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Obama admite que EUA subestimaram surgimento do Estado Islâmico

O presidente norte-americano disse que a Síria se tornou o “marco zero para jihadistas de todo o mundo" Em entrevista transmitida neste domingo (28/9) pelo canal de TV norte-americano CBS, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu que as agências de inteligência do país subestimaram a possibilidade de o caos na Síria se constituir em um terreno fértil para o surgimento de uma organização como o Estado Islâmico (EI). Obama disse que a Síria se tornou o “marco zero para jihadistas de todo o mundo”. O presidente afirmou que o chefe dos serviços secretos norte-americanos, Jum Clapper, reconheceu que subestimou o que estava acontecendo na Síria. Além disso, Obama também declarou que seu governo superestimou a capacidade do Exército iraquiano em combater os extremistas do EI. Segundo o presidente, que lidera a coligação com França e Reino Unido, entre outros países, para combater o grupo, os propagandistas do EI se tornaram muito experientes em utilizar meios de comunicação social para atrair recrutas, tanto em países islâmicos quanto em democracias ocidentais, "que acreditam no seu absurdo jihadista". Obama afirmou que a solução exige ação militar, com os ataques aéreos que buscam limitar a expansão do EI e de seus recursos, como as refinarias de petróleo tomadas pelo grupo, um dos principais alvos do bombardeio liderado pelos EUA. Ele disse, porém, que Síria e Iraque também precisam resolver suas crises políticas. Enquanto a Síria enfrenta uma guerra civil que matou centenas de milhares de pessoas desde 2011, o Iraque tem dificuldade em estabelecer um governo de coalizão entre grupos xiitas e sunitas.

Reino Unido, Bélgica e Dinamarca anunciam ataques aéreos contra Estado Islâmico

Na sexta-feira (26, a Holanda também anunciou que enviaria oito jatos F-16 e 380 soldados para ações somente em território iraquiano

Votação sobre a independência da Escócia leva 4 milhões às urnas

Mais de 4 milhões de escoceses vão às urnas hoje (18) para decidir se a Escócia deve permanecer no Reino Unido ou se tornar independente. Ao todo, 2.608 locais de votação estão abertos desde as 7h (horário de Londres, 3h em Brasília) e fecharão às 22h. O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, um dos líderes da campanha contra a separação, e o primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, grande defensor da independência, votaram no início da manhã. A contagem de votos começa assim que as urnas forem fechadas e deve seguir pela madrugada. O resultado final será divulgado oficialmente às 7h de sexta-feira (19). Ontem (17), as duas campanhas, a favor e contra a independência, fizeram grandes atos políticos na tentativa de mobilizar os eleitores e angariar o voto dos indecisos. Em Glasgow, a campanha Melhor Juntos foi liderada por Gordon Brown, que reforçou os ganhos obtidos ao longo de 300 anos de Grã-Bretanha e fez um apelo: “O que teremos construído juntos se nos sacrificarmos e nos dividirmos? Não vamos deixar esse nacionalismo estreito nos separar, nunca”. Na cidade escocesa de Perth, a campanha Sim Escócia, que defende a independência da região, promoveu um comício que reuniu milhares de pessoas. Alex Salmond, em seu último discurso antes do referendo, convocou os eleitores a “escolher esperança, em vez de medo, e oportunidade, em vez de desespero”. Em sua fala, ele foi interrompido pela multidão, que cantava: “Sim, nós podemos”. Personalidades britânicas manifestaram suas posições em relação ao referendo. Hoje, pelo Twitter, o tenista britânico Jamie Murray disse que “é hora de a Escócia ficar de pé e controlar seu próprio destino”. A estilista Vivienne Westwood e o ator Sean Connery também são a favor da independência, enquanto estrelas como Paul McCartney, Mick Jagger e o ex-jogador David Beckham são contra. A escritora J. K. Rowling, autora do livro Harry Potter, doou 1 milhão de libras esterlinas (quase R$ 4 milhões) para a campanha contra a separação. O referendo histórico dominou hoje as primeiras páginas dos jornais britânicos, que expressaram incerteza sobre o futuro do Reino Unido. O diário The Guardian trouxe na capa o mapa do Reino Unido com a manchete: O dia do destino. O jornal escocês The Herald trouxe a manchete O dia de a Escócia acertar as contas. Será esse o triste final da identidade britânica, resultado de uma união que já dura três gerações? Quando o sino do Castelo de Edimburgo bater às 7h de sexta-feira, e os resultados forem oficialmente divulgados, o mundo então saberá a resposta.

Jihadistas do Estado Islâmico fecham mequitas e detêm 40 religiosos no Iraque

Jihadistas do Estado Islâmico (EI) fecharam várias mesquitas na cidade de Mosul, norte do Iraque, e detiveram 40 religiosos sunitas que não seguiam suas interpretações radicais e não juraram fidelidade ao califa Abu Bakr al Bagdadi. De acordo com o xeque local, Mohamed Hashim, a recusa dos religiosos em cumprir as ordens dos extremistas é o motivo da perseguição. Os 40 religiosos foram presos e levados para local desconhecido, mas há casos ainda de prisões domiciliares. O incidente levou à interrupção de diversas cerimônias no país. Hashim recordou que grande número de religiosos sunitas fugiu de Mosul desde que o EI este passou a ter controle total sobre a cidade, em 10 de junho. De acordo com o analista político Ahmed Ibrahim al Ali, após o colapso do sistema de segurança e administrativo de Mosul, muitos civis tinham buscado refúgio nas mesquitas, acreditando que se manteriam salvos perto dos religiosos. Depois de ocuparem várias zonas do norte do Iraque, os jihadistas impuseram uma interpretação radical da lei islâmica e proclamaram a destruição dos locais sagrados dos xiitas. Mais recentemente, também começaram a fechar mesquitas sunitas. O EI proclamou um califado nos territórios sob controle no norte da Siria e do Iraque e tenta prosseguir com seus avanços para Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, sob bombardeios dos aviões norte-americanos e iraquianos. *Da Agência Lusa

Atleta sul-africano Oscar Pistorius é absolvido da acusação de homicídio doloso contra a namorada

Pistorius O atleta olímpico e paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, de 27 anos, foi absolvido nesta quinta-feira (11/9) da acusação de ter assassinado intencionalmente sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, morta por dois tiros disparados por ele em sua casa, durante a madrugada. Desde o incidente ele alega que atirou pensando que a residência teria sido invadida por ladroões, pois acreditava que a namorada estava no quarto. A decisão é da juíza Thokozile Masipa. Para a magistrada, não foram reunidas provas suficientes de que Pistorius teria previsto que mataria alguém quando efetuou os disparos. Em todo caso, o atleta pode, ainda, ser enquadrado no crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Neste caso, a possível pena a ser imputada é menor. O atleta chorou incessantemente enquanto a juíza proferia a sentença. A conclusão do julgamento está prevista para ocorrer na sexta-feira (12). A análise feita pela imprensa sul-africana é de que a tendência é a juíza considerar Oscar Pistorius culpado por homicídio culposo, pois a magistrada teria dado a entender que o considerou negligente ao atirar sem saber em quem. Caso seja essa a sentença, a pena a ser imputada é bem menor. Oscar Pistorius foi alçado à celebridade mundial após se tornar o primeiro atleta biamputado a disputar uma Olimpíada. Ele detém oito medalhas em Paralimpíadas, das quais seis são de ouro. À época do incidente, em fevereiro de 2012, o caso chocou a opinião pública da África do Sul, onde ele e a namorada são muito conhecidos, tendo ganhado repercussão mundial.

Ataques aéreos da Síria contra Estado Islâmico deixam 31 mortos

Pelo menos 31 pessoas morreram hoje (6) por causa de bombardeios aéreos do regime de Bashar Al Assad contra vários pontos da cidade de Al Raqa (norte), reduto do Estado Islâmico (EI) na Síria, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Vinte e cinco das vítimas – 12 civis, nove combatentes do EI e quatro pessoas de identidade desconhecida – morreram em decorrência de um ataque aéreo contra uma padaria, de acordo com a organização não governamental (ONG). Um ataque semelhante ocorreu contra um centro de treino da organização extremista, no qual morreram, pelo menos, seis membros do EI. O observatório informou que a aviação síria também teve como alvo o edifício do antigo departamento de finanças local, que o EI usava como tribunal religioso, e outros campos de treino de combatentes. A agência de notícias oficial síria Sana noticiou que unidades do Exército mataram hoje “um grande número de membros do EI” em zonas distintas de Al Raqa e destruíram armas e munições daquela organização. Al Raqa é o reduto principal do EI em território sírio.

A 1ª Guerra Mundial e suas consequências

Gavrilo Princip, o jovem estudante bósnio que assassinou Franz Ferdi­nand, príncipe herdeiro do trono áustro-húngaro, em 28 de junho de 1914 em Sarajevo, mudou, sem que o intencionasse, os rumos da História. O atentado não só alterou a configuração do mapa político europeu. Provocou, além disso, grandes alterações de limites além das fronteiras europeias, especialmente no Oriente Médio e na África. Nunca um atentado teve repercussões políticas, geopolíticas, econômicas e sociais tão abrangentes. Princip, membro da organização secreta “Mlada Bosna” (Nova Bósnia) de orientação nacionalista revolucionária, lutava contra a anexão da Bósnia e Herzegovina, em 1908, pelo império Áustro-Húngaro, um plano que Viena vinha perseguindo desde 1880 e que, para alguns historiadores, é a verdadeira origem da 1ª Guerra Mundial. Até a anexação em 1908, a Bósnia e a Herzegovina faziam parte do Império Otomano. A anexação foi apoiada pela Rússia que, baseado num acordo secreto com a Áustria, recebeu apoio desta para o cobiçado controle do Estreito do Bósforo, uma saída para a Rússia pelo Mar Negro para o Mediterrâneo. O objetivo russo não chegou a se concretizar. Segundo os autos do processo, Gavrilo Princip não atuou sozinho. Teve dois cúmplices diretos, Nedeljko Cabrinovic (19 anos) e Trifko Grabez (18 anos), ambos pertencentes à Narodna Odbrana (Proteção Popular) outra organização secreta sérvia nacionalista que, por sua vez, tinha vínculos com várias organizações secretas entre as quais a “Mão Negra”, da qual foi recrutada a maioria dos participantes do atentado. Houve outras figuras atrás do atentado, entre as quais a mais importante, Dragutin T. Dimitri­jevic, mais conhecido por seu apelido “Apis”, chefe do serviço secreto do exército sérvio. Apis, uma figura extremamente obscura costumava aparecer sempre nos lugares onde havia tensões ou conflitos. Por esta razão era conhecido na região dos Bálcãs. Milan Ciganovic, outro membro do serviço secreto sérvio, teve importante atuação nos preparativos do atentado. Morava na mesma casa na qual morava Gavrilo Princip. Foi o “orientador” dos três jovens, forneceu-lhes as armas e deu-lhes instruções em seu manejo. Ciganovic tinha dúvidas quanto à “qualificação” de Gavrilo Princip. Chegou até a abordá-lo com a intenção de substituí-lo por outro candidato mais capacitado. Gavrilo Princip, no entanto, insistiu em querer cumprir a tarefa. Foi assim que entrou na História: como verdadeiro assassino do príncipe herdeiro Franz Ferdinand. Todos os participantes envolvidos, um grupo de 20 pessoas, foram presos e condenados. Três foram condenados à morte, os demais a penas entre 8 e 20 anos. Gavrilo Princip não foi condenado à morte porque ainda não tinha atingido a maioridade (faltavam-lhe quatro semanas). Foi condenado a 20 anos de prisão dos quais cumpriu apenas quatro. Era tuberculoso e a cela úmida e escura na qual fora confinado precipitou sua morte, aos 24 anos. Gavrilo Princip era visto, na an­tiga Iugoeslávia, como herói na­cional e a Sérvia, até hoje, venera-o como o seu maior ídolo. Em 7 de maio de 1945 a municipalidade de Sarajevo homenageou-o com uma placa comemorativa. Na calçada do local do atentado encontra-se uma placa com a in­crustação da sola de suas botas já co­locada naquele lugar antes de 1945. Seis cidades da Bósnia e da Herzegovina lembram-no com nomes de ruas que permanecem até hoje. No ano em que transcorre o centenário da eclosão da 1ª Guerra Mundial a Sérvia lembrou a data à sua maneira: em 27 de junho passado (faltava um dia para completar o centenário do atentado) políticos da cúpula do governo da Sérvia e da Bósnia e demais autoridades inauguraram em Sarajevo o primeiro mo­numento em homenagem a Gavrilo Princip. A obra foi financiada pelo governo sérvio e pelo cineasta Emir Kusturica que, na oportunidade, anunciou erigir um segundo monumento em outra cidade cujos custos correrão por sua conta. Há fontes que afirmam que a 1ª Guerra Mundial poderia ter sido evitada se as autoridades em Viena tivessem levado a sério uma informação procedente de Belgrado. O historiador australiano Christopher Clark registra o episódio em seu livro “The Sleepwalkers. How Europe Went to War in 1914”: Nikola Pasic, chefe de governo da Sérvia na época do atentado, um político e intelectual respeitado, ouvira rumores de que algo estava sendo tramado por oportunidade da visita do príncipe herdeiro Franz Ferdinand a Sarajevo. Pasic, que era austrófilo, resolveu informar o plenipotenciário sérvio em Viena que tinha bom relacionamento com Leon Biliski, na época, ministro de finanças áustro-húngaro. Leon Biliski foi informado de acordo mas ignorou a informação e, consequentemente, nenhuma medida foi tomada no sentido de cancelar ou adiar a programada viagem do principe herdeiro a Sarajevo. (Outros autores também comentam o assunto). A viagem foi concretizada e, após o atentado, o mundo en­trou em turbulências com consequências catastróficas, algumas das quais continuam causando conflitos até hoje. As consequências imediatas do conflito são amplas e minuciosas, razão pela qual nos limitaremos a mencionar apenas as de maior repercussão. As três grandes monarquias europeias (Rússia, Áustria-Húngria, Alemanha) e o Império Otomano desaparecem. É esta, talvez, uma das maiores repercussões. A política colonial da Europa entrou em declínio o que provocou grandes alterações territorias, especialmente no Oriente Médio e na África, onde arbitrariamente foram traçadas novas fronteiras e limites te­r­ritoriais sem considerar os diferentes grupos étnicos e religiosos. Muitos conflitos de hoje, especialmente nos Bálcãs, no Oriente Mé­dio e no norte da África são consequências diretas daquelas decisões ar­bi­trá­rias. O Iraque é apenas um exem­plo onde, atualmente, três grupos religi­osos de diferentes etnias se digladiam por terem sido confinados ar­bi­traria­mente num território comum. A Alemanha perdeu grande parte de seu território: a Alsácia-Lorena ficou com a França; Eupen-Malmedy com a Bélgica; parte de Schleswig ficou com a Dinamarca; parte da Prússia Ocidental e da Silésia passaram à Polônia. Além disso, a Alemanha perdeu todas as suas possessões coloniais na África: Togo, Namíbia, Tansania (sem Sanzibar), Burundi, Ruanda e parte de Moçambique que, somadas as superfícies, equivaliam quase ao dobro do então Império Alemão. No Pacífico perdeu Samoa, Papua-Nova Guiné e na China teve que entregar Tsingtau. O Império Áustro-Húngaro desintegra-se; a Rússia, vencedora da guerra, mesmo assim perde parte de seu território à Polônia, à Finlândia e aos países bálticos. A Europa perde a hegemonia mundial e os Estados Unidos da América surgem como nova potência. A Inglaterra ainda consegue manter o seu império colonial mas perde em influência; o mesmo vale à França. Ambos os países encontram-se altamente endividados com os Estados Unidos. Na Alemanha forma-se a Re­pública de Weimar que, logo de saída, encontra-se em difícial situação. Pressões da Direita e da Es­querda, muitos partidos, a maioria com tendências antidemocráticas, nasce a semente para a futura chegada de Hitler ao poder. O Tratado de Versalhes e a condenação da Ale­manha ao pagamento de altas reparações de guerra é a grande hipoteca que pesa sobre a Alemanha e que contribuíu para o fim da República de Weimar. Com o fim da monarquia czarista, a Rússia surge como novo gigante no palco mundial. A Revolução Bol­chevique que, com Lenin liderou a revolução de 1917, foi apenas o início de um longo período de sofrimento do povo russo que custou a vida de 13 milhões de pessoas e que culminou com a ditadura stalinista. O Oriente Médio até hoje continua sendo uma das grandes vítimas da 1ª Guerra Mundial. O acordo secreto Sykes-Picot, de 16 de maio de 1916, entre a Grã-Bretanha e a França, definiu as áreas de influência das duas nações no atual Israel, Iraque, Irã, Jordânia, Líbano e Síria, após a queda do Império Otomano. Sem o acordo secreto Sykes-Picot, sem o traçado arbitrário das novas fronteiras, o mapa político e religioso do Oriente Médio teria hoje outra configuração e é provável que as guerras entre Israel e árabes de 1948, 1956, 1967 e 1973 bem como os atuais conflitos na Síria, no Líbano, na Faixa de Gaza, nas Colinas de Golã, no Iraque não teriam acontecido. Dos “escombros” do Império Otomano o general Mustafa Kemal criou a secular República da Turquia e por isso recebeu o honroso nome de Atatürk, isto é, “Pai da Turquia”. A modernização laicista iniciada por Atatürk nunca foi isenta de tensões internas. Apesar da aproximação da Turquia com o Ocidente, apesar de sua filiação à Otan, a Turquia não chegou a concretizar seus objetivos de tornar-se membro da União Europeia. Em virtude dos recentes acontecimentos no mundo islâmico este anseio está longe de concretizar-se. Nos Bálcãs e em alguns países do leste europeu como na Polônia, Lituânia, Estônia, Letônia, na Tchequia, Eslováquia a 1ª Guerra Mundial contribuíu para que estes países novamente voltassem a sentir “identidade nacional”. O vácuo deixado pela queda do Império Áustro-Húngaro e do Império Czarista Russo originou novos conflitos que culminaram com as guerras na ex-Iugoeslávia no fim do século XX. O historiador Herfried Münkler observa: “O Bálcã pós-imperial continua a causar problemas ao europeus até hoje e o fim desta situação infelizmente não é previsível. O relacionamento com os países desta região deve ser de extremo cuidado. É este um dos aprendizados políticos da 1ª Guerra Mundial”. Os Estados Unidos demoraram para entrar no conflito. As primeiras tropas chegaram à Europa só em abril de 1917 e, no fim, um total de 2,1 milhões de soldados contribuíram para dar novo rumo aos conflitos, embora o sonho do presidente Woodrow Wilson (1856-1924) de paz justa e uma nova ordem mundial não chegou a concretizar-se. A entrada dos Estados Unidos na 1ªGuerra Mundial marcou o início da supremacia americana. Sem a intervenção americana o andamento da guerra certamente teria se desenvolvido de forma diferente. Pouco mais tarde a vitória da democracia americana sobre o fascismo na Alemanha e na Itália bem como sobre o militarismo no Japão mais uma vez contribuiu para o surgimento de um novo império no Oriente: a China comunista. Os herdeiros de Mao são os únicos e verdadeiros concorrentes em pé de igualdade com a hegemonia americana. Mas agora, caro leitor, já estamos na 2ª Guerra Mundial. Entre o início da 1ª Guerra Mundial em 1918 e o início da 2ª em 1939 decorreram 30 anos. Há historiadores que afirmam que neste período a Europa viveu a sua 2ª Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Entre o fim da 2ª Guerra Mundial (1945) e a queda da União Soviética (1991) decorreram 46 anos de Guerra Fria. Mas as heranças da 1ª Guerra Mundial estão presentes entre os europeus (e outras partes do mundo) até hoje. Na Europa e nos Estados Unidos, há cerca de 25 anos, começou a manifestar-se um novo grupo de historiadores já conhecidos como “historiadores alternativos”. Seu objeto de estudo é a “história alternativa”. A pergunta que formulam, mesmo para diferentes assuntos, é sempre a mesma e posta sempre no conjuntivo como por exemplo, “ o que teria acontecido se...” Daí a razão de chamarem este novo estudo de “Especulação Histórica Conjetural”. Um dos expoentes deste novo tipo de historiadores é o alemão Dr. Karlheinz Steinmüller, um estudioso com diploma em Física, autor de vários livros de ficção científica e que se ocupa com história alternativa e futurologia. O jornalista Christian Aichner, membro da redação de www.web.de confrontou Karlheinz Steinmüller com a pergunta hipotética: “O quê teria acontecido se Franz Ferdinand não teria sido vítima de atentado?” É claro que as respostas de Steinmüller só podem ser hipotéticas, mesmo assim, são altamente interessantes e não estão em contradição com as afirmações feitas ao longo deste texto. Em suas considerações, que aqui apenas poderemos dar de forma resumida, o Dr. Steinmüller apoia-se nos estudos do professor britânico Niall Ferguson, da Univer­sidade de Harvard, que é visto como especialista em Finanças, Economia e História Europeia. O professor Dr. Karlheinz Steinmüller responde à pergunta formulada da seguinte maneira: “Se Franz Ferdinand não tivesse sido morto em atentado provavelmente: — a 1ª Guerra Mundial não teria eclodido quatro semanas depois; — toda a concatenação de episódios, isto é, a declaração de guerra do governo Áustro-Húngaro contra a Sérvia, a entrada da Alemanha na guerra em 3 de agosto de 1914, o apoio da Rússia à Sérvia, a entrada da França na guerra não teria acontecido e a chamada “catástrofe seminal do século 20” não teria ocorrido; — não teríamos tido a queda do Império Alemão e do Império Áustro-Húngaro e consequentemente não teríamos tido o Tratado de Versalhes; — não teríamos tido a Revolução Russa de novembro de 1917; — não teria ocorrido o genocídio dos armênios pelos turcos (Obser­vação minha: Que os turcos negam-se a admitir até hoje); — não teríamos tido a ascenção de Adolf Hitler ao poder. Neste caso Hitler acabaria sendo um pintor, talvez mais, talvez menos, conhecido; — sem a 1ª Guerra Mundial não teríamos tido a 2ª Guerra Mundial nem a consequente Guerra Fria; — não teríamos tido o holocausto; — teríamos tido, bem mais cedo, o conflito Norte-Sul entre os antigos países coloniais e suas colônias; — talvez a 1ª Guerra Mundial teria eclodido bem mais tarde e não teria sido tão brutal nem tão global; — a integração europeia teria começado bem mais cedo; — muitos estudiosos da História Alternativa partem do princípio que, sem a 1ª Guerra Mundial, a Europa e o mundo teriam tido um desenvolvimento mais humano”. São estas as considerações do professor Karlheinz Steinmüller. Certas ou erradas? O leitor que opine! Em todo caso dão motivo para reflexão e estudo. O estudo da 1ª Guerra Mundial é amplo e complexo. Aqueles que queiram aprofundar-se no assunto terão que estudar a História Europeia, a História do Império Alemão, a História do Império Russo, a História do Império Áustro-Húngaro e do Império Otomano. Terão que estudar o Colonialismo Europeu, a Guerra Franco-Alemã de 1870/71, as Guerras Napoleônicas, a Revolução Francesa, as guerras de Gustavo Adolfo da Suécia, a Guerra dos Trinta Anos e a Reforma, o grande acontecimento da Idade Média, que continua repercutindo até aos nossos dias. Voltemos, para encerrar, à 1ª Guerra Mundial: Os sérvios levaram um século para erigir um monumento em memória do assassino Gavrilo Princip, uma medida que não foi vista de bom grado no resto da Europa pois demonstra que os atuais sérvios mantém viva a chama de ódio contra as gerações sucessoras do Império Áustro-Húngaro. Os demais europeus também levaram um século para realizar uma cerimônia oficial à nível europeu em memória dos milhões de soldados e civis mortos e desaparecidos. Realmente nunca houve, neste século após o atentado de Sarajevo em 28 de junho de 1914, uma cerimônia cívica a nível de chefes de governo europeus para rememorar àqueles milhões que tragicamente perderam a vida simplesmente por uma política egoísta, expancionista e militarista que era o espírito da época. Tal encontro ocorreu, pela primeira vez, em 28 de junho de 2014 em Ypern, pequena cidade próxima a Bruxelas, em cujas cercanias teve lugar a primeira aplicação de gás tóxico pelo exército alemão. (Ver mesma coluna, Jornal Opção, Edição 2.042 na qual nos referimos ao assunto). Ypern é símbolo para a 1ª Guerra Mundial e muitos vestígios da guerra ainda podem ser vistos nas redondezas. Há muitos cemitérios de soldados mortos espalhados pela Bélgica, Holanda, França, Alemanha e outros países. São lugares vistos como santuários, bem conservados e visitados anualmente por milhões de pessoas. A cerimônia contou com a presença da cúpula da União Europeia bem como a de seus 28 chefes de Estado. Ficou, no entanto, a impressão de que o encontro só teve lugar porque os 28 chefes já se encontravam em Bruxelas para uma já programada reunião de cúpula que começaria na noite daquele mesmo dia. Jean-Claude Junker, também presente no ato e futuro presidente da Comissão Europeia, sucessor de José Manuel Barroso, que deixa o cargo em outubro próximo, resumiu: “Quem quiser conhecer a Europa de hoje, que visite os cemitérios dos soldados que caíram na 1ª Guerra Mundial”.

As regras do novo Bin Laden

Cartilha de Abu Bakr al Baghdadi, chefe do Estado Islâmico, que avança sobre Iraque e Síria, proíbe aulas de história e ciências

Obama: Estados Unidos não vão se deixar intimidar por jihadistas

Em entrevista, o presidente americano disse que neutralizar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) "vai levar tempo", mas que o objetivo é que o EI "deixe de ser uma ameaça" à região

Ebola: Guiné-Bissau abre campanha de limpeza em mercado da capital

O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, lançou neste sábado (30/8) campanha nacional de limpeza e desinfecção, jogando duas pás de lixo em um depósito no mercado do Bandim, maior centro comercial de Bissau, capital do país. Vaz disse, na ocasião, que é um passo importante na luta contra o vírus do ebola, que já foi encontrado na Guiné-Conacri e no Senegal, países que fazem fronteira com a Guiné-Bissau. "É uma ótima iniciativa, e penso que, continuando assim, vamos atingir a higiene de que necessitamos", afirmou Vaz que, antes de declarar aberta a campanha, ouviu o Hino Nacionalguineense tocado pela banda do Exército. O presidente disse ainda que está na hora de os guineenses "meterem a mão na lama", expressão muito popular no país, que significa "trabalhar no duro" e foi usada por Vaz na campanha eleitoral, quando prometeu mudar a imagem do país. "O combate à pobreza começa precisamente aí, porque, caso contrário, a doença vai querer dar cabo da nossa gente", afirmou Vaz. Neste sábado, a Libéria anunciou a interdição do desembarque em seus quatro portos marítimos devido à epidemia de ebola que assola alguns países africanos. A autorização para livre circulação, normalmente concedida a marinheiros de embarcações comerciais que aportam na Libéria, foi cancelada e ninguém terá permissão para desembarcar, informou Matilda Parker, responsável pela administração portuária na Libéria, país mais afetado pela epidemia de ebola. Ela informou que todos os portos, incluindo o da capital, Monróvia, vão adotar a política de “tolerância zero” contra a epidemia, que já fez mais de 1.500 mortos desde o início do ano. Ao chegar hoje a Bruxelas para uma cúpula extraordinária da União Europeia, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que vai pedir aos parceiros do bloco uma maior coordenação para fazer frente à epidemia de ebola. A Espanha foi o primeiro país europeu a registrar casos mortais devido ao ebola – um missionário espanhol infetado com o vírus na Libéria foi levado para Madri, mas não resistiu à doença. Os países africanos mais afetados pela epidemia são Libéria, Guiné-Conacri, Serra Leoa e Nigéria. O primeiro caso no Senegal foi registrado ontem (29). De acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram contabilizados 3.069 casos da doença, com 1.552 mortes, em quatro países da África Ocidental. A febre hemorrágica é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus ebola e foi identificada pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), perto do Rio Ebola. A doença é transmitida por contato direto com o sangue, secreções ou fluidos corporais de pessoas infectadas. Ainda não existe tratamento, nem vacina certificada.

Estudo mostra risco de tsunami de 23 metros na Costa Oeste do Japão

Entre 253 hipóteses estudadas com tremores de diferentes magnitudes, os especialistas demonstraram o que ocorreria com um sismo de magnitude 7,9 no mar do país

Síria: número de mortos sobe para 191.369

Número de mortos registrado no documento é o dobro de um ano atrás, sendo que pelo menos 8.803 eram crianças

Sobe para 32 número de mortos em deslizamentos de terra no Japão

“São chuvas inéditas e um desastre de grande dimensão”, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe Pelo menos 32 pessoas morreram em consequência de deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais em Hiroshima, no Sudoeste do Japão, onde nove pessoas continuam desaparecidas, segundo o mais recente balanço oficial. “São chuvas inéditas e um desastre de grande dimensão”, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que interrompeu as suas férias. As equipes de salvamento prosseguem com as operações de busca pelas pessoas dadas como desaparecidas, na sequência dos deslizamentos de terra que surpreenderam os moradores da região durante a madrugada, deixando soterradas inúmeras casas. Entre as vítimas está um dos membros das equipes de resgate, de 53 anos, que morreu depois de salvar cinco pessoas. Cerca de 630 homens foram destacados para o local do deslizamento, segundo o ministro da Tutela, Keiji Furuya. Ele deverá visitar ainda hoje a região, onde as equipes de salvamento e resgate prosseguem com as operações. Os danos estendem-se ao longo de 20 quilômetros.

Espanha tem primeiro caso suspeito de ebola

A confirmação da presença do vírus será feita por meio de exames, que serão divulgados na próxima semana

Estados Unidos anunciam que vão enviar armas para as forças curdas

Não foi informado o tipo de armas que o governo norte-americano enviará para as tropas