Uma UFG Viva!
07 junho 2021 às 01h38
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A Consulta à Comunidade Universitária da Universidade Federal de Goiás ocorre nos dias 8 e 9 de junho. O Jornal Opção solicitou para as duas chapas postulantes à administração da UFG no quadriênio 2022-2025 um texto em que expusessem suas ideias. Aqui está o artigo enviado pela Chapa 1, UFG Viva!. Para conhecer as propostas da Chapa 2, Movimenta UFG, clique aqui.
Uma UFG Viva!
¹ Prof.ª Dr.ª Sandramara Matias Chaves – Candidata a Reitora
² Prof. Dr. Jesiel Freitas Carvalho – Candidato a Vice-Reitor
A UFG hoje é formada por seis câmpus, localizados nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, cidade de Goiás, Firminópolis e Caldas Novas. Possui 98 cursos presenciais e 3 cursos EAD de graduação; 20.892 estudantes de graduação, 4.364 servidores, sendo 2.078 professores e 2.268 técnico-administrativos.
A UFG possui, ainda, aproximadamente 8 mil alunos de pós-graduação em 63 programas stricto sensu – 59 cursos de mestrado e 42 cursos de doutorado. Possui também 34 especialidades de residência médica e 13 programas de residência multiprofissional na área de Saúde.
Na edição de 2020, dos cursos avaliados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), em torno de 70% de nossos cursos avaliados receberam conceitos excelentes ou muito bons. Na edição de 2020 do Guia da Faculdade, o mesmo número (70%) de nossos cursos avaliados foram classificados como bons, muito bons ou excelentes. E tudo isto graças à formação e ao trabalho de seu corpo de servidores docentes e técnico–administrativos, à dedicação dos estudantes e ao dinamismo da gestão institucional fundada no diálogo e nas decisões colegiadas. Esses indicadores colocam a UFG entre as maiores e melhores universidades federais do País!
Esta Universidade possui hoje uma rede de mais de 300 laboratórios de pesquisa, além de instalações multiusuárias de grande porte. Está entre as 20 maiores universidades brasileiras em produção científica. Entre 2018 e 2020, a UFG publicou anualmente mais de 3 mil artigos científicos em revistas especializadas, além de livros, capítulos de livros e publicações em eventos. Em 2020, foi a 22a universidade com maior produção científica relacionada ao tema Covid-19.
Entre 2018 e 2020, mesmo com os severos cortes orçamentários e imensas dificuldades das agências de fomento, a UFG foi capaz de captar, em média, R$ 95 milhões por ano para projetos de pesquisa e desenvolvimento. Destaca-se que, em 2020, mesmo com as dificuldades agravadas pela pandemia, o valor captado foi de quase R$ 110 milhões.
A UFG lidera o inovador Programa de Mobilidade Virtual em Rede, das Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras (Promover-IFES), envolvendo quatro universidades federais atualmente. Somente em 2020 foram ofertadas 340 turmas de graduação, com um total de 2.130 vagas.
“O momento atual exige da próxima gestão da UFG, no âmbito interno, credibilidade acadêmica e experiência administrativa para lidar com situações de extremas dificuldades orçamentárias”
Com relação ao enfrentamento da Covid-19, a UFG promoveu diversos projetos e ações, com destaque para a entrega de um novo edifício do Hospital de Clínicas/UFG/EBSERH, com capacidade de 600 leitos clínicos; realizou a campanha Inclusão Digital – UFG ID, pela qual foram entregues mais de 2.500 equipamentos para estudantes; desenvolveu o Projeto Ação UFG Solidária, que viabilizou a distribuição de cestas básicas a 1.935 famílias; executou projetos que produziram aproximadamente 220 mil máscaras, 25 mil protetores faciais, 11 toneladas de álcool gel e recuperaram 70 ventiladores mecânicos. Claro que tudo isso só foi possível pela competência e comprometimento das unidades acadêmicas envolvidas e seus respectivos laboratórios, com a alta qualificação de seus professores, técnico-administrativos e estudantes.
Hoje, mesmo diante de grandes dificuldades orçamentárias, a Universidade tem feito grandes esforços de gestão no sentido de se manter em pleno funcionamento. As atividades fins foram preservadas com enorme esforço de gestão e projetos inovadores desenhados a partir de princípios fundadores da administração pública como a sustentabilidade e eficiência. Entre esses projetos, a implantação de usinas fotovoltaicas, que vão produzir, ainda em 2021, aproximadamente 36% da energia consumida pela universidade, o que representa economia superior a R$ 3 milhões por ano.
Os esforços inovadores de gestão potencializando iniciativas e criações dessa comunidade viva e atuante são o que tem garantido, ainda, a preservação dos investimentos nas áreas fins da Universidade. Esse dinamismo entre capacidade instalada, formação de excelência e gestão colegiada permitiu, nos últimos três anos, mesmo diante dessas dificuldades, o atendimento de 5.433 estudantes com algum tipo de bolsa e outros 19.761 estudantes com bolsa alimentação, esporte e lazer.
É diante dessa experiência real que temos convicção de que, por mais importantes que sejam as ações para melhorar a eficiência da gestão orçamentária, é impossível administrar com mais um corte expressivo no orçamento. O contexto atual é de extrema penúria orçamentária e, caso não seja revertido o corte de cerca de 18% previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA 2021), as universidades federais brasileiras terão sérias dificuldades, correndo o risco de paralisação de suas atividades a partir de julho de 2021. Por isto, a sobrevivência da UFG e das demais IFES passa necessariamente pelo urgente descontingenciamento de seus recursos e a recomposição de seus orçamentos.
Mais do que nunca, é preciso unificar toda a comunidade universitária e reforçar a articulação com as organizações da sociedade, governos e parlamentares visando reverter os cortes e recompor o orçamento das universidades federais.
O momento atual exige da próxima gestão da UFG, no âmbito interno, credibilidade acadêmica e experiência administrativa para lidar com situações de extremas dificuldades orçamentárias e uma postura empática e dialógica para ouvir, negociar, motivar e manter a comunidade universitária mobilizada para a consecução das finalidades da instituição.
Exige também uma postura firme, compromisso público, grande capacidade de diálogo e articulação política, mobilização e sensibilização de todos os atores da sociedade para defender esse modelo de universidade pública, gratuita, inclusiva e de qualidade, que seja conectada com as demandas da sociedade e comprometida com seu desenvolvimento econômico e social. A despeito de todas as dificuldades, uma gestão que continue trabalhando por uma UFG vibrante, de ação, de transformação e que continue incluindo e inovando, uma UFG viva!
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¹ Sandramara Matias Chaves é professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências da UFG. É pedagoga, com mestrado em Educação por esta Universidade e doutorado pela USP. Foi pró-reitora de Graduação da UFG de 2006 a 2013, período de maior expansão e inclusão da história da Universidade. Criou o UFGInclui e o Núcleo de Acessibilidade da UFG. Foi presidente do Fórum Brasileiro de Pró-Reitores de Graduação em 2009. Operacionalizou e acompanhou a implantação do Câmpus Aparecida de Goiânia e teve importante papel na implantação dos cursos de Medicina nas regionais de Jataí e Catalão. É presidente da Comissão Permanente de Acompanhamento de Denúncias e Processos Administrativos Relacionados a Questões de Assédio Moral, Sexual e Preconceito no âmbito da UFG, atuando no combate à violência e preconceito contra as mulheres, ao racismo e à LGBTIfobia. Desde 2018 é vice-reitora no mandato do professor Edward e, com ele, enfrenta o período mais desafiador de todos os tempos na universidade.
² Jesiel Freitas Carvalho é professor do Instituto de Física e dos PPGs em Física e em Química da UFG. É físico, com mestrado em Física e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais pela USP. Foi coordenador do PPG em Física por dois períodos e responsável pela implantação do Pátio da Ciência, entre o IQ e o IF, voltado à divulgação e educação científica não formal. Coordenou a implantação do Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução (LabMic) e do Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI). Foi coordenador geral do CRTI de 2013 a 2017 e teve papel fundamental na implantação e consolidação do Parque Tecnológico Samambaia. É pró-reitor de Pesquisa e Inovação desde 2018, na gestão do professor Edward, durante a qual foram implantados o Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desempenho (LaMCAD) e a rede IPElab de prototipagem e empreendedorismo e foi criada a Mostra UFG de Inovação, entre outras realizações.