Uma das candidaturas não seria registrada oficialmente como “governista”, mas o candidato pode apoiar o candidato a governador

Marconi Perillo (PSDB), Wilder Morais (PP) e Lúcia Vânia (PSB): a
base governista pode tê-los como postulantes a duas vagas ao Senado

A base governista tem, no momento, três pré-candidatos a senador: o governador Marconi Perillo (PSDB), Wilder Morais (PP) e Lúcia Vânia (PSB). Um deles pode sair do páreo ou então disputar mandato noutra coligação. Porém, segundo advogados consultados pelo Jornal Opção, há um terceiro caminho — complicado, mas possível.

Trata-se, mais ou menos, da chamada candidatura “solteira”. Raciocinando em termos hipotéticos, digamos que a senadora Lúcia Vânia tenha ficado fora da chapa majoritária — a de José Eliton, o pré-candidato a governador pelo PSDB, e Marconi Perillo. Em tese, se quiser manter-se na disputa, deveria buscar outra chapa, por exemplo a de Ronaldo Caiado e a de Daniel Vilela, pré-candidatos a governador pelo DEM e pelo PMDB. Porém, se não quiser sair da base governista, aproveitando-se de sua estrutura política e da quantidade de aliados (a tendência é, se apoiar Caiado ou Vilela, não leve a base junto), há outra rota.

Lúcia Vânia pode ser candidata, e mesmo sem figurar oficialmente na coligação, pode apoiar José Eliton e subir no seu palanque. Trata-se de uma aliança informal. Portanto, não pode partilhar do fundo eleitoral e seu tempo de televisão não poderá ser usado pelo postulante tucano.

O advogado Dalmy de Faria, especialista em Direito Eleitoral, afirma que a aliança pode não ser positiva para a senadora. “Pode até ser um suicídio político. Porque, embora ficando na aliança, não fará parte, a rigor, da coligação.” É como se ficasse com o ônus mas sem o bônus de integrar a base. “É claro que tanto Lúcia Vânia, como qualquer outro político, pode ser candidata sozinha. Mas é preciso insistir que não terá condições sequer de fazer propaganda eleitoral conjunta. Frise-se que o dinheiro do Fundo Eleitoral só pode ser gasto entre os partidos coligados. O candidato ‘solteiro’ não pode ter acesso ao fundo da coligação de outros candidatos.”

Se Lúcia Vânia quiser ser candidata a senadora, sozinha, não precisará lançar candidato a governador. “Não precisará obrigatoriamente ter candidato a governador”, frisa Dalmy de Faria. “Se ela quiser, pode dizer que apoia José Eliton, Ronaldo Caiado ou Daniel Vilela. Pode trabalhar para qualquer um deles, mesmo não fazendo parte da composição majoritária.”
O advogado Dyogo Crosara, especialista em Direito Eleitoral, concorda que, embora seja possível, o “candidato solteiro” pode acabar prejudicado. Porque apoiará, mas não será necessariamente apoiado. “Aquilo que é legalmente possível, às vezes acaba de se tornando inviável eleitoralmente.”

O que fazer? Há quem acredite que, embora tenha se reaproximado da base, Lúcia Vânia acabará por disputar a reeleição ao lado de Ronaldo Caiado ou de Daniel Vilela. Porém, tem a alternativa de disputar apoiando a base governista, mas sem ter o seu apoio explícito para o Senado. Isto pode inviabilizar sua candidatura? Não necessariamente. Porque talvez tenha mais chance de ganhar se disputar como candidata solteira do que numa chapa com o candidato do DEM ou com o candidato do PMDB.