Entenda por que Gustavo Gayer realmente desistiu de ser candidato a prefeito de Goiânia

O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve em Goiânia, na semana passada, e sabatinou o deputado federal Gustavo Gayer pelo menos durante 30 minutos — exigindo saber porque ele não quer disputar mandato de prefeito na capital, descumprindo um trato que haviam feito há pouco tempo.

Uma fonte ouviu de Bolsonaro que os motivos da retirada de Gustavo Gayer não são os que o meio político está divulgando.

“Não tem nada a ver com um acidente de automóvel, no qual morreu uma pessoa, e tampouco tem a ver com as brigas de Gustavo com sua ex-mulher. Quem conhece o deputado sabe que tais problemas podem até incomodá-lo, mas não a ponto de impedi-lo de disputar mandato de prefeito, deputado ou senador”, afirma a fonte, que conversou com Bolsonaro.

De fato, Bolsonaro ficou irritado com Gayer. Mas ouviu atentamente o que disse seu aliado, que é considerado um dos mais fiéis e proativos do bolsonarismo em Brasília.

De acordo com a fonte, Gayer disse a Bolsonaro que não tem aptidão para o Executivo e que, se eleito, não seria um bom administrador. Um dos motivos é que viveria em permanente conflito com a Câmara Municipal, pois o parlamentar não tem paciência para lidar com pressões, fisiológicas ou não, de vereadores.

Gayer teria dito a Bolsonaro que se encontrou na Câmara dos Deputados, onde pode contribuir com o país, e não apenas com Goiás. Lá, por ser articulado e rápido com as palavras, contribui para fortalecer a direita.

Então, o que fará Gayer? Segundo o aliado de Bolsonaro, o deputado disse que sua preferência é pela disputa de mandato de senador em 2026. O ex-presidente ouviu, atentamente, e acabou por aceitar suas explicações.

O PL, ao menos o grupo de Gayer, planeja o seguinte: manter Fred Rodrigues como pré-candidato a prefeito de Goiás ou, se ele não emplacar, bancá-lo para vice do pré-candidato a prefeito pelo União Brasil, Sandro Mabel.

Já para 2026, Gayer irá para senador e Fred Rodrigues, se não emplacar em 2024, irá para deputado federal. Este é o jogo real do gayerismo. (E.F.B.)