Por Ketllyn Fernandes

Em entrevista ao Jornal Opção Online, Robledo Rezende e Francisco Bento defenderam os projetos de Júnior Friboi e Marconi Perillo e pregaram a reestruturação do partido ao qual são filiados. "O PMDB, a partir deste momento, não tem mais dono em Goiás. O PMDB agora vai fazer a vontade dos filiados do partido", disse Robledo

[relacionadas artigos="16027,15977"] Foi anulada na manhã desta quarta-feira (24/9) a votação que aprovou em primeiro turno mudanças nas alíquotas do IPTU e do ITU de Goiânia. Irregularidades na escolha do relator do projeto de lei, então o vereador Carlos Soares (PT), levaram a esta decisão, o que faz o processo de aprovação da matéria voltar à estaca zero, ou seja, passar novamente pela avaliação da Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ). O petista não pôde relatar o projeto de lei justamente por ser presidente desta comissão. Com base em uma lei de autoria de Izídio Alves (PMDB), aprovada no último dia 7 de setembro, o regimento interno da Casa proíbe que o presidente de uma comissão permanente seja relator de um projeto de lei. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão Mista, o vereador Paulo Borges (PMDB). “Automaticamente, isso cria um vício de origem a partir de uma lei recente que alguns vereadores desconheciam”, disse aos jornalistas. Ele complementou que houve falha por parte da diretoria legislativa. A medida prejudica as intenções da prefeitura de Goiânia em agilizar o trâmite da proposta e assim garantir aprovação definitiva na Câmara até o final deste mês, exigência para que os novos porcentuais possam vigorar a partir de 2015. Por isso, o presidente da Casa, vereador Clécio Alves (PMDB), já anunciou a convocação para sessões extraordinárias no final de semana. A nova avaliação pela CCJ, agora com a emenda enviada pelo prefeito Paulo Garcia a partir de negociações com o setor empresarial, é aguardada para esta quarta-feira.

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Os preparativos para o transporte das 14 mil urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições em Goiás estão em fase de finalização pelo Correios. Neste pleito, 673 pessoas estão envolvidas no trabalho de transporte dos equipamentos, sendo 451 funcionários dos Correios e 222 motoristas particulares que prestam serviços à empresa. Um total de 288 veículos fará a operação de transporte das urnas para os 2.457 locais de votação em todo o Estado.
A coleta e a entrega dos equipamentos se dará no mesmo dia, na véspera das votações (4/10). Nesta semana, os funcionários dos Correios estão realizando a etapa de acompanhamento do lacre das urnas, feito pelo Tribunal Regional Eleitoral, sendo que quatro servidores estão em Goiânia no galpão em que elas estão guardadas.
O Correios também é responsável pelo envio dos demais materiais necessários para a votação, como cabines, cadernos de votação, cédulas, indicadores de seção, canetas, malotes de PVC e justificativa de ausência de voto.

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“Cansei de estar a serviço da ambição pessoal e vaidosa do líder maior do PMDB, o candidato Iris Rezende”, declarou o ex-prefeito de Santo Antônio do Descoberto padre Getúlio de Alencar (PMDB), ao manifestar apoio à reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB).
De acordo com o peemedebista, a decisão em apoiar o tucano encontra respaldo de outros membros da legenda na cidade, devido ações da atual gestão na região no Entorno do Distrito Federal. “Só não muda quem renuncia o direito de pensar. Não há melhor alternativa para Santo Antônio do Descoberto”, afirmou, emendando obras estaduais no município como a construção do Hospital Regional de Santo Antônio do Descoberto.
Padre Getúlio diz que Iris Rezende “não tem mais condições de realizar aquilo que ele diz que fará” e que falta “credibilidade em suas propostas”.
A direção estadual do PMDB tem evitado se manifestar a respeito das dissidências dentro da sigla. A orientação para o período eleitoral, e que vigorou também durante a pré-campanha, é a de que para evitar desgastes, a análise dos casos pelo conselho de ética se dê somente após o pleito –– situação em que se encontra o processo de expulsão do peemedebista Frederico Jayme, que atua na campanha da chapa governista. Posição contrária foi adotada pelo PT goiano, que tão logo tomou conhecimento do caso envolvendo dois prefeitos petistas, os expulsou da legenda.
Outras adesões
No final de agosto 26 lideranças peemedebistas de Pirenópolis se reuniram com Marconi Perillo e na ocasião assinaram um documento declarando apoio à campanha tucana, sendo que há também os casos de prefeitos do PMDB em Tuverlândia, Niquelândia, Goiatuba, São Luiz do Norte, Mara Rosa, Vicentinópolis, São Patrício, Porteirão e Pontalina que também não estão integrados à campanha majoritária da legenda. Em meados de julho parte do PMDB de Formosa declarou apoio à campanha de Marconi Perillo. A cidade tem por prefeito Itamar Barreto, do PSD, sendo que os fatos que levaram à adesão de peemedebistas remonta às eleições de 2012, quando Ernesto Roller (PMDB) saiu candidato com a sigla também dividida.
Também contrariando a orientação de seus partidos, também apoiam a reeleição de Marconi parte dos prefeitos do DEM, do PSB, do PRP, do PT –– que chegou a expulsar os prefeitos Josaquim Miranda (de Teresina de Goiás) e o José da Silva Faleiro (de Silvânia) –– e PTN.

[caption id="attachment_15747" align="alignleft" width="300"] Misael Oliveira: em caso de segundo turno, o prefeito apoia o tucano-chefe Marconi Perillo | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Publicamente, o candidato do PSB a governador de Goiás, Vanderlan Cardoso, afirma que vai para o segundo turno, tirando Iris Rezende (PMDB) do páreo, e que vai enfrentar o governador Marconi Perillo (PSDB). Nos bastidores, seus aliados, embora respeitando o competente empresário, dizem exatamente o contrário: no caso de segundo turno, apostam, a disputa se dará entre o tucano-chefe e o peemedebista-chefe. Eles admitem que, ao menos nas eleições deste ano, não há espaço para terceira via.
Os vanderlanzistas dizem, com todas as letras, que Vanderlan Cardoso planeja apoiar Iris Rezende no segundo turno, repetindo o cenário de 2010. Entretanto, terá uma pedra, gigante, no seu caminho. Aliados importantes, como o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), e o presidente do PSC, Joaquim Liminha, em caso de segundo turno entre Marconi e Iris, vão ficar com o tucano. Misael e Liminha são amigos e aliados históricos de Marconi. Estão com Vanderlan por lealdade.
Há outro “drummond” no caminho de Vanderlan: dependendo do quadro político nacional, Marina Silva pode levar o PSB a apoiar Marconi no segundo turno.

[caption id="attachment_15822" align="alignleft" width="300"] Agenor Mariano, vice-prefeito de Goiânia: “Eu sei que não será nada fácil os institutos de pesquisa ajustarem seus números ao quadro verdadeiro” | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que a política goiana se tornou uma grande central de boatos. “Durante toda a semana, ouvi que o grupo do governador Marconi Perillo (PSDB) estava dizendo que havia ‘virado’ em Goiânia, porém sem apresentar dados confiáveis. A história de ‘pesquisas internas’, obviamente sem registro, é tão-somente para convencer e incentivar os aliados. Iris Rezende (PMDB) continua na frente em Goiânia e em Aparecida de Goiânia. Em Anápolis, Antônio Gomide (PT) lidera. Portanto, nos três municípios com maior eleitorado, Marconi não é o líder. Na capital, nas ruas 44, mais popular, e 136, mais elitizada, está difícil encontrar eleitores do governador.”
Agenor frisa que, “com uma estrutura gigantesca de campanha, na qual não faltam recursos, esperava-se que a frente de Marconi fosse maior. Mas não é. Há um quadro de estabilização do tucano e um ligeiro crescimento de Vanderlan Cardoso (PSB), mas que não ameaça Iris Rezende. O que se deve, e é preciso dizer, com todas as letras, é que Goiás terá segundo turno em 2014. Uma eleição com mais de quatro candidatos dificilmente termina no primeiro turno”.
Uma das teses de Agenor é que o eleitorado está começando a definir efetivamente seu voto agora, quando passou a observar com mais atenção os candidatos. “Assim, a tendência é que Iris se aproxime mais de Marconi, com a diferença entre ambos caindo para no máximo 5%. O que os diretores dos institutos de pesquisa dirão quando tiverem de mostrar que a diferença entre Iris e Marconi não é de 15%? Uma informação pouca divulgada é que Iris começa a crescer no Entorno de Brasília. Marcos Cabral, ex-prefeito de uma cidade do interior e ligado ao deputado federal Ronaldo Caiado, está muito ‘otimista’ com os números da região. Perdemos em poucos lugares, como Luziânia.”
O vice-prefeito avalia que a campanha de Iris, “ao centrar fogo na desconstrução do governo de Marconi, acertou o alvo em cheio. No primeiro turno, o tucano até pode fazer cara de paisagem, mas, no segundo turno, com uma crítica mais concentrada e direta, sem outros candidatos, terá de ‘enfrentar’ as críticas de Iris”.
O ex-prefeito de Goiânia, na opinião de Agenor, “é um político de palavra. Ele está dizendo que a de 2014 será sua última eleição. E será. Não é blefe. Nós percebemos que o eleitor gostou disso e quer dar uma nova chance, a última chance, para o candidato do PMDB ao governo. O eleitor certamente quer homenageá-lo”.
As alianças para o segundo turno, destaca Agenor, “serão discutidas no devido tempo. Agora, o importante é ir para o segundo turno. Mas, sim, nós acreditamos que vamos conseguir o apoio tanto de Vanderlan Cardoso (PSB) quanto de Antônio Gomide (PT). Com uma aliança ampliada, devemos eleger Iris para governador de Goiás, acabando com uma série de injustiças”.

Líderes do PMDB listam suas principais apostas para deputado estadual: Ernesto Roller, José Nelto, Waguinho Siqueira, Bruno Peixoto, Adib Elias, Paulo Cezar Martins e Nélio Fortunato e Lívio Luciano.
Para ser eleito, um candidato peemedebista precisa obter entre 25 mil e 30 mil votos. Um irista avalia que o PMDB tende a eleger de oito a dez parlamentares. É provável que surja alguma surpresa do interior, talvez do Sudoeste ou do Entorno de Brasília,

[caption id="attachment_15820" align="alignleft" width="300"] Iris Rezende e Adriana Accorsi: a verdadeira chapa dos sonhos | Foto: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção
do petista Paulo Garcia para a Prefeitura de Goiânia em 2016[/caption]
Como quase todos os políticos, o peemedebista Iris Rezende disputa uma eleição pensando na seguinte. Para fins eleitorais, como de praxe, agora está sugerindo que a de 5 de outubro deste ano será sua última eleição. O objetivo é comover o eleitorado, com o indicativo de que vale dar-lhe um mandato, pois será o último. Embora inverossímil, não é um marketing político de má qualidade. Na política, como na guerra, a primeira coisa que se sacrifica é a verdade.
Nos bastidores do PMDB, entre os “iretes” (tietes de Iris), começa-se a dizer, por enquanto discretamente, que, se perder a eleição para governador, o decano peemedebista disputará a Prefeitura de Goiânia, em 2016, aos 83 anos de idade. “Iris vai disputar eleições, quer queiram ou não os jovens do partido, enquanto estiver conseguindo andar e conversar”, admite um irista. “A única coisa que Iris sabe fazer é política”, acrescenta.
A tese do irismo está praticamente estabelecida. Os iristas vão dizer, para “convocar” o decano, que, depois da gestão problemática de Paulo Garcia, “só ele tem condições de derrotar o candidato do governador Marconi Perillo”.
Desgastado em Goiânia, o PT dificilmente terá condições de lançar candidato a prefeito com chance de ganhar as eleições. Portanto, o prefeito Paulo Garcia, do PT irista — Iris é uma espécie de chefe informal da Articulação em Goiás —, não deve lançar candidato em 2016.
É provável que Paulo Garcia force o PT a negociar, mais uma vez, com o PMDB irista e banque o candidato a vice. Especula-se que, para conter o grupo do deputado federal Rubens Otoni e do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide — que pretende lançar o deputado estadual Humberto Aidar para prefeito de Goiânia —, Paulo Garcia vai tentar emplacar a delegada de polícia Adriana Accorsi, se for eleita deputada estadual, na vice de Iris. Trata-se de uma “chapa” consistente: o “velho” e experiente, Iris, alimentado pelo “novo”, Adriana Accorsi.

O ex-deputado Frederico Jayme (PMDB) ganhou uma missão do governador Marconi Perillo: “virar” a eleição em Anápolis. “Marconi esteve bem atrás no município e agora está quase empatado com Antônio Gomide. Mas, até o fim do mês, nós vamos conseguir ‘virar’. O anapolino admite que aprecia Gomide, mas acrescenta que, para Marconi ser eleito no primeiro turno, vai aderir ao voto útil.”
“O eleitor de Anápolis não acredita que Gomide vai para o segundo turno e sabe que, em caso de a disputa seguir adiante, Marconi e Iris Rezende é que estarão no páreo. O eleitor de Anápolis rejeita Iris, não o quer governando o Estado, e, por isso, pode ser decisivo para Marconi ser reeleito no primeiro turno”, afirma. Na semana passada, localizado em Goianésia, Frederico estava se preparando para participar de uma carreata. “Estou trabalhando ‘25’ horas por dia. Queremos mesmo ganhar no primeiro turno. Em Goianésia, Marconi deve obter de 55 a 60% dos votos. Nós vamos dar um banho.”

O Jornal Opção pediu a um dos auxiliares mais próximos do governador uma lista dos prováveis eleitos — só os da base governista — na disputa para deputado federal. “A lista”, frisa, “não tem qualquer valor científico. Confeccionei-a a partir de minhas informações sobre a campanha e ela não é nada ortodoxa”, afirma.
Eis a lista, por ordem alfabética:
1 — Alexandre Baldy (PSDB)
2 — Antônio Faleiros (PSDB)
3 — Célio Silveira (PSDB)
4 — Fábio Sousa (PSDB)
5 — Giuseppe Vecci (PSDB)
6 — Heuler Cruvinel (PSD)
7 — João Campos (PSDB)
8 — Jovair Arantes (PTB)
9 — Magda Mofatto (PR)
10 — Roberto Balestra (PP)
11 — Thiago Peixoto (PSD)
12 — Waldir Soares (PSDB)
O auxiliar do governador, um articulador político nato, ressalva: “Não descarto a possibilidade de um ou dois nomes da lista perderem e, no seu lugar, serem eleitos Sandes Júnior (PP), José Mário Schreiner ou Marcos Abrão (PPS)”. O auxiliar frisa que “Eurípedes Júnior (PROS) está fazendo uma campanha sólida e não se pode menosprezar a força da Igreja Universal, que está bancando Gilvan Máximo. Valdivino Oliveira também é muito articulado”. O auxiliar frisa que, ao final, a lista pode ser reduzida a 11 nomes.
Escaldado e ciente dos fatos, Maguito Vilela sabe que Iris Araújo “morde” e, depois, Iris Rezende “sopra”. É tudo combinadíssimo. O prefeito de Aparecida de Goiânia não é nenhum inocente útil. Não é o dr. Pangloss do Cerrado. É aquela típica história do policial bom e do policial mau. Iris Rezende não nada de inocente, mas às vezes é mais produtivo “culpar” Iris Araújo. *Leia Mais: Não convidem Maguito Vilela e Iris Araújo para a mesma picanha do Costelão do Gaúcho
Não convidem a deputada federal Iris Araújo, de 71 anos, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, de 65 anos, ambos do PMDB, para a mesma picanha do Costelão do Gaúcho, nas proximidades do Parque das Laranjeiras. Poderá sair muito sangue, depois das unhadas, e, evidentemente, não será da picanha. O fato é que Maguito Vilela, diplomata por natureza, não suporta mais as “grosserias” de Iris Araújo. *Leia Mais: Maguito Vilela sabe que Iris Araújo morde e Iris Rezende sopra. É um jogo combinado