Por Rodrigo Hirose

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Armas de fogo: mudar ou deixar como está?

Massacre em Suzano faz emergir novamente a discussão sobre a posse e o porte de armas no Brasil. Há argumentos para ambos os lados

Ainda que algumas pessoas condenem a "politização" de casos como o de Suzano, que culminou na morte de dez pessoas, nove delas nas dependências da Escola Raul Brasil, esses fatos não podem ser circunscritos ao choro pelas vítimas. Ao contrário: para que a dor das famílias não seja vã, é importante que as lágrimas se transformem em reflexão - até para que se discutam estratégias para, se não impedir completamente, ao menos se evitar que elas se tornem rotineiras.

Diante da tragédia, emerge mais uma vez a discussão sobre a posse e o porte de armas fogo no Brasil. De um lado, há aqueles que defendem que a aquisição de uma arma de fogo legal deve ser simplificada. Esses creem que a medida dará ao cidadão comum a possibilidade de autodefesa. Outros, contudo, apostam no contrário: com mais armas nas ruas, mais crimes. Pessoalmente, alinho-me a esse segundo grupo.

De fato, os índices demonstram que se mata mais hoje que antes de 2004, quando o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor. Em 2004, foram 48 mil homicídios no País; destes, 34,1 mil consumados com o uso de arma de fogo, segundo o Mapa da Violência. Em 2014, foram 58,9 mil homicídios, 42,2 mil deles por arma de fogo. A taxa de homicídios por arma de fogo subiu, no período, de 19,1 por 100 mil habitantes para 21,2 mil habitantes. A proporção do uso de arma de fogo nesse tipo de crime ficou praticamente estável, passando de 70,7% para 71,7%.

Outro estudo referencial sobre homicídios no Brasil é o Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ele confirma que houve um aumento no número de casos pós-Estatuto do Desarmamento. Em 2005, segundo a pesquisa, ocorreram 48,1 mil assassinatos; em 2015, 59 mil. A taxa por 100 mil habitantes subiu de 26,1 para 28,9 no período. A arma de fogo foi o instrumento usado em 71,9% dos crimes. Na Europa, de acordo com o Ipea, a participação é de 22,7%.

Diante desses números, os defensores da facilitação da aquisição, posse e porte de armas no Brasil acreditam que a medida possibilitará a defesa pessoal. Argumentam que os criminosos, por saberem que o cidadão de bem não estará armado, não se intimidam em atacá-lo.

Por isso o decreto com novas regras para a aquisição de armas de fogo no Brasil, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, frustrou muita gente. Havia a expectativa da liberação do porte para todo cidadão, o que não ocorreu. As ações da Taurus, fabricante de armas, despencaram na Bolsa de Valores.

Difícil quantificar efetivamente o real impacto do Estatuto do Desarmamento no número de homicídios no Brasil. Os estudos sobre o tema fazem apenas projeções. O próprio Mapa da Violência, por exemplo, estima em 160 mil vidas poupadas. Mas a metodologia é controversa. Os pesquisadores calcularam o crescimento médio anual do número de mortes por arma de fogo nos anos anteriores ao Estatuto e projetaram a mesma média para os anos posteriores a ele. Contudo, é praticamente impossível ratificar que o comportamento estatístico se repetiria ao longo das décadas.

Fazer uma correlação entre liberalidade em relação às armas de fogo e a taxa de homicídios também é complicado. Há países em que o armamento legal é restrito com taxas de homicídio elevadas, como o próprio Brasil. Assim como há os que têm taxas baixíssimas, como o Japão (0,3 por 100 mil). O outro lado da moeda é verdadeiro. Os Estados Unidos, cuja legislação em geral mais liberal (há variações entre os estados) têm taxa de homicídios em volta de 5/100 mil. Na Áustria, que permite a compra de rifles e espingardas, ela é de 0,51/100 mil.

O The American Jornal of Medicine tentou decifrar a charada. Mas, para quem espera conclusões absolutas, o resultado é frustrante. Ao analisar 27 países onde há algum grau de liberalidade em relação às armas de fogo, a publicação (que tem ampla credibilidade nos meios científicos) fica em cima do muro. Se, por um lado, aponta que onde há mais arma de fogo há mais mortes relacionadas a elas, por outro diz que não há correlação significativa entre armas per capta por país e taxa de criminalidade. Portanto, se não é possível dizer que mais armas de fogo significam mais crimes, o contrário também é verdadeiro: não é factível acreditar que elas trazem mais segurança.

A Universidade de Harvard dá outras pistas. Pesquisadores do Centro de Pesquisa de Controle de Ferimento (Injury Control Research Center) cruzaram dados de várias pesquisas e produziram o artigo “Ameaças de armas e uso de arma de autodefesa” (Gun threats and self-defense gun use). As conclusões derrubam alguns mitos. Vamos a alguns deles e às conclusões dos estudiosos:

Mito 1: Pessoas se defendem usando armas de fogo

Esses eventos, segundo os pesquisadores, são raríssimos e, geralmente, são superestimados, possivelmente pela repercussão que atingem (exatamente por serem fatos fora da rotina). “A alegação de muitos milhões de armas de autodefesa anuais usadas por cidadãos americanos é inválida”, dizem.

Mito 2: Armas de fogo são instrumento de autodefesa

De acordo com Harvard, elas são, geralmente, instrumentos ofensivos e não defensivos. “Armas de fogo são usadas com muito mais frequência para assustar e intimidar do que para defesa pessoal”, afirmam.

  • Quem tem arma de fogo em casa a utiliza para ameaçar pessoas de seu círculo íntimo

Mito 3: Arma de fogo em casa é uma proteção

“As armas em casa são usadas com mais frequência para assustar os íntimos do que para impedir o crime; outras armas são muito mais usadas contra intrusos do que as armas", diz o estudo.

Mito 4: Armas podem evitar ataques a jovens

Segundo Harvard, na faixa etária entre 12 e 17 anos, há muito mais chances de alguém ser ameaçado por uma arma de fogo que se defender usando uma. Na maioria das vezes, são ameaças entre grupos rivais de jovens.Armas de fogo não são mais eficientes na autodefesa

Mito 5: Armas de fogo são eficientes para autodefesa

“Em comparação com outras ações de proteção, as Pesquisas Nacionais de Vitimização do Crime fornecem pouca evidência de que o uso de armas de autodefesa é excepcionalmente benéfico na redução da probabilidade de ferimentos ou perda de propriedade”, diz a pesquisa.

Outro argumento bastante utilizado é de que os criminosos não dependem da legislação para estarem armados. O raciocínio é que as armas usadas em crimes são ilegais.

Ao menos em Goiás, essa é uma meia verdade: a maior parte das armas de fogo que estão ilegalmente nas mãos dos bandidos foi adquirida legalmente. Divulgado no ano passado, o rastreamento feito pela Secretaria de Segurança Pública e o Instituto Sou da Paz constatou que 70% das armas apreendidas foram fabricadas no Brasil há até 15 anos.

Isso explica o porquê de o Brasil conviver com um aparente paradoxo: ao mesmo tempo em que a aquisição de uma arma de fogo é restrita (em 2018 foram concedidos apenas 2.961 portes, as armas de fogo foram utilizadas em aproximadamente 42 mil assassinatos. A explicação é que, em algum momento, as armas de fogo passam da legalidade para a clandestinidade.

A discussão é labiríntica e não haverá unanimidade. Mas ela precisa ser feita.

Decreto do Governo determina aviso prévio para operações policiais em órgãos públicos

Sindicato dos Delegados e OAB criticam o texto, que pode abrir brechas para que investigados sejam alertados sobre diligências policiais

Mozart Félix, presidente do Sindepol: "O delegado de Polícia possui independência funcional". Foto: Sarah Pires

Decreto do governador Mauro Carlesse (PHS), publicado nesta semana no Diário Oficial do Tocantins, com novos procedimentos operacionais para a Polícia Civil, foi alvo de críticas de entidades representativas da categoria e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Tocantins. Segundo os críticos, o decreto pode prejudicar os trabalhos de investigação conduzidos pela PC.

O Decreto determina, no artigo 75, que “busca em repartições públicas, quando necessária, será́ antecipada de contato com o dirigente do órgão onde será́ realizada, aplicando-se, no que couber, o previsto nesta Seção”. Já o parágrafo primeiro diz que “quando a comunicação com o dirigente ou responsável do órgão puder frustrar a diligência a ser realizada, a busca realizar-se-á sem esta, mediante prévia autorização do Delegado-Geral de Polícia Civil, em despacho fundamentado”.

Na opinião de especialistas, o precedente frustra e aniquila qualquer operação policial, pois não tem garantias de que o alvo de uma investigação não seja alertado antecipadamente. As operações policiais, principalmente aquelas que investigam crimes de corrupção, têm o sigilo absoluto como princípio. Por tal razão, segundo analistas ouvidos pela reportagem, não há sentido em uma legislação que contenha tais limitações, pois feriria o estado democrático de direito e o código de processo penal.

Pitaluga, presidente da OAB-TO: "O governo não pode fazer o que bem entender". Foto: Assessoria de Imprensa

Segundo a OAB-TO, “o decreto causou estranheza à classe jurídica, pois traz limitações impostas pelo Governo do Estado ao trabalho da Polícia Civil em procedimentos investigatórios.” Na concepção do presidente da OAB-TO, Gedeon Pitaluga, o decreto pode ferir dispositivos legais e constitucionais e é papel da entidade “analisar, como guardiã da Constitucionalidade e representante da sociedade civil organizada”. “O governo não pode fazer o que bem entender no Estado Democrático de Direito e a OAB tem como missão garantir a aplicação da régua constitucional, que estabelece limites aos Poderes, ao Estado. Vamos analisar o decreto e se houver qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade no documento, a OAB-TO tomará medidas cabíveis para fazer garantir o Estado de Direito”, pontuou Pitaluga.

Na mesma linha de pensamento, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepol), Mozart Felix, emitiu nota à imprensa em que questiona o artigo 74 do referido decreto, que menciona que o cumprimento de mandados especiais em órgãos públicos deve ser previamente informado aos seus respectivos dirigentes e caso a comunicação venha prejudicar a diligência em si, deve ser solicitada autorização do Delegado-Geral para dar sequência à operação. Segundo o dirigente, “tal afirmação entra em conflito com o nosso ordenamento jurídico, pois o artigo 116 da Constituição Estadual do Tocantins relata que o delegado de Polícia possui independência funcional, tendo o delegado-geral a função administrativa. Em relação às investigações, cada delegado é seu próprio chefe, atuando dentro da legalidade e com independência funcional.”

Ato contínuo, pontuou Felix que o “decreto, em momento algum, levou em consideração o interesse público, eis que tolhe inúmeras prerrogativas da Polícia Civil do Tocantins, quando ela é nacionalmente reconhecida em razão do intenso e frutífero trabalho de combate à corrupção e aos crimes contra a administração pública, reiterando que o sindicato juntamente com a assessoria jurídica está tomando medidas com relação ao decreto, uma vez que é ilegal e inconstitucional.”

Cristiano Sampaio, secretário de Segurança Pública: "O que a gente está se preocupando é evitar um espetáculo midiático". Foto: Ascom/SSP

Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio, negou que o ato busca interferir nas investigações, mas sim de “evitar o espetáculo midiático”. O gestor esclareceu que o ato do governador trata de normas para os procedimentos policiais que nada influenciam nas investigações que, segundo o próprio destacou, são regidas por leis federais, pelo Código Civil e Penal, e pela própria Constituição. “A PC continua tendo toda a liberdade de investigação, todos os instrumentos, e isso não se altera em nada. O que a gente está se preocupando é evitar um espetáculo midiático que não fortalece a polícia”, rechaçou.

O secretário destacou que todos têm o direito de ir ao Judiciário questionar a legalidade do ato, mas destaca que “se preparou” para isto. “A gente espera a judicialização, é natural que aconteça”, comentou.

A norma será encaminhada à Assembleia Legislativa do Tocantins para estudos, deliberações e votação, que poderá aprovar ou não, a redação do decreto. Contudo, a certeza é que haverá um acalorado debate no parlamento, face ao excessivo número de artigos polêmicos.

Federação dos jornalistas promove vaquinha virtual para salvar sede

Campanha da Fenaj pede doação de R$ 10 para cada jornalista brasileiro para pagar dívida com IPTU de outro imóvel

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) deu início a uma vaquinha virtual para evitar que a sede de Brasília seja leiloada. A dívida, de R$ 400 mil, refere-se ao não pagamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de outro imóvel que, segundo a Fenaj, foi cedido à federação na década de 1980, mas “nunca utilizado”.

A Fenaj, que é presidida pela goiana Maria José Braga, admite que enfrenta sérias dificuldades financeiras. E responsabiliza a Reforma Trabalhista, que chama de contrarreforma, que acabou com a cobrança do Imposto Sindical – principal receita não só da Fenaj, mas de todos os sindicatos do País. Também ataca a MP 873, que veda a cobrança da contribuição sindical diretamente na folha do trabalhador.

O pedido é de uma contribuição de R$ 10 e se estende aos jornalistas não sindicalizados. A Fenaj calcula que existam 150 mil jornalistas no Brasil.  

Netflix aumenta preços no Brasil e plano mais caro chega a R$ 45,90

Empresa de streaming faz o primeiro reajuste desde 2017 e mensalidade mais em conta passa a custar R$ 21,90

Os maratonistas de sofá terão de desembolsar um pouco mais para acompanharem suas séries favoritas na Netflix. O serviço de streaming divulgou nesta quinta-feira, 14, o reajuste em suas mensalidades. O preço aumentará entre 10% e 21%.

De acordo com a empresa, o plano básico (tela única sem HD) passou de R$ 19,90 para R$ 21,90. O plano de duas telas simultâneas e conteúdo HD subiu de R$ 27,90 para R$ 32,90. Já o plano principal, com quatro telas simultâneas e resolução 4 k, que custava R$ 37,90, agora custa R$ 45,90.

"Mudamos nossos preços de tempos em tempos para continuar investindo no melhor do entretenimento, além de melhorar a experiência da Netflix para nossos membros no Brasil", disse a empresa em comunicado à imprensa.

A Netflix tem, hoje, 139 milhões de assinantes em todo o mundo – a empresa não divulga os dados do Brasil. Em seu catálogo, há séries como Grey´s Anatomy, Narcos, Breaking Bad e The Walking Dead, entre outras.

Governo de Goiás recontrata 2,1 mil comissionados

Servidores integraram grupo de 3,1 mil que tiveram vínculos com o Estado encerrados no dia 28 de fevereiro. Recondução do restante não está descartada

Pedro Henrique Sales, secretário de Administração

O Governo de Goiás renomeou cerca de 2,1 mil servidores comissionados após o fim do vínculo de 3.114 deles no dia 28 de fevereiro. A informação foi confirmada pela Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Administração (Sead), na manhã desta quinta-feira, 13, em nota enviada ao Jornal Opção. De acordo com o órgão, “70% dos servidores comissionados que teriam seu vínculo encerrado no dia 28 de fevereiro de 2019 foram reconduzidos aos órgãos em que já estavam lotados”.

A recontratação dos demais não foi descartada pela Sead, que não informou os órgãos de destinos dos comissionados. “As vagas remanescentes poderão ser preenchidas, de forma gradativa, respeitando o compromisso de uma gestão responsável e com foco na prestação de um serviço público de qualidade pelo Governo de Goiás”, diz a nota.

Em fevereiro, o Governo de Goiás havia informado ao Jornal Opção que a determinação era a de cortar linearmente em 30% o número de comissionados na folha do Estado. Em janeiro, havia 6.891 comissionados, ao custo de R$ 28,5 milhões. Em fevereiro, foram 3,8 mil, com gasto de R$ 15,3 milhões.

Olyntho Neto insiste na isenção de IPVA para veículos com mais de 15 anos

Dispensa do pagamento de imposto para veículos mais antigos foi revogada em 2015 pelo então governador Marcelo Miranda

Olyntho Neto diz que mudança na legislação beneficiará o contribuinte.

O deputado Olyntho Neto (PSDB) apresentou, pela segunda vez, o Projeto de Lei que visa alterar a Lei nº. 3.019/2015, que trata do Código Tributário do Estado do Tocantins. O parlamentar tucano que restaurar a isenção do IPVA para veículos com mais de 15 anos de uso, que foi revogada em 2015 pelo então governador Marcelo Miranda (MDB) e beneficiava os proprietários de veículos mais antigos. 

“É uma medida justa com o contribuinte. Solicito que volte o mais rápido possível a isenção do IPVA de veículos com mais de 15 anos de uso. Essa Lei favorecerá o contribuinte com veículo mais antigo, benefício este que jamais deveria ter sido retirado do cidadão tocantinense”, defende. 

Com esse PL, o parlamentar propõe, ainda, a isenção para os proprietários de veículos utilizados como instrumento de trabalho, ou até mesmo como lazer. 

Câmara de Goiânia aprova convocação de secretária da Saúde

Vereadores querem que Fátima Mrué preste esclarecimentos sobre o agravamento da crise na saúde municipal

Fátima Mrué tem até 15 dias para comparecer à Câmara| Foto : Wictória Jhefany / Câmara Municipal

O plenário da Câmara de Goiânia aprovou na sessão legislativa desta quarta-feira, 13, a convocação da secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, para prestação de esclarecimentos sobre o agravamento da crise nas unidades de saúde da capital. Os vereadores aprovaram requerimento de convocação apresentado pelo vereador Lucas Kitão (PSL). Depois de notificada, a auxiliar tem 15 dias corridos para comparecer ao Legislativo.

A crise da saúde municipal dominou a pauta de debates desta quarta-feira no plenário da Câmara. Vereadores da base e da oposição ao prefeito Iris Rezende (MDB) criticaram o agravamento da crise na saúde municipal e criticaram o que chamaram de "descaso" da secretária diante das "inaceitáveis falhas" no atendimento à população.

Fisco apreende mais de 261 toneladas de milho sem nota fiscal em Itaberaí

Produto, avaliado em R$ 130 mil, era transportado em caminhões que saíram do Mato Grosso. Responsáveis não foram identificados

Auditores fiscais fazem abordagem em Pontalina. Foto: Divulgação

Em ação conjunta, fiscais da Secretaria da Economia e militares do Batalhão da Polícia Militar Fazendária apreenderam mais de 260 toneladas de milho sem notas fiscais em Itaberaí, região Central de Goiás. A apreensão ocorreu na terça-feira, 12, mas só foi divulgada nesta quarta-feira, 13. A carga foi calculada em R$ 130,6 mil e os autos alcançaram R$ 113,5 mil, entre Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sonegado e multas.

A operação foi coordenada pela Gerência de Arrecadação e Fiscalização da Secretaria da Economia. Os veículos foram abandonados pelos motoristas e agora a Secretaria da Economia tenta identificar os responsáveis pelas remessas, que saíram do Mato Grosso.

Na segunda-feira, 11, equipes de auditores fiscais, apoiadas pelo Batalhão Fazendário, realizaram abordagens em Pontalina, Edeia, Edealina, Vicentinópolis, Cidade Ocidental e Região de Itaberaí. Foram encontradas diversas irregularidades, senda a principal o transporte de mercadorias sem documentação fiscal, como grãos, tijolos, areia, lenha, bovinos e produtos eletrônicos.

Segundo o gerente de Arrecadação e Fiscalização da Secretaria da Economia, Luciano Pessoa, a abordagem de mercadorias em trânsito pode revelar sonegação do ICMS em valores milionários. “Esta ação também tem sua importância no sentido de ser um garimpo de informações para que o Fisco possa trabalhar outras situações que não são declaradas pelos contribuintes nas notas e livros fiscais. Neste momento são derrubadas fraudes estruturadas e eleva-se a percepção de risco do contribuinte, fazendo com que aumente o recolhimento espontâneo do tributo, neste caso, o ICMS”, esclarece.

Feira de adoção de animais é chance de levar mais amor para dentro de casa

Evento será realizado no próximo sábado, no Shopping Passeio das Águas. São cerca de 50 bichinhos disponíveis, entre cães e gatos

O goianiense terá uma boa oportunidade de acrescentar fofura e amor em suas vidas, no próximo sábado, 16. Nesse dia será realizado, no Shopping Passeio das Águas, mais uma feira de adoção de cães e gatos, organizada pelo Abrigo Santuário de Animais. O evento, na área externa da praça da alimentação, começará às 13 horas e seguirá até as 18 horas.

Serão disponibilizados 50 bichinhos para adoção. Eles não possuem raça definida (ou seja, são os amigáveis vira-latas) nem idade: há desde filhotes até animais idosos. A maioria passou por traumas e maus-tratos.

Fotos: Kamila Ribeiro

Segundo o abrigo, todos os animais que serão apresentados no evento são sociáveis, saudáveis, castrados, vacinados e vermifugados. “Famílias que se decidirem pela adoção devem passar por uma triagem de avaliação de sua competência como adotante, realizada por voluntários experientes neste tipo de entrevista e assinar um termo de adoção”, diz a nota à imprensa.

Os interessados devem ter mais de 18 anos, apresentar a sua documentação pessoal, comprovante de endereço atualizado e pagar o valor de R$ 30. Este valor arrecadado será direcionado aos abrigos para custear novos resgates.

Quem não puder levar um bichinho para casa, pode ajudar o trabalho do Santuário dos Animais com doação de ração ou medicamento para o tratamento dos animais resgatados. Para as crianças, haverá ainda pula-pula, pipoca e algodão doce grátis.

Serviço

Data: 16 de março (sábado)

Horário: das 13h às 18h

Local: Passeio das Águas Shopping (área externa da praça de alimentação)

Gomide diz que processos a que responde estão em fase de recursos

Ele reitera que não há qualquer condenação, portanto, contra sua pessoa

Goiás conta com aval da União para obter empréstimos

Secretária da Economia adianta ao Jornal Opção que Governo prepara pacote de medidas para diminuir despesas e incrementar receitas

O mito está nu e ninguém parece perceber

Na obra do dinamarquês Christian Andersen, os auxiliares não tiveram coragem de falar a verdade ao imperador. No Governo Bolsonaro, ocorre algo semelhante

O Governo Bolsonaro passou por uma das semanas mais turbulentas desde o início do mandato – que só tem dois meses, mas que parecem muito mais, em razão da intensidade com que os fatos têm se sucedido no Planalto. Começou com uma briga pueril com os cantores/compositores Daniela Mercury e Caetano Veloso, foi ao paroxismo da polêmica com o post-denúncia-pornô carnavalesco e manteve a alta temperatura com o discurso em que deu sinais dúbios a falar sobre o papel das Forças Armadas na democracia.

A cúpula de Brasília é uma usina de crises. Não há fôlego entre uma e outra. Nem bem se acostuma com as suspeitas sobre movimentações bancárias de um, cai um ministro. A cama da queda do ministro nem esfria, vem outro e se mete a vigiar meninos nas escolas. Ele volta atrás, eis que o próprio presidente reaquece o noticiário com sua presença quase obsessiva nas redes sociais.

Daí, quando o assunto escatológico começa a assentar, Bolsonaro dispara, singelamente, em discurso, que “isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer”. Senha aberta para todo tipo de interpretação, desassossego e mal estar entre aliados e oposicionistas.

Nem parece que o governo tem uma pauta pesadíssima pela frente. Falta negociar com os russos a Reforma Previdenciária – pauta que ainda tem mantido as esperanças do mercado e que, se naufragar, leva o governo junto. Falta apresentar projetos de reforma tributária e política. Falta discutir o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro.

Falta um plano para reaquecer a economia, gerar renda e proporcionar trabalho – a maior angústia do brasileiro hoje. Vale lembrar que ainda há 11,2 milhões de desempregados no País, segundo o IBGE. Pior: são 4,7 milhões de desalentados, aqueles trabalhadores que simplesmente desistiram de procurar um emprego após um bom tempo de busca vã.

O Governo Bolsonaro precisa esquecer seus inimigos – reais ou imaginários – e lembrar que governa para 200 milhões de brasileiros e não apenas para aqueles que se identificam ideologicamente com ele.

Bolsonaro não pode querer governar apenas para os que “amam a pátria” e “respeitam a família”, quando esse amor e essa família têm de caber em suas próprias concepções. Também não pode aliar-se apenas aos “países que têm ideologia semelhante à nossa”. Logo ele que fez campanha afirmando que os acordos comerciais não seguiriam a cartilha ideológica. Afinal, dinheiro não tem ideologia e o Brasil precisa fazer comércio com nações de todos os espectros.

Bolsonaro criou ao seu redor um séquito que não o alerta que tudo o que faz ou diz causa enorme impacto (vide queda na Bolsa e alta do dólar pós-post no carnaval). E que, por isso, precisa medir milimetricamente suas palavras.

Abre parêntese

Em um reino distante, havia um imperador que amava roupas novas. Certo dia, uma dupla de vigaristas o convenceu de que teciam o tecido mais maravilhoso do mundo. Porém, só os inteligentes o enxergavam.

Certo dia, o imperador ordenou que seu ministro mais confiável fosse conferir a tal roupa. O auxiliar nada viu, mas teve medo de dizê-lo e ser revelado um tolo. “É muito lindo. Faz um efeito encantador”, vaticinou. Um segundo auxiliar do imperador deu o mesmo veredito. “Ali está algo realmente encantador”, disse.

Ansioso, o rei foi ver pessoalmente tal prodígio da alfaiataria. “Não estou vendo nada. Serei um tolo?”, pensou. Logo em seguida, exclamou: “É realmente uma beleza!”

A história correu o lugarejo. Uma procissão foi marcada. O imperador “vestiu” o traje e foi à rua. Todos que o viam exaltavam a beleza da vestimenta. Até que surgiu um menino: “Mas eu acho que ele não veste coisa alguma”. Foi a senha para o povo começar a gritar: “O rei está nu”.

O Imperador fez um trejeito, sabia que esta era a verdade, mas pensou: “A procissão deve continuar”. E seguiu, com camaristas segurando a cauda invisível.

Fecha parêntese

Relembrando, são apenas dois meses de governo. Ainda há um longuíssimo caminho a ser percorrido. E há muitos obstáculos. Bolsonaro e seus apoiadores precisam abrir os olhos. Ou o mito corre o risco de terminar como o imperador do conto de Hans Christian Andersen.

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Exoneração de comissionados corta R$ 13 milhões da folha

Número de servidores sem vínculo caiu de 6,8 mil para 3,8 mil e participação deles no total da folha recuou de 2,72% para 1,5%

Com 3.085 servidores comissionados em fevereiro a menos que em janeiro, o Governo de Goiás cortou R$ 13.205.726,80 da folha de pagamento no mês. Com isso, a participação dos comissionados na folha do funcionalismo estadual recuou de 2,72% para 1,5%.

Em janeiro, havia 6.891 servidores comissionados na folha. Juntos, receberam R$ 28.573.055,38. Em fevereiro, 3.806 comissionados custaram R$ 15.367.292,58. Em fevereiro de 2018, R$ 24.828.056,12 foram pagos a 6.805 comissionados.

Na última quinta-feira, 28, 3.111 comissionados tiveram os vínculos com o Governo Estadual encerrados. Cerca de 700 tiveram o vínculo prorrogado por mais 45 dias. Entre eles, estão gerentes e superintendentes.

Parte dos comissionados que tiveram o vínculo encerrado pode ser reconduzida. A determinação do governador Ronaldo Caiado é de exoneração definitiva de 30% do total, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 4 milhões por mês.