Por Bárbara Noleto
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Publicações de rua são jornais e revistas que se dedicam ao combate da desigualdade social de forma direta, utilizando a comunicação e a cultura como ferramentas. No termo original, Street Papers, são produzidas e/ou vendidas por pessoas em situação de rua. O projeto, iniciado em 1989, desde o início faz referência a veículos de comunicação que servem como forma de enfrentamento ao desemprego e contribuem na geração de renda para pessoas extremamente vulneráveis, em alguns países são imigrantes ou refugiados da guerra.
Esses veículos não possuem as mesmas linhas editoriais, nem fontes de recurso, ou organização interna. Entretanto, eles se apoiam e compartilham matérias e informações para o uso dos demais membros do grupo, a partir da rede internacional de publicações de rua (INSP). A organização internacional está presente em mais de 30 países ao redor do mundo; e são atualmente 86 publicações de rua ativas e filiadas na rede. Para ser considerado uma publicação de rua é necessário que pelo menos 50% do valor de capa fique diretamente para o vendedor no momento da venda.
No cenário brasileiro, entre os anos de 2021 e 2022, houve um aumento de 16% no número de pessoas em situação de rua. Entre as cidades do país, quatro capitais lideram esse ranking: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Dentre estas cidades, apenas Belo Horizonte não possui a iniciativa das publicações de rua. Um estudo recente se propôs a falar sobre a presença das publicações de rua no Brasil, hoje existem quatro nomes que se destacam em cinco cidades diferentes do país.

A revista Ocas é bimestral, localizada em São Paulo, e conta com diagramação e fotografia profissionais, além de escritos jornalísticos. Entretanto, eles também reservam um espaço da revista para produções literárias ou artísticas dos seus vendedores. O projeto existe desde 2002 e já esteve também no Rio de Janeiro.

Boca de Rua é um jornal em formato de publicação de rua que existe em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, desde 2000, sendo o mais antigo do Brasil. Ele se destaca por não apenas ser vendido por pessoas em situação de rua, mas também produzido por elas. E Aurora da Rua é a publicação de rua nordestina, localizada em Salvador, na Bahia, desde 2007.

A mais nova entre as “irmãs” é a Revista Traços, que se destaca por ter um editorial completamente focado na cultura de cada Estado em que se encontra. Hoje, Rio de Janeiro e Distrito Federal tem revistas distintas, com versão digital e física, cada versão conta com uma sessão dedicada para um tipo de arte: música, visuais, conto, poesia, gastronomia. Além das histórias contadas, de artistas locais e vendedores.

Inclusive, outra informação interessante sobre a Revista Traços é o processo de ressignificação social que seus vendedores passam. Começa por não chamá-los de vendedores, eles são os Porta-Vozes da Cultura. Mensalmente se encontram para conhecer a nova edição, fazem a leitura da revista, escutam a partir dos jornalistas sobre o processo de construção das matérias e isso os capacita, não apenas despejando conhecimentos, mas também aprimora a interpretação de texto e autoconfiança.
A iniciativa funciona de modo que além da geração de emprego, essas pessoas possam receber uma profissionalização adequada, se adaptem e reinsiram na sociedade. Geralmente, como acontece na Revista Traços, com ajuda de uma equipe social, composta por psicólogos e assistentes sociais, essas pessoas são capazes de alcançar autonomia e passam a escolher as próprias metas de vida e construí-las, seja o reestabelecimento de vínculos familiares ou dar prosseguimento aos estudos, por exemplo.
Estudos de 2014 apontam que as publicações de rua chegaram a ter 140 veículos, a redução dos números para 86 se deve à dificuldade de se estabelecer financeiramente que essas instituições enfrentam. Porém, durante o mesmo período em que a atividade parece desacelerar globalmente, o cenário brasileiro expande. A Revista Traços, por exemplo, surge no Distrito Federal em 2015 e ainda expande suas atividades para o Rio de Janeiro em 2021.

Projetos de lei, como o aprovado essa semana pela deputada Erika Hilton, que trata das pessoas em situação de rua, são necessários e admiráveis. Entretanto, serão utópicos se não apoiarem projetos e ideias já estruturadas e existentes, que funcionam globalmente há mais de 30 anos.
*A pesquisa citada no artigo referente aos Street Papers foi realizada pela repórter Bárbara Noleto
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A doutora é integrante da Rede Não Bata Eduque desde 2009, administradora do blog Educar Sem Violência e cofundadora do Bloco Não É Não, que organiza no carnaval de rua, como conscientização contra o assédio
Até o momento, o projeto confirma a produção de 12 edições mensais da revista. O lançamento acontecerá no dia 29 de janeiro.
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