Jamil Calife deve ser a aposta de Adib pra prefeito de Catalão. Vai enfrentar Elder Galdino e Sebba
26 março 2023 às 00h16
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Espirituoso, um ex-vereador de Catalão afirma que, no município, se alguém disser que o prefeito Adib Elias “faz chover”, além de “parar a chuva”, alguns de seus aliados vão acreditar. “O prefeito é visto como uma espécie de deus pagão. Quando ele fala, seus aliados, como fiéis cordeirinhos, ficam todos calados, à escuta, reverenciando”, acrescenta.
O ex-vereador postula que, se a lei permitisse, Adib Elias lançaria sua filha Patrícia Elias para prefeita de Catalão. “Porém, como a legislação eleitoral não permite — porque estaria sendo concedida ao gestor municipal a possibilidade de um terceiro mandato consecutivo, ainda que por via indireta —, Adib vai lançar, possivelmente, o deputado federal Jamil Calife, do Pp. O fato de andar com o parlamentar a tiracolo, para baixo e para cima, em Catalão e em Goiânia, sugere que se trata de seu pré-candidato a prefeito.”
Entre os aliados de Adib Elias, há um clima de ligeira insatisfação. Exigindo anonimato da fonte, um deles falou ao Jornal Opção: “Se Adib bancar Jamil Calife para prefeito, não será uma decisão inteligente. O prefeito tem condições de fazer o sucessor, seja o nome que for. Portanto, o ideal é que Jamil fique na Assembleia, representando Catalão e conquistando recursos para o município”. Um ex-aliado complementa: “Adib é um trator na política e, por isso, desafia convenções e pudores políticos. Mas a população pode rejeitar o médico Jamil, e não por avaliar negativamente suas qualidades, e sim ao considerá-lo como parente do prefeito. Os eleitores podem rejeitar a questão da oligarquia, da panelinha”.
O fato é que, como principal “general” eleitoral de Catalão, Adib Elias está pouco preocupado com histórias de “oligarquia” e “nepotismo”. Porque, no fundo, acredita que pode eleger qualquer um — até uma “pedra”, se a Justiça Eleitoral permitisse que fosse candidata.
Se, no momento, Jamil Calife é o único titular absoluto do time de Adib Elias, quando se trata da disputa da prefeitura, há, no seu grupo, os postulantes reservas, alguns, inclusive, de qualidade. Entre eles estão o secretário de Indústria e Comércio, Cairo Batista, e o presidente da Câmara Municipal, Jair Humberto da Silva (Pros).
Velomar Rios: “patinho feio” do grupo de Adib
Há um reserva tido como de “luxo”. Trata-se do secretário de Saúde, Velomar Gonçalves Rios. “O que falta a Velomar não é popularidade, porque o povão o aprova. Faltam ao ex-prefeito duas coisas: o apoio de Adib e recursos para bancar uma campanha, que, em Catalão, é sempre muito cara”, afirma um líder local.
O deputado federal José Nelto, do pP, já disse ao Jornal Opção que gostaria de transferir seu domicílio eleitoral para disputar a Prefeitura de Catalão em 2024. No entanto, seu propósito foi mal-recebido por Adib Elias. O prefeito já avisou, publicamente, que, em 2026, não vai apoiá-lo para deputado federal (graças ao empenho de Adib Elias, Zé Nelto obteve 9088 votos em Catalão, ou seja, 18,26%. Trata de uma votação espetacular). Por quê? Porque o gestor municipal deve pleitear uma vaga na Câmara dos Deputados na próxima eleição.
Zé Nelto entusiasma-se com Velomar Rios. Mas sabe que, se não obtiver o apoio de Adib Elias, o ex-prefeito não tem a mínima chance.
O grupo de Adib Elias tem outro nome que é apontado como “consistente”. Trata-se de Rodrigo Margon, superintendente da SAE e neto do ex-prefeito e ex-deputado federal Haley Margon Vaz (uma das pessoas mais respeitáveis da cidade, pois é uma espécie de mecenas da educação)
Oposições desunidas favorecem grupo de Adib
Há quem especule que, finalmente, surgiu uma dissidência no grupo de Adib Elias. Sentindo-se preterido, o vereador Gilmar Antônio Neto, de acordo com uma fonte, pode disputar a prefeitura.
Vereador no quarto mandato, Gilmar Antônio era o líder do governo na Câmara Municipal. Porém, quando se colocou contra a forma de venda da SAE — empresa de saneamento básico da prefeitura —, houve um rompimento com Adib Elias, “que não aceita ser contrariado”, segundo um vereador. “Apesar do ‘estremecimento’, acredita-se que, no final da pendenga, Gilmar vai recompor com Adib e apoiará seu candidato a prefeito”, registra um líder local.
O principal nome das oposições é o produtor rural e pecuarista Elder Galdino (MDB), que, na disputa de 2020, quando era marinheiro de primeira viagem, obteve uma votação expressiva: 14356 votos (28,54%), ficando em segundo lugar, atrás apenas do experimentado Adib Elias, que conquistou 28984 votos (57,62%). Agora, sem o prefeito no páreo, exceto como “general” eleitoral, as possibilidades do emedebista são mais altas.
Há, claro, o problema de, se ficarem desunidas, as oposições se tornarem presas fáceis até para um candidato mediano do grupo de Adib Elias.
Na disputa de 2020, o deputado estadual Gustavo Sebba obteve uma votação baixa — 4969 (9,68%), ficando em terceiro lugar. Mas é uma tendência do grupo do ex-prefeito Jardel Sebba lançar candidato, para demarcar posição.
Em 2024, a tendência é que Gustavo Sebba seja candidato a prefeito tendo o ex-deputado estadual e médico Fernando Netto como vice. Há também a possibilidade de o grupo do ex-deputado estadual Jardel Sebba bancar Fernando Netto para prefeito.
O economista Júlio Paschoal também tem sido sondado para disputar mandato de prefeito por alguns grupos políticos de Catalão. Ele admitiu ao Jornal Opção que pode ser candidato. (E.F.B.)