Por Euler de França Belém

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Gomide vai coordenar campanha de João Gomes em Anápolis. Ele pode voltar à prefeitura em 2020

Antônio Gomide vai ser o coordenador da campanha do prefeito de Anápolis, João Gomes, do PT. O ex-prefeito está animado e avalia que João Gomes vai ser reeleito. Gomide deve disputar o governo em 2018 e, se for derrotado, deve disputar a Prefeitura de Anápolis em 2020.

Júnior Friboi ajudou na obtenção de financiamento para Samuel Belchior

Ás do setor de loteamentos, o presidente do PMDB de Goiás, Samuel Belchior, tem pelo menos 20 mil lotes. Os loteamentos precisam de investimentos em infraestrutura. Quando foi divulgado o suposto relacionamento de Samuel Belchior com a pastinha Luciane Hoeper, dois bancos — um deles o Bradesco — decidiu não mais financiá-lo. Júnior Friboi pegou seu jato e levou Samuel Belchior à cúpula do Bradesco, que, com um “avalista” como o ex-sócio da JBS, manteve o financiamento.

Júnior Friboi deve disputar comando do PMDB contra José Nelto ou Adib Elias

O empresário Júnior Friboi deve ser candidato a presidente do PMDB de Goiás. Ele vai enfrentar José Nelto ou Adib Elias.

Maguitista garante que Daniel Vilela não disputa reeleição e Senado em 2018. Ele só quer o governo

De um maguitista roxo: “Daniel Vilela (PSDB) não disputa mandato de deputado federal ou senador em 2018. Ele planeja disputar o governo do Estado. Politicamente, é muito ambicioso”. O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), vai priorizar, na disputa de 2018, seu filho Daniel Vilela. Se Daniel Vilela disputar o governo do Estado ou o Senado, Maguito Vilela reflui e nada disputa. Porém, se o filho não disputar eleição majoritária, é possível que o prefeito dispute mandato de senador.

Aliados de Euler Morais acreditam que vai começar mal e vai crescer de maneira consistente

Com a popularidade em alta, sem adversários consistentes, Maguito Vilela comunicou a aliados e auxiliares que vai bancar, para ganhar ou para perder, o secretário de Governo, o peemedebista Euler Morais, para prefeito de Aparecida de Goiânia. A alguns aliados, Maguito Vilela tem afirmado que Euler Morais tende a sair com 8%, ou até menos, nas primeiras pesquisas de intenção de voto. Mas crescerá, aposta, de modo consistente.

Iris Rezende quer Sandro Mabel em Aparecida de Goiânia para atrapalhar o projeto de Maguito Vilela

Iris Rezende está tentando empurrar Sandro Mabel para disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Objetivo: reduzir a força do prefeito Maguito Vilela no município.

Luiz Carlos do Carmo quer cavar uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios

O suplente de senador de Ronaldo Caiado, o peemedebista Luiz Carlos do Carmo, está tentando cavar uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios. Para tanto, Luiz Carlos do Carmo romperia com Ronaldo Caiado e com o PMDB. Ele e mais uma parcela da Igreja Assembleia de Deus acompanharia o projeto político do governador Marconi Perillo.

Marcelo Augusto diz que precisa do apoio de Eduardo Machado para disputar a Prefeitura de Goiânia

O ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia Marcelo Augusto garante que será candidato a prefeito da capital pelo PHS. “Só não disputo se o PHS não me apoiar. Mas o presidente do partido, Eduardo Machado, garante que vai me bancar.”

Livro comprova a ligação do narcotraficante Pablo Escobar com governo cubano de Fidel e Raúl Castro

[caption id="attachment_28988" align="alignleft" width="620"]Livro revela que Pablo Escobar funcionava como Estado paralelo Pablo Escobar e seu filho, Juan Pablo, em frente à Casa Branca, em Washington. Mais tarde, foi caçado e morto pela polícia e paramilitares Livro revela que Pablo Escobar funcionava como Estado paralelo (à esquerda)
Pablo Escobar e seu filho, Juan Pablo, em frente à Casa Branca, em Washington. Mais tarde, foi caçado e morto pela polícia e paramilitares (à direita)[/caption] “Pablo Escobar — Ascensão e Queda do Grande Traficante de drogas” (Planeta, 383 páginas, tradução de Eric R. R. Heneault e Olga Cafalcchio), do jornalista e ex-prefeito de Medellín Alonso Salazar, é um livro devastador. Ao investigar a história, Salazar revela uma teia corrupta que, enquanto quis, manteve o narcotraficante vivo. Pablo Escobar mandou matar candidato a presidente, Luis Carlos Galán, juízes, empresários, jornalitas, rivais e ex-aliados. Sequestrou políticos e empresários. Inundou o mundo com a cocaína produzida na Colôm­bia e, mesmo todos sabendo que era traficante, chegou a ser parlamentar. Mudou leis, travou a aprovação de um projeto de lei que propunha a extradição de traficantes de drogas para os Estados Unidos. Comprava políticos, policiais, empresários, artistas famosos, jogadores de futebol. Era temido e admirado. Participou de um carnaval no Rio de Janeiro, saiu com mulatas e tinha predileção por mulheres virgens. Um de seus sócios, Pablo Correa, “‘importou’ uma mulata para aumentar seu harém”. Quando avaliou que pretendiam matá-lo, negociou com o governo, por intermédio de advogados e políticos, e se entregou. Na prisão, comportava-se como rei. Mandava em todos, até no diretor. Ao perceber que poderiam matá-lo na penitenciária, escapou com facilidade. Na verdade, o local era um esconderijo bem protegido, e não uma prisão de verdade. Pablo Escobar se tornou um poder paralelo e começou a incomodar as elites da Colômbia. Formou-se uma coalizão entre o governo, forças policiais (parte havia sido corrompida), paramilitares, Estados Unidos e até o Cartel de Cali para caçar e matar o poderoso chefão (seu filme predileto era “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola; os “padrinhos” mafiosos Vito e Michael Corleone eram suas inspirações). O motivo? Pablo Escobar se tornara incontrolável. Era Executivo, Legislativo, Judiciário e Carrasco. Todos passaram a temê-lo — inclusive os aliados. Em 1993, depois de isolá-lo, matando, prendendo ou cooptando seus aliados, a polícia o matou. O livro documenta as relações da esquerda colombiana com Pablo Escobar, que, por sinal, se dizia esquerdista. O Movimento 19 de Abril manteve relações estreitas com o narcotraficante. Líderes do M-19 admiravam o criminoso e eram idolatrados pelo ser que se julgava uma espécie de Estado em forma de homem. O Luís XIV da cocaína. A ligação com a esquerda colombiana explica a conexão de Pablo Escobar com os sandinistas na Nicarágua e os comunistas de Fidel Castro e Raúl Castro. O narcotraficante também mantinha ligação com o panamenho Manuel Noriega, que, de amigo, se tornou inimigo dos Estados Unidos. “Não há ninguém mais perigoso que um ex-amigo”, escreveu Pablo Escobar sobre a relação de Noriega e com os EUA. Na década de 1980, o Cartel de Medellín se aproxima do governo de Cuba. O relato de Salazar: “Pablo fizera contato com oficiais cubanos que lhe permitiam operar através da ilha — ponto geográfico estratégico para o envio de cocaína aos Estados Unidos —, por isso ficou surpreso quando um de seus homens no Panamá lhe anunciou que outro oficial cubano, o capitão Martínez, das Forças Armadas Revolucionárias, queria fazer negócios com ele”. Tony de la Guardia, primeiro, e o general Arnaldo Ochoa, em seguida, mantinham contato com os homens de Pablo Escobar. “Em abril de 1988, homens de Pablo, entre eles Fernando, o Negro Galeano, reuniram-se em Havana com” os oficiais La Guardia e Arnaldo Ochoa. “Foram recebidos em instalações militares, transportados em carros oficiais, alojados em casas de luxo e convidados a recepções com personalidades como o ministro da Defesa, Raúl Castro. Os oficiais e os homens de Pablo, em reuniões privadas, especularam sobre a possibilidade de fabricar dólares e instalar um laboratório de coca em Angola. Ao regressar a Medellín, os homens contaram a visita a Pablo. Pelas condições nas quais haviam sido atendidos, acreditavam que se tratava de contatos do mais alto nível. Concordaram em bombardear cocaína com avião nos limites das águas jurisdicionadas de Cuba, de onde seria recolhida por lanchas rápidas que a levariam até as praias dos Estados Unidos.” A operação era semanal. A CIA informou o presidente Bill Clinton de que Cuba estava envolvida com o Cartel de Medellín. Clinton, que mantinha relações cordiais com Fidel Castro, o avisou. A partir daí, com receio de um escândalo internacional — afinal, associar-se com traficantes de cocaína não é politicamente correto —, o governo do ditador decidiu punir aqueles que negociavam com Pablo Escobar. Arnaldo Ochoa, um herói para os cubanos, e Tony de la Guardia foram fuzilados. Fidel Castro “tirou” o corpo fora, disse que não sabia de nada e pegou Arnaldo Ochoa para bode expiatório — escondendo a informação de que Raúl Castro havia se encontrado com integrantes do Cartel de Medellín, em Cuba. As relações de Cuba com o Cartel de Medellín começaram a desandar. Pablo Escobar mandou Yaír, ex-guerrilheiro do M-19 e amigo dos cubanos, “para apresentar suas queixas à alta hierarquia”. No entanto, o governo de Fidel Castro “afirmou enfaticamente desconhecer qualquer transação com narcotraficantes. (...) Mas membros do Cartel continuaram presumindo que pelo menos Raúl Castro, cujo filho viajava com frequência a Medellín, estivesse a par de tudo”. O que se sabe é que pelo menos 6 toneladas de cocaína do Cartel de Medellín circularam no território cubano — com destino aos Estados Unidos. Entre as décadas de 1980 e 1990, a economia de Cuba estava quebrada. Os dólares do Cartel de Medellín eram, portanto, bem-vindos. E se a cocaína era para “prejudicar” um país inimigo, os imperialistas Estados Unidos, menos mal. Esta, possivelmente, era a tese dos irmãos Castro. Ganhavam dinheiro fácil dos colombianos e “sujavam” a abominável terra dos americanos. Porém, com a descoberta pela CIA e ante a possibilidade de escândalo internacional, os irmãos Fidel e Raúl Castro recuaram e arranjaram um grupo de “culpados”. Reportagem da revista GQ esclarece assassinato da modelo Wendy Chavarriaga Gil Na introdução do livro “Pablo Escobar — Ascensão e Queda do Grande Traficante de Drogas” (Planeta, 383 páginas, tradução de Eric R. R. Heneault e Olga Cafalcchio), o jornalista Alonso Salazar J. assinala: “Inventei um personagem, Arcángel, em cuja boca coloquei opiniões que alguns dos protagonistas não querem assumir publicamente. Arcángel também foi útil, do ponto de vista narrativo, para apresentar alguns fatos que poderiam comprometer judicialmente aqueles que os revelaram”. A revista “Gentlemen’s Quartely” (GQ) publicou uma reportagem, “O pistoleiro de Escobar”, assinada por Harold Abueta, que gera uma dúvida: Arcángel seria John Jairo Velásquez Vásquez, o Popeye [foto acima], o homem que, sozinho, matou cerca mais de 250 pessoas? (Seria um compósito de duas ou mais pessoas?) Não se pode dizer com certeza. Mas há coincidências. O poderoso chefão do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, era mulherengo, mas amava a mulher Victoria e os dois filhos, Juan Pablo e Manuela. O narcotraficante tinha uma lei: “Não ter filhos fora do matrimônio”. Quando uma de suas namoradas ficou grávida, ele disse, de maneira ríspida: “Não quero que você tenha o filho”. A jovem replicou: “Quero tê-lo”. “Não, não pode”, bradou o narcotraficante. A garota planejou ter o filho nos Estados Unidos. O relato de Salazar: Pablo Escobar “fez um sinal e, de um dos quartos, saíram Pinina, Yuca, Arcángel e um médico. A mulher não entendia nada. Prenderam-na à força. Pablo saiu para não ouvir os grupos e as súplicas dela. Aplicaram uma injeção e, dopada, levaram-na ao posto médico da fazenda. Seus homens, assassinos de sangue-frio, sentiram náuseas e vertigem quando o médico começou a extrair o feto. Nesse episódio, Arcângel reviveu os vídeos que os padres apresentaram no colégio, em que se viam pequenos fetos destroçados no ventre da mãe e se qualificava o aborto como uma ofensa a Deus, e ele se lembra de ter se trancado no banheiro para vomitar, exausto e horrorizado”. Arcángel conta: “Ela tinha que estar muito apaixonada ou muito ansiosa porque depois se casou com um italiano e batizou seu primeiro filho de Pablo Emilio. Seu final foi triste: envolveu-se com um dos bandidos de Pablo, que a matou em um ataque de ciúme”. O repórter Harold Abueta publica uma versão mais abrangente e com nomes sobre o caso narrado no livro de Salazar: “Popeye fazia o que fosse preciso para cumprir as ordens de Escobar. Nenhuma morte, porém, foi tão dolorosa quanto a de Wendy Chavarriaga Gil, que Escobar mandou assassinar. Modelo deslumbrante, Wendy foi amante de Escobar, por um período, e acabou ficando grávida. Fiel ao seu princípio de jamais ter filhos fora do casamento, o chefe do narcotráfico não tolerou a notícia. Popeye conta o seguinte: Escobar, que mantinha um zoológico em sua fazenda, pediu ao veterinário responsável pelos animais que realizasse um aborto em Wendy”. Em seguida, segundo “GQ”, “Wendy se apaixonou por Popeye, com quem começou um relacionamento. ‘Eu a amava profundamente’, conta [Popeye]. Tempos mais tarde, Vásquez e Escobar descobriram que a mulher, como vingança pelo aborto que não queria ter feito, tinha virado informante do chamado ‘bloco de busca’— grupo criado em 1992 pelo então presidente da Colômbia, César Gaviria, com o objetivo de capturar Pablo Escobar vivo ou morto. (...) Quando soube que Wendy estava envolvida com o bloco, o capo encarregou Popeye de sua mais difícil tarefa: assassinar a modelo. Mas o matador dos matadores, o assassino mais temido da Colômbia, não conseguiu cumprir a ordem com as próprias mãos. Popeye mandou cinco homens para matar Wendy. Marcou um encontro com ela num café e ficou observando de longe, enquanto a moça falava no telefone. Os matadores se aproximaram e deram-lhe um tiro na testa. O episódio confirmou a lealdade de Popeye ao chefe”. Trecho do livro O carnaval de Pablo Escobar com mulatas no Rio de Janeiro Por Alonso Salazar J. “Estreando seu reinado, Pablo viajou ao Rio de Janeiro para passar o carnaval com dez amigos, entre os quais se encontravam o Negro Galeano [Fernando Galeano], Pelusa Ocampo, Jorge Luis Ochoa, Gustavo Gaviria, Pablo Correa e o Rei do Malboro. Reuniu entre eles 500 mil dólares e enviou a um de seus homens para que ele organizasse tudo. Ficaram hospedados no Hotel Meridien, alugaram cinco Rolls Royce e uma limusine. Assistiram a partidas de futebol no Estádio do Maracanã, compraram joias, fecharam o show mais importante da cidade para uma sessão privada. A dança do samba, as cadeiras balançando, ombros sensuais, acelerou seu sangue e o desejo. Visitaram as melhores fazendas dos arredores do Rio. Na imprensa brasileira uma manchete sobre o excêntrico grupo: ‘Colombianos se divertem no Rio’. Eles haviam previsto uma viagem de iate com a apresentação particular de garotas, mas a publicidade alertou Gustavo Gaviria. ‘Eu não vou. De repente fazem um atentado contra nós e acabam com a máfia colombiana’, disse. ‘Mas está tudo pago’, protestou Pablo. ‘Não importa, mas não vamos nos arriscar’, insistiu e convenceu Pablo a voltar. Pablo Correa, que vivia com várias amantes sob o mesmo teto, ficou tão entusiasmado que ‘importou’ uma mulata para aumentar seu pequeno harém. Pablo, que nessa época estava em sossego e prosperidade em sua Fazenda Nápoles, durante uma festa lembrou-se com desejo do movimento dos quadris das garotas. E disse ao seu piloto: ‘Vá me trazer umas mulatas de um cabaré do Brasil’. Olhando para o relógio, ele respondeu: ‘Dentro de quinze horas estou de volta’. De fato, voltou com o avião carregado de garotas típicas de carnaval, com bundas portentosas que, agitadas de maneira singular, fazem qualquer plateia entrar em transe. Enquanto se enlevava com as mulatas, Pablo foi avisado de que sua mulher, dona Victoria, estava indo para Nápoles em seu helicóptero. O Chefão levou um susto. Ordenou imediatamente que desaparecessem com as provas da farra e que as convidadas subissem em suas bagagens no avião. Quando sua mulher chegou, tudo estava em ordem, e, quando enfim partiu, Pablo mandou que o avião, que ficara dando voltas durante umas três horas sobre os céus de Nápoles com as dançarinas, aterrissasse de novo.” (Páginas 98 e 99. O título colocado no texto é de responsabilidade do Jornal Opção) Próxima edição merece uma revisão mais bem cuidada O jornalista Alonso Salazar J. escreve muito bem, de maneira fluente, sem rebuscamentos — o que facilita a tradução. Porém, aqui e ali, há alguns problemas de revisão. Nada graves. Na próxima edição, convém passar um pente fino para corrigir os erros. Trecho truncado: “Um homem que por sua aparência — baixinho, magrinho e vestido sem graça. Dava a impressão de ser um joão-ninguém”. É possível que o texto correto é assim: “Um homem que por sua aparência — baixinho, magrinho e vestido sem graça — dava a impressão de ser um joão-ninguém”. Outro trecho truncado: “Os homens de Pablo seguiam as pegadas do coronel Franklin. Calle Pichincha, nos arredores do estádio de futebol de Medellín”. É provável que o texto apropriado é: “Os homens de Pablo seguiam as pegadas do coronel Franklin, na Rua Pichincha, nos arredores do estádio de futebol de Medellín”. “Para servir de intermediário, Pablo lhe enviou um homem apelidado de o Médico — um tipo de grandote, mas bem louro.” O que isto significa, não sei: haveria contradição entre ser alto e louro? “Acredito que seja possível falar com a embaixada e que eles colaborem com a paz na Colômbia outorgando visas à minha família.” Seriam vistos? “A impunidade com o qual os Pepes agiam obrigou alguns funcionários dos Estados Unidos a cuidar da saúde.” Simplesmente não dá para entender o que está escrito. Porque não fica explícito se algum funcionário ficou doente dadas as ações dos paramilitares. “Há quem afirma que não somente sabiam.” É possível que “afirme” seja mais adequado. A concordância na frase “parte desses oficiais o faziam” talvez deva ser trocada para “parte desses oficiais o fazia”. Os tradutores escrevem “nos limite”. A tradução diz: “Assassinaram-se tantos juízes e magistrados”. Seriam juízes e desembargadores? Ou juízes e ministros da Suprema Corte? Da forma como foi traduzido, fica-se com a impressão de que juízes não são magistrados. “O Mexicano foge durante vários dias pela área do Magdalena Médio; Pablo insiste em que não saía de seu território”, escrevem os tradutores. No lugar de “saía”, o apropriado é “saia”. “O próprio Pablo, antes de morrer, responsabilizou Fidel Castaño por todos os ataques contra a esquerda”, anota o autor do livro. Como ninguém diz nada “depois de morrer”, o trecho “antes de morrer” deveria ter sido cortado. Uma alternativa seria escrever “pouco antes de morrer”, mas aos tradutores não cabem modificar o original, exceto, quem sabe, acrescentar uma nota de rodapé. Na frase “quartel da policia”, esqueceram o acento em polícia. Ao menos duas vezes, fala-se em “chá de rapadura”. Pode ser que na Colômbia exista, quem sabe até no Brasil, mas, para mim, soou estranho. Seria melaço, melado ou caldo de cana? Vale também trocar “fiscal” por promotor ou procurador de justiça. Há outros problemas, como falta de acento em “aí” e falta de vírgulas. Mas o livro de Salazar Alonso, excelente, sai incólume.

“Mais do mesmo” resume com precisão o que é o “novo” site de O Popular

Pouco afeito ao debate de ideias, o “Pop” ainda não percebeu a profunda cone­xão entre forma e conteúdo. Nas reformas gráficas, tanto do jornal quanto do site — que não virou portal, ao contrário do que deveria ser —, seus criadores preocupam-se com a forma, com um suposto embelezamento, com vistas a criar facilidades para os leitores, mas não mexem no conteúdo. O conteúdo do “Pop” é o mesmo, não mudou nada. Há outro problema, no caso do jornal goiano, aparentemente insolúvel. Por enquanto, o site está “aberto”, mas, de­pois, devem voltar a fechá-lo. Jornais regionais só se tornam conhecidos no país se forem abertos. Como alguém de São Paulo vai assinar o jornal se não consegue aces­sá-lo? O acesso de parte significativa do conteúdo, e de maneira permanente, pode tornar o jornal conhecido. Jornalistas de outros Estados ligam com frequência para a redação do Jornal Opção para discutir alguma notícia e colher informações. A maioria não conhece o “Pop”. Pode-se abrir tudo? “Fo­lha de S. Paulo”, “Es­tadão” e “O Globo” não abrem tudo — os dois pri­meiros chegam a im­pedir que os textos sejam copiados pelos leitores —, mas a­brem uma parte significativa pa­ra não-assinantes. Sobretudo, man­têm portais inteiramente abertos à consulta dos leitores. O “Pop” não tem um portal, e sim um site que, de tão francis­ca­no, fica aquém do jornal impresso, e libera pouco material. “Síntese” sobre o “novo” site do “Pop”: mais do mes­mo.

Vale a pena ler o livro e ver o filme Uma Longa Viagem. É sobre o indivíduo na Segunda Guerra Mundial

42743279“Uma Longa Viagem” (Planeta, 267 páginas, tradução de Solange Pinheiro), do escocês Eric Lomax, é um livro de memórias muito bem escrito (“The Railway Man” é o título em inglês). O início, em que fala de sua paixão por trens de ferro, é uma delícia. O filme de Jonathan Teplitzky não se preocupa com toda a história, mas captura bem a participação de Lomax na Segunda Guerra Mundial. Capturado pelos japoneses, Lomax é torturadíssimo. Mas sobreviveu — com traumas — e viveu 93 anos (morreu em 2012). Ele e um de seus principais carrascos se reconciliaram mais tarde. No filme, o ator Colin Firth interpreta à perfeição o complexo, traumatizado e civilizado Lomax. Disseram que o filme é “açucarado”. Não é. Retrata o que de fato aconteceu. No livro “A Segunda Guerra Mundial”, o historiador inglês Antony Beevor relata que japoneses chegaram a comer americanos.

O Popular diz que Diego Sorgatto é mais velho do que Lucas Calil e muda seu sobrenome

O “Pop” publicou que Lucas Calil “é” o deputado mais jovem da Assembleia Legislativa. Errou. O mais novo é Diego Sorgatto. Depois, ao se referir a Diego, escreveu “Sargatto”. O Laboratório Biocrima é, segundo o “Pop”, “Biocroma”.

Repórteres publicam denúncias, até graves, mas omitem nomes dos denunciados

Os jornais de Goiás continuam publicando reportagens nas quais não aparecem os nomes de empresas e indivíduos envolvidos em atividade ilegais. Não se sabe se as empresas de comunicação estão protegendo possíveis aliados financeiros ou se os repórteres estão com preguiça de fazer checagens.

Renato Dias lança livro sobre Cuba com entrevistas de Leonardo Padura e Yaoni Sánchez

O jornalista e sociólogo Renato Dias lança, em março, o livro “Pequenas Histórias – Cuba, Hoje — Uma Revolução Envelhecida ou a Reinvenção do Socialismo?” [2015]. A obra traz entrevistas exclusivas com o escritor cubano Leonardo Padura, autor de “O Homem que Amava os Cachorros”, e com a blogueira dissidente Yoani Sánchez. Em edição de luxo, o repórter apresenta reportagens exclusivas sobre o País. Mais: avalia o impacto das reformas econômicas executadas pelo primeiro-irmão Raúl Castro, o surto de empreendedorismo em andamento, além de produzir análises sobre o reatamento das relações com os EUA. Plural, mas com um viés de esquerda, a obra, de 2015, inclui ainda entrevistas especiais com personalidades e intelectuais.

Livro “Ano Zero” mostra parte do mundo em 1945, ano do fim da Segunda Guerra Mundial

“Ano Zero — Uma História de 1945” (472 páginas, tradução de Paulo Geiger), de Ian Buruma, é uma das apostas da Companhia das Letras para o ano em que se comemoram os 70 anos do fim do conflito. Confira um sinopse da editora: “Por toda a Ásia e Europa Continental, governos caíram e novos regimes tomaram o poder. A escala da transformação é difícil de conceber. Ao mesmo tempo, na esteira de perdas irreparáveis, a euforia liberada foi indescritível, os festejos sem precedentes. Os anos de pós-guerra deram origem ao Estado do Bem-Estar na Europa, à ONU, à descolonização, à União Europeia. ‘Ano Zero’ é um trabalho centrado em um drama humano de proporções épicas, capaz de abranger os dilemas da Ásia e da Europa com igual erudição”.