Por Do Leitor

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O Brasil é um país homofóbico?

cartas.qxdA matéria “O Brasil já vive sob a ditadura das minorias” (Jornal Opção 2048), do jornalista José Maria e Silva gerou um extenso debate na rede social Facebook na última semana. Por isso, reproduzimos uma parte da longa discussão: Rodrigo César Dias: Engraça­do, eu achava que o ditador era aquele que mandava e desmandava, o que impunha sua vontade a todos. Mas veja que ditadura curiosa essa dos gays e das feministas: os gays não conseguem criminalizar a homofobia, nem garantir por lei o casamento civil, nem doar sangue. As mulheres não conseguem receber o mesmo salário dos homens pra desempenhar a mesma função, nem realizar abortos que são permitidos por lei. O Zé Maria me apresentou a um novo conceito de ditador: é aquele que não manda, mas se submete à vontade alheia. Wenceslau Miro Cezne: Um dos aspectos que não entendo nesses movimentos é por que as pessoas fazem questão de, a toda hora, quererem dizer e mostrar às demais pessoas que têm uma cor de pele negra e que tem uma preferência sexual diferente. Em vez disso, por que não tentam mostrar às outras pessoas seu valor e competência como pessoa? Significa dizer: “Não gosto que vocês olhem para a minha cor da pele ou queiram saber a minha preferência sexual, mas percebam o meu valor como pessoa humana”. João Paulo Lopes Tito: Hoje em dia, a força que uma minoria faz para ser valorizada e respeitada enquanto ser humano, e para fazer valer seus direitos e liberdades vem sendo chamada de “ditadura”. Qualquer mudança de status quo incomoda mesmo. Que chiem os conservadores, mas estamos testemunhando mudanças históricas. Por outro lado, não vejo, de modo algum, como censura o que fizeram com Levy Fidelix. Porque não fizeram a mesma coisa com o Pastor Everaldo e com Aécio Neves, que também são defensores “da família”. A crítica ao Fidelix não foi por expressar sua opinião: foi por incitar o ódio. Fidelix não discorda dos homossexuais - ele incita a maioria a lutar contra a minoria. Defende que homossexuais sejam tratados longe de nós, “normais”, “homens de família”. Dar opinião é uma coisa, incitar o ódio, a discriminação e a segregação social sempre foram, e continuarão, sendo coisas de covardes e hipócritas. Maria Reis: E não tem coisa menor e medíocre do que discutir cor e opção sexual das pessoas. Emille Lemes: Por que será que esse povo fica desfilando com bandeiras coloridas e/ou cobrando o respeito à cor da pele? Nunca vi heterossexuais desfilarem e nem brancos cobrarem respeito à sua cor. Dar o melhor de nós é o bastante para que as pessoas nos valorizem. João Paulo Lopes Tito: A meu ver, a questão que você propõe foi invertida antes, Emille. O preconceito às diversas minorias surge justamente porque a questão que você apresenta não foi feita lá atrás. A discriminação por classe social, cor, religião e sexualidade adveio inicialmente porque, mesmo dando o melhor de si, alguns grupos não foram devidamente valorizados – antes, foram marginalizados. Brancos nunca foram discriminados apenas por terem essa cor de pele, nem heterossexuais por sua sexualidade. Por que eles sairiam às ruas? Por que discursariam sobre o orgulho em pertencer a essa classe? Não há motivo. Infelizmente, dar o melhor de nós não é suficiente para que nos valorizem enquanto seres humanos. Aliás, cuidado! O simples fato de te incomodar que pessoas saiam às ruas se expressando livremente (seja lá em que sentido for) pode ser sintomático. A cura para o preconceito começa com a análise e aceitação de nossos próprios defeitos, internamente. Wenceslau Miro Cezne: Vejo incoerência nesses movimentos porque promovem as características da cor da pele ou preferência sexual e outras questões. Quanto mais as pessoas queiram que eu as veja como negras ou gays, estas tenderão a serem as suas características pessoais principais para mim e para muita gente. Mas, no entanto, eu gostaria que a sua cor de pele ou preferência sexual não tivesse importância para mim, mas sim a suas características pessoais como competência, personalidade, etc. Seria desejável a maior integração possível e não o separatismo ou compartimentação das pessoas na sociedade. Thiago Burigato: Denise Var­gas, se a pessoa que foi assassinada não era negra e nem gay, então certamente o motivo de sua morte não foi a sua cor de pele ou sua orien­tação sexual, já que simplesmente não se matam brancos por serem brancos ou héteros por serem héteros. Wenceslau Miro Cezne, ninguém quer ser visto por sua cor de pele ou por sua orientação sexual. Aliás, é justamente o oposto disso. Mas, infelizmente, até hoje são apenas por essas características que boa parcela da população é caracterizada, estereotipada e julgada pelo restante da sociedade. Emille Lemes, brancos e héteros não fazem desfiles carregando bandeiras por sua cor de pele ou orientação sexual simplesmente porque não há direitos a reivindicar que os outros não tenham e nem lutas a serem travadas para não serem discriminados. Denise Vargas: É mesmo? Onde está a homofobia que as pessoas tanto pregam? Cerca de 200 homossexuais são mortos todos os anos e 70% das mortes acontecem porque gays matam outros gays, seu parceiros (como o caso Donati). Portanto, cadê os cristãos que saem das igrejas do Malafaia e matam gays nas ruas? Onde estão estas pessoas? Vocês querem criminalizar qualquer senhora de 80 anos que torce o nariz ao ver dois homens se beijando? A verdade é que o movimento gay quer privilégios e não direitos iguais, aí promovem um discurso de ódio que simplesmente não existe. Eles é que são heterofóbicos, cristaofóbicos e outrosfóbicos. Com certeza. Aliás, Thiago, está cheio de gays criticando os fundamentalistas LGBT e falando as verdades na Internet. Thiago Burigato: Acontece que os discursos religiosos servem de combustível para atitudes de ódio e preconceito, que então ficam travestidos de uma aura de moralidade. Esses discursos, inclusive, geram o fenômeno que provoca o assassinato de gays por outros gays: a homofobia internalizada. Ensinado a vida toda que seu desejo é errado e pecaminoso, o pensamento é mais ou menos o seguinte: “Meu Deus, pequei! Cedi aos meus desejos 'impróprios' e ninguém pode saber disso.” Ensinado que o desejo dele - e a própria identidade dele - é suja e errada, o que ele faz? Mata seu objeto de desejo, que por sua simples existência o lembra de quem ele é, como se estivesse matando seu próprio desejo. Pergunte a qualquer psicanalista e ele vai confirmar o que digo. Repare que o assassino de Donati se recusa a se assumir como homossexual. João Paulo Lopes Tito: A questão para mim é simples: a pessoa que ouve as palavras do Levy Fidelix e diz que não existe homofobia, não existe preconceito e, pelo contrário, o movimento LGBT é que cria um discurso de ódio deve viver em outro mundo. Um mundo onde “homofobia” só acontece quando um heterossexual mata um homossexual. Não tem nenhuma lógica.

“E a política não é uma competição moral. É uma disputa pelo poder”
[caption id="attachment_17815" align="alignleft" width="620"]Arnaldo Neto: “Vejo que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E política não é uma competição moral” / Foto: Reuters Arnaldo Neto: “Vejo que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E política não é uma competição moral” / Foto: Reuters[/caption] Arnaldo B. S. Neto No meu tempo de movimento estudantil, na Goiânia da segunda metade dos anos 1980, nós, os “reformistas”, éramos rivais dos “trotskistas” e dos “stalinistas” (isto foi em outra vida, tenho certeza!). Nosso principal esporte consistia em nos atacarmos mutuamente, com uma fúria verbal absoluta. Mas, vez ou outra, entre uma assembleia, eleição ou manifestação, terminávamos no boteco, tomando cerveja e rindo das atitudes uns dos outros. Vez por outra as alianças mudavam, e os espinafrados de ontem viravam os aliados do dia seguinte. Sem saber, eu estava aprendendo ali algo muito importante sobre a política: a de que ela não pode ser tida como um subproduto da moral. Aliás, quando verdadeiramente é pensada assim, você termina sendo proibido de beber e sua namorada é obrigada a usar burca para ir à escola (se puder ir à escola...). Pois bem, vejo aqui a notícia de que o PT está buscando o apoio da Marina nas eleições. E daí, meus jovens? Qual a novidade? Isto é política, tão somente. E a política não é uma competição moral. É uma disputa pelo poder. E escrevo isto por uma razão. Há quem confunda o âmbito da moral e o da política. Só isto explica que alguém cancele a amizade, mesmo que virtual, com outra pessoa, por conta de uma opinião política ou de uma escolha eleitoral. Quem age assim está fazendo um juízo de inteiro desapreço sobre uma pessoa (ela não presta! é um babaca!) com base tão somente num aspecto limitado de sua individualidade. Nesta armadilha não escorrego. Votar no Pastor Everaldo não faz de ninguém um canalha e nem votar no Eduardo Jorge faz de alguém um poço de virtudes. O mesmo vale para as escolhas de Dilma e Aécio. Somente no relato bíblico do apocalipse, o bem e o mal se enfrentam frente a frente. Mas, como sabem, Goiânia sequer tem estrutura para este tipo de evento como o fim do mundo... O âmbito da política, mesmo que permeado por questões morais, tem a sua autonomia (relativa, obviamente). Finalmente (texto de internet não pode ser longo demais), mesmo que projetos distintos estejam em disputas e os conceitos de direita e esquerda ainda façam sentido, não confundam política com moral. Você estará cobrando algo que o político (ou o partido) que você acredita lhe representar não irá lhe dar nunca, caso realmente possua um projeto de chegar e ficar no poder. Seus adversários de hoje são os aliados de amanhã e todos irão comemorar a vitória (o que interessa!) num restaurante chique. Você, pobre sujeito, que achou que tudo era uma questão puramente moral, tão somente ficou sem amigos... Valerá a pena? Arnaldo B. S. Neto é doutor em Direito Público pela Universidade Vale dos Sinos (Unisinos-RS) e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Adaptar um livro leva ao interesse pela obra original”

Rodrigo Normando cartas2 Discordo do artigo “Discípula de Paulo Freire assassina Machado de Assis” (Jornal Opção 2028), de José Maria e Silva. É um texto voraz em defender um cânone da literatura universal através de violência verbal e arrogância. Esta foi minha impressão ao ler o texto: “alguém quebrou o meu brinquedo”. Àqueles que concordam com a crítica e com o autor, peço minhas desculpas, mas, sem sombra de dúvida, discordo de umas boas vírgulas do que li. Não esqueçam de que a adaptação da obra não é para vocês, universitários, formados em Letras ou amantes da literatura como ela veio ao mundo. A adaptação é destinada aos estudantes do ensino médio que não dão a mínima para Machado de Assis e nem para livros em geral. Nem todos são assim, no entanto é evidente que a maioria esmagadora vai à escola porque é obrigada a ir. É com o intuito de aproximar aquilo que já é absurdamente distante da realidade desses jovens que a adaptação é feita; são leitores novos, que frequentam a escola e não têm o costume de ler ou que já a concluíram décadas atrás e estão, por sinal, sem qualquer contato com a literatura. Faço a vocês uma pergunta objetiva e clara: é tão mais importante que se leia a obra integralmente, sem adaptações ou o termo que preferirem, e não a compreendam com o mesmo ardor e paixão que aqueles que, como eu e vocês, têm na literatura a fonte de renda, do que adaptá-la e levar a história ao alcance de milhões de leitores em formação para que a compreendam? Faço-me valer das muitas adaptações que li para sustentar que todas tiveram um papel formidável para que eu, quando me sentisse pronto, arrancasse a obra integral das prateleiras e a lesse, mas dessa vez com o amor que hoje tenho. Caros amigos, adaptar é um passo para levar ao leitor em formação o interesse pela obra e não, de forma alguma, disputar com a obra original um patamar de igualdade dentro da literatura universal. Verifiquem, em uma escola pública de ensino médio, quantos alunos não preferiram a adaptação, quando em primeiro contato com a obra em si; e verifiquem, também, quantos outros alunos, após lerem a adaptação, não se interessam em ler a versão original. Não se trata de matar a obra, mas, sim, de abrir caminho para que ela possa existir em meio a contemporaneidade. Rodrigo Normando é escritor. E-mail: [email protected]

“Não é com beijaço que vão conseguir espaço”

cartas Mônica Araújo Ninguém desperta em alguém algo que já não exista. Não vi nas palavras do candidato Levy Fidelix (PRTB) nenhum incentivo ao ódio. Somos uma nação hétero e católica de nascença; então, não será da noite para o dia que isso vai mudar. Como as mulheres conquistaram espaço ao longo dos anos, como os negros avançaram tanto, assim também será com os homossexuais em geral. Não é com beijaço que vão conseguir espaço. Estão tentando enfiar à força uma nova forma de amor, mas estão fazendo de maneira errônea. A vida não é 8 ou 80, vamos com calma, porque se continuarem a forçar uma nova visão, terão a resposta à altura, serão repreendidos da mesma maneira. Portanto, vamos com calma. Outra coisa que eu vejo é que são poucos os que fazem baderna, realmente uma minoria, pois tenho inúmeros amigos gays que jamais se prestariam a esse papel do beijaço, por exemplo. E-mail: [email protected]

“É ótimo que a Amazon passe como um trator sobre as editoras” 

Epaminondas Silva A Amazon passará por cima de livrarias e editoras brasileiras feito um trator? Isto é ótimo. Ela demitirá profissionais de editoras? Excelente. Ela pode vir a prejudicar o lançamento de títulos em português? Torço por isso. Alguém ainda pode nutrir a ideia ingênua que Gutenberg inventou os tipos móveis por amor à leitura. Isto é tão verdade quanto Henry Ford inventou a linha de produção por amor aos carros. O efeito colateral destas duas invenções foi a expansão de mercado de consumo dos respectivos itens. Mas o objetivo era dinheiro. A experiência do Kindle é excelente. Claro que há ainda um ou outro ludista que até hoje não aderiu ao CD pela experiência inegualável do vinil. Mas um livro no Kindle é capaz de transformar leitores diletantes em constantes e leitores constantes em traças. Tem gente que há de achar isto ruim, porque a Amazon é predadora. A entrada da Amazon no Brasil levou uns bons três anos desde o anúncio da primeira previsão, em parte do empenho das editoras em evitar que o meteoro que ela representa as leve à extinção. É um bando de acendedores de lanterna a gás lutando contra a eletricidade. Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros. A Amazon vai dominar tudo? Outra lição da história: Microsoft rodava em 90% dos computadores do mundo. Tablets e smartphones estão destruindo este monopólio; Yahoo era um grande mecanismo de busca. Google o destronou humilhantemente. A questão é só criatividade. Editoras e livrarias brasileiras nunca pareceram demonstrar que investem nesta seara. O custo é virar asfalto para a Amazon. Mas nada impede que a Amazon sirva-lhes de asfalto no futuro. Vai depender do quanto estão dispostos a sair da zona de conforto em explorar os pobres leitores brasileiros, com lançamentos focados em blockbusters e cobrando uma fortuna pela cauda de dinossauro — isto é, quando o livro procurado está disponível nesta cauda. Não raro, alguém tem de ir buscá-lo lá fora. Onde? Na Amazon. E-mail: [email protected]

“Editorial é análise perfeita de Iris”

Joãomar Carvalo de Brito O Editorial “O que Roosevelt e Churchill têm a dizer ao ressentido Iris Rezende” (Jornal Opção 2046) é uma análise perfeita do ex-governador, mas também das circunstâncias históricas, que estão determinando mais uma derrota do PMDB e prejudicando aliados. Joãomar Carvalho de Brito é jornalista e professor aposentado da UFG. E-mail: [email protected]

“O Ministério Público dorme, o TRE cochila e o povo cai no pesadelo”

Pedro Sérgio dos Santos Se um candidato prometesse em sua propaganda a instalação de uma praia com ondas, água salgada e conchinhas em Goiânia certamente seria tomado por idiota, visto que ninguém seria enganado com tal promessa. Penso que ele só não prometeria tubarão no mar goiano porque seria o mesmo que enchê-lo de políticos “sem vergonha”. Todavia, a fraude está no ar, está na televisão, na propaganda impressa e na internet. Candida­tos prometem apresentar projetos de lei para a implantação da pena de morte, para a pena de prisão perpétua e para a redução da idade de penalização, atingindo menores de idade. Nosso povo, com os péssimos serviços prestados pela educação brasileira, não adquiriu o costume de ler e estudar a Constituição Brasileira, entendendo, equivocadamente, ser esta uma tarefa exclusiva dos profissionais do Direito. A Constituição Federal — em seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV — prevê que as garantias individuais e fundamentais previstas no artigo 5º são inalteráveis. Assim, arrisco-me a dizer que, numa suposta pesquisa popular, a maioria absoluta dos pesquisados, em qualquer capital brasileira, não saberia dizer o que é “cláusula pétrea”. Diz o artigo mencionado: “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.” O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, afirmou que garantias individuais não estão somente no artigo 5º da Cons­tituição. Assim, a idade para a responsabilidade penal prevista no artigo 228 da Carta Magna também se constitui como clausula pétrea. Vejamos: “O próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu em julgado que existem cláusulas pétreas fora do rol do artigo 5º da Carta Magna, quando foi declarado por ex.: o artigo 150, III, b na ADIN 939-7/DF. A comprovação da impossibilidade jurídica da redução da maioridade penal, basta a analise do artigo 228 da Consti­tuição da República como cláusula pétrea, insuscetível de alteração. É o entendimento de Araújo (2001, p.32). A interpretação sistemática leva a inclusão da regra do artigo 228 nos direitos e garantias individuais, como forma de proteção. E, como há capitulo próprio da criança e do adolescente, nada mais correto do que a regra estar inserida no seu capítulo especifico, embora se constitua em extensão das regras contidas no artigo quinto, objeto da imutabilidade. Não temos dúvida, portanto, que a regra do artigo 228 é extensão do artigo quinto. Entendemos que os direitos e garantias individuais fora do artigo quinto são petrificados porque são extensões interpretativas das matérias lá garantidas.”( retirado do texto “Inconstitucionalidade na redução da maioridade penal”, site JusBrasil, 2014) Desta forma, políticos que prometem mudar a Constituição naquilo que é impossível mudar, agem de má-fé ou agem por incompetência absoluta, por falta de entendimento sobre o nosso ordenamento jurídico. Seja por um ou por outro motivo, não devem ser eleitos. Nesse mar de estelionatos eleitorais, o que mais me chama a atenção não é o descabimento de tais promessas dos “safados” disfarçados de candidatos, mas a inércia da Justiça Eleitoral e do Ministério Público, que não impedem essa propaganda enganosa, desqualificada e sem fundamento. Busca-se, muitas vezes, punir um muro pintado ou um outdoor fora de lugar, mas o conteúdo mentiroso não é punido. O poder público dorme e o povo afundará em mais um pesadelo após as eleições, pois como dizia o saudoso Ulysses Guimarães, “ se você acha que esse Parlamento é ruim, espere para ver o próximo”. Pedro Sérgio dos Santos é advogado e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

cartas.qxd“Advogados perderam a sensibilidade para combater o arbítrio”

Talmon Pinheiro Lima Adorei o artigo “Lino Tri­gueros, o advogado que enfrentou a ditadura de Anastasio Somoza e dos sandinistas” (coluna “Contra­ponto”, Jornal Opção 2046). Lembrou-me Sobral Pinto, pelo modo simples e despojado e, principalmente, por sua luta contra as ditaduras. O advogado tem esse papel preponderante, que vai além do simples exercício da profissão. Deve ser porta-voz dos injustiçados, lutar por causas sociais e rebelar-se contra o sistema vigente, quando este demonstra ser iníquo. Infelizmente, a grande maioria dos nossos advogados perdeu ou nunca teve essa sensibilidade tão necessária para combater o arbítrio e os desmandos que são recorrentes no País. Aqui em Goiás, por exemplo, advogado gaba-se de ser correligionário do “rei”. De toda forma, parabéns a Irapuan Costa Junior, articulista de pena brilhante — meu pai era amigo pessoal de Irapuan, do qual foi líder na Câmara de Vereadores de A­nápolis, quando ele foi prefeito da cidade. Talmon Pinheiro Lima é advogado.

“A necessidade do verdadeiro advogado”

João Bosco C. Freire Irapuan Costa Junior realmente foi uma das maiores culturas que já passaram pelo Palácio das Esmeraldas. Tem uma percepção incomum dos fatos e das pessoas. Realmente viu um advogado em ação, e isso é raro nos dois sentidos: de se “ver” e de se encontrar e saber que encontrou. Quem não conhece um diamante poderá pisar nele e ir embora. Ele encontrou um verdadeiro homem de justiça, que estudou direito e fez mais que isso: transpassou o Direito, saiu do outro lado, estabeleceu primeiro o Direito dentro de si mesmo e em seguida foi à prática — raridade nos dias atuais um que chegue até este grau. Sem esse estabelecimento, essa vocação, não se consagra um ofício, apenas segue o que lê, incapaz de “torcer os olhos” e encarar o aspecto trino de um fato, onde esteja envolvido o Indivíduo, o Estado e a Sociedade, e é preciso não ferir a nenhum. Estabelece-se o “seu” Direito em perfeita harmonia com a justiça, ou se, sem ela, luta por ela. Foi o que aconteceu no caso: desafiou a tudo e a todos em busca da Verdade e da prevalência do homem. O Direito foi feito para o homem e não o homem para o Direito. Em face de uma base insólita, o Direito não é uma ciência, como muitos pensam, mas uma construção constante, em cada caso, em cada país, em cada tempo. Hoje e aqui, uma coisa; amanhã e lá, outra. É a evolução constante do homem que transforma o Direito e a sociedade. Daí a necessidade do verdadeiro advogado, que, antes do magistrado, é o que penetra o recesso dos lares, sonda as almas e as vontades, tenta ver além das aparências ou das meras e simples ilações a respeito de alguém ou algum fato. Se não tem coragem, não deve advogar, como também, se é impulsivo e de arroubos, escolha outra profissão, pois esta é a única onde o colega é sempre um adversário e se deve respeitá-lo para poder vencê-lo. Estivemos falando um pouco de direitos humanos e do advogado. João Bosco C. Freire é advogado.

“Quem vota apoia o quadro sujo da política que aí está”

Zamian Zartan cartas.qxdSó o perfeito imbecil analfabeto político acredita nessas pesquisas manipuladas e centralizadas, que descartam a maioria dos demais candidatos à Presidência da republiqueta que já não mais nos pertence economicamente. Vivemos sob a ótica de uma subserviência em detrimento ao povo brasileiro e favorável aos interesses internacionais, praticada por todos os gerentes do “brazil” desde 1985. Os resultados das eleições digitais brasileira não serão decididos pelos votos dos desinformados que irão patrioticamente serem passados para trás mais uma vez, mas, sim, pela manipulação fraudulenta praticada por meio dos programadores das fraudáveis urnas eletrônicas. Neste jogo sujo de cartas marcadas o que menos interessa são os anseios do povo brasileiro por suas obrigatórias melhorias sociais lógicas, há décadas, e que só pioram a cada ano que passa, haja vista as desigualdades crescentes praticadas por todos os nossos gerentes viciados em politicagem desde 1985 e vivenciadas por todos nós até a presente data e mais ainda no futuro negro que está reservado para nossos bisnetos. Só quem sai perdendo devido ao alto índice de falta de informação sobre política e economia em todas as esferas (e que o joga na total e displicente conivência por meio das artimanhas eleitoreiras através do seu subconsciente manipulado com o apoio da podre mídia que também detesta os interesses do povo) é quem vota apoiando diretamente — pela urna — ou indiretamente, com quem tem cruéis e destrutivas opiniões no estilo “o Brasil é assim mesmo e ninguém dá jeito” ou “a corrupção é uma coisa normal na política brasileira”. Assim, vão apoiando o quadro político sujo que aí está, se negando a protestar como os demais cidadãos que exercem seu patriotismo ao não apoiar há décadas toda a sujeira, podridão, traição e antipatriotismo praticados por nossos gerentes, submissos a inescrupulosos interesses externos e internos praticados nestes últimos 28 anos. E-mail: [email protected]

“Excelente editorial”

Jadson Barros Nenes Duas palavras sobre o texto “O que Roosevelt e Churchill têm a dizer ao ressentido Iris Rezende” (Jornal Opção 2046): excelente editorial. E-mail: [email protected]

cartas.qxd“Iris deveria contratar Stephen King”

Arthur de Lucca O dr. Iris Rezende Machado deve contratar urgentemente Stephen King para escrever “À Espera de um Milagre 2” e Frank Darabont para o roteiro e direção do filme. E depois passa-lo no horário político gratuito na TV, evitando, com isso, a “morte anunciada”. Iris poderia ter ficado de fora de mais esse vexame, mas... os 16 lustros não foram suficientes para trazê-lo para a realidade. Arthur de Lucca é representante comercial. E-mail: [email protected]

“O Paili é um programa sério e responsável”

Deusdet Martins Em relação ao artigo “Pro­grama goiano que cuida de loucos criminosos sofre de transtorno bipolar” (Jornal Opção 2045), tenho a dizer que o Paili [Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator] é um programa sério, responsável, junto com seus parceiros, por livrar de prisão perpétua pessoas com sofrimento mental que cometem um crime e são consideradas inimputável, como ocorre com os manicômios judiciários. Com o firme propósito de manter os interesses daqueles que se beneficiam da tradição manicomial ou por conta das resistências no campo dos saberes e interesses econômicos e corporativos, querem por tudo mostrar que as novas tecnologias em saúde mental não funcionam. Precisam se informar melhor a respeito da atenção psicossocial. A propósito, o dr. Haroldo Caetano [promotor de Justiça que criou o Paili em Goiás] é um ser humano sensível, excelente promotor, competente e comprometido com a justiça. E-mail: [email protected] [caption id="attachment_16392" align="alignleft" width="300"]cartas.qxd Silas Malafaia / Foto:Pedro Santana[/caption]

“Silas Malafaia é um ex-pastor”

Floriano Veira da Silva O sr. Malafaia de pastor de ovelhas não tem nada. O que estamos vendo é o falso pastor tentando contribuir para que um Estado análogo ao Estado islâmico seja implantado no Brasil. Guerra de religiões radicais o Brasil não aceita, sr. ex-pastor. “Ex” porque está mais interessado em destruir pessoas que pensam e vivem de forma diferente e, com esse comportamento do sr., pode ser reiniciada uma nova matança de pessoas ligadas ao LGBT, pessoas homoafetivas inocentes. Pastor de ovelhas, conforme é bíblico, acolhe a todos e prega a paz. Daí se dizer “ex-pastor”, que já fez isso e não faz mais como verdadeiro pastor. É com essa linha que Malafaia está assessorando Marina Silva. E-mail: [email protected]

“Devemos o sucesso do agronegócio a Caiado” 

José Rubens de Carvalho Ronaldo Caiado (DEM) é um político com cinco mandatos de deputado, sem ter ne­nhum envolvimento com corrupção . Ao contrário, só se envolveu em projetos que trouxeram dividendos para Goiás, para os produtores rurais e médicos de todo o Brasil. Se o País é esta potência no agronegócio , devemos a ele. E-mail: [email protected]

“Retirar de circulação as armas legais não funciona”

Salesio Nuhs cartas.qxd Gostaria de cumprimentar o dr. Irapuan Costa Junior pelo artigo que comenta a relação entre o nível de criminalidade e o número de armas de fogo nas mãos dos cidadãos, publicado no Jornal Opção 2042 (“Doutora em Direito diz que não há relação entre nível de criminalidade e número de armas em mãos corretas”, coluna “Contraponto”). Textos como estes são fundamentais para estimular a reflexão sobre um assunto tão importante, como a segurança pública, e cobrar ações que visem à diminuição da violência em nosso País. Sua leitura responsável e madura sobre o assunto alimenta o bom debate e estabelece princípios para uma discussão em alto nível. Certamente, o problema da insegurança pública reside nas atividades criminosas, na impunidade, ilegalidade e na falta de ações eficazes. As campanhas de desarmamento retiraram de circulação cerca de meio milhão de armas entre a população civil brasileira. Porém, em virtude da política de desarmamento do governo, aliada ao excesso de burocracia imposta ao cidadão que deseja manter sua arma legalizada e a inexistência de estrutura do órgão responsável pelos registros, atualmente, mais da metade das 16 milhões de armas de fogo que aproximadamente circulam pelo País, segundo o Ministério da Justiça, não estão registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Das que estão, em 2010 havia 8.974.456 de armas de fogo com registro ativo. Já em 2014, o número passou para cerca de 600 mil. Com isso, milhões de armas encontram-se irregulares, com o registro vencido. O Estatuto do Desarmamento, além de não desarmar os criminosos, impede que os cidadãos brasileiros permaneçam com suas armas regularizadas. Opressos por uma legislação burocrática e morosa, são empurrados para a irregularidade somente por querer exercer um direito constitucional. Como é de seu conhecimento, em referendo realizado no País há oito anos, 63,94% dos votantes (59.109.265 eleitores) decidiram que o comércio de armas de fogo e munições não deveria ser proibido. No entanto, o governo, de forma arbitrária, impôs regras rígidas e burocráticas para a comercialização e registro de armas e munições, ferindo até mesmo o direito de seus cidadãos: a legítima defesa. É certo que os criminosos não adquirem armas de fogo em lojas de armas, tendo fácil acesso a poderoso armamento através do desenfreado contrabando que assola o país. As armas utilizadas para cometer crimes são ilegais, por isso retirar de circulação armas legais não funciona no combate à violência. Desde 2012, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) vem propondo ao Ministério da Justiça auxílio para promover uma nova campanha com o intuito de incentivar a renovação dos registros vencidos de armas de fogo. Além desta, outras ações — como a colocação de chip em armas, rastreamento de munição em lotes padrão, distribuição de material educativo para crianças e adultos — foram propostas, visando contribuir para o controle de armas de fogo e munições pela polícia e também para a redução da ilegalidade. Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para divulgar a cartilha “Mitos e Fatos”, produzida pela Aniam. Com o intuito de proporcionar uma visão ampla e real sobre os fatos relacionados a armas de fogo e munições, o documento esclarece dez mitos populares e os fatos são baseados em matérias divulgadas nos últimos anos em grandes veículos impressos. Este material promove uma desconstrução sobre diversas questões e lança um novo olhar sobre o foco que deveria ser observado nas políticas de segurança pública. Dentre eles, o combate à impunidade, uma política de segurança eficaz das nossas fronteiras, investimentos consistentes na área de treinamento de polícias civis e militares, entre outras providências. Acreditamos que por meio da educação é possível transformar uma sociedade, principalmente no que se refere à segurança e minimização dos riscos. Nesse sentido, a Aniam também produziu o gibi “Turma Legal”. A finalidade do gibi é passar às crianças, de um modo divertido, informações úteis para prevenção de diversos tipos de acidentes domésticos, dentre eles com armas de fogo, facas e, até mesmo, brincadeiras envolvendo pipas. Por fim, a Aniam reforça o contento com a opinião expressada pelo colunista e se coloca à disposição para o fornecimento de informações sobre assuntos relacionados ao setor. Salesio Nuhs é presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam).  

“Aposentados humilhados pelo governo petista”

João Guilherme Maia Eu só gostaria de saber se realmente Aécio Neves (PSDB) vai dar uma atenção à situação dos aposentados que esses 12 anos de PT no poder vêm humilhando. Só para ter uma ideia deste massacre, aposentados que se aposentaram com cinco salários mínimos hoje recebem no máximo dois salários. A situação dos aposentados que recebem acima do piso é tão crítica que hoje temos aposentados que não conseguem comprar nem os remédios de que necessitam. Alguém que ler esse comentário pode falar “mas e o SUS?”. O SUS [Sistema Único de Saúde] é mais uma mentira deste governo corrupto do PT; quando se vai ao SUS, não tem médicos nem remédios. Por isso, nessas eleições os aposentados que recebem acima de um salário mínimo, nos diversos grupos que temos na internet já combinaram: ninguém votará no PT e nos partidos de sua base. Talvez alguém fale “mas, e antes, por que eles votaram no PT?” É fácil de responder: antes nós éramos enrolados pela Cobap [Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil] e pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Nesses anos todos, fingiam que nos ajudavam, mas na realidade estavam do lado do governo. Por isso, candidato Aécio, vamos lhe dar um voto de confiança. Espero que não seja mais um a decepcionar esses ex-trabalhadores que viveram trabalhando e recolhendo para a Previdência e agora esse governo corrupto quer que nós recebamos apenas um salário mínimo de aposentadoria. Alguém talvez pense que se a Previdência atendesse às reivindicações dos aposentados poderia quebrar. É mentira: se a Pre­vi­dência não tivesse recursos, como este governo explicaria a desoneração da folha de pagamento de várias empresas? Como ele explica dar aposentadoria pelo teto para ex-jogadores que nunca contribuíram com a Previdência? Vou parar por aqui, porque a injustiça é tanta e o desgoverno é tão grande que eu ficaria escrevendo aqui o dia todo. E-mail: [email protected]

“Quais são os preconceitos que carregamos dentro de nós?”

Eloíso Matos [caption id="attachment_14670" align="alignleft" width="252"]Ao dizer que o preconceito no futebol é normal, Vanderlei Luxemburgo repete discurso da institucionalização da repressão às minorias no Brasil Ao dizer que o preconceito no futebol é normal, Vanderlei Luxemburgo repete discurso da institucionalização da repressão às minorias no Brasil[/caption] A maldade, a inveja, os preconceitos, o racismo, a soberba, a arrogância, a injúria racial, a indiferença, o desprezo e tantos outros sentimentos ruins estão presentes na vida das pessoas. No entanto, praticá-los dependerá do caráter, da formação e da educação de cada um de nós. Todos nós estamos acompanhando um fato lamentável ocorrido em um jogo que criou um clima de constrangimento nacional muito grande para um atleta brasileiro. O jogador Aranha (como carinhosamente é chamado), do Santos, foi ofendido por diversos torcedores do Grêmio, que se sentiram no direito de xingá-lo de “macaco” porque o time deles foi superado por sua equipe. Mas uma garota em especial, ao perceber a superioridade daquela equipe, não encontrou outra forma para expressar o seu ódio e preconceito e desejo de demonstrar sua supremacia “ariana”. Muitos, neste momento, vão argumentar que foi no calor das emoções ou que “no campo vale tudo”. Mas vale uma indagação: qual é a diferença da vida real? Será que no dia a dia isso também não ocorre? Não existe um racismo e um preconceito institucionalizado que refletem a lei da vadiagem que um dia existiu no Brasil? No entanto, se formos observar com honestidade, sem hipocrisia e máscaras perceberemos que nossa sociedade tem dados estatísticos que comprovam que aquela reação da torcedora gremista expressa com nitidez como alguns adoecidos nas emoções tratam os afrodescendentes no Brasil, porque se veem no direito de humilhar quem eles considerem inferior. Essa é uma patologia que aquela jovem assimilou como parte de sua vida, de sua personalidade e caráter, pois na vida sempre teremos pessoas diferentes de nós com características físicas e outras tantas. Mas quando um ser humano tenta se esconder atrás de uma multidão — ou de um cargo, de uma posição — a fim de oprimir, diminuir os outros e praticar o racismo, demonstra realmente qual é seu caráter, pois isso é o meio que os mais frágeis utilizam a fim de esconder sua monstruosidade e mau-caratismo. Afinal, “caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando, ou pelo menos acreditamos que não estamos sendo observados”, já dizia Epicuro. Não são poucos os que constantemente se valem de posições, status, cor da pele, “inteligência” e conhecimento a fim de privilegiar alguns e diminuírem outros. Mas isso é apenas uma “brincadeira”. Mas, por causa desse lamentável fato, muitos deram entrevista. Por isso vamos analisar parte do que o técnico Vanderlei Luxemburgo disse: “Isso é algo comum, pois o Pelé e outros tantos sofreram preconceitos, racismos, mas venceram.” A declaração é uma sandice, porque devemos banir da sociedade qualquer forma de discriminação, preconceito, palavras de baixo calão, que desprezam as pessoas. Mesmo porque o técnico disse que o Pelé sofreu, mas o que causa sofrimento não é bom para ninguém. Não podemos discriminar por gênero. Mas isso ocorre no Brasil. Será que Vanderlei Luxemburgo defende isso ou aceita como natural? Pois é “normal” considerar a mulher inferior. Basta observarmos a diferença salarial que existe entre os gêneros masculino e feminino. Não podemos aceitar o preconceito e o ódio contra os pobres, os deficientes físicos, mas isso em muitos casos ocorre. Será que por existir devemos aceitar? Esta é a opinião de Luxemburgo? Não podemos aceitar o preconceito e as discriminações que ocorrem contra as pessoas “velhas”. Será que Vanderlei Luxemburgo também defende isso? Pois são comuns no Brasil essas práticas — vejamos como são os asilos e como muitos tratam os idosos no dia a dia. Talvez devêssemos entender que gentileza, cordialidade, amabilidade são as formas de linguagem correta que devem prevalecer entre as pessoas civilizadas. Esse argumento frágil de Luxemburgo e tantos outros — de que alguém pode ser humilhado ou desprezado por orientação sexual, gênero, religião, cor da pele, condição socioeconômica, aspecto físico ou cognitivo — não pode existir em nenhuma esfera de nossa Nação, mesmo com o argumento de que é apenas uma “brincadeira” ou quem está ouvindo não deve se importar. Nossas instituições públicas, religiosas, políticas, econômicas precisam ser repensadas e não aceitar essas práticas, mas combatê-las. Esse argumento de que podemos utilizar de sentimentos e praticas vis para destruir e humilhar os outros não pode existir, apenas com a falácia que vamos vencer o adversário em um jogo ou na vida intimidando-o não pode prevalecer. Talvez o grande conselho que devêssemos dar a qualquer ser humano que se sentir humilhado, desprezado e vítima de preconceito seria o de não acreditar no que está sendo falado e também recorrer à Justiça, a fim de processar os que ainda estão adoecidos, os que se consideram como a madrasta malvada que olha no espelho e diz “espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito do que eu?”, ao descobrir que existe ela abriu seu saco de maldade e tenta destruir a Branca de Neve e envenená-la. Quem estamos tentando envenenar? Quem acreditamos que podemos maltratar? Contra quem praticamos nossos preconceitos e racismos? Muitos Luxemburgos estão com este conceito deturpado de se considerarem superiores apenas por ter dinheiro, poder, inteligência, profissão, cor da pele, religião, cargo público de destaque e assim, pensam, serem “melhores”. Será que isto é saudável para uma nação? Sejamos sinceros e indaguemos: alguém se sente bem com atitudes que não são respeitosas? Muitos acreditam que são mais “belos” os homens musculosos, as mulheres saradas, os que ganharam títulos nacionais, internacionais, ou foram eleitos etc. Estes se dão o direito de humilhar e praticar preconceito. Isso é semelhante ao que fez Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo que, juntamente com outros, deu cabo à vida de uma “garota de programa”, pois não a consideravam digna de ser feliz e ter uma vida respeitosa. Quais são os preconceitos que carregamos dentro de nós a fim de nos fazer sentir superiores? Vejamos nos meios de comunicação se todos podem ocupar este espaço. Vamos observar francamente se todos têm oportunidades semelhantes no Brasil? Por que alguns adoecidos têm tanto ódio dos que não são tão semelhantes a eles? Isso é preconceito, arrogância e ódio. Talvez devêssemos observar o que Martin Luther King disse: “A lei pode não dar o coração a ninguém, mas podem coibir as ações dos que não tem.” Infelizmente, ainda precisaremos de leis duras para alcançar os famosos, poderosos e os que tentam se esconder na multidão para expressar práticas racistas e preconceituosas. Será que, diante do espelho da vida, você se sente incomodado com o diferente e por isso é tão racista, deseja xingá-lo e não concebe a felicidade e a vitória dele? Mas, se isso é feito somente em campo de futebol, isso vale. Esse é o nosso pensamento? Em Roma, gladiadores proporcionavam a diversão de muitos com seu próprio sofrimento. César apoiava quem alegrava a população. Será que ao ver tanto o “superior” ou “o inferior” nós conseguimos tratar com dignidade, como cidadãos ou fazemos acepção das pessoas? Será que você é semelhante a Luxemburgo, que acredita que pode usar termos pejorativos para se referir as pessoas, pois isso é “comum” e já tomou aspecto de paisagem desde a época da escravidão? Ou apenas é uma “brincadeira”? Eloiso Matos é professor, diretor educacional do Colégio Objetivo Metropolitano e ex-membro do Conselho Estadual de Educação de Goiás. E-mail: [email protected]

“Um encontro que se repete de quatro em quatro anos”

Márcio Costa Rodrigues É só nas eleições que a gente observa para onde vai o dinheiro dos nossos impostos. Trinta milhões aqui, mil reais acolá. Realmente esta democracia é muito representativa. Pergunto quanto você, eleitor, deu para a campanha dessa figura ilustríssima que agora lhe pede o voto e que você só vê a cada quatro anos? Sua ausência nos quatro anos vindouros é de fácil explicação: ele estará trabalhando para aqueles que lhe financiaram. Enriquecendo-os mais ainda com os privilégios que a máquina estatal lhes dará. Foi um prazer revê-lo, candidato, vá cuidar dos interesses dos tubarões que lhe financiam nos próximos quatro anos. Na próxima eleição, a gente vai se encontrar, ou melhor, você vai vir atrás de mim, porque quando o procurei por quatro anos você nunca “se encontrava”. E-mail: [email protected]

“Candidato mostra seu total despreparo para cargo público”

JALLYS MENDES A respeito da nota “Autor de ‘cartilha para ensinar meninos a gostar de meninas’ diz ter sido censurado após ter página deletada do Facebook” (Jornal Opção Online), vejo que este senhor [Matheus Sathler (PSDB), candidato pelo Distrito Federal] demostra sua completa incapacidade de tratar um tema tão sério, o da homossexualidade, e o seu total despreparo para assumir um cargo público de tamanha responsabilidade que é o de deputado federal. Em primeiro lugar, não se refere a um indivíduo humano como macho ou fêmea — somos homens ou mulheres. Em segundo lugar, não se ensina ninguém a ser heterossexual ou homossexual: o indivíduo humano nasce heterossexual ou não, o que torna o seu projeto de criar “kits” completamente desnecessário e um tanto cômico. Não lhe tiro o direito de expressar a sua opinião contrária ao movimento LGBT e suas reivindicações; pelo contrário, ele tem o direito de se posicionar, desde que se atente aos princípio do respeito, da ética e do conhecimento de causa. E, por ser ele um homem público, também é justo que defenda suas bandeiras ideológicas. O que não é admissível, em hipótese alguma, é o desrespeito aos direitos humanos e a propagação do sentimento de ódio que pessoas de orientação conservadora fazem sem se preocuparem com o que isso possa ocasionar. Um ser humano, seja ele heterossexual, homossexual, bissexual ou o que for, merece ser tratado como gente, como a pessoa que de fato é. E-mail: [email protected]

“Tomei gosto pela leitura com Harry Potter”

Daniel Mello Em relação à nota da coluna “Imprensa que diz que J. K. Rowling deve publicar mais um livro sobre Harry Potter” (Jornal Opção 2042), ela já havia divulgado outro conto há alguns meses sobre a vida dos personagens centrais hoje em dia. Esses textos são comuns na rede social Pottermore, onde Rowling sempre aprofunda o universo dos personagens. Não significa que ela lançará um livro novo (embora material não falte). É apenas um conto sobre uma personagem secundária. Sou fã de Rowling e tomei verdadeiro gosto pela leitura através de Harry Potter. Sempre gostei de ler, inclusive Monteiro Lobato. Li quase tudo da Coleção Vaga Lume. Mas só depois de Harry Potter a coisa ficou séria. Então me incomodo com textos que tentam desmerecer J.K. Rowling como a autora que ela é. E-mail: [email protected]

“Armas em mãos corretas significam menor criminalidade”

Ronaldo Luciano Simões Há sim relação entre nível de criminalidade e número de armas em mãos corretas. E a relação é inversamente proporcional: quanto mais armas nas mãos corretas (pessoas de bem e com o treinamento adequado), menor o nível de criminalidade. E-mail: [email protected]

“Desarmar cidadãos é a pior falácia de um governo”

Karion Minussi Bela a matéria de Irapuan Costa Junior “Doutora em Direito diz que não há relação entre nível de criminalidade e número de armas em mãos corretas” (Jornal Opção 2042). Eu, até hoje, estou tentando encontrar uma única nação no mundo, um único exemplo, onde desarmar os cidadãos de bem tenha reduzido os índices de criminalidade. Desarmar cidadãos ordeiros é a pior falácia que um governo pode vender ao seu povo como um recurso para diminuir a criminalidade. E-mail: [email protected]

“Quem não combate a ditadura é fascista”

Gabriel Gabbardo Sobre o texto “Crítica a Miriam Leitão leva revista Veja a censurar colunista Rodrigo Constantino” (Jornal Opção 2042), alguém que não condena a tortura não é “liberal de combate”. É fascista, pura e simplesmente. E-mail: [email protected]

“Chega de impunidade e tantas leis frouxas

Carlos Spindula Em relação à nota “As­sassino confesso do cartunista Glauco é preso em Goiânia suspeito de latrocínio” (Jornal Opção Online), o que esse cara estava fazendo solto na rua novamente, se ele é, segundo a Justiça, inimputável e doente? Porque soltaram essa ameaça à sociedade? Chega de tanta impunidade e leis frouxas! Email: [email protected]

“Attilio não se simpatizava com a maçonaria”

Juca Fernandes Achei muito importante a abordagem do jornalista Fre­derico Vitor sobre a planta urbanística de Goiânia po­der conter um símbolo maçom (Jor­nal Opção 2031). Ao iniciar meus es­tudos para a realização do docume­ntário “Attilio – Traços, Arquitetura e Cidades”, que biografa a vida de At­ti­lio Corrêa Lima, tinha eu muita convi­c­ção desta simbologia oculta no traçado da cidade. Entrevistei pessoalmente o filho dele e foi uma das minhas pri­meiras perguntas se era Attilio ma­çom (resposta que tenho gravada). A res­posta de Bruno é de que o pai era ateu, sendo este um impeditivo para a­dentrar na maçonaria, que Attilio definitivamente não era maçom, que não houve intenção alguma do autor do projeto de esconder qualquer simbologia no traçado da cidade, que o manto de Nossa Senhora foi uma co­lo­cação de Dona Gercina ao ver pela primeira vez o plano da cidade e que, por educação, Attilio deixou passar a co­locação, já que o mesmo, além de ateu, não simpatizava de maneira al­guma com a fé católica (inclusive vi do­cumentos que confirmam estas afirmações, mas que, a pedido da fa­mí­lia, não pude divulgar) e que o urbanista também não simpatizava com a maçonaria. Como o sistema utilizado neste projeto não era novidade e fora utilizado intensivamente pelos franceses em suas colônias, pode até ser que os criadores do sistema tenham se inspirado em alguma simbologia. Eu, particularmente, acredito que não, pois todos os aspectos formais são racionalmente justificados. Quanto à participação de Ar­mando de Godoy no plano está concentrada no Setor Sul e em algumas alterações no formato da Praça Cívica, sendo assim podemos perceber que nas áreas em que Godoy interviu não há nenhuma relação com a simbologia maçônica, pois o traçado das Avenidas Anhanguera, Araguaia, Paranaíba e Goiás foram mantidos conforme o projeto inicial de Corrêa Lima. Espero ter contribuído. E-mail: [email protected]  

“Ermírio de Moraes, meu paraninfo”

Pedro Trabulsi Neto Antônio Ermírio de Moraes [que morrei da segunda-feira, 25], gente muito boa, foi meu paraninfo na formatura em Administração, em 1990. Cumprimentei-o pessoalmente, pois eu levava no dia da formatura a bandeira do Corinthians — e todos os que o conheciam sabem que para ele, então, presidência só do Co­rin­thians; do Brasil não, como ele brincava. Que Deus o tenha. Sempre serei admirador. E-mail: [email protected]  

“Um homem público como poucos”

Aguimar Jesuíno da Silva Este jornal noticia que o ex-prefeito de Iporá José Antônio morreu após lutar 13 anos contra um câncer. José Antônio era meu amigo. Um homem público como poucos, pessoa admirável, honesta e trabalhadora. Foi, sem sombra de dúvidas, em sua primeira gestão, o melhor prefeito de Iporá. Fará muita falta. Des­canse em paz, amigo. E-mail: [email protected]  

“Eu abraço as ideias da direita”

José Agostinho cartas.qxdSobre o artigo de José Maria e Silva “Direita só pode ir às urnas em forma de caricatura” (Jornal Opção 2042), pelo menos é um recomeço da direita no Brasil. Os esquerdistas, como esse colunista da “Folha de S. Paulo”, tentam desqualificar imediatamente quaisquer indícios da direita. Concordo plenamente com as ideias do Pastor Everaldo (PSC) e também com as de Levi Fidelix (PRTB), pois o Estado brasileiro é um gigante que tem até estatal para entregar cartas. Já a Petrobrás é um verdadeiro reduto de pessoas com interesses escusos e pessoais que só lesam o Brasil. Vejam o exemplo da Vale e das teles. Com a privatização, a telefonia deu um salto de qualidade e a Vale hoje é uma das maiores mineradoras do mundo. A Embraer é outro exemplo. Sei que a direita no Brasil ainda é apenas uma gota no oceano, mas se já começa a incomodar alguns já é alguma coisa. Como brasileiro, vendo o total descaso dos governantes de esquerda no Brasil e querendo mudanças reais e concretas para o nosso País, abraço com entusiasmo as ideias conservadoras que, ao contrário do que muitos pensam, pregam o respeito à família, ao indivíduo, ao mérito, aos valores religiosos, à lei e a ordem. Com isso, me considero de direita e abraço essas ideias, pois hoje em dia existe um fosso muito grande entre o que eu, como eleitor e cidadão, quero e penso para o Brasil e o que a esmagadora maioria dos políticos fazem, ou seja não representam de fato as aspirações e convicções do eleitorado que, em essência, é conservador, mas de maneira geral está preso e hipnotizado pela maior parte da imprensa e políticos esquerdistas, que se utilizam das ideias ideológicas de Antonio Gramsci para se perpetuarem no poder. Com isso, tenho fé e esperança de que esses governantes que estão no poder hoje, serão um dia apeados, até porque o Terceiro Reich de Hitler era para durar mil anos e, apesar dos malefícios que causou para a humanidade e de pequenos resquícios de existência, está sepultado nas entranhas da história. Já os ideais comunistas, ao contrário, migraram e tentam o renascimento na América Latina, ancorados pela esquerda brasileira, Fidel Castro e Foro de São Paulo. Por isso, enfatizo mais uma vez, sou de direita, pois ícones da esquerda como Lênin e Stalin foram verdadeiros facínoras da história que serviram de inspiração para Hitler e que podem renascer no Brasil, se o nosso País continuar no caminho que está trilhando atualmente. E-mail: [email protected]  

“Duro na casca e amável no coração”

[caption id="attachment_14121" align="alignleft" width="250"]Leitores elogiam Derval de Paiva Leitores elogiam Derval de Paiva[/caption] Edson Cabral Oliveira Leio a entrevista de Derval de Paiva no Jornal Opção (edição 2042). Como sempre, íntegro, inteligente e sincero. Afirmo, sem ter medo de errar, que é o mais preparado político tocantinense. Um “emedebista” autêntico. Capaz de enxergar o futuro, pelo luz da tradição política do Tocantins. Ser­tanejo duro na casca e amável no coração. E-mail: [email protected]  

“Derval de Paiva é uma lenda viva”

Gilnei Tavares Derval de Paiva é a maior lucidez política do Tocantins e de Goiás, e talvez do Brasil. Uma lenda viva. E-mail: [email protected]  

“Derval, o orador dos oradores”

José Robeto Meus parabéns a Derval de Paiva. Não é de hoje e é de conhecimento de todos os que me conhecem o quanto tenho admiração por ele, para mim o eterno orador dos oradores e conhecedor da política. Será eternizado o “professor” da política tocantinense.  

“Há muitos interessados no PT continuar no poder”

Orley José da Silva Sobre a nota “Lula pode ser o candidato do PT a presidente. Dilma pode ser substituída até 15 de setembro” (Jornal Opção Online), há mais interessados em que o poder continue com o PT. O Foro de São Paulo é um deles, haja vista que precisa da força do Brasil para continuar o processo de espalhar o socialismo pela América Latina e Caribe. Outro é Cuba, que espera continuar se beneficiando dos novos países socialistas da região. Além do mais, Rússia e China esperam fidelizar parceiros militares, comerciais e ideológicos no quintal americano. Esta que seria, finalmente, a concretização do antigo sonho da velha Rússia comunista, ingrediente da Guerra Fria. A derrota eleitoral do PT, portanto, significa a derrota dos gigantescos interesses dos atores citados. Como se vê, esta não é uma eleição qualquer e nada, “nada mesmo”, pode ser descartado para que os objetivos sejam alcançados. E-mail: [email protected]  

“Irresponsabilidade do sr. Lula”

Everaldo Veiga Se esta possibilidade fosse concretizada, provaria mais uma vez a falta de responsabilidade deste senhor chamado Lula, colocando alguém desqualificada para presidir o Brasil por quatro anos. E-mail: [email protected]  

“Iris perderá quantas vezes se candidatar”

Homero a Machado Sobre o editorial “Iris Re­zende tem valor histórico mas trava fortalecimento das oposições e renovação política em Goiás” (Jornal Opção 2042), é preciso dizer que o tempo do Íris já se foi há muito tempo. Por isso perderá mais uma vez. E mais uma vez. Quantas vezes ele candidatar. E-mail: [email protected]  

“Entrevistas mostram que ninguém está com a bola toda”

Antonio Alves Os entrevistadores do “Jornal Nacional” tiveram o mesmo rigor com todos os candidatos que passaram pela sabatina e, uma vez que todos têm algo de que possam reclamar, quem foi mais inteligente procurou demorar o máximo possível nas respostas, pois, assim, muitas perguntas indesejáveis não puderam ser feitas. Ninguém está com essa bola toda; se fosse assim, teriam topado fazer uma CPI mista para investigar os governos de PT, PSDB E PSB. Em outros tempos, a Globo tomava partido e levava vantagem; hoje, as emissoras de televisão estão mais em posição de igualdade tanto pela sua representatividade como por força da lei. E-mail: [email protected]

“Não há compra de ‘likes’ na campanha de Vanderlan”

Gercyley Batista cartas.qxdÉ com muito respeito que venho fazer uma observação muito importante a cerca da reportagem “Equipes de Iris e Vanderlan podem ter comprado seguidores e curtidas em páginas do Facebook” (Jornal Opção 2041), que contém dois grandes equívocos e que não representam, pelo menos de forma técnica, a informação correta, que, no entendimento do jornalismo, é prioridade para que o público não faça um julgamento errado do que foi apresentado. Eu li a reportagem que, ao seu final, não levou em consideração as explicações oferecidas pela campanha, que foram muito claras e francas. Conforme explicado em carta, respondendo ao e-mail que ofereceu a pergunta, ficou bastante claro que os widgets (aquelas fotos pequenas na barra de tarefas do site do candidato) são pessoas ligadas ou fãs de quem, logado no Facebook, acessou o endereço eletrônico (site). Portanto, esses russos, indianos e quantas mais nacionalidades são da pessoa, ou máquina, que acessou, e não da fan page de Vanderlan Cardoso (PSB). Ou seja, estranho são esses nomes em um “print” de quem supostamente denunciou. Relevo esse erro, em se tratando, hipoteticamente, do jornalista ser leigo no assunto e sugiro um maior aprofundamento na leitura das métricas das redes sociais e da programação de sites, o que o ajudaria muito. Ou se o jornalista foi assessorado, sugiro que informe à fonte que houve um erro crasso nesse caso. Sobre o Facebook e o número de fãs engajados, posso dizer que os especialistas ouvidos erraram profundamente também, talvez por falta de acompanhamento da evolução da ferramenta Facebook, já que, ao mencionar o fato dos poucos mais de 2 mil seguidores ativos há dois graves erros de análise, os quais explicarei abaixo. Páginas “abandonadas” não têm 2 mil seguidores engajados — gostaria até de ler sobre isso e ver onde há algum artigo acadêmico sobre o assunto, pois as referências bibliográficas de que dispomos são contraditórias. Sobre verificar esses engajamentos, creio que não há como o jornalista e o suposto denunciante ver isso de forma completa, pois somente os administradores da página podem ter acesso aos números completos oferecidos pelo Facebook, por senha e login de administrador. É política da empresa que, inclusive, costuma condenar práticas de “farmlikes” [fabricação artificial de curtição de páginas]. Não creio que o jornalista tenha tido uma assessoria que realmente conheça as ferramentas, e me coloco à sua disposição, se julgar necessário, para conhecer como funciona o trabalho das redes digitais do candidato Vanderlan, e que também saiba como nós descobrimos, por exemplo: inflação de “likes” [curtidas] em outras campanhas, que, como já dito em comunicado, “não questionamos por achar o assunto irrelevante, pois a discussão deve ser de alto nível, pautada na intenção com internautas e a apresentação de bom conteúdo”. Encerrando, não há compra de “likes” e esses perfis altamente “fora da realidade Brasil” são, na verdade, resultado do perfil que acessou a página. Sugiro até que avise o denunciante do alto grau de “perfis farmlikes” constante em seu Facebook. Espero ter esclarecido de forma definitiva qualquer equívoco. Gercyley Batista é vice-presidente do PRP em Goiás. Nota da Redação: O sr. Gercyley Batista está enganado duplamente. Primeiro equívoco: o widget do Facebook mostra os amigos em comum que curtiram uma determinada página. Sugerimos que o sr. Batista faça o teste em qualquer site ou jornal que contenha um widget do Facebook — por exemplo, a “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo” ou o Jornal Opção e, assim, poderá observar que ali aparecerão seus amigos (de Facebook) que curtiram aquela página. Segundo equívoco: no caso específico da fan page de Vanderlan Cardoso, o “print” foi feito deslogado do Facebook, justamente para descobrir quem eram os reais seguidores e não apenas os amigos em comum que curtiram a página. Quanto ao envolvimento com a página, os números estão disponíveis na própria página e podem ser checados por qualquer pessoa.  

“A teoria da mentira explica o caso Bernardo”

Maria Virgílio Carvalho Sobre a reportagem “Morte do garoto Bernardo: quais os limites da crueldade humana?” (Jornal Opção 2038), de Fre­de­rico Vitor, querem saber sua ca­pa­cidade de cometer um crime destes? Pois bem, eu tenho a teoria da mentira. Aquele que gosta de mentir, tapear, quem engana pa­ra tirar proveito facilmente, diante de uma situação em que supõe ser possível faz coisas parecidas, é capaz de fazer isso. As pessoas que têm vergonha de fazer coisas escondidas nunca as farão. Con­clui-se que tem muita gente capaz de fazer estas coisas. E fazem! E-mail: [email protected] • 187.2.199.206  

cartas.qxd“Todo homem tem mais de uma face”

Cristiano Vieira Muito bom o texto “Médici, de ditador mais temido a cidadão impotente” (Jornal Opção 2040), de Elder Dias. Toda história, todo homem, todo fato tem mais de uma face. E nem sempre todas são feias ou bonitas. E-mail: [email protected]  

“Irapuan disse tudo que eu queria ouvir”

José Agostinho Parabéns a Irapuan Costa Junior pelo artigo “7 passos para o “buraco” ideológico”, na coluna “Contraponto” (Jornal Opção 2038). Disse tudo em poucas palavras. Você é o melhor articulista deste jornal, pois disse tudo que eu, como cidadão, quero ouvir, mas poucos têm a coragem de falar. E-mail: [email protected]  

cartas.qxd“Nicolau Sevcenko, um grande brasileiro”

Lorayne Garcia Ueocka Vejo a nota “Brasil perde Nicolau Sevcenko, um discípulo de Sérgio Buarque de Holanda”, na coluna “Imprensa” (Jornal Opção 2041). Senti muito pela morte desse grande professor. Tive aula com ele na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) na década de 80. Realmente era uma figura brilhante na historiografia brasileira. Uma pena ele ter ido tão cedo. Podemos considerá-lo como um dos grandes vultos da história social no Brasil. E-mail: [email protected]  

“Pessoas usam a internet para despejar suas angústias”

[caption id="attachment_13528" align="alignright" width="300"]Eduardo Campos: morte do candidato à Presidência leva leitores à reflexão Eduardo Campos: morte do candidato à Presidência leva leitores à reflexão[/caption] Dulcinea V. Gama Estou encantada com o texto “A morte de Eduardo Campos e o ‘atentado’ das teorias conspiratórias que predominam na internet” (Jornal Opção Online), de Ketllyn Fernandes. Muito bem escrito e totalmente imparcial sobre questões tão delicadas. A preocupação da jornalista é bem procedente quanto ao presente e futuro do que rola pela internet. A questão não é o que aconteceu e com quem aconteceu, mas, sim, esse lixo que aparece na mídia refletindo a alma dos internautas: pessoas infelizes, amarguradas e despreparadas para se manifestar sobre qualquer tema. Ficam despejando suas angústias nas redes, numa terapia coletiva, que é um verdadeiro vale-tudo. Parabéns, porque, hoje em dia raramente eu vejo alguém escrever tão bem. E-mail: [email protected]  

“Um texto muito lúcido”

Edergenio Vieira O texto de Ketllyn Fernandes é primoroso. Poucas vezes li aqui nesse espaço um texto tão lúcido. Sim, é possível ter lucidez em meio ao lado sentimental, pois corpo e mente são um só. Pelo menos, para mim. E-mail: [email protected]  

“Dúvidas sobre improvável atentado serão desfeitas”

Bosco Carvalho Ontem, durante, uma comemoração de aniversário de uma querida amiga, me perguntaram se não havia a possibilidade de que oposicionistas do falecido candidato estivessem por trás da queda do avião que resultou em sua morte. Respondi com as informações de que já dispunha, e mencionei o fato de que a aeronave já havia passado por uma pane dias atrás em Curitiba. Pelos relatos atuais, com a divulgação da gravação de um dos pilotos do jatinho ao afirmar que a visibilidade estava baixa e que iria tentar uma manobra para tentar uma nova aterrissagem em Santos, todas as dúvidas com relação a improvável atentado devem ficar definitivamente desfeitas. Entre as inúmeras manifestações abomináveis que circulam na internet para desejar a morte de quem quer que seja, a mais falsa delas refere-se à data da promulgação do Decreto-Lei 12.970 [sobre restrição de acesso aos destroços em acidentes aéreos], promulgado em 9 de maio de 2014, e não no presente mês de agosto, como pode ser lido no site da Presidência da República. E-mail: [email protected]  

“São ‘estórias’, não histórias”

Moacir Romeiro Quem cria essas estórias não possui nem um pouco de criatividade. São estórias, e não histórias, muito ridículas. E-mail: [email protected]  

“Nosso lado escuro está além da conta”

Marcelo Luiz Correa Essas afirmações irrefletidas, maldosas e irresponsáveis quando acontecem tragédias são típicas da alma de pessoas superficiais, mas a reação às mesmas, caso sejam ampliadas e de divulgação excessiva, mostram duas coisas: o lado escuro do ser humano está aumentado além da conta e a credibilidade de quem nos representa está na faixa vermelha. Ou seja, tanto escolhemos mal nas urnas quanto a fórmula de escolha dos representantes é capenga e carrega distorções graves. E-mail: [email protected]  

“Não se respeita nem a morte de um ser humano”

Maria Carolina Amaral Apoio total à jornalista Ketllyn Fernandes e ao jornal sobre a questão da repercussão da morte de Eduardo Campos. Não se respeita mais nem a morte de um ser humano; nem a dor dos parentes e amigos e de outros seres humanos; os quais nada se sentem bem ao ter notícia de uma tragédia como esta que vitimou o candidato Eduardo Campos e mais outras pessoas que têm família, amigos etc. Lamentavelmente temos de ouvir e ler especulações e ofensas desumanas. Esquecem-se de que, antes de serem políticos, são pessoas, humanos e sentem dor, saudades, tristezas e mais; há seis pessoas envolvidas que também deixaram entes queridos sofrendo pelo filho, marido, mãe, pai, irmão... êta, povo que fala! E-mail: [email protected]  

“Morte de Eduardo em nada beneficia Dilma ou Aécio”

Antonio Alves Tipos individuais que se prestam a publicar comentários dessa natureza só mostram a falta de capacidade racional. A morte de Eduardo Campos em nada beneficia Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Ou melhor, ambos perderam um possível aliado no segundo turno e ganharam um provável adversário capaz de tirar um deles da disputa e ganhar a eleição do outro. Campos era um político com ideias comuns a tantos outros por aí: prometia multiplicar por dez o investimento em segurança e implantar a educação de tempo integral, ideias para quem quer ganhar eleições e distantes da nossa realidade. E-mail: [email protected]  

“Clima de emoção amealhará votos para Marina”

Gilberto Santel Quem votou em Marina Silva em 2010, evidentemente votará nela novamente. Com o natural desgaste do PT, pelo longo tempo no poder, e Aécio Neves (PSDB) tisnado pelas denúncias recentes da construção de um aeroporto em propriedade de parentes, os votos do eleitorado nordestino, que eram de Eduardo Campos, claro que vão se transferir para Marina — além de ela ser uma candidata considerada íntegra, corajosa e, sobretudo, ética. Penso que os descontentes com o PT e que não votariam nem no Aécio nem no Eduardo Campos vão votar nela. Sem contar o clima de comoção, que é inegável e deve contribuir para amealhar votos em favor dela. O brasileiro é um ser muito emotivo. A morte trágica de Eduardo Campos, sem hipocrisia, será “explorada” nesta eleição. De que maneira, só o tempo dirá. E-mail: [email protected]

“Eduardo Campos teria muito a contribuir à democracia em nossa pátria-irmã”

Péricles Tavares [caption id="attachment_12556" align="alignleft" width="266"]Eduardo Campos (PSB) em Brasília em abril deste ano | Foto: Fernando Leite Eduardo Campos (PSB) | Foto: Fernando Leite[/caption] A União Caboverdiana Inde­pen­dente e Democrática (Ucid) torna público seu pesar diante da trágica e precoce morte do candidato à Presidência da República brasileira, Eduardo Campos, líder do Partido Socialista Brasileiro que tentava o pleito ao executivo pela coligação partidária “Unidos pelo Brasil” (PSB, Rede, PPS, PPL, PRP e PHS). A tragédia que ceifou a vida do candidato certamente causará impacto tanto na corrida eleitoral para as votações de outubro quanto na sucessão presidencial no Brasil. A Ucid mostra-se solidária aos familiares e amigos de todos os envolvidos no acidente, bem como triste pela perda de um líder político jovem, que ainda teria muito a contribuir para a solidificação e a manutenção da democracia da nossa pátria-irmã brasileira. Péricles Tavares é coordenador da Região Ibérica da Ucid.

“Perda de um político visionário”

Theomar Alves Lamentável a perda de um homem visionário. Isso deixa nosso País chocado e o ocorrido ainda merece ser analisado. Portanto, quando falamos em morte, fica em último lugar a condição de presidenciável. Um pai de família se foi e sua família precisa do consolo de todos que estão por perto. E-mail: [email protected]

“O Brasil perdeu um grande homem”

Zumira Alves Que Deus dê forças para a família de Eduardo Campos vencer essa grande perda. O Brasil perdeu um grande homem. E-mail: [email protected]

“Ele era o mais capacitado dos candidatos”

Karlos Julianno Braga De longe, Eduardo Campos era o mais capacitado dos três candidatos. Com maior desenvoltura e propostas concretas para conciliação de crescimento econômico e controle inflacionário. Uma pena, uma grande perda. E-mail: [email protected]

“O partido dará continuidade ao projeto”

Rosmary Machado Eduardo Campos, seu legado será levado à frente. Deus dará sabedoria ao partido para dar continuidade a seu projeto. E-mail: [email protected]

“Que ‘brinco’ Paulo Garcia deixará?”

Arthur de Lucca Gostaria de fazer um comentário da entrevista com o perfeito, ops, prefeito Paulo Garcia (PT), na edição 2040 deste jornal. Ele não explicou que “brinco” deixará para o sucessor. Se de ouro, prata ou bronze. Tudo indica que será de lata. Enferrujada. Todo carcomido. Na questão dos gastos com mídia, o perfeito, ops, prefeito cuspiu no prato, pois o Jornal Opção, em anos anteriores, chegou a colocá-lo como futuro governador de Goiás. Pena que a péssima administração foi mais rápida. E nessa sofrível administração não é só o PT que merece o “bônus”: o PMDB, que está na vice, tem seu quinhão no “emporcalhamento” da linda capital. E, ademais, o “cumpanhêro” comparou os gastos dele só com os de Marconi Perillo (PSDB), não entrando no mérito dos da dra. Dilma “Unicamp”. Não precisava ir muito longe. Poderia ficar aqui próximo, em Anápolis, que tem uma arrecadação menor que a da capital e os munícipes não estão reclamando tanto do “cumpanhêro” [Antônio Gomide] que agora deixou a prefeitura. Quando o perfeito, ops, prefeito falou do ITU e IPTU, lembrei-me do Fernan­do “Enem” Haddad que veio com essa mesma lábia. Au­men­taria o número das pessoas que pagariam menos. E ainda tem pessoas que acreditam. Aliás, a presidenta não propagandeou que estava “dando” de presente o “abaixamento” na conta de energia? Arthur de Lucca é representante comercial. E-mail: [email protected]

“Seria o cúmulo penalizarem o tigre”

Paulo Rosa Na história do menino que per­deu o braço no zoológico de Cas­cavel (PR) e que agora diz que seu pai não é culpado pelo fato de o tigre o ter atacado, só espero que no fim da história o culpado não seja o animal. Seria o cúmulo da ignorância o tigre ser penalizado. E-mail: [email protected]

“Estamos caminhando para uma guerra civil”

Luciano Bellina Acabo de ler o Editorial da edição 2040 deste jornal. Tenho a dizer que nenhum governo teve a real preocupação com os incidentes de violência que se fizeram surgir ou se intensificaram. O descaso é total, apartidário, sem responsabilidade por gênero ou grau de escolaridade. Falta de planejamento, antevisão do futuro, falta de políticas públicas, distribuição de renda, reforma agrária e tantos outros motivos. Estamos caminhando para uma guerra civil. Matamo-nos todos os dias, uns para retirar de outrem sues pertences e outros, seus donos, para mantê-las. O mal maior deste País é a corrupção, originada por um instinto inconsciente de sobrevivência, de amealhar para se sobressair, e a massa, desassistida, segue entre tiros, facadas e a morte iminente. Luciano Bellina é professor. E-mail: [email protected]

“Humberto Machado perderá apoio se renegar Iris”

Daniel Barbosa Se o prefeito de Jataí, Hum­berto Machado (PMDB), renegar Iris Rezende estará sujando a bandeira ideológica que defende. E perde o apoio de muitos, pois Iris continua sendo o maior ícone da história do PMDB de Goiás. E-mail: [email protected]

“Serial killers não precisam seguir padrão”

Lucas Marsiglia Um serial killer se caracteriza por cometer homicídios com certo intervalo de tempo, podendo ou não deixar uma “assinatura”. Existem inúmeras motivações e causas que podem levar uma pessoa a cometer tais atos. Serial killers podem, sim, usar armas de fogo, ao contrário do que alguns estão dizendo por aí. Não precisam necessariamente seguir um padrão. Posso citar inúmeros casos de assassinos em série que não seguiam padrão nem de vítima nem de determinado tipo de arma. E-mail: [email protected]

“Subamos em nossas carteiras”

cartas.qxd Celso Neto Que todos nós subamos em nossas carteiras em homenagem ao “capitão” Robin Williams. E-mail: [email protected]  

Leitores falam sobre os assassinatos de mulheres em Goiânia e o suposto serial killer

[caption id="attachment_12154" align="alignleft" width="270"]Assassinato de jovens assusta a população de Goiânia e leitores comentam Assassinato de jovens assusta a população de Goiânia e leitores comentam[/caption]

Pontos em aberto sobre a violência contra as mulheres

Allan Barreto Motocicletas pretas e homens com a compleição física do suposto matador existem aos milhares na Grande Goiânia. Então, dificulta, e muito, a identificação. Fica, novamente, a pergunta: todos os assassinatos foram praticados com a mesma arma? A imprensa caminha sem rumo, ignora as lacunas nas informações da polícia e, também, que existe o Instituto de Cri­mi­na­lís­tica, vizinho da Delegacia de Ho­mi­cí­dios, onde são feitos os laudos ca­da­véricos das vítimas e os exames de balística, imprescindíveis na definição da autoria dos crimes. Por que ninguém ainda não foi lá perguntar sobre as conclusões dos peritos? Há outro ponto em aberto. Se dividirmos a cidade ao meio, tendo como linha referencial a Goiás e a Rua 84/90, os assassinatos ocorreram só na porção oeste, assim como há a ausência de loiras entre as supostas vítimas. Qual seria a lógica? É preciso e é salutar diferenciar a violência comum das dos crimes contra a vida. É quase impossível, numa sociedade como a nossa, impedir que uma pessoa se arme e atente contra a vida de outra. Nos crimes contra o patrimônio, a polícia só enxuga gelo, pois as penas mínimas são mínimas mesmo e a legislação penal oferece uma infinidade de recursos para possibilitar, ao bando, responder a pena em liberdade. É o já conhecido “prende e solta”. Também, há mais de 20 mil mandados de prisão a serem cumpridos em Goiás. Contudo, não há vagas disponíveis nos presídios e cadeias públicas. Os juízes das Varas dos Crimes Contra a Vida, da comarca de Goiânia, já expediram oito mandados de prisão preventiva de supostos matadores de mulheres na cidade, o que afastaria, em tese, a existência de um único serial killer. Allan Barreto é jornalista.  

“Goiânia é muito violenta desde os anos 80”

Marcus Maggioli Agora está caindo a ficha do pessoal de que Goiânia é perigosa. Não é exatamente de hoje isso. Essa cidade já era o caos na década de 90. Ti­nha favela “megatensa” (Vietnã), gru­po de extermínio (“moto do a­lém”, Setor Jaó), houve confrontos (Par­que Oeste, a questão das vans), bri­gas de gangue realmente tenebrosas (basta dizer que a Inferno Verde ti­nha sede ao lado da Praça Cí­vi­ca), arrastões. Não estou falando que ho­je é pior ou melhor: estou dizendo que violência não surge do dia pra noi­te e que ao menos desde a década de 80 Goiânia é uma cidade muito violenta. Marcus Maggioli é publicitário.  

“Um sujeito assim pode ser ressocializado?”

Miguel Silva Em relação à matéria “Polícia Civil e SSP querem encerrar polêmica do suposto serial killer que atua em Goiânia” (Jornal Opção Online), para criminosos como esse degenerado, só há duas formas de punição aceitáveis: prisão perpétua ou pena de morte. Ficar encarcerado até o último suspiro (como está o psicopata Charles Manson na Califórnia, há mais de 40 anos) ou injeção de dose letal de cloreto de potássio na veia. Não há meio termo. Ou alguém acredita que um tipo como esse pode ser “ressocializado”? Acreditar nisso é o mesmo que acreditar em Papai Noel. E-mail: [email protected]  

“O criminoso gosta da notoriedade do caso”

Marco Almeida Não há nada que afirme não ser um psicopata. As características das vítimas demonstram isso. Se formos traçar um perfil desse indivíduo, provavelmente alguém com a idade entre 20 e 40 anos, ele tem um trabalho que lhe permite circular pela cidade, gosta da notoriedade que o caso está tendo e, garanto, não vai parar. Ele está se deliciando com essas mortes. Creio que, na mente dele, já está “matando” outra pessoa com as mesmas características. Ele tem acesso a todas as notícias relacionadas aos crimes e conhece como a polícia age. E-mail: [email protected]  

“Autoridades alienadas à realidade do povo”

Talmon Pinheiro Lima Sobre o tema da violência causou-me espanto as declarações do Secretário de Segurança [Joaquim Mesquita] asseverando se sentir seguro em Goiânia, onde circula sem seguranças, a pé e de madrugada, retornando de danceterias do Setor Bueno. Essas declarações (infelizes, a meu ver) adicionaram o tragicômico a esse drama, embora comprovem que nossas autoridades vivem alienadas à realidade do povo.  

“Estamos todos com medo. Não aguentamos mais”

Fernando Freitas Acabo de ler a reportagem “Em discurso duro, Marconi diz que oposição torce por ‘mais homicídios’ em Goiás” (Jornal Opção Online). Essa conversa é para transferir a responsabilidade dos altos índices de violência para a oposição? Ninguém torce contra, muito pelo contrário: se nos últimos três anos tivessem trabalhado e investido em segurança não estaríamos nesta situação. Queremos segurança! Queremos que nossas famílias transitem pela cidade sem a “escolta” do marido e pai, pois acreditam que assim estarão mais seguros, mas não estão. Estamos todos com medo. Não aguentamos mais, pois, acreditem, deixamos de fazer muitas coisas em função da insegurança que vivemos e não falo apenas por minha família. E-mail: [email protected]  

“Não se tapa o sol com uma peneira”

Carlos Spindula Sem palavras que expressem meu horror e minha indignação com o que está acontecendo, com a impunidade total e a absoluta insegurança que estamos vivendo. Que­ro fugir desta cidade com minha fa­mí­lia, ou melhor, deste País. Se isso que a polícia quer mostrar que são casos distintos, se isso for verdade geraria ainda mais pânico, pois se­riam não uma, mas sim várias dessas bestas-feras soltas na cidade. Não se tapa o sol com uma peneira! E-mail: [email protected]  

“Repórter expõe a situação de forma lúcida”

Adriano Ramos Enquanto na reportagem “Atuação de serial killer em Goiânia não é descartada e delegados do interior vão ajudar em investigações” (Jornal Opção Online) Marcello Dantas expõe de forma lúcida e clara a situação dentro de um panorama de aumento da violência geral em Goiânia, em outro jornal a manchete expõe a 12ª vítima do suposto serial killer da moto preta. Esses dias, no almoço, eu que ainda não tinha visto a cobertura do outro jornal fiquei sabendo da “37ª vítima”. Vim procurar aqui outras notícias a respeito. E-mail: [email protected]  

“Goiás terá de optar entre irrigar ou produzir energia”

[caption id="attachment_12157" align="alignleft" width="263"]Usina hidrelétricas: conflito irrigação versus hidroeletricidade Usina hidrelétricas: conflito irrigação versus hidroeletricidade[/caption] Ivan Bispo Li a reportagem “Celg é essencial, mas há outros meios para solucionar o problema da energia” (Jornal Opção 2039), de Marcos Nunes Carreiro e tenho algumas observações sobre o tema. O potencial de geração de energia a partir de hidrelétrica no Estado de Goiás, hoje, é pequeno. A vocação de Goiás é agropecuária. A geração de energia hidrelétrica já começa a mostrar os conflitos que vivenciaremos, como o da irrigação versus hidroeletricidade em Cristalina. Gerar 52,5 megawatts impede a irrigação de milhares de hectares, algo acima de 80 mil. Na “Revista Geociências”, número 33-2, foi publicado um trabalho de conclusão de um curso de especialização que fala do conflito irrigação versus hidroeletricidade: Goiás terá de fazer a opção, se quer gerar energia por via de hidrelétrica ou produzir alimentos via irrigação. O problema de falta de energia em Goiás é que não existem li­nhas de transmissão. O Estado ex­porta mais de dois terços da energia produzida e não conta com linhas para distribuição interna. Falar em PCHs [pequenas centrais hidrelétricas] como solução para a falta de energia elétrica é sofismar. Será que nos nossos rios poluídos, como o Meia Ponte e o São Bar­tolomeu, seja possível construir PCHs para gerar energia limpa? Não. O conflito en­tre o saneamento e a geração energia vai potencializar a poluição dos rios. Em Goiás temos um potencial e­norme para geração de energia de biomassa. Muito se fala no bagaço da cana. Mas, e o eucalipto? Temos con­dições de gerar quantidade grande? Sim! Falar em construir PCHs em Goiás é só para provocar impactos ambientais, porque a quantidade energia gerada será ínfima diante do potencial da biomassa. Ivan Bispo é ambientalista. E-mail: [email protected]  

“Vontade imediata de assistir ao filme”

Edmar Carneiro Adorei o texto “A prisão perpétua de quem vive com medo de amar” (Jornal Opção 2039, caderno Opção Cultural), de Rafael Teodoro. Fiquei com vontade imediata de assistir ao filme [“O Segredo dos Seus Olhos”]. Parabéns. E-mail: [email protected]  

“Gravíssimo a PM não saber que maconha não causa overdose”

Marcus Fidelis Parabéns pela matéria “O dia em que a PM goiana deu diploma de médico ao pirata Jack Sparrow” (Jornal Opção 2039, coluna “Imprensa”), mas ela contém um erro: a reportagem falsa não foi reproduzida [pelo Proerd] em 29 de julho. Ela estava lá desde janeiro. Já tinha tido 4,8 mil compartilhamentosno Facebook e 515 no Twitter até então. Ainda dá para ver no “cache” do Google. Quem dá aulas sobre drogas não saber que maconha não causa overdose, é gravíssimo. Existe uma única possibilidade de acontecer morte por trauma com maconha, como contou o dr. Antônio Nery Filho em palestra no Ministério Público (MP-GO) em 2011: desabar a carga de um caminhão carregado de maconha sobre o coitado. E-mail: [email protected]   [caption id="attachment_12160" align="alignleft" width="140"]Renato Meirelles Renato Meirelles[/caption]

“Entrevista para entender o porquê de tantas mudanças”

Fabiana Pereira Adorei a entrevista com Renato Meirelles (Jornal Opção 2025), intitulada “A nova geração é muito crítica e não vai mais suportar as mentiras dos políticos”. Muito bem escrita e que me faz entende o porquê de tantas mudanças acontecendo neste novo Brasil e de todas as mudanças que ainda estão por vir. E-mail: [email protected]  

“Ótica caolha de peemedebistas”

Arthur de Lucca Parabéns a Patrícia Moraes Machado pelas perguntas firmes na entrevista de Barbosa Neto (Jornal Opção 2039). Aliás, esse político, que não difere nada dos outros, mandou na entrevista uma teoria que é “só dele” quando afirmou: “Os 16 anos do governo atual ge­raram cansaço na população.” O outro “oportunista”, Sandro Sco­dro [deputado Sandro Mabel, do PMDB], insistiu também em uma semelhante “fadiga de material”. O interessante é que a população, segundo a ótica caolha de ambos, não se cansou ainda dos mais de 50 anos “politicando” do vetusto dr. Iris Rezende. Esque­ceram-se de que o maior hospital de Goiânia ficou fechado por sete anos na administração peemedebista. Esqueceram-se dos escândalos BEG/Astrográfica, Caixego e todos aqueles milhares surgidos e não apurados, ou melhor, não dados em nada — se dessem, a Papuda estaria mais populosa. O risível é que Mabel, na entrevista dele, falou em “oitava maravilha” o plano elaborado por Barbosinha — não o radialista, mas esse que está aí querendo ressurgir das cinzas — e, quando perguntado de apenas um item, não soube explicar, não soube exemplificar. Acho que faltou “adestramento”. Arthur de Lucca é representante comercial. E-mail: [email protected]  

“Há pessoas que já nasceram ruins”

Moacir Romeiro Em referência ao artigo “Aécio desperdiça apelo popular da redução da maioridade penal” (Jornal Opção 2039), de José Maria e Silva, quero dizer que sou a favor da redução da maioridade penal. As pessoas que defendem o tal ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] não entendem, para não falar outra coisa, é que ele fomenta, faz com que os ditos menores sintam-se protegidos em suas práticas criminosas. As pessoas que cometem crimes como o ocorrido em Goiânia, num ponto de ônibus e contra uma moça linda, já nasceram ruins e como tais não devem ser premiadas com políticas de reintegração social, mas, sim, pagar, se não com a morte, pelo menos com prisão perpétua. Aproveito-me do ensejo para dizer, embora a questão não se relacione propriamente à matéria acima, que agora entendo porque o congresso nunca votou um projeto que questione o infeliz horário de verão. E-mail: [email protected]  

“Eduardo Siqueira está com vergonha de aparecer”

José Roberto Esse medo de perder o governo do Tocantins, como se conclui do texto “Eduardo quer virar governador sem ter o voto do povo” (Jornal Opção 2039), como já perderam para Marcelo Miranda (PMDB), deixa Eduar­do Siqueira (PSDB) encurralado e com vergonha de aparecer para o povo como deputado estadual. Isso se for eleito, pois nem mesmo na festa “encalorada” de inauguração do comitê ele apareceu, é mistério ou medo. Registro também meus parabéns à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que, na entrevista da mesma edição, intitulada “Estamos vivendo um governo de mentira, uma farsa administrativa”, mostra o caminho para o progresso e o recomeço de nosso caçula Tocantins. E-mail: [email protected]

O perigo do golpe e as armações do capeta

Pedro Sérgio Dos Santos Muitos da chamada esquerda festiva criticam duramente o regime militar e seu “modus operandi”, sem, contudo, olhar para o que ocorre por baixo dos panos das instituições nacionais, aquelas que deveriam se dar ao respeito, em plena época de supostas liberdades democráticas. Li, com espanto, matéria publicada na segunda-feira, 28, no Jornal Opção Online, que o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, “enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer a favor da criminalização da homofobia. Janot sugere ao Supremo que a punição por atos contra homossexuais seja aplicada pela Justiça nos termos da Lei 7.716/1989 (Lei de Racismo), que estabelece o tempo de prisão para crimes resultantes de preconceito de raça, etnia e religião. Segun­do Janot, a homofobia deve ser tratada como crime de racismo até que o Congresso Nacional aprove uma lei específica para disciplinar as punições.” [caption id="attachment_11696" align="alignleft" width="1370"]cartas.qxd Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: sugestão desastrada de quem deveria cuidar da constitucionalidade | Fellipe Sampaio/SCO/ST[/caption] Tamanho foi o meu espanto que recorri a outras fontes de in­formação e o mesmo fato foi informado em veículos de comunicação também de grande seriedade de credibilidade. Não tive dúvidas: estou em pleno ano de 2014 revivendo os horrores jurídicos do fascismo, do nazismo e das ditaduras. Ao leigo é preciso esclarecer que no terreno do Direito Penal não se pode lançar mão de uma lei para a punição de alguém em substituição de outra ainda não existente. Ou seja, vale o Princípio da Reserva Legal (da anterioridade da lei), já preconizado na Declaração de Direitos da França de 1789 e assegurado no artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.” Assim, para que uma pessoa seja punida é necessário que antes de seu ato o Congresso já tenha aprovado uma lei que descreva a conduta como crime e que para esta conduta seja indicada, no mesmo texto, uma pena. Outro fator importante a ser considerado é que somente o Congresso pode editar leis penais, exatamente para garantir a segurança jurídica do País. Delegar a outra instituição o poder de estabelecer um instrumento punitivo a alguém que não passe necessariamente por uma lei federal — aprovada pelas duas Casas do Congresso, sancionada pela Presidência e publicada no Diário Oficial da União — é um atentado contra o Estado, um grave atentado contra o cidadão e suas garantias fundamentais. Qualquer aluno de Direito, ao engatinhar pelas lições preliminares do estudo sobre o crime, sabe que a lei penal deve ser escrita, estrita e certa. Dessa maneira, não se pode também, por analogia ou comparação, buscar outra norma penal para a punição de alguém que o Estado até então não quis punir, porque se assim o quisesse já teria confeccionado a norma na Casa legislativa competente. Não se pode violar o princípio da reserva legal, não se pode punir por analogia ou comparação e não se pode querer agradar grupos sociais com a violação da segurança institucional e jurídica do País. Mais estranho a mim é que tal iniciativa tenha partido daquele que deveria ser o guardião da Constituição, o Fiscal da lei por excelência. Se o Congresso é lento, não o é apenas em relação aos homossexuais, mas também para quem precisa de saúde, escola, moradia e outras necessidades básicas. Nem por isso, as regras do Estado democrático devem ser rasgadas. Não se justifica com a morosidade do Congresso a transferência do poder de legislar. A Lei Federal 7.716/89 trata exclusivamente de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Nada trata sobre questões de gênero ou orientação sexual. Assim, querer aplicar uma lei prevista para um delito a outra situação, totalmente diversa, é se utilizar de práticas piores que as do Decreto-Lei nº 898, de 29 de setembro de 1969, que punia os crimes contra a Segurança Nacional e a ordem política e social. Nelson Hungria ousou, sabiamente, afirmar que um dos indicadores da democracia está na observância rigorosa do princípio da reserva legal. Com igual sabedoria, afirmou o jurista Paulo Sá Elias, em seu texto “A questão da reserva legal no Direito Penal”, citando Monteiro de Barros: “Alguns países, amparados por regimes autoritários, despreocupados com a garantia da liberdade individual, reagiram ao princípio da reserva legal. Isso ocorreu na doutrina dos comunistas russos e no nacional-socialismo alemão. Efetiva­mente, o Código so­viético de 1926 admitia a aplicação da lei penal por analogia. Es­sa situação perdurou até a reforma legislativa de 25 de dezembro de 1958, que trouxe de volta o princípio da legalidade. Já a doutrina do nacional-socialismo alemão, sob a liderança de Hitler, também admitia o emprego analógico da lei penal. E ainda consi­de­rava delito a conduta que contrariava a sã consciência do povo. Por­tan­to, além da analogia, permitia-se o arbítrio judicial como fon­te criadora de infrações pe­nais. O Código Penal alemão atual adota o princípio da legalidade.” Recentemente a nação viu o STF mudar drasticamente os rumos do caso do mensalão, em oposição ferrenha as decisões do ministro Joaquim Barbosa. Portanto, do STF se pode esperar qualquer coisa. Assim, é ainda importante alertar ao leitor que caso essa desastrada sugestão do sr. Rodrigo Janot seja acatada pela Corte, isso gerará precedência para coisas semelhantes. Ou piores. Por exemplo: já que é possível, pela proposta de Rodrigo Janot, utilizar-se de uma lei sobre um tema diverso para punir uma pessoa por conduta não prevista em uma lei, amanhã, a pretexto qualquer daquele que estiver no poder, poderá um cidadão ser acusado, processado e condenado por criticar o governo mesmo que não exista uma lei específica para tal conduta — a jurisprudência já estará criada pelo STF. Isso é criação da verdadeira máquina de triturar direitos e garantias individuais, ou no mínimo a incorporação do processo de Kafka ao nosso Direito processual penal. Temos no golpe de Estado aquela ação configurada pela tomada do poder, por um grupo ou facção ideológica, sem passar pela via das instituições legais e pela consulta popular. De outro lado, pequenos golpes vão sendo tramados e aplicados dia a dia nas instituições públicas, por diversos agentes, motivados também por diversos interesses. Esses golpes, contudo, como são aplicados “no varejo”, como o co­nhecido e velho golpe de Es­ta­do acima mencionado, não são perceptíveis nem de imediato compreendidos. Não se veem em curto prazo seus danos ao organismo social e ao próprio Estado, mas se repetem dia a dia, como pequenos golpes “no” Estado, o que certamente fragiliza sua estrutura normativa e a segurança jurídica. Com o princípio da reserva legal jogado no lixo tendo como agente principal o chefe maior do Ministério Publico, há de se indagar, na ocorrência de possíveis casos ainda piores: a quem a sociedade poderá recorrer? A reclamação agora chegará ao Bispo, como no dizer popular? Ou retomaremos a barbárie com paus e pedras, numa guerra de interesses grupais? Pode parecer que esteja sendo extremista, porém posso assegurar que mesmo não sendo um constitucionalista, vejo com severa preocupação uma atitude como esta do chefe do Minis­té­rio Publico Federal, que desconhece a luta de um povo, o sangue já derramado, para fazer valer letra por letra do grande contrato social que é a Cons­tituição. Achava eu, na minha ingenuidade, que populismo e golpes contra as instituições — como o que ocorreu recentemente pelo Decreto 8.243 da Presidência da República, em 23/5/14 —, eram atitudes esperadas e previsíveis somente em relação àqueles políticos já moldurados pela demagogia e pelas velhas práticas de seus partidos. Ledo engano de minha parte. Fico aqui com a sabedoria repetida pelo velho amigo e grande constitucionalista Joveni Cândido de Oliveira, a quem rendo homenagens: “O diabo é sabido não porque ele é o diabo, mas sim porque ele é velho.” Pedro Sergio dos Santos é advogado criminalista, professor da UFG, mestre em Criminologia e doutor em Direito Processual Penal pela UFPE  

“É preciso urgência para mudar a Justiça brasileira”

Armando Feitosa Parabéns pela entrevista “De­le­gado sugere que serial killer pode ter matado quatro mulheres em Goiânia” (Jornal Opção Online), de Thiago Burigato. O tema é complexo, mas o delegado Waldir Soares tem razão em muitos pontos. A impunidade é gritante no Brasil. Progressão de regime com um sexto da pena é realmente um absurdo, beira à debilidade. A falta de estrutura do sistema de segurança quanto ao processo de prevenção, elucidação dos crimes (inteligência) e repressão (sistema prisional) é um problema que revela não a falta de dinheiro, mas, sim, a falta de vontade política do Poder Executivo. Vimos na Copa que, quando se tem vontade política e se prioriza determinando ponto, os resultados acontecem. A deficiência de vagas no sistema carcerário é muito grande no Brasil. Tenho a mesma opinião que o delegado em relação ao “garantismo” da nossa Constituição. Entendo também que é hipocrisia essa história de que o instituto da pena não pode ser com o intuito de castigo — punir e segregar aqueles indivíduos que não possuem condições de viver em sociedade. Ora, o sujeito é autor de crime hediondo e reincidente (pena dura, bem pesada para passar a vida inteira na cadeia), preso tem que trabalhar e estudar. Parte do tempo de seu trabalho deveria ser dedicada a ressarcir os danos à vítima e outra parte, a ressarcir o Estado. Segregar os irrecuperáveis daqueles que são recuperáveis. [caption id="attachment_11698" align="alignleft" width="700"]Crimes dolosos contra a vida continuam sendo cometidos sem maior punição, desabafa leitor em carta Crimes dolosos contra a vida continuam sendo cometidos sem maior punição, desabafa leitor em carta[/caption] Temos de parar de hipocrisia e mudar a Constituição. Muitos avanços em relação à diminuição da impunidade, especialmente as ligadas à morosidade processual e à morosidade judiciária, param no “garantismo” da nossa Carta Maior: “in dubio, pro reu”, presunção de inocência etc. Estes princípios têm de ser mitigados quando o réu é reincidente. São aceitáveis em caso de réu primário, desde que não represente perigo à sociedade. Caso contrário, que fique preso até o processo ser julgado. É preciso criar uma Justiça especializada criminal semelhante ao que ocorre com a Justiça do Trabalho, um processo mais simples e célere, com menos recursos entre a denúncia, a ação e a sentença, em prazo máximo de 180 dias. Em qualquer situação, se o réu foi condenado à pena de reclusão, sai preso do julgamento e aguarda os recursos preso. Os crimes dolosos contra a vida devem ser julgados por um juiz singular — tribunal do júri é um sistema ultrapassado, tem muito teatro e pouca efetividade. Noventa por cento dos crimes não são esclarecidos. Dos 10% que chegam a ter denúncia, 80% esbarram em nossa falta de estrutura para montar um inquérito com provas robustas. Além disso, o tribunal do júri é uma terra sem lei e sem critério. Muitos crimes ficam impunes neste caminho. Por fim, quero dizer que temos um sistema falho em todos os sentidos, um quadro estatístico totalmente desfavorável, mas, em contrapartida, um número muito grande de políticos, estudiosos e intelectuais de olhos vendados e totalmente apegados a valores constitucionais ultrapassados, que não servem à realidade atual do Brasil. São valores carregados pelas mazelas da ditadura, em que vários cidadãos de bem foram mortos nos porões; entretanto, nossa realidade não mudou, porque também vários cidadãos de bem continuam sendo mortos, os infratores continuam impunes. A diferença é que em número assustadoramente maior e à luz do dia, nas ruas, nos comércios, nas casas. E-mail: [email protected]  

“Somos reféns da criminalidade”

Nayara Queiroz Sou amiga de Juliana Neubia Dias [morta em semáforo na Avenida D], vítima de crueldade. Afirmo que ela nunca teve envolvimento com drogas. Ela apenas saiu pra jantar com o namorado e uma amiga. A polícia tem a conclusão medíocre de dizer que a morte dela foi por acerto de contas. A verdade é que inocentes estão pagando pela falta de segurança e, principalmente, pela impunidade. Pessoas inocentes estão morrendo por causa do alto índice de criminalidade. O que aconteceu com Juliana — e muitas outras — foi mais um crime a sangue frio. A Delegacia de Investigações e Homicídio (DIH) quer generalizar todos os casos, alegando envolvimento com drogas, para poupar trabalho. É muito bandido e poucos policiais desempenhando seu trabalho. A culpa então é do cidadão, que sai de sua casa buscando entretenimento, com a família ou amigos? Homicídios vêm acontecendo cada vez mais, pela falta de lei, pela impunidade e pelo descaso com a população. Esse caso está sendo investigado errado, e cabe à polícia arregaçar as mangas, sair da zona de conforto e investigar certo, e à Justiça fazer valer a lei para esses criminosos. Mas nunca tentar calar o povo, com conclusões medíocres. O cidadão de bem está morrendo e a polícia alegando envolvimento com drogas em todos os casos. Claro é mais fácil assim. Enquanto isso, somos reféns da criminalidade. E-mail: [email protected]  

“O que não se gasta com educação terá de ser gasto com segurança”

Antonio Alves O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da união e os 25% dos Estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás e muito provavelmente o que não se gasta com educação terá de se gastar com segurança e combate às drogas. Isso já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento: hoje é necessário fazer o caminho de volta. Para fazer o caminho de volta é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]

“Irapuan apresenta contos dignos do grupo literário dos clássicos”

Edgar Welzel [caption id="attachment_11100" align="alignright" width="250"]cartas.qxd Livro de Irapuan tem crítica favorável de colaborador do Opção na Alemanha[/caption] Eis uma coletânea de contos com um título que, à primeira vista, se nos parece desusado e enigmático, imediatamente nos leva a refletir, a perscrutar: “Teimosas Lem­bran­ças” (Editora Kelps – Goiânia). Acostumamo-nos a usar o adjetivo teimoso em relação a uma característica, um pouco anômala, do comportamento humano. Criança teimosa, indivíduo teimoso ou mesmo algo que nos incomoda como, por exemplo, um ruído teimoso. É por isso que, em relação à lembrança ou à memória, o termo teimoso nos leva à indagação: como pode uma lembrança ser teimosa? O autor, Irapuan Costa Júnior, não se dá ao trabalho de explicar a razão do título inquisitivo. Fino observador e mestre da palavra, ele sabe que qualquer tentativa de explicação seria deturpar o leve suspense da narração. O que Irapuan modestamente chama de “historietas aqui contadas” em verdade são contos que, por seu conteúdo claro e conciso, seu estilo direto e harmonioso imbuído de originalidade e vigor, isento de qualquer prolixidade, encontram-se em pé de igualdade com os de contistas laureados nacionais e estrangeiros. São contos que bem poderiam estar ao lado daqueles do maravilhoso e seleto grupo literário que chamamos de clássicos. Quem conhece Irapuan Costa Júnior pessoalmente sente-se impressionado pela cativante naturalidade com a qual trata seus interlocutores. Este seu dote peculiarmente pessoal parece refletir-se em seus textos. Consciente ou inconscientemente Irapuan atende às seis regras essenciais de estilo de José Oiticica em seu “Manual de Estilo”: correção, concisão, clareza, harmonia, originalidade e vigor. Está tudo aí. Irapuan domina com maestria a arte de cativar o leitor com uma refinada dose de leve suspense, se bem que o “opúsculo”, como o autor pessoalmente o denomina, está longe de ser enquadrado no gênero da literatura policial. Ao terminarmos a leitura do primeiro conto, sentimo-nos atraídos de forma que acabamos lendo os demais de um sorvo só. As histórias contadas, embora passadas em lugares e épocas diferentes e com protagonistas também diferentes, têm um elo comum que as une e que se estende da primeira à última. Em todas as histórias o leitor atento encontra algo que Irapuan Costa Júnior, talvez de forma premeditada, resolve esconder. Ele esconde aquilo que levaria à explicação do título e este esconder em nada diminui a qualidade literária dos relatos. No decorrer da leitura descobrimos, em sentido figurativo, ideias, pensamentos e ações que lembram obstinação, pertinácia, insistência e procrastinação. Eis aí a razão de serem as suas lembranças “teimosas” lembranças, reminiscências, recordações que, com o passar do tempo, na maoria das pessoas, começam a diluir-se, apagar-se em consequência de um fenômeno natural com o qual nos castiga a Natureza. No caso de Irapuan, este fenômeno natural parece ter passado de lado, pois suas histórias, algumas delas vividas há quase setenta anos, são contadas de forma tão precisa e convincente que nos deixa a impressão de terem se passado ontem. Irapuan Costa Júnior, além de fino observador tem requintado talento em descrever suas observações em mínimos detalhes sem entediar o leitor. Encontramos exemplos típicos no conto “O vulto da outra”, à página 47: “... as suas doses de uísque (de Alexandre) eram maiores e consumidas mais rapidamente... Irene parecia irmã gêmea de Marta... O vestido também era como o de Marta... buscou uma garrafa de uísque da qual se serviu generosamente, por várias vezes, enquanto eu mal provava do meu copo”. Em se tratando de pessoas Irapuan parece dissecá-las metodicamente. O diálogo com Manoel Joaquim no conto “A festa dos garimpeiros”, à página 63, é apenas um dos exemplos para tal afirmação. O autor desconfia que Manoel Joaquim lhe esconda algo. Disseca-o, “espreme-o” e ao mesmo tempo cria uma situação de confiança. Só então Manoel Joaquim se abre, mas tem receio e Irapuan não quer destruir a fraca plantinha de confiança: “Fique tranquilo. Não vou falar nem fazer nada. A coisa morre aqui”. Aidenor Aires, em seu belíssmo texto “Salvados da memória”, resume já na contracapa do livro: “Afinal, como disse anteriormente, não é uma obra asséptica e neutra. Mergulha no humano e não poderia sair dessa imersão, sem a linfa das águas cristalinas ou o lodo das torrentes turvas”. Alguns dos contos têm um toque de tristeza que se esvai à medida que avançamos na leitura. Em vez de embrenharmo-nos na tristeza, alegramo-nos com a qualidade da narração, com a perfeição da linguagem, com a clareza de estilo e com o conteúdo cativante das histórias contadas. Terminada a leitura concluímos: “Belo texto, bem redigido”. Uma expressão de admiração e de louvor, um elogio que o autor não ouve. Merece ser escrito. É o que fiz. Edgar Welzel é colaborador do Jornal Opção na Alemanha. E-mail: [email protected]  

“Iris Rezende não admite ninguém com mais luz do que ele no PMDB”

Rildo Alves dos Reis A respeito da entrevista do ex-deputado Frederico Jayme (Jornal Opção 2036), quem acompanha e conhece um pouquinho da história política de Goiás com certeza vai concordar: Iris Rezende é um ma­nipulador, que excluiu vários no­mes no passado, que estavam ligados ao PMDB, porque temia que estes nomes se sobressaíssem. Ele não admite ninguém com mais luz do que ele, ou pelo menos a luz que ele julga ter. Um ótimo fim pa­ra seu reinado na política goiana se­rá mais uma surra nas urnas, que e­le vai levar não de Marconi Perillo (PSDB), mas do povo de Goiás, que não é e nunca foi gado de seu pastoreio. E-mail: [email protected]  

“MP não constatou nada contra Iris”

Fábio Carneiro Iris foi o único político que teve a vida dele e de seu pai devassada pelo MP de Goiás durante mais de 6 anos. E o MP-GO constatou que nada havia de errado na vida de ambos. E-mail: [email protected]  

“Uma vida inteira não basta para ler Machado de Assis”

Jô Mitre Sr. José Maria, seu trabalho visto na matéria “Discípula de Paulo Freire assassina Machado de Assis” (Jornal Opção 2028) remete ao Capítulo VIII de Memórias Póstumas, “Razão contra Sandice”. A nós, leitores, conforta muito: não estamos sozinhos diante do bárbaro espetáculo. Uma vida inteira não basta para ler Machado. Quem sabe o que é ler, o que é literatura e qual é a vocação do ser humano compreende isso e sabe que Machado transforma. Os que não sabem? Serão apenas “pontuais na sepultura”, como “os Hebreus do cativeiro” e “os devassos de Cômodo”. E-mail: [email protected]  

“Uso de reposição hormonal por lutadores é injusto”

Fábio Rafael Nunes cartas.qxdLi uma nota do jornalista Euler de França Belém (Jornal Opção 2032), sobre o uso de hormônios por lutadores de MMA. Acho o seguinte, jogador de futebol e basquete, por exemplo, quando perdem o vigor da juventude ou mudam de posição ou aposentam. Com lutadores, deveria ser igual. Imagine um jogador de 35 anos fazendo algum tipo de reposição. Seria injusto com os demais. Os lutadores poderiam resolver isso criando categoria de idade, mas nada de artifício não natural. E-mail: [email protected]  

“Futebol é apenas um lazer. Precisamos de vitórias no aspecto social"

Maria Ferreira [caption id="attachment_11099" align="alignright" width="620"]Marcus Brandt/EFE Marcus Brandt/EFE[/caption] A copa do mundo de futebol do Brasil chegou ao seu término com a triste surpresa da derrota que ninguém esperava para a Alemanha (foto), principalmente por ter sido uma goleada massacrante e humilhante para uma seleção que se denomina o país do futebol. E na condição de assistente social, temos que admitir que o placar elástico de 7 a 1 mostrou aos brasileiros que nem sempre a tradição predomina. Perder na própria casa e de forma humilhante, reflete na realidade do quadro social, político e econômico do país penta campeão do mundo de futebol. O consolo é que perdeu para a campeã e, por uma questão de desaforo, restou à Argentina o segundo lugar na competição. Apesar da decepção, em termos de esportes, a organização em si foi e­logiada, com arenas lotadas, turistas contentes com o clima, a festividade, os locais turísticos, o povo a­co­lhedor, poucas manifestações, as quais geram desordem (vandalismo), dentre outros aspectos positivos. A derrota humilhante da seleção brasileira para a Alemanha (7 a 1) foi inédita e levou o torcedor tupiniquim à tristeza geral. O dia seguinte foi cheio de críticas, reclamações com todos tentando achar o culpado e onde erramos. E da mesma forma, a também derrota para a Holanda por 3 X 0 confirmou que algo não está bem no futebol brasileiro. As derrotas serviram para refletir, para mostrar que não só nos esportes, como também na vida se perde e se ganha. Ninguém é imbatível. Isso ficou provado. Uma seleção brasileira, em Copa do Mundo, levar cinco gols em somente um dos tempos de uma partida de futebol, foi um desastre, uma frustração. No total, em dois jogos, levou 10 gols. Algo preocupante. Contudo, mesmo diante das derrotas para os alemães e holandeses na disputa do terceiro lugar, ficou a lição de que, do ponto de vista social e político haverá crescimento na conscientização do eleitorado brasileiro para a eleição em outubro para presidente da República. A realização da Copa foi benéfica, apresentou para o mundo um país que deseja corrigir seus absurdos, como a corrupção e a falta de seriedade em setores prioritários da sociedade, como a saúde, educação, moradia, emprego e segurança. O Brasil foi beneficiado com a entrada de divisas trazidas pelos “gringos”, chegada em massa de turistas, pessoas estas que trouxeram capital para gastar no país sede. Com isso, a economia ficou aquecida, agregando maior valor às empresas, às prefeituras e ao Estado, pois melhora a arrecadação, além de ter divulgado o Brasil aos quatro cantos do planeta, mostrando que o brasileiro é receptivo. Recebemos os estrangeiros com os “braços abertos” numa alusão ao Cristo Redentor, símbolo da cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro, onde se localiza o símbolo sagrado do futebol, a arena Maracanã. A realização da copa em si foi um acontecimento que acrescentou muito ao Brasil. Por mais que se critique em função do não investimento nas áreas prioritárias já citadas. Mesmo assim, tem sido um momento propício para reivindicar, cobrando maior seriedade no atendimento às necessidades mais urgentes da população. Contudo, mesmo com todo este clima negativo de protestos, este evento de grandeza provou ser algo favorável para o país, pela capacidade que os governantes conseguiram apresentar em termos de organização, mostrando ao mundo que se chegou à modernidade, sem se esquecer de que um país que deseja ser “primeiro mundo” deverá em pri­meiro lugar priorizar a educação (mais investimentos, valorização dos professores, melhores salários, estrutura, etc.), combater a desigualdade social com programas de redistribuição da renda, melhorar e ampliar o setor de saúde, combate ao tráfico, realizar um policiamento ostensivo, dar mais segurança e expectativa de dias melhores para a população, principalmente para aqueles excluídos dos benefícios que o capital oferece. No geral, a realização da Copa do Mundo no Brasil, independente das derrotas e pelo fato de a seleção canarinha ter saído nas quartas de final. A derrota do Brasil em campo foi desastrosa, mas que serviu para que o conjunto da sociedade civil cada vez mais organizada possa tirar lições, principalmente, do “massacre alemão”. E uma das lições é o fato de o po­vo se conscientizar na hora do voto, pois a eleição para presidente é em novembro. Afinal de contas, não se vive somente de futebol. Há outras necessidades mais prioritárias, como as já mencionadas. Através de uma mobilização social ordeira é possível obter conquistas sociais. Fu­tebol é apenas um lazer. Precisamos sim, de vitórias no aspecto social. Mas se estas conquistas viessem junto com a conquista do torneio mundial pelo Brasil, seria melhor ainda. Porém, é preciso saber perder e aprender em cima dos erros. Portanto, futebol e política podem a até se misturarem, mas a realidade cobra atitudes de nossos governantes, pois os jogadores estão bem: bons salários, mídia em cima e fama. Logo, chorar por eles é injusto. É preciso corrigir as injustiças sociais. Isto sim seria a melhor conquista. Ganhar uma Copa do Mundo de futebol seria apenas uma consequência do avanço social. Maria Ferreira é assistente social e pós-graduanda em Psiquiatria.

“Brasil condicionou a sociedade a precisar de investimentos em segurança”

Antonio Alves cartas.qxdA matéria “Índice de analfabetismo escancara descaso da população e dos governantes com a educação” (Jornal Opção Online) chama a atenção para um fato. O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da união e os 25% dos estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás. E, muito provavelmente, o que não se gasta com educação terá que se gastar com segurança e combate às drogas, pois essa já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem Educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento. Hoje se faz necessário fazer o caminho de volta. E para isso é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]  

“Maria do Rosário e toda essa gente querem acabar com nossa família”

Adalberto de Queiroz cartas.qxdPrezado José Maria, ex­celente o artigo “Lei da Pal­mada institui a paternidade análoga à escravidão” (Jor­nal Opção 2031). Isso confirma o que o professor-filósofo (hoje morando nos EUA, por conta das ameaças petistas) sr. Olavo de Car­va­lho traduz por interferências contínuas na vida da família. Interpreto como: “não se iludam que as leis em nosso / vosso país é feita pela ONU e desce ‘goela abaixo’ do nosso parlamento”. Essa gente, feito a sra. Maria do Rosário, quer acabar com a família. Cito de novo, Olavo de Carvalho: “(...) eles querem acabar com a família dos outros” e proteger a “família” deles. O “nós” usado nos discursos de Lula é linguagem de uma máfia que não quer criança (adolescente, jovem, adulto) trabalhando, nem quer o “duplo grau de jurisdição” da instituição familiar, quer a família desfeita, para que o estado “ensine” sexo na escola primária, perversão no intermediário e guerrilha urbana no superior. Seria o “governo mundial” gramscista? E-mail: [email protected]  

“Pessoas demonstram ser a favor da justiça pelas próprias mãos”

José Carlos cartas.qxdPego ônibus todos os dias e ouço passageiros comentando sobre diversos assuntos e temas. Assuntos ligados à segurança pública e justiça ganham cartaz. Há alguns anos, percebi a indignação das pessoas com as punições brandas a criminosos, dando a entender que o crime compensa. Percebi também que os passageiros demostraram ser a favor de se fazer justiça com as próprias mãos, pois não acreditam nas leis, como demonstrado pela matéria “Populares matam homem suspeito de assassinato em Luziânia” (Jornal Opção Online). Esse quadro não é bom para a política semidemocrática instalada no nosso país. Porém, se não houver mudanças nas leis penais, mais criminosos serão mortos ou feridos pela população honesta e trabalhadora. Acredito que muitos dos criminosos que sofreram ações de justiceiros no Brasil, cometeram diversos crimes e foram beneficiados por leis penais fracas. A OAB poderia lutar junto ao Congresso para que fosse aprovada uma lei que previsse a redução de pena somente para os réus primários, onde em caso de reincidência o criminoso iria cumprir a pena integral. Assim, com certeza, o cenário atual referente à criminalidade iria mudar e os justiceiros deixariam de existir. Sabemos que isso nunca vai acontecer, por que a OAB não comunga com esse pensamento, por motivos óbvios. E-mail: [email protected]  

cartas.qxd“Todo político deveria ter a coragem que Romário tem”

Rinaldo Lopes Sobre a matéria “Jovair Arantes chama Romário de ‘ridículo’ após receber críticas pelo Facebook” (Jornal Opção Online): O Romário fala o que pensa. Se está certo ou errado é outra história. Todo político deveria ter a coragem que ele tem. Nesse caso em particular ele está certíssimo! E-mail: [email protected]

“Sonho de todo brasileiro é ver Galvão Bueno fora do ar”

[caption id="attachment_9826" align="alignleft" width="150"]cartas.qxd Foto: Divulgação[/caption] Genilton Vaillant de Sá O maior sonho de todo brasileiro que se preza, que prima pela lisura e bem-estar do país, é ver o Brasil fora da Copa e o Galvão “nada Bueno” fora do ar definitivamente. Vai ser tudo muito benéfico para a educação e cultura que tanto almejamos para o futuro da nação. E que seja breve, muito breve! Genilton Vaillant de Sá é de Vitória (ES). E-mail: [email protected]

“Hoje eu fiquei triste, e o céu ficou alegre”

Pedro Sérgio Dos Santos [caption id="attachment_9827" align="alignleft" width="620"]cartas.qxd Plínio de Arruda Sampaio / Foto: Marcello Casal Jr/ABr[/caption] O Brasil inteiro amargou o im­pensável! Viu a seleção perder de forma vexatória para a Alemanha, a gentil Alemanha, que teve pena da e­quipe brasileira e se absteve de marcar mais que sete gols. Embora gostando de futebol e já acostumado à triste vida de torcedor frustrado — fiz um longo estágio torcendo pelo Vila Nova —, tal derrota não me abala tanto os ânimos. Hoje, contudo, no dia do jogo fiquei muito triste, triste mesmo, ao ler nos jornais sobre a morte de Plínio de Arruda Sampaio. O Brasil certamente deve mais ao velho Plínio que aos futebolistas de contas bancárias recheadas com dólares e euros incontáveis, inconfessáveis e “indeclaráveis”. Plínio sempre saiu em defesa dos que lutam na terra e pela terra para produzir o pão de cada dia com sua família. Plínio fez forte oposição ao governo do Lula no momento em que os trabalhadores eram traídos com a reforma, ou o arrombamento, da Previdência engendrada pelo PT e este tomava rumos da política convencional, no mundo dos conchavos e da corrupção. Foi dessa forma que o Plínio deixou o PT, como o profeta que anuncia e denuncia. Não tomo as dores da esquerda, mas o Plínio soube ser coerente tanto no campo ideológico como em sua vida como cidadão. Não foi presidente da República, mas certamente foi o melhor candidato que já tivemos até hoje no Brasil. Plínio soube ser político sem abrir mão de seus valores cristãos; mas certamente, em seu velório, estarão os abutres eleitoreiros que o combateram e combateram contra a sua fé católica. Deus te abençoe, Plínio. Nossa Senhora te abra os braços no tribunal dos pobres, tão bem descrito por Ariano [Suassuna], em seu “Auto da Compadecida”. Pedro Sergio dos Santos é diretor da Faculdade de Direito da UFG, advogado e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

“Valdir Peres só teve uma falha”

João Custódio Como falam sem pesquisar a história dos goleiros para a Copa 1982! Valdir Peres, que era destaque do time de 82, só teve uma falha. E Leão era desagregador de elencos, saiu brigado de todos os clubes. Telê Santana queria paz na Seleção. E se Leão fosse tão melhor, por que não ganhamos em 74 e 78, quando ele foi titular? Em 78, não fosse Amaral, iríamos para casa ainda na primeira fase, pois Leão falhou grotescamente numa saída de gol contra a Espanha. Quanto a Raul Plassman, ele foi o primeiro goleiro convocado por Telê em 1980 (era o preferido do treinador), mas falhou tanto na Seleção que não foi mais chamado. É só pesquisar a história. Valdir estava muito bem no gol da seleção e hoje o sacrificam por uma única falha. E-mail: [email protected]

 “Machado de Assis não é uma divindade da qual não se podem mudar os verbos”

Epaminondas Silva A escritora-empresária Patrícia Secco confunde ciência com religião e o José Maria Silva, na matéria Ministério da Cultura confunde ciência com religião ao falsificar Machado de Assis (Jornal Opção 2029), confunde Machado de Assis com alguma divindade, da qual não se pode nem mudar os verbos. Machado de Assis é intocável. Mas um “A Filosofia de Sir Isaac Newton Explicada para o Uso das Damas”, pode. Pergunto-me se tal obra manteve original o conhecimento do cara da maçã ou quem sabe, “simplificou”. E continua o julgamento do mérito em se escrever apenas livros que aumentem a altura do pedestal em que colocaram o pobre Machado. Se vamos entrar no mérito, o que seria preferível: gastar R$ 1 milhão por renúncia fiscal num livro ruim ou deixar a gaita ir para o saco comunal do governo, que bem sabemos, só tem a missão de sustentar a si próprio? O que é curioso na insistência do assunto é que no fundo, se tem a expectativa que salvaremos nossos filhos da ignobilidade de lerem Machado no original. A Patrícia Secco leu o original. E ainda cometeu a heresia de reescrevê-lo. E quando a Globo adaptou o conto nos anos 1990, num especial de uma hora? Será que a transcrição de uma mídia para outra poupou todas elucubrações do Bacamarte, transmitindo exatamente a complexidade machadiana? Claro que não. Adaptações não são feitas para preservar original, são feitas para proliferar uma estória. Eventualmente, como tributo à obra original e seu criador. Mas adaptação perfeita? Só se ambas as peças são muito ruins. Senão, vai ser impossível. Mas não me lembro de ninguém indo ao Facebook nos anos 90 para reclamar da adaptação da Rede Globo. E-mail: [email protected]

“É isso, o velho Crísias tinha razão”

Adalberto de Queiroz Muito boa a crônica “O universo que me perdoe, mas o tempo podia pas­sar mais lento” (Jornal Opção 2032) escrita pelo André Gomes. Lem­brei-me de Antonio Tabucchi, em “O Tempo Envelhece Depressa”: “(...) e quem sabe por que viu a imagem de um menino que, pela mão da mãe, volta de uma feira do interior, a feira acabou, é domingo à noite e o menino carrega um balão amarrado no pulso, segurando-o orgulhoso feito um troféu e de repente, pff, o balão murcha, alguma coisa furou o balão, talvez o espinho de uma sebe? Sentiu-se como aquele menino que de repente se via com um balão vazio nas mãos, como se alguém o tivesse roubado, mas não, o balão ainda estava lá, tinham somente retirado o ar de dentro. Então era assim, o tempo era ar e ela o tinha deixado escapar por um buraquinho minúsculo que não tinha percebido? Mas onde estava o furo? Não era capaz de vê-lo.” É isso, o velho Crísias tinha razão: “Seguindo a sombra, o tempo envelhece depressa” (legenda do livro de AT, fragmento pré-socrático, atribuído a Crísias). E-mail: [email protected]

“Alemanha provavelmente teria ganhado a guerra”

Luiz Caldas Sobre o artigo “Melhores generais da Alemanha não obedeciam Hitler” (Jornal Opção 1878) A Alemanha perdeu devido à obediência cega a um lunático. Se não houvesse aberto duas frentes (ao atacar a União soviética em 1941) provavelmente teria ganhado a guerra. Hitler era um lunático declarado, mas hoje não estamos convivendo com outros, porém de forma velada? Qual a diferença do ataque à Polônia em setembro de 1939 com o do Iraque recentemente? Os motivos são os mesmos: econômico. O atual xerife do mundo defende direitos humanos (motivo oficial do ataque ao Iraque), mas lançou duas bombas atômicas em alvo civil. O Japão atacou sem declarar guerra, mas o alvo foi militar. E-mail: [email protected]

“FHC e PSDB são neoliberais, não liberais”

Wesley Gomes Sobre o artigo “A imbecilidade neoliberal” (Jornal Opção 1979): O neoliberalismo de fato existe, mas ele é confundido pela intelectualidade esquerdista com o liberalismo clássico. O neoliberalismo não é nada mais que uma nova forma de intervencionismo, o que pode ser visto no Con­senso de Washington. O neoliberalismo defende um estado “menos intervencionista” e “mais eficiente”, onde há uma boa margem para a economia de mercado, mas onde essa economia ainda fica submetida aos caprichos do Estado. O liberalismo clássico, por outro lado, defende totalmente a economia de mercado e há economistas que são minarquistas, achando que deve existir o Estado mínimo, que não deve influenciar em quase nada na economia. Há também entre os economistas austríacos os anarco-capitalistas — que defendem a abolição completa do Estado. Segundo eles, o Estado distorce o valor conferido à propriedade privada. Então o neoliberalismo não é nada mais do que o liberalismo clássico adaptado ao paladar socialista. Os marxistas dogmáticos insistem em dizer que o neoliberalismo é sinônimo de liberdade de mercado, quando, na verdade, não é. Mesmo assim essa política ainda defende uma economia planificada. Um exemplo de países com economias liberais está na lista da Heritage Foundation, que mostra os países que têm o maior índice de liberdade econômica. É preciso ver os que estão no topo e os que estão na lanterna. Dessa forma, podemos afirmar que o FHC e o PSDB são neoliberais, mas eles não são liberais, pois defendem um “estado musculoso” (expressão do próprio FHC). Mesmo assim eles são considerados capitalistas e pró-mercado, pois devido à intoxicação ideológica marxista nas universidades e escolas, mesmo no neoliberalismo há mercado de mais. O certo, segundo os marxistas, seria uma economia totalmente planificada (como em Cuba) ou semiplanificada (deixa uma parte minúscula parcialmente livre e o resto amarrado, como ocorre na China e no Brasil). E-mail: [email protected]

“Brasil condicionou a sociedade a precisar de investimentos em segurança”

Antônio Alves A matéria “Índice de analfabetismo escancara descaso da população e dos governantes com a educação” (Jornal Opção Online) chama a atenção para um fato. O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da União e os 25% dos Estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás. E, muito provavelmente, o que não se gasta com educação terá que se gastar com segurança e combate às drogas, pois essa já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem Educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento. Hoje se faz necessário fazer o caminho de volta. E para isso é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]

“Pessoas demonstram ser a favor da justiça pelas próprias mãos”

José Carlos Pego ônibus todos os dias e ouço passageiros comentando sobre diversos assuntos e temas. Assuntos ligados à segurança pública e justiça ganham cartaz. Há alguns anos, percebi a indignação das pessoas com as punições brandas a criminosos, dando a entender que o crime compensa. Percebi também que os passageiros demostraram ser a favor de se fazer justiça com as próprias mãos, pois não acreditam nas leis, como demonstrado pela matéria “Populares matam homem suspeito de assassinato em Luziânia” (Jornal Opção Online). Esse quadro não é bom para a política semidemocrática instalada no nosso país. Porém, se não houver mudanças nas leis penais, mais criminosos serão mortos ou feridos pela população honesta e trabalhadora. Acredito que muitos dos criminosos que sofreram ações de justiceiros no Brasil, cometeram diversos crimes e foram beneficiados por leis penais fracas. A OAB poderia lutar junto ao Congresso para que fosse aprovada uma lei que previsse a redução de pena somente para os réus primários, e em caso de reincidência o criminoso iria cumprir a pena integral. Assim, com certeza, o cenário atual referente à criminalidade iria mudar e os justiceiros deixariam de existir. Sabemos que isso nunca vai acontecer, por que a OAB não comunga com esse pensamento, por motivos óbvios. E-mail: [email protected]

“É da competência da União legislar sobre transporte interestadual”

Allan Barreto O Projeto de Lei citado a matéria “Projeto de Lei cria mecanismos para identificar torcidas organizadas” (Jornal Opção Online), é uma bobagem e uma inconstitucionalidade. Apenas no transporte interestadual a lei obriga o passageiro a identificar-se, mas apenas no momento do embarque. Tam­bém, é da competência da União legislar sobre o assunto e, ao Estado, cabe licitar e fiscalizar o serviço intermunicipal. E-mail: [email protected]

“São necessários mais investimentos nas licenciaturas”

Edergênio Vieira O projeto destacado na matéria “Escolas brasileiras poderão ser obrigadas a garantir fluência oral ao ensinar língua estrangeira” (Jornal Opção Online) é louvável. Todavia, não será garantido por força de lei. São necessários mais investimentos nas licenciaturas, que em geral são ofertadas por instituições públicas. Por exemplo, os cursos de letras em língua estrangeira deveriam garantir pelo menos um ano de imersão na língua com aulas práticas fora do país. Só aprendemos a falar uma língua falando. Só seremos fluentes tendo contado com o falante estrangeiro nativo. A gramática normativa deve ser entendida como mais um elemento da língua. Na aquisição da língua, não deve ser o único, uma vez que existem outros métodos. Acredito que estamos começando a entender isso. Porém, ainda muitos alunos viciados em saber estruturas que por si só ficam anacrônicas e obsoletas... Já dizia Ferdinand de Saussure: a língua foi imposta ao indivíduo, enquanto a fala é um ato particular. A soma língua + fala resulta na linguagem. Logo, devemos auxiliar nossos alunos no desenvolvimento da linguagem dotando nossos alunos das condições necessárias de leitura e interpretação do mundo, construindo assim seu próprio discurso. Dessa forma, resumir o ensino à mera gramática é engessar todos naquela que Carlos Drum­mond de Andrade chamou de “Amazonas da minha ignorância”. E-mail: [email protected]

Copa do Mundo e a seleção brasileira de pessimistas

Edêrgenio Vieira [caption id="attachment_9073" align="alignleft" width="1002"]Foto: Ryan Pierse/FIFA Foto: Ryan Pierse/FIFA[/caption] Desde que o craque Andres Iniesta, da seleção espanhola, fez o gol na prorrogação na final da Copa da África do Sul, contra a Holanda, o mundo do futebol voltou os olhos para o Brasil. A Holanda é aquela que produziu a famosa “Laranja Mecânica”, time que jogava como uma orquestra, regida, é claro, por um maestro elegante de nome Johann Cruijff. Era uma equipe extremamente tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo. Qualquer semelhança com o “tik tak” espanhol — apesar de o relógio dar sinais de que quebrou — não é mera coincidência. O nome Laranja Mecânica foi inspirado no filme homônimo do excelente Stanley Kubrick. É bem provável que o intelectual José Maria e Silva tenha assistido não uma, mais inúmeras vezes o filme, como também lido o livro de Anthony Burgess, de 1962, que inspira a adaptação para o cinema. Infiro que o sr. Silva tenha contemplado e analisado este que é um dos clássicos da sétima arte, por isso não falarei do enredo: torna-se dispensável. Gostaria de destacar uma das características do protagonista: Alex DeLarge (Mal­colm McDowell) é um sociopata carismático, cujos interesses incluem música clássica (principalmente Beethoven), estupro e ultraviolência. Ele lidera uma pequena gangue de arruaceiros (Pete, Georgie e Dim), a quem ele chama de drugues (da palavra russa друг para “amigo”, “camarada”). Alex narra a maioria do filme em Nadsat, gírias adolescentes compostas por corruptelas de idiomas eslavos (principalmente russo), inglês e cockney. Aqui eu recomendo àqueles que não conhecem o livro nem o filme assistam ou leiam. As duas obras são “fantabulosas”. O leitor deve se perguntar: mas o que o filme “Laranja Mecânica” tem a ver com o habilidoso articulista do Jornal Opção, José Maria e Silva? Penso eu que Alex, o protagonista do filme, lembra um pouco, um pouquinho, o sr. Silva. José Maria e Silva está sempre disposto a vociferar contra tudo e contra todos. Seus ataques dirigem-se quase sempre a três temas: as cotas, a educação brasileira e, como não poderia deixar de ser, ao PT e “tudo que ele representa”. No artigo intitulado “Copa do Mundo prova que a doença do Brasil é o futebol” (Jornal Opção 2032), Silva elege mais um item ao qual decide vociferar. Aquele que é o esporte preferido de oito em cada dez brasileiros: o futebol. José Maria e Silva faz parte de uma seleção brasileira de pessimistas, que inclui: Olavo de Carvalho, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, entre outros. Mainardi, Magnoli e Carvalho adoram ser tratados como pessimistas. José Maria e Silva, para usar uma metáfora futebolística, também joga nesse time. Contudo, o pessimismo de Silva, não é nada sedutor e lírico como um pessimismo schopenhaueriano. Está, aliás, longe disso. Zé Maria — permita-me chamá-lo assim camarada? — me traz à memória o nome do lateral direito da seleção brasileira de 70 e 74, considerado o melhor lateral direito da história do Corinthians. Pronto, Zé Maria. Está aqui a deixa para sua tréplica. Fale do Corinthians, que graças ao Lula construiu o Itaquerão com dinheiro público, do BNDES, o mesmo BNDES que turbinou as finanças e transformou o Grupo JBS do antes postulante ao governo de Goiás, Júnior Friboi, em um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. Esse é o capitalismo à brasileira, financiado com dinheiro público… Zé Maria, na ânsia de criticar e soltar sua inconfundível verborragia, recheada de referências a Marcel Proust ou mesmo Agatha Christie acaba transformando seu texto num “samba do crioulo doido”. Com toda reverência e respeito ao samba e ao crioulo que, se sabe sambar, nunca poderia ser doido, pois já diz a letra, “quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé”. A Copa é o menor dos nossos problemas, caríssimo Zé Maria. Aliás, quem dera nosso problema fosse a Copa. Os mesmos que criticam a Copa no Brasil, e José Maria é um deles, seriam os primeiros a vociferar contra o PT e dizer de sua incompetência em não conseguirem trazer a Copa para o Brasil, caso esta estivesse acontecendo em outro país. Diversos autores românticos do Século XVIII no velho continente — aqui cito Herder, mas existem outros — acostumaram-se a criar identidades nacionais como fantasias sociais e psicológicas de massas com a capacidade de identificar um povo consigo mesmo. Logo, percebemos que ao alemão cabe a disciplina e o amor à ordem; aos britânicos, o espírito mercantil e a práxis do autogoverno; aos franceses, a “joie de vivre” e amor à liberdade, igualdade e fraternidade. Inúmeros autores, de Hegel a Ranke, afirmam que os povos que são incapazes de forjar tais assinaturas estavam fadados a não desempenhar qualquer papel na história. Logo, sob o viés culturalista e romântico, que permanece vivo na expansão das ideologias radicais do século XX e XXI, acredita-se que um povo para se afirmar, enquanto nação, enquanto tal deveria ser, impreterivelmente, um portador de cultura própria e capaz de identificá-lo no conjunto do concerto das nações. Muitos intelectuais brasileiros — cito Sérgio Buarque de Hollanda, Caio Prado Junior ou mesmo Gilberto Freyre — procuraram, no primeiro quarto do século passado, estabelecer a especificidade da cultura brasileira, de ser brasileiro, sua natureza e seu sentido. Ora, o que há de mais brasileiro do que o futebol, senhor Zé Maria? Não misture alhos com bugalhos ao dizer que “Torcer pela Seleção Brasileira nesse momento é como comprar droga na boca de fumo e fazer de conta que esse ato não financia o tráfico”. O futebol nos explica a capacidade do povo, em especial dos negros brasileiros, em apropriar-se de complexos culturais europeus e reproduzi-los enquanto marcador original da cultura brasileira. Nós nos apropriamos do futebol europeu, britânico em suas origens, tanto que nos primórdios do esporte bretão um bom capitão de time que se prestasse deveria ter em seu repertório um vasto conhecimento na língua da Rainha. Esse mesmo esporte elitizado e britânico em sua gênese foi reinventado por nós brasileiros, pelos negros como parte da resistência cultural, rompendo com as regras das elites nacionais, abrindo as portas das equipes de futebol para o povo e conquistando para sempre o coração de todos os brasileiros. O futebol explica nossa irreverência, nossa ginga, nosso jogo de cintura para driblar a falta de hospitais, educação precária, o trânsito caótico e o transporte coletivo. O futebol pa­ra alguns, especialmente aos negros é a maneira mais rápida para ascender socialmente. Porque o futebol é ainda o que nos resta, mesmo que seja vendo de longe e pela TV. E, como todo brasileiro, também vou dar uma de gato-mestre: comecei falando da Holanda e do Carrossel Holandês e termino com eles, acho que essa vai ser campeã. Edergênio Vieira é professor de Políticas Públicas em Educação no Instituto Federal de Ciências e Tecnológica de Goiás IFG/Campus Anápolis.

“Estava em Goiânia quando cassaram Iris Rezende”

Athos Cardoso cartas.qxd A versão apresentada na matéria “A verdade sobre o golpe militar em Goiás” (Jornal Opção 2021) merece uma profunda investigação. Logo depois da cassação do então governador Mauro Borges, já capitão, fui transferido do BGP para o 10º BC em Goiânia. Havia lido “Torturados e Torturadores” que tratava muito do caso dos poloneses e da cassação, totalmente absurda, do Mauro. Estava em Goiânia quando cassaram o então prefeito mais jovem do Brasil, Iris Rezende. Foi uma comoção no quartel. Todos gostavam dele, do coronel comandante ao cabo corneteiro. Não houve jeito, o moço foi cassado. Eu estou colhendo dados para escrever “O Ovo da Serpente”. Em Goiânia, graças a uma politiquinha de “caipiras”, foi criando forma a serpente dos atos que resultou no AI-5. É preciso investigar mais. Pena que esta “Comissão da Meia Verdade” é parcial e não aceita colaboração. Email: [email protected]

“Os brasileiros não assumem seus papéis”

Barbara Esteves Acho engraçado como sempre os brasileiros querem buscar apenas um “bode expiatório”. Para mim, o grande problema do Brasil é que as pessoas não assumem seus papéis. Os legisladores não legislam; os assessores não assessoram; os engenheiros não fazem projetos decentes; os gestores não fazem gestão. E por aí vai. Certamente a figura da presidente Dilma Rousseff é a mais alvejada e cobrada por todos. Todavia, é incongruente pensar que os “problemas do Brasil se iniciaram ou estão sendo piorados pelo governo do PT”. Os brasileiros, a meu ver, devem assumir a responsabilidade de suas escolhas e apoiar medidas que nos aproximem da justiça social, aproveitando que hoje não se pode esconder esqueletos no armário como 15, 20 ou 30 anos atrás. E-mail: [email protected]

“Ainda me lembro como a economia interferiu em nossas vidas”

Luciane Lima cartas.qxd Praticamente um ano após a publicação deixo meu comentário. Sou filha do agricultor Valdecir mencionado na matéria “A saga de um povo em busca de uma moeda” (Jornal Opção 1957). A matéria diz: “Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o agricultor Valdecir Ferreira Lima, ao tomar conhecimento de que todo seu dinheiro aplicado no overnight para a educação dos filhos estava bloqueado, fez algo completamente irracional: arremessou seu Chevette contra as vidraças de uma agência do Banco Safra”. Até hoje me lembro com muito horror sobre como a economia interferiu ferrenhamente em nossas vidas, de todos os brasileiros, e como sempre atingindo os mais fracos. Email: [email protected]

“As pessoas são muito hipócritas sobre animais em laboratório”

Mariana Maciel Concordo plenamente com o que disse o professor Elder Sales no artigo “E se não usássemos os animais... ou vegetais?” (coluna “Bio Lógica”, Jornal Opção On-Line). As possibilidades de estudo para formas de cura, de medicamentos, vacinas etc. ficariam muito limitadas, se é que haveria possibilidades. As pessoas são muito hipócritas em dizer que não se deve fazer isso com os animais, pois na hora em que é lançado na mídia que a cura foi encontrada para determinada doença são os primeiros a comemorar. Sequer se lembram de que, para se chegar àquele resultado, foram feitos diversos estudos e testes em animais. Os cientistas não estão ali para maltratar ou torturar os bichos, mas, sim, para buscar formas de melhorar, qualificar os meios de reabilitação em saúde. Olhando para a situação dos animais, é claro que a gente se sente mal, mas até então é a forma mais viável para fazer estudos das reações de medicamentos, aparelhos e demais técnicas simulando o corpo humano, possibilitando então a evolução do conhecimento científico sobre as formas de cura em saúde. E-mail: [email protected]

“Ética virou palavrão na política brasileira”

Josuelina Carneiro A palavra ética pode ser considerada palavrão entre os políticos que vêm de todas as regiões do Brasil para a capital. A maioria da população brasiliense, como a do País inteiro, reclama da desonestidade e da falta de ética reinantes na vida pública. Os deputados federais Luiz Pitiman (PSDB-DF) e Antônio Reguffe (PDT-DF) parecem sérios e éticos, mas, em meio aos velhos, viciados e trambiqueiros políticos, pouco poderão fazer. O velho modo de fazer política ainda continua. Ou seja: aumento para o servidor público, shows artísticos (que adoçam a boca dos mais humildes e menos esclarecidos, ou a turma do que “eu quero é aproveitar”), distribuição de lotes, cestas básicas, bolsas variadas, construção de casas sem infraestrutura e por aí vai. Após fazer seu pé de meia e usufruir dos privilégios, o político em geral deixa o rombo para o sucessor pagar. É assim que funciona. O Brasil caminha para a fa­lên­cia total. Eles abarrotam as instituições com comissionados e assessores em retribuição pelo bem que lhes fizeram, elegendo-os. Na hora de tomar decisão drástica para conter a sangria desatada com a verba pública, eles não se arriscam. Empurram o problema. Coragem e determinação são coisas que lhes faltam. Se a folha de pagamento dos servidores ultrapassa a arrecadação, o que eles fazem? Protelam. Não querem ser vistos como antipáticos e insensíveis perto de ano eleitoral. O ideal seria mão de ferro para conter o descontrole reinante, seja em Goiás ou em outro Estado. Político sério é aquele que tem o desprendimento de perder algo que muito lhe interessa se for em benefício do País e da população. Conhece algum? E-mail: [email protected]

“Goiânia não tem identidade”

Carlos Augusto Silva cartas.qxdNos links da Rede Globo antes do jogo Brasil 4 x 1 Camarões, mostrando as capitais, vi como eu tenho razão a respeito de Goiânia: uma cidade cuja identidade é não ter identidade alguma. Essa, inclusive, foi minha resposta ao filósofo Roberto Machado quando passeávamos pelo Rio em 2012 e ele me falava, nordestino que é, de seu amor pelo Rio, cidade que escolheu para viver, ao me perguntar a respeito de Goiânia. Em Salvador, em Recife, em Sampa, no Rio, a tradição aparecia no canal global — as pessoas na rua, os traços característicos. Em Goiânia, um bando de gente insossa em um bar da moda, uma dupla “sertaneja” que de sertaneja nada tem: cabelos com chapinha e camisetas baby look cantando letras que em nada refletem uma realidade rural. A TV Anhanguera, previsível e deslumbrada, com seu time de repórteres despolitizados que sonham em ser atores da novela das oito, optaram pelo óbvio burguês idiota de Goiânia. Diferen­temente do Recife, de Salvador com o Olodum, de Sampa com o Vale do Anhangabaú, do Rio com a alegria imersa em samba no meio da rua. Goiânia não tem identidade, e por isso sempre achei essa cidade tão triste, tão pálida, tão sem — sem isso, sem aquilo, sem nada. Quisera eu ter visto cantos de vitória ao som de passos de catira, traços verdadeiramente caipiras, berrantes tocando, e não uma dupla “sertaneja” acéfala com canções de que ninguém se lembrará daqui a dois meses. Essas coisas rurais que preferiria ter visto nada têm a ver comigo, com meus gostos, mas reconheço-as como coisas legítimas de Goiás. Não estou virando as costas para os traços do meu Estado, apenas desejando uma forma mais legítima de se colocar no mundo dos habitantes dessa terra em que nasci. Triste constatação. Nesse caso, como é horrível ter razão. Carlos Augusto Silva é professor de Literatura, escritor e crítico literário.

“Xingamento à presidente mostra nossa incapacidade de debater”

José Hélio cartas.qxdEm relação ao comentário que o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, fez sobre o xingamento à presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura da Copa, tenho a dizer que infelizmente ações como essa não justificam nem alteram o quadro lamentável da nossa atual conjuntura. Mostram apenas nossa real falta de educação, forma comum de expor nossa incapacidade para debater, para criar novas discussões. É mais fácil falar palavrão ou brigar que tomar outras altitudes. Não da para entender certas altitudes, contraditórias diante dos fatos. Quanto à aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, creio que existe algo muito sério por trás disso. Não há razão para alguém como ele se aposentar tão cedo. Vai sair em seu momento de destaque. E-mail: [email protected]

“Excelente texto de Cezar Santos”

Valério Seccadio Excelente o artigo “Se torcedor vaia até minuto de silêncio, por que não vaiaria Dilma?” (Jornal Opção 2033), de Cezar Santos na coluna “Ponto de Partida”. Fazia tempo que eu não via, na internet, texto tão bem elaborado e preciso. E-mail: [email protected]

“Condenam as pesquisas, mas usam o que vem delas”

cartas.qxd Rogiane Oliveira De fato, existem linhas de radicalidade e de radicalismos para qualquer questão, seja política, religiosa, social... e a ciência, certamente, não seria exceção. Radicalidade aconteceu e acontece todas as vezes que pessoas inquietas, indignadas e inconformadas com certa realidade resolvem ser e fazer diferente. Foi talvez o que pensaram os primeiros cientistas, cansados do empirismo mal fundamentado, ao decidir dar luz às propostas de cura por medicamentos, por exemplo, usando animais. Isso foi radical, em uma era cheias de tabus, conceitos indissolúveis e preconceitos. Agora, radicalismo foi quan­do Hitler, por exemplo, quis provar a “pureza” da raça ariana eliminando todos os que pudessem ofender sua genética perfeita. Talvez se ele tivesse usado ervilhas ou ratos, funcionasse também. Mas, ele aderiu ao “ismo” para sua cau­sa. Assim, são aqueles que con­denam as pesquisas com animais. Usam e abusam de tudo o que advém delas, mas adoram a pose de um suposto respeito à natureza. Ainda não considero que os animais vêm sendo abusados pelos seres humanos nesse sentido. Diferentemente, por exemplo, daqueles que têm um cãozinho em casa, dizendo ser este seu melhor amigo, e o deixam morrer de fome. Ou de alguns mauricinhos que botam fogo em índios ou num cavalo i­nocente no meio da rua. As­sim, quando um ratinho é mor­to num laboratório, por mais que o cientista não sinta um mí­nimo de remorso, o ecossistema não acabou ali. Muito pelo contrário. Foi mais uma tentativa para combater o câncer, a aids ou a ignorância de alguns. E-mail: [email protected]

“Escolher entre a brasa e o espeto”

Edergenio Vieira A democracia representativa nasce dos ideias da Revolução Francesa. Lógico que o modelo de democracia que temos, inclusive esse que existe em quase todo o Ocidente, origina-se da Grécia, mas essa democracia, que alguns dizem ser democracia burguesa, não à toa vem da França pós-revolução burguesa, em 1789. Essa democracia, foi responsável por grandes avanços no mundo ocidental contemporâneo, mas faliu. Isso mesmo, leitor, a democracia representativa faliu. A prova disso é que um dos motes para instituição de regimes democráticos é a alternância de poder. Contudo, ao ver uma cha­pa com Iris Rezende (PMDB), Ronaldo Caiado (DEM) e Armando Vergílio (SDD), isso é prova estrondosa de que é o velho “muda para não mudar nada”. Qual a diferença de um projeto Marconi para um projeto Iris-Caiado-Armando? Nenhum. São todos representantes do projeto das elites goianas e lutam pelo poder não pelo “povo” (termo amplamente genérico), mas por seus próprios umbigos. Pobres de nós, ter de escolher entre a brasa e o espeto. E-mail: [email protected]