Ao jogar para a plateia, Cláudio Meirelles pode prejudicar os goianos
22 dezembro 2019 às 00h00
COMPARTILHAR
O deputado estadual tem o direito de fazer oposição ao governo de Caiado. Mas deve se opor ao Estado de Goiás?
O deputado estadual Cláudio Meirelles, do PTC, é atuante e tem o direito — democrático — de fazer oposição ao governo de Ronaldo Caiado, do DEM. Mesmo se estiver fazendo tão-somente a defesa corporativa de determinados setores.
Como se sabe, a oposição também governa, sobretudo se é propositiva, se quer, de fato, contribuir para o desenvolvimento de seu país, de seu Estado ou de seu município. Quando apresenta projetos para aperfeiçoar o setor público, com o objetivo de potencializar sua ação — contribuindo para elevar a qualidade de vida da população —, a ação dos parlamentares é bem-vinda.
Entretanto, se o deputado usa o mandato com a intenção de prejudicar o gestor do momento, equivoca-se. Pode até pensar que está prejudicando o político, mas não está. Na verdade, está prejudicando Goiás e, por isso, os goianos.
A gestão de Ronaldo Caiado, ante os problemas derivados de equívocos de outros governos — ao mesmo tempo, da crise econômica nacional —, está tomando decisões complexas e, sobretudo, necessárias. O ajuste que está sendo feito na estrutura do Estado não tem nada a ver com eleições e política. É uma necessidade, dada a circunstância difícil das contas públicas. Se os ajustes não forem feitos, os goianos serão prejudicados no presente e no futuro. Portanto, o governante está preocupado com a atual geração e com as próximas gerações. Retomar a capacidade de investir e tornar o Estado menos dispendioso para a sociedade são decisões vitais. Quem se coloca contra os ajustes pode até conquistar votos — dado o caráter populista da ação —, mas não contribuirá para melhorar a vida dos goianos. Cláudio Meirelles, se pensasse menos em ser conselheiro do Tribunal de Contas Municípios, talvez tivesse condições de se tornar um deputado mais qualitativo.
Jogar para a plateia já gerou várias crises no país: em 1961, com Jânio Quadros, em 1964, com João Goulart, em 1992, com Fernando Collor, e em 2016, com Dilma Rousseff. Infelizmente, os recursos públicos são finitos e, por isso, precisam ser aplicados de maneira racional. Cláudio Meirelles talvez pense nisto, um dia.