Após manifestação, passagem sofre aumento e pacote de melhorias é previsto

22 abril 2014 às 17h37

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A Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) determinou o acréscimo de 10 centavos à tarifa de ônibus, elevando a passagem para R$ 2,80. O novo preço foi determinado na quarta-feira, 16, um dia após a manifestação no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás, onde um ônibus foi queimado e cinco linhas foram prejudicadas. O novo preço valerá a partir do dia 3 de maio. Além do reajuste, a reunião estabeleceu medidas já previstas em contrato. O pacote de melhorias para o setor de transporte público prevê dez benfeitorias, como a volta do programa Ganha Tempo, para outubro deste ano, e mais novos 300 veículos.
“Com essas mudanças anunciadas esperamos uma melhor qualidade no transporte coletivo. A tarifa vai a R$ 2,80. É isso que eu tenho a dizer”, afirmou, emocionado, o secretário da Infraestrutura e presidente da CDTC, João Balestra. A previsão era de que o valor da passagem subisse para R$ 2,90. Porém, explicou a presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Patrícia Veras: “Temos no nosso contrato de concessão regras para calcular o valor da tarifa. Tínhamos calculado a tarifa anterior em R$ 2,90. Mas, com as desonerações, esse valor pode ser reduzido, e ainda acompanhado por um pacote de qualidade”.
Os protestos do “Dia de Lutas Contra o Aumento da Tarifa”, na terça-feira, foi realizado pela Frente de Luta pelo Transporte Coletivo e reivindicava, também, a volta do programa Ganha Tempo e o fim da precariedade do sistema de transporte.
Entre Aspas
Presidente da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci), Ademar Oliveira, sobre reajuste dos benefícios da categoria.
Vamos lutar até o último dia. Se preciso, negociaremos com o próximo governador”
Transferência da Celg D à Eletrobrás deve ser melhor analisada
O Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou ao governador Marconi Perillo (PSDB), que não transfira o controle da Celg D à Eletrobrás, antes que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se manifeste sobre a prorrogação do contrato de concessão. Assim, após a avaliação da Aneel, Marconi realizará uma análise sobre a viabilidade da transferência. O MP havia instalado inquérito para investigar supostas irregularidades no processo de transferência. De acordo com a promotora de Justiça Villis Marra, a presidência da Celgpar confirmou irregularidades, como a transferência de 51% das ações da Celg D à Eletrobrás, o que pode causar prejuízo de R$ 7 bilhões. Sem a avaliação da Aneel, a transição pode causar danos ao patrimônio público estadual. Por exemplo, se houver renovação da concessão e caso haja inviabilidade técnica.
Fica 2014 divulga obras selecionadas
O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), na cidade de Goiás, terá 32 filmes na Mostra Competitiva. Foram inscritos mais de 453 filmes, sendo 258 estrangeiros e 195 nacionais. Foram selecionados cinco curtas-metragens goianos. Com critérios de preservação da diversidade e qualidade, também foi divulgado a lista dos artistas goianos que se apresentarão nesta edição, selecionados por curadoria especializada. Entre eles, os artistas Grace Carvalho, Johnny Suxxx & Fucking Boys, Abluesados e Marcus Biancardini. A 16° edição do Fica (de 27 de maio a 1º de junho) homenageará o escritor, poeta, contista e historiador José Mendonça Teles.]
O “caso IBGE”: judicialização da Pnad
Após o DEM protocolar um requerimento de esclarecimento na Câmara dos Deputados, a ministra de Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que um erro nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) pode levar a pesquisa à judicialização. Na quarta-feira, 16, cerca de 200 técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se reuniram em frente à sede do órgão em protesto à decisão da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, de suspensão até 2015, da divulgação dos resultados da Pnad. O “caso IBGE” envolve a metodologia, que agora prevê o levantamento da renda domiciliar per capita para o cálculo para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), e o calendário do órgão, que não prevê a pesquisa completa para janeiro de 2015.
PF abre nova investigação sobre a Petrobrás
Com objetivo de rastrear fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e sonegação fiscal em contratos com a Petrobrás, a Polícia Federal (PF) abriu, na operação Lava Jato, uma nova linha de investigação. Na terça-feira, 15, a PF concluiu quatro inquéritos e indicou 46 investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, indiciado por crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O ex-diretor da área internacional da petroleira, Nestor Cerveró, afirmou no dia seguinte que não houve “intenção de enganar” o conselho e que houve consenso da diretoria e dos conselheiros sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A presidente Dilma Rousseff se declarou comprometida com a apuração e punição no caso.
Envolvimento de Vargas com doleiro afeta PT
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) declarou que a relação entre o deputado federal e vice-presidente da Câmera dos Deputados, André Vargas (PT-PR), e o doleiro Alberto Youssef “é um envolvimento que não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando o PT na política”. O parlamentar anunciou na terça-feira, 15, a desistência de renúncia ao mandato, cuja intenção foi declarada um dia antes.
O deputado está envolvido com o doleiro Youssef, preso pela operação Lava Jato da Polícia Federal por suspeita de participação em lavagem de dinheiro (cerca de R$ 10 bilhões). Vargas estava sob pressão do PT para renunciar, uma vez que poderia prejudicar as campanhas de Dilma Rousseff, à reeleição, e da senadora Gleisi Hoffmann, ao governo do Paraná. O deputado faria parte da coordenação da campanha da senadora. Hoffmann afirmou não poder julgar o deputado, mas acredita que o episódio se arrastará pela campanha eleitoral.