Reconhecida nacionalmente como a “cidade dos cristais,” Cristalina, situada a 131 quilômetros da capital federal, em Goiás, não tinha deixado legado duradouro devido à atividade de garimpo. Até 2008, a taxa de desemprego atingia quase 39%. Contudo, a transformação da cidade se deu graças à expansão do agronegócio na região. Com significativos investimentos em tecnologia, a cidade passou a receber empresas de processamento de alimentos enlatados, tais como massa de tomate, ervilha, milho, e outros produtos.

O clima ameno e a adoção de tecnologias apropriadas garantiram o sucesso do agronegócio na cidade, abrangendo desde soja, milho e café até batata, cebola, alho, tomate, feijão e frutas. Quando as condições climáticas não são favoráveis, sistemas de irrigação são acionados para manter a produtividade agrícola.

Cristalina ostenta a maior área irrigada do país, cobrindo cerca de 80 mil hectares, o que possibilita a produção de até três safras anuais, dependendo do tipo de cultura. Isso explica por que a cidade lidera a criação de empregos, em relação à sua população, entre os municípios com mais de 50 mil habitantes.

Grandes indústrias

Diversas empresas, incluindo a francesa Bonduelle, Fugini e Sorgatto, têm estabelecido suas operações na cidade. Cristalina já detém o maior PIB agrícola de Goiás e concorre com Rio Verde. A cidade também tem investido no cultivo de frutas e faz parte de um programa da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com o objetivo de ampliar a produção frutífera.

Com uma população de 62 mil habitantes, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio da cidade atinge R$ 8,5 bilhões, dos quais quase R$ 5 bilhões são atribuídos à área irrigada. Além disso, a construção de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) contribuiu significativamente para a geração de empregos na cidade. De acordo com o prefeito, o investimento total nas usinas, linhas de transmissão e subestações atingiu aproximadamente R$ 2 bilhões.

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