Construtor de Montividiu do Norte, Clemerson Lopes quer voltar para 3º mandato

21 agosto 2023 às 19h24

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Goiás tem municípios xarás de países (Palestina e Panamá) e de cidades famosas no Brasil (Nova Iguaçu, Petrolina, Teresina, Terezópolis) e no mundo: Nova Roma, Nova Veneza, Anápolis, Valparaíso, Palestina, Panamá. Da capital do Uruguai, Montevidéu, são duas quase-xarás, Montividiu, no Sudoeste do Estado, e Montividiu do Norte, na divisa com o Tocantins. “Mantivemos o nome e acrescentamos o nome da região por causa da outra lá perto de Rio Verde”, informa o professor Clemerson Lopes, pioneiro na emancipação de MTV-N, que ali construiu as obras estruturantes e onde deseja ser candidato a prefeito em 2024.
Em junho de 1984, Clemerson dava aulas de Língua Portuguesa na então sede do município, Formoso, quando foi convidado a dirigir a escola estadual de Montividiu, um povoado. Topou. O lugarejo era nota zero em infraestrutura. Sem energia elétrica, a iluminação era proporcionada por um motor estacionário, das 18 às 22h30. Água tratada? Zero. Telefone? Nada disso.
Chegando a Montividiu, Clemerson se reuniu com os pais e os estudantes. Fizeram mutirão para construir quadra de esporte. Foi só a obra 01. Depois de muito fazerem em conjunto, ficou tão popular que na eleição seguinte se elegeu vereador por Trombas, que havia se separado de Formoso, mas com os votos de Montividiu. Virou presidente da Câmara e, junto com outros líderes, batalhou pela liberdade de MTV-N (em redes sociais e no WhatsApp, a moçada chama a Montividiu vizinha de Rio Verde de MTV, então, é justo que a do Norte seja MTV-N).

Conseguiram se desligar de Trombas.
A Assembleia Legislativa emancipou em abril de 1992 e seis meses após já eram as eleições. Clemerson teve a honra de ser o primeiro prefeito de MTV-N. Ao fim do mandato, comemorava o título da cidade, o de “Princesinha do Norte”, conquistado pelas realizações. O professor se orgulhava principalmente das escolas municipais erguidas, onde até hoje sua mulher, a pedagoga Elizabeth Quintanilha da Silva, é professora há 25 anos — ela e Clemerson estão aposentados da rede estadual, ele após 37 anos de magistério; Betinha, como é chamada pela população, com 33 ministrando aulas. A ex-primeira-dama pega firme no batente de verdade “alfabetizando crianças do 2º ano do ensino fundamental”, informa Ami Benício, produtor rural cujo pai foi colega de trabalho do casal em colégios do município.
A lista de obras de Clemerson o manteria na prefeitura — se à época houvesse reeleição. Fez do vice, João Mariano da Silva, o sucessor e voltou com 86% dos votos para o segundo mandato, de 2001 a 2004. Virou notícia nacional como o 6º município com até 10 mil habitantes (atualmente, tem 4 mil) a cumprir a então recém-proclamada LRF, a temida Lei de Responsabilidade. Clemerson mostra orgulhoso as fotos em que aparece com Betinha ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso e a primeira-dama Ruth Cardoso na entrega do Prêmio de Gestão Fiscal Responsável.
Desde então, Montividiu teve na prefeitura por dois mandatos Jurandir Amaral, irmão de Clemerson, e está com a já reeleita Jacira Martins, a Tia Cirinha da Farmácia. Para 2024, aparecem como pré-candidatos Clemerson, seu sobrinho Danilo Amaral (médico, filho de Jurandir), o ex-vereador Neurivan Dêga e quatro vereadores, dois adversários da prefeita (Jalles Valadares e Paulo César, o Paulinho da Saúde), dois de situação (Valdequias de França, o mais votado em 2020, e Adevair Lela). O preferido de Cirinha seria Dêga. No domingo, 20 de agosto, os quatro da oposição que pretendem disputar (Clemerson, Paulinho, Danilo e Jalles) se reuniram e ficou decidido que as pesquisas vão definir o candidato.