Friboi pretende processar quem vazou informação sobre sonegação. Especialista diz que é preciso identificar responsável

07 junho 2014 às 12h59
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A JBS-Friboi pretende processar quem vazou informações sobre a sonegação da empresa junto ao governo de Goiás. Um executivo do grupo sugere que o vazamento se deu de dentro do governo do Estado.
Porém, o Jornal Opção ouviu um especialista em Direito, com mestrado e doutorado, e ele frisou que, primeiro, a empresa precisa localizar o autor do vazamento, que pode não ter sido o governo, e sim um funcionário público.
“Processar o governo, alegando que a empresa está na bolsa e que o vazamento pode prejudicar a negociações de suas ações, além de que se está quebrando o sigilo fiscal da empresa, é meio vago. A empresa precisa, do ponto de vista do Direito, identificar o responsável preciso pelo vazamento”, afirma o especialista. “A empresa vai acusar, portanto precisa ter certeza do que está dizendo.”
“Um processo vago contra o governo ou contra alguém do governo pode ser um tiro pela culatra. O processado pode processar o processador”, destaca o especialista. “A empresa pode procurar ‘O Popular’, que publicou a denúncia e, de certa maneira a endossou, tornando-se corresponsável pela divulgação, em busca da fonte original”, sugere o advogado. “No entanto, se o jornal se negar a revelar a fonte, fica tudo na estaca zero. Uma solução é processar ‘O Popular’”, sugere o advogado. “Resta saber se o Friboi quer comprar uma briga com a imprensa.”