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Investigação
CROGO abre processo contra dentista após escândalo e debates de procedimentos estéticos ilegais na odontologia

A realização de procedimentos estéticos por cirurgiões-dentistas voltou a ser discutida após a dentista Miriã Mariana Coelho da Costa ser investigada por suspeita de realizar rinoplastias sem a devida qualificação. De acordo com a Polícia Civil, a profissional teria causado "lesões irreparáveis e, em alguns casos, deformidades permanentes" em pacientes ao executar cirurgias plásticas faciais sem autorização legal. O caso reacendeu o debate sobre os limites da atuação dos dentistas na área estética e as regulamentações impostas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).

O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) esclareceu, em nota oficial (na íntegra), que os cirurgiões-dentistas têm restrições bem definidas quanto à realização de procedimentos cirúrgicos na face. Segundo a Resolução CFO Nº 230/2020, os profissionais da odontologia estão proibidos de realizar cirurgias como rinoplastia, blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), otoplastia (correção das orelhas), lifting facial e outras intervenções que ultrapassem a área de atuação odontológica.

Além das limitações cirúrgicas, a regulamentação também proíbe a publicidade de procedimentos não odontológicos, como micropigmentação de sobrancelhas e lábios, design de sobrancelhas e tratamentos capilares. De acordo com o CFO, os cirurgiões-dentistas devem atuar estritamente dentro da anatomia da cabeça e do pescoço, conforme estabelecido pela Resolução CFO Nº 176/2018.

A clínica da dentista investigada foi alvo de uma operação policial, que resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Durante a ação, peritos criminais confiscaram instrumentos e medicamentos considerados irregulares. Além disso, agentes da Vigilância Sanitária identificaram múltiplas infrações, incluindo armazenamento inadequado de medicamentos, falta de esterilização adequada dos instrumentos e condições insalubres dentro do estabelecimento. Essas irregularidades, segundo as autoridades, representavam um risco à saúde dos pacientes.

Em resposta ao caso, o CROGO afirmou que instaurou um processo administrativo disciplinar contra a dentista, o qual tramita sob sigilo. O conselho ressaltou que, apesar das investigações, a inscrição profissional de Miriã Mariana Coelho da Costa segue ativa, conforme consulta pública disponível no site do CFO.

O episódio gerou grande repercussão no meio odontológico e entre especialistas da área da saúde, que destacaram a importância de se respeitar os limites técnicos e éticos da profissão. Para a categoria, casos como esse evidenciam a necessidade de fiscalização e punição para aqueles que ultrapassam as normas estabelecidas.

A regulamentação da harmonização orofacial, especialidade reconhecida pela odontologia, permite que dentistas realizem procedimentos estéticos dentro de sua área de atuação, como aplicação de toxina botulínica (botox) e preenchimentos faciais. No entanto, qualquer intervenção cirúrgica além dos limites anatômicos estabelecidos pelo CFO é considerada ilegal e sujeita a penalidades.

Pacientes que se submetem a procedimentos estéticos devem estar atentos à qualificação dos profissionais, verificando se possuem registro e especialização na área em que atuam. O CFO mantém um banco de dados público onde é possível consultar a situação cadastral dos dentistas, garantindo mais segurança na escolha dos serviços odontológicos.

O caso segue sob investigação, e novas diligências serão realizadas para apurar a extensão dos danos causados aos pacientes. A Polícia Civil também orienta que possíveis vítimas denunciem práticas ilegais para que as autoridades possam tomar as medidas cabíveis.

Confira nota completa do CROGO:

“Prezados,

Com relação aos andamentos da apuração disciplinar, o Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que está em curso expediente administrativo em face da profissional, o qual tramita sob sigilo.

Com relação ao registro profissional, informa-se que, atualmente, a inscrição da profissional está ativa, conforme consulta pública (https://website.cfo.org.br/buscaprofissionais/).

Com relação aos procedimentos estéticos, a Resolução CFO Nº 230/2020 estabelece quais são as técnicas proibidas e a Resolução CFO Nº 176/2018 estabelece os limites da área anatômica autorizada para intervenções realizadas por cirurgiões-dentistas.”

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Saúde
Conheça vegetais ricos em colágeno e que retardam o envelhecimento

Manter a pele firme, as articulações fortes e os ossos saudáveis fica mais fácil com a alimentação certa. Alguns alimentos, como gelatina e caldo de ossos, são ricos na proteína, mas não é apenas nos alimentos de origem animal que ela pode ser encontrada. Existem ainda opções pouco calóricas, como vegetais.

Ainda que seja uma das proteínas mais abundantes no corpo humano, a produção de colágeno diminui com o passar do tempo. Portanto, pode ser necessário complementar esse componente de alguma outra forma.

Alimentos ricos em vitamina C, como pimentão vermelho, brócolis, espinafre e couve, fazem toda a diferença nesse processo. Isso porque atuam diretamente na formação do colágeno e ainda protegem a pele contra os sinais do envelhecimento. Frutas como laranja, acerola e kiwi também entram na lista e garantem um reforço extra.

Além disso, outro grande aliado é o silício, mineral presente em aveia, pepino e banana, que fortalece os tecidos do corpo. Já o licopeno, encontrado no tomate e na beterraba, combate os radicais livres e ajuda a manter a pele mais jovem por mais tempo.

É importante tentar de incluir esses alimentos no dia a dia, mas também vale evitar o excesso de açúcar e produtos ultraprocessados, que aceleram a degradação do colágeno. Beber bastante água, fazer exercicios regularmente e proteger a pele do sol também fazem toda a diferença.

Ou seja, com pequenas mudanças na alimentação e nos hábitos diários, é possível envelhecer com mais saúde, energia e bem-estar.

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Plástico
Níveis altos de microplásticos são encontrados no cérebro humano; Brasil ainda não possui políticas de identificação e parametrização

Nos últimos anos, estudos científicos vêm revelando um dado que pode mudar como lidamos com alguns problemas de saúde: partículas plásticas minúsculas, conhecidas como microplásticos, estão se acumulando no cérebro humano em níveis mais altos do que em outros órgãos, como fígado e rins. Um estudo publicado na revista "Nature Medicine" indicou que amostras de cérebro coletadas em 2024 apresentaram concentrações de micro e nanopartículas plásticas entre 7 e 30 vezes superiores às encontradas em outros tecidos. No entanto, os efeitos dessa contaminação na saúde ainda são incertos, o que gera um alerta para a necessidade de novas pesquisas.

O Jornal Opção conversou com o médico neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, Marco Túlio Pedatella, que analisou os achados recentes e explicou o que pode ou não ser concluído a partir desses estudos. Apesar dos achados, ele destaca que “ainda é cedo para afirmar uma relação direta entre a presença dessas partículas e o desenvolvimento de doenças neurológicas”.

Estudos iniciais indicam presença de microplásticos no cérebro

Segundo Pedatella, os estudos analisados apresentam limitações que precisam ser levadas em conta. “O que eu vi é um estudo com número de pacientes muito pequeno, todos os dois, tanto o que foi publicado na Nature quanto o da USP. Se não me engano, o da USP foram 15 pacientes, destes 15 encontrou em 8”, explicou. Essa amostragem reduzida caracteriza os estudos como "série de casos", o que, de acordo com o neurologista, “não é um formato tão robusto para se tirar conclusões definitivas”.

Os estudos identificaram a presença de microplásticos no cérebro por meio da inalação. A hipótese é que as partículas atravessam a barreira hematoencefálica pelo sistema olfativo, já que as células olfatórias estão localizadas na base do crânio e podem permitir a entrada dessas substâncias. "Existe uma estrutura no nosso cérebro que a gente chama de barreira hematoencefálica. Ela tenta bloquear tudo aquilo que seria prejudicial para o cérebro. Não que ela consiga bloquear tudo, mas tenta com essa função bloquear", explica Pedatella. Embora algumas substâncias tóxicas não consigam atravessar essa barreira, outras conseguem, o que levanta preocupações sobre os efeitos de longo prazo dos microplásticos no sistema nervoso.

Os estudos mencionados encontraram concentrações de microplásticos entre 7 e 30 vezes maiores no cérebro do que em órgãos como o fígado e os rins. No entanto, Pedatella enfatiza que “atribuir que isso possa contribuir para doenças neurológicas ainda carece de estudo, não dá para afirmar”. Ele destaca que os mecanismos conhecidos do Alzheimer, por exemplo, envolvem proteínas beta-amiloide e tau, bem como disfunção das células da glia, e que “a ligação com microplásticos é algo que foge muito do que a gente conhece da doença”.

Possível relação com doenças neurológicas

Quando questionado sobre a possibilidade de os microplásticos serem um gatilho para doenças mentais ou neurológicas, o neurologista foi cauteloso. “Pode ser, porque a gente não sabe realmente porque algumas pessoas desenvolvem, outras não. Nós sabemos que há uma questão genética, mas é difícil afirmar que os microplásticos tenham um papel direto nisso”, afirmou. 

Além disso, ele alerta que fatores ambientais, como estresse, obesidade e sedentarismo, são determinantes mais bem estabelecidos para o desenvolvimento de doenças neurológicas. "O aumento de doenças mentais nos últimos anos pode ter relação com diversos fatores, mas não dá para afirmar que está diretamente ligado à presença de microplásticos. As mudanças nos hábitos de vida e o envelhecimento populacional também são fatores muito mais bem estudados", avalia o especialista.

Microplásticos no ambiente e os desafios da ciência

Embora os estudos tenham detectado níveis elevados de microplásticos no cérebro, a pesquisa ainda precisa avançar para compreender os impactos disso na saúde humana. Segundo Pedatella, "seria necessário pesquisas em pacientes com a doença específica e comparar com indivíduos sadios para avaliar a proporção. Tem que ser um estudo bem conduzido, de caso-controle, para verificar se realmente há correlação". Ele acredita que futuras pesquisas, especialmente aquelas publicadas em revistas de alto impacto, poderão atrair mais investigações e fornecer dados mais concretos

Pesquisadores da USP, liderados pela professora Thaís Mauad, já identificaram fragmentos de microplásticos no bulbo olfatório, região responsável por processar odores no cérebro. Entre as substâncias encontradas, destaca-se o polipropileno, um plástico amplamente utilizado em roupas, embalagens de alimentos e garrafas plásticas. O risco pode ser ainda maior para crianças, já que o cérebro ainda está em desenvolvimento.

Além do impacto na saúde humana, os microplásticos também geram preocupações ambientais. Segundo Pedatella, "precisamos de alternativas mais sustentáveis, como materiais biodegradáveis, para reduzir a poluição por plásticos". Ele compara a situação com a luta contra o tabagismo, que levou décadas para ser reconhecida como uma questão de saúde pública. "No futuro, se tivermos dados concretos sobre os efeitos dos microplásticos, poderemos adotar medidas mais eficazes para combatê-los", conclui.

Água tratada e a presença de microplásticos em Goiás

Diante dessas preocupações, o Jornal Opção questionou a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) sobre a presença de microplásticos na água tratada. Em nota, a empresa esclareceu que "a água tratada pela Saneago obedece rigorosamente todos os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021, do Ministério da Saúde". A companhia realiza análises constantes para garantir a segurança da água distribuída à população.

No entanto, a empresa destacou que os microplásticos são considerados "poluentes emergentes" e ainda não possuem padrões legais de referência para monitoramento obrigatório. "Atualmente, este parâmetro não faz parte das exigências do Ministério da Saúde", informa a nota. A Saneago reforça que a qualidade da água é garantida até o hidrômetro do cliente e recomenda que os consumidores realizem a limpeza de suas caixas d’água a cada seis meses.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno. O espaço fica aberto para esclarecimentos.

Leia nota completa da Saneago:

"A água tratada pela Saneago obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021, do Ministério da Saúde. Para garantir a segurança microbiológica da água distribuída à população, a Saneago efetua regularmente análises da água bruta captada dos mananciais, da água que está em processo de tratamento, e também da água tratada. 

É importante pontuar que a Supervisão de Laboratório de Água da Saneago (Laboratório Central) recebeu, da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, o Certificado de Acreditação para Ensaios, conforme a NBR ISO/IEC 17025:2017, da ABNT, sob número 1557. Com isso, a Companhia se destaca entre as principais do setor de saneamento do País, sendo o seu um dos poucos laboratórios a obter esse reconhecimento. 

Isso atesta a qualificação dos serviços realizados, garante a confiabilidade das análises e demonstra, de forma objetiva e documentada, a competência da Saneago em produzir resultados válidos e confiáveis.

Sobre os microplásticos, a Companhia explica que tais poluentes são emergentes e ainda não possuem padrões legais de referência. Sendo assim, não é um requisito legal de monitoramento das companhias de saneamento no Brasil. Atualmente, este parâmetro não faz parte das exigências do Ministério da Saúde.

Lembrando que a Saneago garante a qualidade da água tratada distribuída até o hidrômetro do cliente. Salientamos a necessidade dos consumidores realizarem a limpeza de suas reservas domiciliares (caixas d'água) a cada 6 meses."

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