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Vilela morreu depois de ser eleito prefeito de Goiânia, mesmo estando há 83 dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratamento de complicações causadas pela Covid-19

João Rocha estava internado para tratamento da doença no Hospital das Clínicas, em Goiânia

A comentarista sabe tudo de jiu-jítsu e brilhou no canal que transmite lutas do UFG

[caption id="attachment_78210" align="alignright" width="620"] Reprodução/Celg[/caption]
O governador Marconi Perillo é profundamente agradecido a Fernando Navarrete, o secretário da Fazenda que está deixando sua equipe. Quando a maioria não acreditava que a Celg poderia obter um bom valor, o economista e advogado convenceu a todos que a companhia de eletricidade de Goiás era um bom negócio. E ele tinha razão e sempre foi duro e firme nas negociações, tanto que chegou a chamar a atenção de figuras de proa do governo federal e do setor privado.
Pode-se dizer, portanto, que Fernando Navarrete ajudou a viabilizar o governo do tucano-chefe, tanto com sua competência quanto por ter participado das negociações da Celg (o programa Goiás na Frente poderia até existir, mas com mais dificuldade, sem o dinheiro da privatização da companhia).
Na Secretaria da Fazenda, onde chegou para substituir a competente economista Ana Carla Abrão, agradou de cara, dadas a seriedade, a competência e a diplomacia. Com bom executivo, gosta de se cercar dos mais preparados.
Auditores fiscais, e até um deputado estadual do PMDB, disseram ao Jornal Opção que Fernando Navarrete fez uma gestão competente e íntegra. É apontado como aberto ao diálogo, adepto da transparência e não politizou a ação da Sefaz.
Sai como entrou no governo: com uma imagem de excelente técnico e de executivo com visão de estadista.
Pergunta-se: por que deixou a equipe do tucano-chefe, com quem mantém excelente relacionamento? Porque assumirá o escritório de advocacia da família e, também, porque governo, para quem trabalha de verdade, como Fernando Navarrete, cansa mesmo.

A editora da Rocco, recém-falecida, não pode ser vista apenas como “reveladora” do bruxo Harry Potter
O filósofo brasileiro Leandro Konder morreu na quarta-feira, 13, aos 78 anos. Ele padecia, há alguns anos, do Mal de Parkinson.
Na primeira metade da década de 1980, Leandro Konder esteve em Goiânia, convidado por militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), notadamente líderes estudantis da tendência Unidade, como Elias Rassi (do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás), Marina Freitas (do curso de Ciências Sociais da UFG), entre outros. Lançou um livro e deu uma pequena palestra. Era comunista (do Partidão), ligado ao Eurocomunismo. Sobretudo, como Carlos Nelson Coutinho, um socialista-democrático (achava que isto era possível). Para ele, como para Carlos Nelson, a democracia é um valor universal, não é etapa (ou fase) para nada, como avaliavam os comunistas.
Além dos livros, nos quais pontificou sobre vários assuntos, Leandro Konder escreveu em jornais, tanto artigos mais filosóficos quanto críticas literárias. Seus comentários eram generosos, de grande abertura para entender e assimilar o que havia de melhor no pensamento adversário. No lugar do combate puro, buscava certa convergência. Era um exemplo de civilidade. Suas críticas ao ensaísta José Guilherme Merquior, que não era de esquerda, mas também não era de direita, eram atentas e permitiam e abriam o diálogo.
Leandro Konder era um leitor atento dos filósofos alemão Karl Marx e húngaro Gyorgy Lukács, o que os sites de “O Globo” e do UOL divulgaram. Mas também, como Carlos Nelson, era vulgarizador do pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci. Os sites deixaram de mencionar que era um tradutor categorizado, inclusive de Marx, e estudioso do pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin. E escreveu um opúsculo delicioso sobre o Barão de Itararé. Numa biografia curta, que está no livro sobre o jornalista e humorista, escreveu que, se pudesse voltar a ser jovem, cuidaria melhor dos dentes. Nos últimos anos, pertencia a um grupo ao qual os participantes, como Ferreira Gullar, deram o nome de Comuníadas (junção de comunistas com “Os Lusíadas”, de Camões).
Intelectual público de alta qualidade, Leandro Konder escrevia com o máximo de clareza. Aquilo que era profundo e complexo na sua pena se tornava inteligível. Sua prosa límpida, persuasiva, agradava do especialista ao leigo. Por vezes, parecia superficial, mas não era bem assim. Na verdade, escrevia (e pensava) de maneira simples, o que não quer dizer que era simplista ou simplório. Mantinha uma rica ligação com a filosofia alemã, mas escrevia com a clareza típica dos ingleses.
Entrevistado pelo “O Globo”, o filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet disse: “Ele era um intelectual que amava a literatura, vivia pela literatura e pela filosofia. Um marxista dos menos dogmáticos, conhecido por sua doçura, por seu carisma e generosidade”.
Quando Merquior era atacado como um apóstolo da direita, especialmente no período em que apontou um plágio da filósofa Marilena Chauí — a professora da Universidade de São Paulo redarguiu que não havia copiado o filósofo francês Claude Lefort, sugerindo uma suposta “filiação de pensamento” —, Leandro Konder o tratava com respeito, admiração e lhaneza.
Quando Merquior morreu, Leandro Konder revelou que o ensaísta, no seu posto de diplomata, protegeu esquerdistas perseguidos pela ditadura e ajudou exilados. Um dos “protegidos” foi Rodolfo Konder, irmão de Leandro Konder. Merquior fazia isto, secretamente, e não alardeava, nem mesmo depois da queda da ditadura. Porque não queria fazer “média” com ninguém. Não era populista.
Em 1972, preso e torturado, Leandro Konder escapou para a Alemanha e, depois, para a França. Ao voltar ao Brasil, continuou a militância no Partido Comunista Brasileiro, depois entusiasmou-se e decepcionou-se com o PT de Lula da Silva, tanto que se tornou um dos fundadores do PSOL. Os Konder são assim: quem não vira comunista, de uma esquerda democrática, se torna banqueiro e reacionário.
Alguns livros de Leandro Konder
+ Marxismo e Alienação
+ Introdução ao Fascismo
+ As Ideias Socialistas no Brasil
+ O que é Dialética
+ O Futuro da Filosofia da Práxis
+ Sobre o Amor
+ Em Torno de Marx
+ As Artes da Palavra