Ronaldo Caiado. Mas seu outro pé “hesita” e, no fundo, quer permanecer ao lado do aliado Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton.