Por Sarah Teófilo
Na disputa de 2016, no lugar da futrica e da intriga, o eleitorado de Goiânia, o mais politizado do Estado, vai observar, com atenção redobrada, o cartel dos candidatos. O que não for gestor será escanteado. Ataques abaixo da linha de cintura, sem objetivos construtivos, não serão muito levados em conta. Ressalve-se que aquele que tiver telhado de vidro e não conseguir reagir à altura, ao ser criticado, também será deixado pelo caminho. Acima de tudo, o eleitorado está buscando consistência e gestores que melhorem a vida, de fato, dos indivíduos.
Na semana passada, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, disse a um repórter do Jornal Opção que o candidato do PT à sucessão deve ser, na verdade, uma candidata. A política mais próxima de Paulo Garcia é a deputada estadual Adriana Accorsi, que, devido ao tema da segurança pública, é popular na capital. Ela é delegada da Polícia Civil. Há quem diga que o paulo-garcismo quer bancá-la para vice de Iris Rezende. De fato, se o peemedebista-chefe for o candidato, aí Paulo Garcia tende a lutar, dentro do PT, para bancar seu vice — que poderia mesmo ser Adriana Accorsi. No entanto, se o candidato do PMDB não for Iris Rezende, o petismo, o de Paulo Garcia, vai tencionar para que o candidato a prefeito seja do PT, Adriana Accorsi, com um vice do PMDB, talvez o próprio Agenor Mariano, atual vice. Aos que apontam o desgaste de sua gestão, Paulo Garcia avalia que, além de ter muitas obras, seu capital político vai crescer entre 2015 e 2016. Quem avaliá-lo como “morto” politicamente vai se surpreender, aposta.
Na semana passada, para evitar o embate na disputa pela presidência da OAB-Goiás, o grupo de Miguel Cançado-Henrique Tibúrcio tentou emplacar a candidatura de Flávio Buanaduce Borges. Porém, com duas candidaturas consolidadas, a de Enil Henrique e a de Sebastião Macalé, não será fácil bancar Flávio Buanaduce (que teria revelado simpatia por Enil Henrique), que não se mostrou um articulador hábil.
O ex-prefeito Iris Rezende está cada vez mais próximo do vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano. Os dois conversam com frequência e, às vezes, saem juntos. Hoje, Agenor Mariano é o político de Goiânia, depois do prefeito Paulo Garcia, mais próximo de Iris Rezende. Procede que o peemedebista-chefe quer disputar a Prefeitura de Goiânia, porque acredita que seria eleito e assim “fecharia” sua carreira política como uma vitória, mas, se for abrir mão para alguém, este é Agenor Mariano.
Se Agenor Mariano é apontado como o mais confiável e leal, o mesmo os políticos próximos de Iris Rezende não dizem do deputado Bruno Peixoto. Eles até admitem que Peixoto é mais articulado do que Agenor, mas não confiam em sua independência em relação ao tucanato. O irismo tem percebido que o parlamentar tem se posicionamento de maneira firme, mas avalia que isto pode ser uma posição tática, não cristalizada. Ele estaria jogando. O irismo prefere Agenor Mariano para comandar o PMDB de Goiânia. É o recado do irismo. Mas pode engolir Peixoto? Pode, sim, se perceber que não vai conseguir derrotá-lo. O pai de Peixoto, Sebastião Peixoto, é amigo de Iris Rezende. Não resta a menor dúvida. Mas o homem de confiança do ex-prefeito é mesmo Agenor.
Iris Rezende confidenciou a dois políticos que não quer e não vai finalizar sua história com uma derrota política. Por isso deve disputar a Prefeitura de Goiânia. O peemedebista-chefe não quer sair do PMDB. Porém, se perder o comando do partido, é provável que migre para um partido menor, como o PRP de Jorcelino Braga. Ressalte-se que Iris Rezende não pensa no assunto, mas aliados admitem que, se se sentir boicotado, não vai ficar quieto.
Perguntado por um repórter do Jornal Opção se tem conversado com Iris Rezende sobre a sucessão em Goiânia, o prefeito Paulo Garcia deu um sorriso desconfiado e disse que não. “Vou procurar Iris na próxima”, anuiu. Iris Rezende permanece como o principal conselheiro de Paulo Garcia. O peemedebista tem insistido para que o petista concentre-se na gestão, mostre o que está fazendo e não deixe de responder às criticas dos adversários e da sociedade. O segundo conselheiro de Paulo Garcia é o professor Osmar Magalhães. Em termos técnicos, o terceiro é o médico Nelcivone Melo, um homem ponderado e muito bem informado. Paulo Garcia também ouvido Olavo Noleto, que, depois de anos no Palácio do Planalto, adquiriu muita experiência política. Sabe, por exemplo, como administrar uma crise, para torná-la menos impactante.
As obras do Parque Macambira-Anicuns ainda não foram dimensionadas com precisão pela imprensa de Goiânia, que parece não compreendê-las direito. Trata-se de uma requalificação urbanista geral da cidade, de maneira integrada, e não apenas parques ambientais isolados. Tanto que mais de 140 bairros serão favorecidos — na verdade, quando estiver concluído, vai beneficiar toda a cidade. Outro aspecto pouco enfocado. Fala-se comumente que as obras do Macambira-Anicuns estão paralisadas. Não estão. Podem até não ser rápidas, mas as obras continuam. E há uma obra subterrânea, para evitar erosões e assoreamentos, que é gigantesca. As canalizações dos córregos estão de vento em popa. Outro detalhe: por causa da dimensão do parque, que cria mais qualidade de vida, com mais verde preservado, com áreas cada vez mais públicas, de convívio social, as construtoras já começam a construir edifícios nas várias regiões beneficiadas. Na semana passada, o prefeito mostrou parte das obras a um grupo de jornalistas e publicitários, explicitando o gigantismo do projeto, mas era visível que os convidados estavam boiando. Não por incompetência, mas porque ninguém tem mesmo conhecimento preciso do que se trata, exceto talvez o prefeito e Nelcivone Melo. É provável que estejam deixando passar batido uma das maiores, senão a maior, obras da história da capital.
A ex-prefeita Neiba Barcelos (PSDB) disse ao Jornal Opção Online que será fácil, mamão com açúcar, derrotar o prefeito de Mineiros, o alquebrado e distante Agenor Rezende. A tendência é que Agenor Rezende, um gestor ausente, desses que mantém poucos contatos com a sociedade e entende muito pouco, quase nada, de comunicação moderna, seja mesmo derrotado. Porém, na campanha, há, sempre, o peso da máquina. Subestimar Agenor Rezende pode não ser um bom negócio. Mas de fato a população já diz, com todas as letras, que, com Neiba Barcelos, era feliz e não sabia. A vitória de Agenor Rezende, em 2012, foi menos uma vitória sua e muito mais uma sinalização de que havia fadiga de material em relação ao grupo de Neiba Barcelos, que estava no poder há oito anos (e seu marido já havia sido prefeito anteriormente). Mas o eleitor de Mineiros, moderno e consciente, parece ter entendido que às vezes trocar por trocar, apostando no velho contra o novo, nem sempre é um bom negócio. Na próxima eleição, deve ganhar aquele que se apresentar como inteiramente diferente de Agenor Rezende, quer dizer, mais gestor e mais atento às coisas e acontecimento de Mineiros. Os eleitores querem um prefeito presente, criativo, contemporâneo das pessoas da cidade. Hoje, pelo contrário, a economia de Mineiros avança, de maneira acelerada, porém, a política, no lugar de acompanhá-la, contribui para certo travamento.
Comenta-se em Aparecida de Goiânia que o ex-prefeito Ademir Menezes (PSD) está procurando emplacar apenas seus aliados em cargos importantes do governo de Goiás. Aos demais, além das batatas, o desemprego.
Comentário de um tucano: “Lincoln Tejota ‘passou o carro’ em Virmondes Cruvinel”. O curioso é que ambos são do PSD e, antes, mantinham relacionamento cordial.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), fecha a cara quando alguém diz que seu pupilo Euler Morais não é um candidato a prefeito viável eleitoralmente. Nos bastidores, Maguito Vilela diz que Aparecida não deve “descer de nível”. Euler Morais, embora não tenha muito jogo de cintura, é um economista com doutorado pela prestigiosa Universidade de Lancaster, na Inglaterra. Noutras palavras, tem estatura para gerir a prefeitura e, para usar uma expressão popular, para não deixar a peteca cair. O que Maguito Vilela não quer é apoiar um candidato até viável eleitoralmente, mas que não tenha condições de administrar a cidade e, assim, o que ele, qualificando e modernizando Aparecida, seja tudo perdido. Ele não quer um passo atrás e avalia que, com Euler Morais, será um passo à frente.
O ex-deputado estadual Afrêni Gonçalves (PSDB) assumiu uma diretoria da Saneago. Na cota do governador Marconi Perillo. Afrêni é, acima de tudo, um gestor eficiente, qualificado e íntegro. O tucano-chefe aprova isto. Como é da área bancária, trabalhou no Beg, se dará bem com José Taveira, presidente da Saneago.
Lucas Calil, jovem articulado e preparado, é o líder da bancada do PSL. O partido elegeu dois deputados estaduais: Calil e Santana Gomes. Calil é uma das apostas políticas do tempo novo, assim como Virmondes Cruvinel.
