Por Euler de França Belém

Biografia sugere que o compositor e cantor tinha interesses variados e, apesar de certo engajamento, conseguiu ir além da música meramente política e datada
O jornal “O Globo” passou alguns dias sem circular nas bancas de Goiânia. Segundo donos de bancas, o distribuidor não teria repassado o dinheiro das vendas para a empresa do Rio de Janeiro. A distribuição já está regularizada. Se a versão impressa chega às bancas da capital goiana, o maior jornal do Rio, alegando problemas de logística (custos), desistiu de fazer assinaturas para enviar o jornal para Goiás. “O Globo” está optando por comercializar sua edição digital. Isto significa que a versão impressa de “O Globo” vai deixar de circular? Não, porque a maioria dos anúncios ainda é dirigida à versão impressa. Nenhum jornal brasileiro conseguiu até agora potencializar comercialmente seus sites e portais. O volume de anúncios na versão digital está crescendo, mas ainda não supera o da versão imprensa. Mas certamente vai superar. Os jornais impressos não devem ser extintos, mas serão menores e, sobretudo, menos factuais e mais analíticos.

O deputado federal Marcos Abrão, que está sendo bem-sucedido em Brasília, deve apoiar o pré-candidato do PSB a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso. Presidente do PPS, Marcos Abrão talvez tenha mais o perfil do candidato que o goianiense quer. É jovem, arrojado, moderno, tem vontade de “crescer” na política. Se candidato, sairia bem atrás, mas, se expuser um discurso avançado para a capital — na área de habitação popular, por exemplo —, talvez crescesse rapidamente. Vanderlan Cardoso, embora tenha sido candidato a governador duas vezes, patina em terceiro lugar, atrás de Iris Rezende e do deputado Waldir Soares, e sem perspectiva de crescimento. Porque não está nem estagnado — está caindo. O motivo: está sendo solapado por Waldir Soares, que, aos poucos, está sendo visto como “a” a alternativa eleitoral possível a Iris Rezende.

As prévias do PSDB para definir o candidato a prefeito de Goiânia serão realizadas em março ou abril, afirma o presidente do partido, Afrêni Gonçalves. “Elas terão algumas variáveis. Os pré-candidatos precisam ter um projeto para a sociedade e pesquisas serão consultadas. Outras variáveis ainda vão ser definidas.”

O comentário na base do governador de Goiás, Marconi Perillo, em Anápolis é um só: o deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB, precisa assumir que é, de fato, pré-candidato a prefeito. Políticos locais, inclusive tucanos, dizem que não são procurados por Alexandre Baldy. Pelo contrário, são olimpicamente ignorados.

O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, tem comentado que precisa de uma vice que robusteça sua campanha ou pelo menos tenha tempo de televisão.
O nome de Simeyzon Silveira tem a simpatia, mas o tempo de televisão de seu partido é quase nada. O PPS tem mais tempo de tevê, mas não tem um nome de destaque na capital, excerto o deputado federal Marcos Abrão, que não quer ser vice.
O que fará Vanderlan? Por certo, vai aguardar a definição da chapa tucana. Digamos que o vice de Jayme Rincón, ou de outro candidato do PSDB, não seja Virmondes Cruvinel, do PSD. Excluído da disputa da chapa governista, resta ao PSD dois caminhos. Lançar candidato próprio — Cruvinel, Thiago Peixoto ou Francisco Jr. — ou compor com outro candidato.
É provável que, conforme o quadro político do início de 2016, Vanderlan Cardoso ofereça sua vice ao PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha. Uma chapa com Vanderlan e Cruvinel não é nada fraca.
Se Vanderlan é visto como um outsider em Goiânia, Cruvinel é apontado como insider.
Vale acrescentar que o PSD vai jogar para si e por si, não para reforçar a musculatura do PSDB, nas disputas de 2016 e 2018.

Do deputado Sandes Júnior: “Eu não sei se o deputado Waldir Soares vai deixar o PSDB, mas estou convicto de que vai disputar a Prefeitura de Goiânia”. Qual o motivo de tanta convicção. “Ser candidato em Goiânia, onde obteve mais de 170 mil votos, é a verdadeira obsessão do delegado. Ele não esconde isto de ninguém.” Líderes dos principais partidos da base do governador Marconi Perillo desconfiam que há uma tentativa, nada sutil, por parte da cúpula de fortalecer exclusivamente o PSDB para a disputa eleitoral de 2016. Os líderes não apresentam publicamente suas desconfianças sobre a “hegemonia excessiva” do tucanato. Porém, internamente, as discussões começam a pipocar.

[caption id="attachment_50832" align="alignleft" width="300"] Candidatos em Aparecida[/caption]
O presidente do PSDB em Goiás, o ex-deputado Afrêni Gonçalves, afirma que a parceria administrativa entre o governador Marconi Perillo, do PSDB, e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do PMDB, é sólida. “Mas trata-se de uma parceria administrativa, porque gestor não faz oposição a gestor. Nós vamos lançar candidato a prefeito e não vamos compor com o PMDB de maneira alguma.”
Afrêni sublinha que o PSDB de Aparecida tem quadros políticos e técnicos qualificados. “Um partido que conta com Ozair José [vice-prefeito], Silvio Benedito [comandante-geral da Polícia Militar], Alcides Ribeiro [empresário], Cybelle Tristão [vereadora] e Manoel Nascimento [vereador] não pode pensar em lançar vice do PMDB. Um deles vai disputar a prefeitura. Agora, se o PMDB quiser nos apoiar, aceitaremos de bom grado.”
O tucano frisa que o presidente da comissão provisória do PSDB em Aparecida é indicado pelo deputado Waldir Soares.
“Waldir Soares certamente pedirá votos para nosso candidato em Aparecida. Ressalte-se que é forte eleitoralmente no município”, frisa Afrêni Gonçalves. “O deputado federal João Campos e o deputado estadual Mané de Oliveira também subirão no palanque tucano no município. Como Maguito Vilela não será candidato, a tendência é o PSDB eleger o próximo prefeito da cidade. Nós temos os melhores nomes. Basta, portanto, fazermos uma campanha azeitada.”

O Jornal Opção perguntou para seis líderes partidários: qual vai ser o principal problema das eleições de 2016? Inicialmente, pensou-se que os políticos diriam que seria a campanha mais curta, pouco mais de 40 dias. Mas todos disseram que isto não será problema, porque se terá tempo, na pré-campanha, para expor nomes e projetos. O principal problema será, concordam os entrevistados, dinheiro. A campanha de 2016 tende a ser mais espartana. Por 2 motivos. Primeiro, há a crise econômico-financeira — que não será debelada em 2016. Há a possibilidade de se agravar. O empresário tende a colocar menos recursos na campanha. Segundo, e mais decisivo, na opinião dos políticos, é a questão de possíveis investigações tanto do Ministério Público quanto da Polícia Federal. Eles dizem que as prisões de empresários bilionários, como o presidente da Odebrecht, assustam empresários de grande, médio e pequeno porte. Os empresários temem que, mesmo colaborando como pessoa física, sejam convocados para apresentar explicações. É certo que não vão deixar de colaborar, pois muitos mantêm negócios e contatos com políticos, mas colocarão um pé atrás e vão se cercar de determinados cuidados. Noutras palavras, tentarão trabalhar mais na legalidade — se isto é inteiramente possível em campanhas eleitorais. O certo é que, desde já, vários empresários, afiançam os políticos, estão mais cuidadosos e, sobretudo, temerosos com o financiamento das campanhas. “No final, independentemente da mudança das leis, são os empresários que bancam as campanhas. Só quem tem excedente financeiro pode distribui-lo em campanhas eleitorais”, afirma um deputado federal.

[caption id="attachment_50820" align="aligncenter" width="620"] Misael Oliveira e João Gomes, prefeitos de Senador Canedo e Anápolis | Fotos: Jornal Opção[/caption]
Do experimentado Joaquim Liminha, ex-presidente da Câmara Municipal de Anápolis e presidente do PSC: “Anote duas coisas e me cobre depois. Primeiro, Misael Oliveira, do PSDB, vai ser reeleito prefeito de Senador Canedo. Segundo, João Gomes, do PT, vai ser reeleito prefeito de Anápolis”.
Liminha não costuma errar prognósticos sobre política e sobre futebol. Ele disse ao Jornal Opção: “O Goiás vai derrotar o Internacional de Porto Alegre”. O repórter, cético, não registrou a “profecia”. Resultado: o Goiás ganhou do Inter por 2 a 1, numa virada sensacional.
Em termos de futebol, Liminha é conhecido como “Magic”.

O governador Marconi Perillo tem pelo menos 2 jogos para a disputa da Prefeitura de Goiânia. No 1º turno, vai bancar o candidato do PSDB (quer o partido forte em Goiás para exibi-lo no país). No 2º, irá para o palanque de qualquer um dos candidatos de sua base política. Por isso, pode-se falar que o tucano-chefe tem vários players na capital: Jayme Rincón, Giuseppe Vecci, Thiago Peixoto, Vanderlan Cardoso, Luiz Bittencourt, Sandes Júnior e Virmondes Cruvinel.

[caption id="attachment_50814" align="alignright" width="300"] Henrique Jayme | Foto: Facebook[/caption]
Engenheiro formado pela USP, com mestrado iniciado em economia na Universidade de Brasília (UnB) e proprietário de uma empresa de alimentos, Henrique de Pina Jayme, um garoto de menos de 30 anos, pode ser o fenômeno eleitoral de Pirenópolis. Ele deve ser candidato a prefeito pelo PSDB.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito Nivaldo Melo devem apoiá-lo. É uma aposta na renovação, sobretudo numa renovação consistente e arejada. Henrique Jayme está se revelando agregador, moderado e hábil nas articulações políticas.
Até seu pai, o experimentado Frederico Jayme, está surpreso com a desenvoltura política de Henrique Jayme. “Sua receptividade é extraordinária”, afirma o ex-chefe de gabinete do governador Marconi Perillo.
Frederico Jayme diz que não vai impedir a carreira política do filho. Mas diz que às vezes pega-se pensando se não seria melhor Henrique Jayme concluir o mestrado, fazer o doutorado e tocar seus negócios. “A política é um caminho quase sem volta. Sair, como eu fiz, não é fácil. E há os dissabores.”

O presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves, encontrou-se com o deputado federal João Campos e perguntou: “Procede que você saiu do páreo da disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016?” Afrêni, que está organizando as prévias, ficou surpreso com a resposta do deputado bancado pelas igrejas evangélicas e por parte da Polícia Civil de Goiás. João Campos disse que não saiu do páreo e que tem votado de disputar a prefeitura.

Políticos de Mineiros sugerem que o prefeito Agenor Rezende (PMDB), de 71 anos, é um fenômeno político e administrativo a ser estudado. Ele é mal avaliado pela população — não recebe as pessoas, manda secretários recebê-las, sempre alegando que não tem tempo —, mas sua gestão não é tão mal avaliada. Peemedebistas avaliam que a “candidata ideal” para enfrentar Agenor Rezende é Neiba Barcellos. Motivo: como também foi prefeita, a tucana tem certo desgaste, que, na campanha, tende a ser exibido, avaliado e comparado ao do prefeito. A ressalva é que o desgaste recente é sempre mais forte do que o passado, que tende a ser esquecido. Como são mais conhecidos, com um cartel administrativo para exibir, Agenor e Neiba polarizam, no momento, as atenções dos eleitores.

O suplente de deputado federal José Mário Schreiner (PSD), presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), deve apoiar a candidatura de Neiba Barcellos (PSDB) para prefeita de Mineiros. Acredita-se, até, que o governador de Goiás, Marconi Perillo, vai articular um frentão para o tucanato recuperar o poder numa das principais cidades do Sudoeste.
Embora não seja muito presente na cidade, dada sua atuação no Estado, pela Faeg, e no país, pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Schreiner é respeitado pelo eleitorado. Afinal, como figura de prestígio regional e nacional, é motivo de orgulho para os moradores de Mineiros.
Sua força eleitoral em Mineiros não é decisiva, mas, como a eleição de 2016 será muito acirrada, seu apoio pode fazer a diferença para Neiba.