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artigo de opinião
O Campus Goiás e a necessidade de uma política de interiorização da UFG

Fabiana Itaci Corrêa de Araujo e Luís Augusto Vieira

Desde o final de 2022, o Câmpus Goiás da UFG está às voltas com um processo - ora mais tranquilo, ora mais conturbado - de revisão e “reestruturação” de sua situação acadêmico-administrativa. A grosso modo, pela proposta inicialmente apresentada pela Reitoria, na prática, deixaríamos de ser câmpus, para nos concentrar numa única unidade acadêmica plena. Ainda que formalmente a designação de Câmpus permanecesse, efetivamente, deixamos de sê-lo, pois perderíamos a estrutura acadêmico-administrativa. Proposta que foi, e segue sendo, veementemente rechaçada pela comunidade acadêmica do referido Câmpus.

Tal processo, ainda em curso, a caminhar para seu desfecho, depois de importantes reuniões, intenso processo mobilizatório e oficinas de planejamento para discussão (do Câmpus que temos para o Câmpus que queremos), se deparou no início do mês de agosto,  com a iniciativa do governo do estado de Goiás, de construção do “Plano Diretor Para a Educação Superior do Estado de Goiás, 2024-2033” (PDES-GO). Ainda que merecedor de críticas e apontamentos, o documento base preliminar do PDES-GO nos traz importantes informações para pensarmos a realidade na qual se insere o Câmpus Goiás e vem ao encontro do debate travado em nossa comunidade acadêmica.

De início o documento destaca os impactos gerais da pandemia da COVID-19 na sociedade, em especial na educação. As quais comungamos, com as reais dificuldades de discentes, docentes e Técnicos Administrativos em Educação (TAE’s) para acompanhamento das atividades remotas, assim como para o retorno às atividades presenciais. Frágeis condições materiais e subjetivas foram, e ainda são, um óbice para muitos/as discentes acompanharem seus cursos e para servidores/as desempenharem seu trabalho.

Destacamos também a situação econômica da região na qual se encontra o Câmpus Goiás, a Mesorregião Noroeste, bem como a distribuição de cursos e faculdades na mesma. Segundo documento preliminar do PDES-GO, 2024/2033, dos 246 municípios do Estado de Goiás, somente 15 municípios contribuem com até 1% do PIB goiano, ou, 6% de seus municípios contribuem com 61,11% do PIB do estado. Para surpresa e espanto nenhum deles se encontra na Mesorregião Noroeste, o que denuncia um profundo fosso de desigualdade no estado.

Ainda segundo documento, o estado de Goiás conta com 116 Instituições de Ensino Superior (IES’s), sendo 7 Universidades (5 públicas e 2 privadas); 14 Centros Universitários (2 públicos e 12 privados); 93 Faculdades (1 pública e 92 privadas) e 2 Institutos Federais (ambos públicos). Destas – pasmem – apenas 1 (faculdade) tem sua sede na Mesorregião Noroeste, o que deixa a região na última colocação em números de IES’s aqui sediadas. É também a última Mesorregião no número de municípios que abrigam campus de IES’s públicas (campi fora de sede), contando com apenas 4 municípios que tem em seu território algum campus.

No que se refere à interiorização das IES’s são as públicas que efetivam maior contribuição, sendo: a Universidade Estadual de Goiás (UEG), que além de Anápolis (sede) está presente em 38 municípios, contemplando todas as mesorregiões e microrregiões do Estado; o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), com sede no município de Goiânia, conta com 14 campi, e o IFGoiano, com reitoria no município de Goiânia, que possui 12 campi.

Quanto à nossa Universidade Federal de Goiás (UFG), esta carrega a tímida posição de contribuir, no momento, com apenas 1 câmpus pleno no interior do Estado. Aqui pedimos maior atenção para um ponto: chamamos de câmpus pleno, o câmpus, nos termos do vigente Estatuto da UFG, que desenvolvem de forma indissociável, atividades de ensino, pesquisa e extensão. Assim, após a autonomização das (então) Regionais Jataí e Catalão, em 2018, com tutoria (ainda em andamento) da UFG, o único representante desta universidade, em funcionamento como câmpus pleno, é o câmpus na cidade de Goiás.

Dessa feita, conforme sumariado, urge não só manter o Câmpus Goiás da UFG como tal, como também investir, sistematicamente, em sua expansão, de maneira a atrair um maior número de discentes e servidores/as, de modo a contribuir com o desenvolvimento socioeconômico, político e cultural da região. Para tanto, se faz necessário não uma “reforma” administrativa que vai encolher o campus e diminuir sua capacidade de ação, mas sim, adensar investimentos na melhora e aprimoramento de sua precária estrutura física, ampliar a oferta de cursos e vagas presenciais, garantir melhores condições de trabalho para seu quadro de servidores/as, bem como o acesso e permanência de seus atuais e futuros discentes. Isso, respeitando centralmente as particularidades que peculiarizam nosso Câmpus no âmbito da institucionalidade da UFG.

Não se trata de limitarmos a interiorização da UFG ao Câmpus Goiás. Estamos falando da necessária e urgente construção de uma uma Política de Interiorização da UFG, que considere a história do Câmpus já existente, bem como norteie a inserção da UFG em outros territórios de nosso Estado. Na certeza que com isso, a UFG estará não apenas fortalecendo o campus que se situa na cidade onde o ensino superior goiano começou, como também estará atuando de forma incisiva, e em parceria com outras instituições públicas de educação, no combate a deficiência de ensino superior público na região e nas desigualdades econômicas, sociais e culturais que, historicamente, tanto assolam e penalizam nossa gente!

Fabiana Itaci Corrêa de Araujo é docente da Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas, Câmpus Goiás, UFG. Psicóloga, Mestre em Psicologia Social pela PUC-SP;

Luís Augusto Vieira é docente da Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas, Câmpus Goiás, UFG. Assistente Social, Doutor em Serviço Social pela PUC-SP.

 

 

Especialista em neurociência,Telma Abrahão, fala sobre desafios do relacionamento entre pais e filhos

*Professora Ana Carolina Coelho para o Jornal Opção

Hoje a nossa conversa viajou muitas milhas e alcançou espaço internacional! Recebemos aqui na coluna “Conversas de Mãe” a especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil Telma Abrahão, criadora da Academia da Educação Neuroconsciente, que percebeu a necessidade da criação de uma especialização profissional, o Orientador Parental focado em levar conhecimentos para mães e pais sobre as questões da saúde mental, emocional e física das crianças para criarmos adultos plenos e uma sociedade mais saudável.  

Telma Abrahão é uma mãe cientista engajada em transformar através do conhecimento e da ciência e tenho muita alegria em poder te conhecer um pouco mais aqui no “Conversas de Mãe”.  

1. Olá! É um prazer falar contigo. As pessoas querem saber um pouco mais de você como mãe, pesquisadora: por favor se apresente e conte um pouco sobre sua trajetória. 

2. Porque você decidiu trabalhar com a Neurociência e Educação Infantil e como é ser pioneira nessa área?  

A minha infância foi muito desafiadora, com uma relação conflituosa com minha mãe e uma forma de educar muito dura e sem empatia. Na juventude passei por várias terapias e desde então desejava ser uma mãe diferente da que tive e proporcionar aos meus filhos uma criação positiva. 

Me tornei uma adulta independente, estudiosa e apaixonada por autoconhecimento. Já aos 21 anos me formei em Biomedicina e depois fiz outras graduações. 

Já casada, meu marido foi transferido no trabalho para os EUA, e lá fomos nós, sozinhos com duas crianças pequenas, na época com menos de 3 anos, para uma nova cultura, novo idioma, novo tudo! Além dos meus planos terem que ser readaptados, fiquei sem a rede de apoio e suporte emocional da família e amigos. Chegando no novo país, me vi com dificuldades para educar, para ser ouvida, para impor respeito sem gritos e castigos. Estava sendo uma mãe completamente diferente da que queria e entendi que precisava rever a maneira de educar meus filhos, foi quando comecei a estudar e pesquisar sobre o tema. 

Fiz  cursos com os maiores especialistas da área de desenvolvimento e comportamento infantil dos EUA e me especializei em Neurociência e Desenvolvimento Infantil. 

Organizei todo o conhecimento que adquiri e criei a Academia da Educação Neuroconsciente, com certificações profissionais chanceladas pelo MEC. Recentemente formei a primeira turma de profissionais e Orientadores Parentais Neuroconscientes, e fiquei muito feliz em ter pediatras, pedagogos, psicólogos e pais interessados em se aprofundar nessa abordagem totalmente baseada em ciência e que tem o poder de transformar a vida pessoal e profissional do ser humano. 

3. Você pode falar mais de como é o trabalho de orientadora parental? Quais as principais dificuldades e dúvidas dessa profissional? Quais os desafios? 

O orientador parental ajuda os pais a lidarem com os desafios do relacionamento com os filhos. Costumo dizer que funcionamos como lanternas que chegam para iluminar a escuridão que eles se encontram por falta de conhecimento sobre a biologia do filhote da nossa própria espécie. As crianças nascem com o cérebro imaturo, elas não possuem controle de impulsos desenvolvido, tem dificuldade em lidar com a próprias frustrações, então o orientador parental leva um novo olhar nessas situações e ajuda a transformar o caos em harmonia. 

 O maior desafio é fazer os pais compreenderem que a mudança precisa começar por eles e que eles podem sim pedir ajuda nessa jornada de aprender a fazer diferente. 

Viemos de gerações em que mostrar dificuldade na educação dos filhos é associado a incapacidade ou sinônimo de serem pais ruins, mas educar é, de fato, uma tarefa desafiadora e não há nada de errado em pedir ajuda, ainda mais quando hoje temos acesso a um conhecimento que nossos pais e avós não tiveram. 

4. Você hoje é mãe, pesquisadora e orientadora. Como essa rotina de trabalho impacta em seu cotidiano e como seu cotidiano impacta em sua produção?   

É uma rotina muito desafiadora! Moro nos EUA e não tenho rede de apoio ou família para ajudar, então somos eu e meu marido para cuidar das crianças e da casa. Mas ter rotina e disciplina ajuda muito. 

Muitas vezes preciso trabalhar aos finais de semana , pois durante a semana tem as atividades escolares e esportivas das crianças que precisam da nossa atenção. Quando minha agenda de trabalho está mais intensa durante a semana, compenso a atenção com as crianças aos finais de semana. Tem que ter muito jogo de cintura e muita participação e cooperação de todos para que eu consiga dar conta de todas as demandas pessoais e profissionais. 

5. A última pergunta é um espaço livre: fique à vontade para falar o que não perguntei, por favor. 

A Educação Neuroconsciente é fundamental para prevenir traumas de infância e por isso é tão necessário que os pais cuidem da fase mais importante da vida dos filhos, que é a infância. 

É nesse período que nossas bases emocionais e visão de mundo, de valor próprio, merecimento e capacidade são formados. Quando os pais compreendem a importância da infância para a saúde mental, física e emocional desse futuro adulto, todos ganham. As famílias, as escolas, a sociedade e o mundo. 

Agradeço demais por você ser sempre ninho para tantas mulheres Vamos Juntas! 

Reconhecer privilégios é fundamental na luta antirracista

Racismo é um problema estrutural que envolve não apenas a população negra, mas principalmente, a população branca

Bancada da selfie vai defender Goiás na base da tuitada?

Afã pelos likes não pode substituir o apreço por cumprir a missão para qual fomos eleitos

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Por que a execução de Bruno e Dom é um atentado contra a democracia

A dupla apoiava o projeto político-constitucional de natureza democrática representado pelos povos indígenas no Vale do Javari

A guerra, o clima e a transição energética

O conflito na Ucrânia renova o desafio de reduzir o consumo de energia gerada por fontes que causam maior impacto ambiental e acelera a necessidade de ampliar o uso de energia limpa, com incentivo à inovação e mais participação de toda a sociedade

A pandemia nos fez mais solidários?

Crises costumam ser impulsionadoras da solidariedade. Ao longo dos últimos meses, muitas pessoas se mostraram abertas a olhar para o próximo e, principalmente, despertaram para as necessidades das engrenagens que fazem um sistema de saúde público funcionar

Sem ouro, sem educação: o projeto de sucateamento do governo federal

Em áudio vazado, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o governo federal "prioriza prefeituras" cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por pastores de um apontado “gabinete paralelo” do MEC

Por que odeio o Big Brother?

Para mim, o Big Brother seria uma oportunidade inédita: “Oh, Interessante! Um estudo sociológico, o panóptico de Jeremy Bentham"

Alma da Europa

Por Márcio Coimbra*

As gerações recentes vivem em período de relativa paz desde a derrota de Hitler, em que nazistas e fascistas foram vencidos pelos Aliados. A paz desta geração, entretanto, foi sacudida com a invasão da Ucrânia pela Rússia, colocando em xeque a paz da Europa. Apesar disso, a construção da União Europeia (UE) permanece firme, garantindo a saudável convivência entre nações tão diferentes, porém unidas por laços em comum.

Talvez o grande erro da Ucrânia, e também de outros países como a Moldávia e Geórgia, tenha sido ter esperado tanto para solicitar o ingresso na União Europeia. Isto tornou estes países vulneráveis aos possíveis ataques externos, como já vimos no passado na região do Cáucaso e hoje nas fronteiras da UE com a invasão da Ucrânia. Um acesso anterior à Europa poderia ter mudado todo este cenário.

Fato é que o concerto europeu conseguiu atingir um sucesso que muitos duvidavam. A essência do bloco vai muito além da economia, que é sua pedra angular, mas se estende de maneira inteligente para as relações pessoais, familiares, culturais e educacionais que se fundiram de forma estratégica ao longo de décadas. Esta construção evitou guerras e conseguiu, ao longo do tempo, manter o equilíbrio e a paz.

Ao longo deste período, a Europa jamais viu ascender ao poder um líder com os traços de Putin. O continente conseguiu um intercâmbio importante de valores na medida que seu bloco se ampliava, especialmente para o leste, com os antigos países da Cortina de Ferro que optaram pela influência europeia, escapando da ascendência russa -- a prova inequívoca que a construção europeia se tornou um êxito. 

Com as economias entrelaçadas, livre circulação de pessoas e intercâmbios na área de educação, o bloco se firmou como elemento integrador entre as diversas nações, que passaram a se unir também por laços familiares, avanços na área de pesquisa e trocas culturais. As economias passaram a conversar na mesma medida que outros elementos passaram a se unir e a união monetária se consolidou. 

Neste sentido é que entendo que a ampliação do bloco poderia ter levado estabilidade para a Ucrânia antes das ações violentas da Rússia que violam sua soberania. A entrada na OTAN seria uma blindagem militar para uma realidade econômica pujante, algo que certamente teria ampliado a percepção de um número cada vez maior de ucranianos, especialmente em Luhansk e Donetsk, que viveram sob domínio indireto de Moscou nos últimos anos. 

Certamente a alma da Europa é a maior construção do pós-guerra, um movimento que aos poucos criou harmonia entre diversas nações e países que durante muito tempo viveram em conflito. Estender esta obra talvez seja o melhor caminho para evitar outras guerras no futuro. O conflito na Ucrânia, que pode transbordar para os domínios da União Europeia e da OTAN, é o melhor exemplo disso. O bloco europeu mostrou ao longo de décadas que é possível encontrar convergência mesmo entre culturas diferentes e visões únicas como forma de preservar a liberdade e a democracia.

*Márcio Coimbra é Presidente da Fundação da Liberdade Econômica e Coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal

Caso Monark: Umberto Eco estava certo: redes sociais deram voz a imbecis

Por Danilo Campagnollo Bueno e José Sérgio do Nascimento Júnior*

O youtuber Monark | Foto: Reprodução

A tão desejada “liberdade de expressão”, conquistada a duras penas no Brasil, parece ter se transformado em um salvo-conduto para idiotas falarem o que quiserem, principalmente por meio das redes sociais. A célebre frase de Umberto Eco serve como uma luva para falar sobre o Caso Monark e Kim Kataguiri: “as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”.

As manifestações do youtuber Monark e do deputado federal Kim Kataguiri no podcast Flow, defendendo a possibilidade de criação de um partido nazista no Brasil para, primeiro, dar voz a ideias abomináveis para depois aboli-las, não encontram respaldo na garantia constitucional da liberdade de expressão, como tentaram argumentar.

A manifestação de um pensamento deixa de ser protegida pela liberdade de expressão quando há abuso, incitação ao ódio e à violência contra determinados grupos. Ideologias que visam subjugar ou exterminar outro ser humano devem ser criminalizadas, diferentemente do que sustentou o deputado Kim Kataguiri. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão, e sim claras apologias ao ódio.

No Brasil, é crime fazer apologia ao nazismo, cuja conduta se amolda ao tipo penal previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Se a apologia é realizada por meio de fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a suástica ou gamada a pena é maior (§1º do mesmo art.20).

Descriminalizar a apologia ao nazismo para se rediscutir seu conteúdo preconceituoso, discriminatório e genocida seria um retrocesso social, tendo em vista as atrocidades históricas notoriamente conhecidas.

O exercício absoluto à máxima liberdade expressão, como pretende Kataguiri, sem o respeito à dignidade humana alheia, serviria como pretexto para se discutir a retomada da escravidão; a permissão para relação sexual com menores de 14 anos e o direito de o homem matar a mulher por ciúme para limpar a sua honra. Todas, atitudes execráveis e que devem ser combatidas, sem permissão para apologias em sentido contrário.

A lei 7.716/89 elenca os crimes de racismo e se fundamenta na norma Constitucional que os descreve como inafiançáveis e imprescritíveis. Pertinente destacar que, a lei se concentrava no racismo sofrido pela população negra e não tocava de forma explícita no nazismo e na sua ideologia racista. A primeira referência à apologia ao nazismo com base nesta lei ocorreu em 1994. Em 1997 a Lei 9.459/97 incluiu a figura qualificadora do parágrafo 1§º, acima mencionado.

Na época houve quem achasse exagerado o acréscimo na lei, com o argumento de que as ideias extremistas de Hitler jamais encontrariam solo fértil no Brasil, tão pacífico e distante da Europa. O tempo mostrou que estavam errados.

Adrilles Jorge durante participação em um dos programas da Jovem Pan | Foto: Reprodução

Nessa semana os casos do youtuber Monark e do deputado federal Kim Kataguiri, se somaram ao episódio do apresentador da Jovem Pan, Adrilles Jorge, que fez um aceno nazista durante a apresentação de um programa da emissora. As consequências para os apresentadores foram imediatas. Monark deixou o podcast de maior audiência da internet e Adrilles foi demitido.

Apesar de muito já ter sido discutido sobre o nazismo em salas de aula, documentários, cinema e imprensa, sempre aparece alguém querendo apoiar o genocídio de um povo, uma raça ou identidade, usando o pretexto da liberdade de expressão. Enquanto ainda houver esse tipo de manifestação, nós estaremos aqui para lembrar: racismo e homofobia são crimes; apologia ao nazismo também. E a democracia não tem espaço para esse tipo de manifestação.

*Advogados criminalistas do escritório Campagnollo Bueno Advocacia.

Habitantes perenes do manicômio jurídico tributário

Por Wagner Balera, doutor em Direito das Relações Sociais

Um governo social e para os goianos

Resultados mostram que, liderados por Ronaldo e Gracinha Caiado, Goiás tem gestão social e totalmente voltada para o bem da população