Por Nathália Barros

A Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) determinou o acréscimo de 10 centavos à tarifa de ônibus, elevando a passagem para R$ 2,80

Ao retratar o goiano como uma espécie de aborígene, “Em Família” despertou a discussão sobre a formação da identidade de quem vive fora do centro de desenvolvimento do país

[caption id="attachment_2100" align="alignleft" width="300"] Iris Rezende e Júnior Friboi: um tem de mimar o outro. É inescapável[/caption]
Na semana passada, repórteres que sondaram os bastidores do PMDB perceberam que, apesar do feriado e da Semana Santa, iristas e friboizistas estavam em pé de guerra, mas disfarçando. No seu quartel-general, acolhendo orientação de Duda Mendonça, Júnior Friboi recomendou aos seus luas-bois que fizessem um voto de silêncio e, sobretudo, que parassem de chamar Iris Rezende de “político do século passado”. O empresário não quer ampliar as arestas com o decano peemedebista. No bunker de Iris, havia recomendação similar. Os iristas foram aconselhados a não “humilhar” nem a “bater” em Friboi. O que, de fato, está ocorrendo.
Os friboizistas desmentem de pés juntos e garantem que, na possível reunião de terça-feira, 22, o empresário, um dos pré-candidatos a governador do PMDB, não vai jogar a toalha para hipotecar apoio integral à candidatura de Iris Rezende a governador. Em Brasília, há dois tipos de comentários. Num deles, entre peemedebistas, afirma-se que Iris dobrou Friboi e que será “o” candidato e que Friboi será o seu vice. Se eleito, Iris deixaria o governo em abril de 2018, e Friboi, como seu vice, assumiria o governo. Noutro comentário, mais na seara petista, afirma-se ter certeza de que Friboi será candidato a governador. Argumenta-se que o empresário já montou uma estrutura, inclusive uma chapa de candidatos a deputado estadual e federal, para a disputa. Se não for candidato, a estrutura será facilmente desmontável, mas com a possível desistência de alguns candidatos.
Iris e Friboi jogam de maneiras idênticas, com objetivos diferentes. Iris sabe que, se for candidato, mas com Friboi amplamente descontente, o PMDB não será estrutura financeira adequada e, com isso, será presa relativamente fácil para o governador Marconi Perillo (PSDB). E Friboi sabe que, se for candidato, porém com Iris descontente e humilhado, seu nome terá de ser modificado para José Batista “Pirro” Júnior.
Friboi precisa dos votos de Iris. E este precisa do dinheiro daquele. É simples assim.

[caption id="attachment_2097" align="alignleft" width="620"] Marconi Perillo: as oposições criaram uma caricatura do tucano e por isso não conseguem combatê-lo com precisão e proveito | Rodrigo Cabral[/caption]
O Jornal Opção perguntou a três pesquisadores e a um marqueteiro a razão da longevidade política do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Os quatro disseram que, por ser tão debatida e conhecida, a política não tem segredos. Mas admitem que aqueles políticos que são atentos aos detalhes e não se acomodam, mantendo um olho aberto mesmo quando aparentemente dormem, se tornam vencedores.
Marconi, de 1998 para cá, não perdeu nenhuma eleição majoritária — e não enfrentou nenhum Olaria ou Vila Nova. Pelo contrário, só enfrentou pesos pesados, como Santos, Flamengo, Cruzeiro e Corinthians, quer dizer, políticos barra-pesada como Iris Rezende e Maguito Vilela, ambos do PMDB. Não foram vitórias fáceis. Todas foram apertadas. Mas, como se sabe, o que importa é vencer — não é relevante se o placar foi de 1 a 0 ou de 5 a 0.
Mas por que Marconi derrota os pesos-pesados do PMDB há 16 anos — sem nenhuma derrota? Qual é sua mágica? Não há nenhuma “mesmerismo”, dizem os entrevistados. O segredo principal de Marconi é que não dorme no ponto. A política é sua principal atividade — não é lazer. Ele é um político vocacionado, profissional, na acepção do sociólogo alemão Max Weber.
Marconi trabalha com “inteligência” política — há muito desistiu daquilo que, na falta de melhores palavras, chamam de “intuição” e “feeling”. O tucano-chefe se tornou um “investigador” rigoroso da atividade política, até de suas filigranas. Pesquisa intensamente a política e a sociedade. Aprecia saber o que a sociedade pensa e como pensa. Por isso busca interferir na realidade tão-somente depois de ter informações mais precisas sobre o terreno em que está “pisando”, em que está se movendo.
Além disso, frisaram os pesquisadores, Marconi tem uma disposição para o trabalho que impressiona. Alguns políticos jogam cartas, pescam e vão ao estádio. Marconi faz política — é sua segunda pele. Quando vai ao estádio, diverte-se, é fato, mas lá, como em quaisquer outros lugares, faz política, observa detalhes do local e conversa com as pessoas. É tremendamente perceptivo.
Há outra questão que diferencia Marconi de alguns políticos. Ele é focado. Mira numa questão e procura resolvê-la — sem dispersão. Não foge dos problemas reais. Outra característica, uma virtude, é a capacidade reunir equipes competentes e, sobretudo, saber liderá-las. Os pesquisadores sugerem que tem “autoridade”. À sociedade cada vez mais está se apresentando, e sendo aceito, como gestor — e menos como político. Pode-se dizer que Marconi usou a gestão para despolitizá-lo e, com isso, acabou por politizá-lo ainda mais. Noutras palavras, conferindo o que pensa a sociedade, Marconi concentrou-se na gestão e, com isto, obteve (mais) sucesso político.
Do ponto de vista estritamente político, Marconi articula com habilidade, agregando grupos políticos e indivíduos isolados — tendo a percepção exata do valor dos partidos e dos líderes. Ele valoriza como pouco as alianças políticas. Os políticos que estão próximos dele até reclamam de auxiliares, mas, quando tem acesso direto ao governador, geralmente conseguem discutir e resolver seus problemas.
Quanto ao seu marketing, tanto de governo quanto do político, cerca-se do que há de mais moderno. Detesta amadorismo e nunca é enganado pelos palpiteiros de plantão.
Outra de suas virtudes é capacidade de decidir com rapidez e eficiência. Para fazer uma obra não prescinde de um planejamento de qualidade. As oposições não têm percebido com inteligência e clareza como Marconi é um político que tem usado, de maneira ampla e irrestrita, a razão para se manter no poder. As oposições contentam-se com explicações parciais e falhas — como sugerir que investe muito em publicidade (a presidente Dilma Rousseff investe muito também e está caindo nas pesquisas).
Atenção às coisas da modernidade — é dos poucos políticos que usam com desenvoltura, e sem precisar necessariamente de auxiliares, as redes sociais — é outra das virtudes do tucano-chefe.
Em suma, aqueles que quiserem combater Marconi com eficiência precisa entendê-lo sem parti pris ideológico. A crítica perceptiva, entendendo-o na sua integralidade, é a única que pode combatê-lo de verdade. Nos últimos anos, as oposições têm combatido mais uma espécie de caricatura, que elas próprias criaram, e muito pouco o político real de carne e ossos. Como têm sido lentas na formulação, quando tentam “capturar” Marconi, o governador, como as águas de Heráclito, o pai da dialética, está noutra fase. Portanto, a capacidade do tucano de reformular-se, de não ficar paralisado e de usar a ciência em defesa de seu projeto político têm sido bastante úteis. Pode-se dizer que, enquanto Marconi está na fase da informática de ponta, seus opositores estão na idade da pedra polida. Hoje, o político que mais se aproxima do tucano, em termos de modernidade, é o petista Antônio Gomide. Os demais estão muito atrás do tucano-chefe e, por isso, se tornaram fregueses contumazes. Ao contratar Duda Mendonça, Friboi quer capturar o Marconi Perillo real para criticá-lo de modo apropriado e eficaz. Porém, até agora, Friboi tem passado ao largo — assim como Vanderlan, Iris Rezende e, até, Gomide, este, ressalve-se, o mais atento.

[caption id="attachment_2092" align="alignleft" width="300"] José Eliton: vice articula, e bem, permanência na chapa majoritária | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
José Eliton começou a carreira política como aliado de Ronaldo Caiado (DEM). Mas, quando o deputado federal decidiu romper com o governador Marconi Perillo, o vice-governador decidiu ficar ao lado do tucano-chefe. Houve um rompimento brusco, de caráter incontornável. Em seguida, Eliton trocou o DEM, partido pelo qual se elegera, pelo PP, do qual se tornou presidente regional. Caiado decidiu tomar-lhe o mandato, mas, apesar do questionamento do Ministério Público, a legislação ampara o vice.
O que está de fato em jogo? O governador Marconi Perillo propôs uma chapa “provisória” para a disputa de 2014: ele vai à reeleição, Eliton permanece na vice e o deputado Vilmar Rocha disputa mandato de senador. É uma chapa técnica e ideologicamente consistente, mas eleitoralmente, se retirado o nome de Marconi, perde densidade. A rigor, os votos de Eliton e Vilmar já “pertencem” ao tucano-chefe. Por isso, políticos como Jovair Arantes(PTB) e Magda Mofatto (PR) sugerem que Caiado seja incorporado à chapa majoritária, como candidato a senador. Motivo: atrai voto novo, sobretudo do eleitorado dito independente e crítico. Porém, na chapa majoritária, Caiado significa a exclusão de Eliton, porque Vilmar seria o candidato a vice.
Engana-se quem pensa que Eliton, por ser um político jovem, não tem capacidade de articulação. Tem, sim, e movimenta-se com rara habilidade. Entre seus aliados, diretos e indiretos, estão o prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), os deputados federais Vilmar Rocha (PSD), Thiago Peixoto (PSD) e Sandes Júnior (PP), o presidente da Assembleia Legislativa, Helder Valin (PSDB), o prefeito de Catalão, Jardel Sebba (PSDB), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Kennedy Trindade, o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios Sebastião Caroço Monteiro e o economista Giuseppe Vecci (PSDB). Trata-se de uma rede azeitada.
Eliton, portanto, tem condições de se manter como vice de Marconi para a disputa deste ano. Porém, dependendo do resultado das pesquisas, assim que forem definidas as candidaturas, notadamente entre maio e junho, o governador vai interferir no processo — doa a quem doer, pois a política é a arte do pragmatismo absoluto.
Numa conversa com dois editores do Jornal Opção, no Palácio Pedro Ludovico, o governador disse que, em 2014, gostaria de fazer por Caiado o que este fez por ele em 1998. O jovem tucano vai colocar o interesse da base aliada acima do interesse pessoal de “A” ou “B”. Mas tudo será muito bem conversado, para evitar arestas instransponíveis. Entretanto, como se sabe, não há como fazer política, da grande à pequena, sem arestas e conflitos. Ressalte-se que o apreço de Marconi por Eliton não é apenas político — chega ao plano pessoal.
Para terminar uma frase de Matheus de Albuquerque para ilustrar o conflito entre Eliton e Caiado: “Todo homem superior precisa de três ou quatro inimigos, para não ficar sepultado na unanimidade dos louvores”.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e outros líderes do PMDB sugerem que, unidos, Iris Rezende e Júnior Friboi podem conseguir o que parece impossível: o enquadramento do PT de Antônio Gomide. Peemedebistas sugerem que a união de Iris e Friboi, difícil mas não impossível, pode retirar o impacto da candidatura de Gomide a governador. O resultado é que, ao menos no entendimentos dos líderes do PMDB, o ex-prefeito de Anápolis acabaria por aceitar ser candidato a senador. Gomide pensa exatamente o oposto: permanece candidatíssimo a governador de Goiás. Está circulando por todo o Estado e, apesar da escassa estrutura, não mostra nenhum desânimo.

[caption id="attachment_2087" align="alignleft" width="300"] Vanderlan Cardoso: candidato não tem “puxadores” de votos | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quem acompanha o processo político fica com a impressão, lendo os jornais, que só importa mesmo o candidato a governador. Especialistas em campanhas eleitorais pensam diferente. Quatro deles disseram praticamente a mesma coisa ao Jornal Opção.
Frisaram que, se o candidato a governador for ruim, não há solução. Apontaram que o PT tem um excelente candidato, Antônio Gomide, mas falta-lhe uma rede sólida de candidatos a deputado federal e estadual. Ressaltaram que o caso de Vanderlan Cardoso (PSB) é ainda mais grave, pois, ao menos até agora, não apresentou nenhum candidato consistente a deputado federal. Mesmo a deputado estadual, não tem um puxador de votos.
Os especialistas dizem que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sempre faz a coisa certa, articulando para montar grandes chapas de candidatos a deputado estadual e federal. Porque são eles que “puxam” a campanha. É sempre complicada uma campanha sem “puxadores” de voto.
Os craques na arte de fazer campanha, de articular e conectar apoios, disseram ao Jornal Opção que um dos pré-candidatos a governador pelo PMDB, Júnior Friboi, está bem orientado. Porque começou sua pré-campanha trabalhando para montar a chapa para deputado estadual e federal. Os especialistas sugerem que quem está orientando o empresário entende do riscado. Quem não tiver uma boa chapa de candidatos a deputado, afirmam os arquitetos das campanhas, terá dificuldade na campanha. Quem vai recebê-los no interior e reunir as pessoas para ouvi-los?
O Jornal Opção pergunta a José Nelto: “O que os políticos querem de Iris Rezende e de Júnior Friboi?” Nelto pensa um pouco e diz, a sério: “Os políticos querem os votos de Iris e o dinheiro de Friboi”. Uma síntese perfeita. Nelto, por sinal, aposta que Iris será candidato a governador, possivelmente com Friboi na vice. “O PMDB, se estiver unido, é imbatível. Nós temos plenas condições de eleger o próximo governador”, aposta. “Divididos, seremos ambrosia para Marconi Perillo.”
Ser jovem não é o mesmo que ser moderno e ético. Veja-se o caso do PMDB de Goiás. Os primeiros a trair Iris Rezende e correr para o lado de Júnior Friboi não foram os políticos veteranos — estes, no geral, ficaram ao lado do decano do partido. Mas os jovens, encantados com o “cheiro” das verdinhas do empresário, saíram logo de perto de Iris, alegando que o veterano líder “tem uma cascavel no bolso”. Políticos que Iris contribuiu para eleger em 2010 estão quase todos no “iate” de Friboi.
O prefeito de Alexânia, Ronaldo Queiroz, é da linha de frente do PMDB, especialmente do irista. Político dos mais articulados, disse a um deputado federal que, se houver disputa na convenção, vai se verificar uma zebra. Queiroz diz que a visão convencional sugere que Júnior Friboi, por ter uma ampla estrutura financeira, tem o controle do PMDB. O prefeito sustenta que o controle da maioria dos diretórios não significa necessariamente controle dos delegados que votam na convenção. São os delegados que decidem, não os prefeitos ou os integrantes do diretório. O prefeito vota em Iris Rezende e diz ter informação de que há um movimento subterrâneo pró-Iris em todo o Estado. Em Inhumas, José Essado dormiu irista e, picado pelas verdinhas, acordou friboizista. Mas a maioria dos delegados vota em Iris. Friboi estaria disposto a ser vice de Iris? É o que se diz no mercado persa da política. Quem está reagindo não é tanto o empresário, mas os friboizistas.
Numa entrevista ao Jornal Opção, o deputado Waguinho Siqueira, do PMDB, disse que devia tudo, em termos políticos, ao ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende. De fato, em 2010, contrariando líderes do interior, Iris bancou alguns jovens da capital, com o objetivo de iniciar a renovação do partido. Waguinho, que não tinha pretensão política, depois de ter sido alçado ao importante cargo de presidente da Comurg, disputou mandato de deputado estadual e foi eleito. Iris o “carregara” nas costas. Pois agora, nos bunkers do irismo, Waguinho tem sido chamado de “J do C.”. Quando alguém pergunta o que isto significa, iristas, sorridentes e nada constrangidos, dizem: “Não é nada — J. do C. significa apenas Judas do Cerrado”. O parlamentar estaria criticando Iris duramente, e não apenas nos bastidores. Ao saber que Waguinho havia trocado de ídolo — Iris por Júnior Friboi, o homem da grana farta —, um peemedebista disse: “Se fosse o Bruno Peixoto, a gente até entenderia”. Sabe-se que Peixoto flanou ao lado de Friboi, mas, depois de receber um puxão de orelha de seu pai, recuou e, após de ter virado friboizista, voltou a ser irista.
O secretário de Planejamento e Gestão, Leonardo Vilela (PSDB), deve ser o próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, na vaga de Milton Alves. Aliados do governador Marconi Perillo temem que, se indicado, o deputado Helder Valin se una a Kennedy Trindade e, juntos, criem um poder paralelo, incontrolável, no TCE.
É quase certo que Valin será indicado para uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios. Um conselheiro do TCM não causa “problemas” para as contas de um governador.
No encontro de Brasília, no qual Eduardo Campos e Marina Silva foram oficializados como candidatos a presidente e vice-presidente da República pelo PSB, o pré-candidato a governador de Goiás, Vanderlan Cardoso, foi tratado como estrela. Campos e Marina fizeram questão de ressaltar que virão a Goiás para participar da campanha do empresário goiano. Marina, espécie de rainha do Distrito Federal, vai fazer uma campanha intensiva no Entorno de Brasília tanto para o candidato a governador do DF pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, quanto para Vanderlan. Rollemberg e Vanderlan vão fazer campanhas casadas no Entorno. “Vanderlan é o novo ‘marineiro’”, brincou Campos.

Até Lula da Silva anda fazendo piada sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que todos chamam, pública e privadamente, de Agnulo. Piadista nato, Lula prefere nominar o petista de “Argh!nulo”. De fato, é bem mais razoável e verdadeiro.
Curiosidade: Agnelo trabalha, mas sua publicidade não consegue “identificar” as obras à persona.Argh!nulo é visto como o lado “B” do ex-governador José Roberto Arruda (PR), mais conhecido como “mister Arrogância”. Ressalve-se que Arruda, embora acusado de corrupção, é visto pela população como um gestor capaz. Já Agnelo, por mais que trabalhe — e trabalha muito —, é sempre visto como um gestor e político “nulo”, sem brilho, insosso. “É o Geraldo Alckmin que não deu certo. Ou, noutras palavras, o verdadeiro picolé de chuchu do Planalto”, afirma um integrante do PDT de Brasília.
O resultado é que Argh!nulo se tornou, às avessas, o principal cabo eleitoral de Rodrigo Rollemberg, que não é lá essas coisas, mas, ante a vigência de Agnelo e Arruda, é visto como quase um Deus da ética, ou pelo menos uma espécie de Noé que não tem como comandar nenhuma arca. Porque falou em arca, em Brasília, alguns políticos vão logo enfiando a mão — pensando que é cofre.
As pílulas do PMDB mostraram Iris Rezende e, principalmente, Júnior Friboi desatualizados. Friboi descobriu, dois mil anos depois de Jesus Cristo, que o governo de Goiás precisa fazer escola de tempo integral. Fica-se com a impressão de que, ao falar em escola de tempo integral, Friboi está inventando a roda. Seu marketing, talvez feito por quem não conhece Goiás, parece mais apropriado para o Haiti. Num debate, se um adversário perguntar como realmente funciona uma escola de tempo integral, Friboi saberá o que dizer? É provável que dê informações desencontradas.