Secretário Jeovalter Correia (esquerda) acabou contradizendo o chefe; Prefeito Paulo Garcia (PT) durante prestação de contas na Câmara | Fotos: Eduardo Nogueira
Secretário Jeovalter Correia (esquerda) acabou contradizendo o chefe; Prefeito Paulo Garcia (PT) durante prestação de contas na Câmara | Fotos: Eduardo Nogueira

Durante prestação de contas da Prefeitura de Goiânia, na última segunda-feira, 4, o prefeito Paulo Garcia (PT) e o secretário de Finanças, Jeo­valter Correia, divulgaram informações desencontradas.

Ao apresentar um superávit de RS 4,7 milhões no último quadrimestre de 2014, o prefeito disse que há dinheiro em caixa.Jeovalter, entretanto, alegou impossibilidade de atender às demandas dos servidores municipais em greve.

“Existe sim um problema financeiro. O prefeito falou que não existe, mas falta dinheiro para pagar a folha. E não dá para atender aos pedidos, que são muitos.”

A informação é de que o Paço Municipal não teria sustentabilidade financeira para ter déficit corrente e quitar as contas. No entanto, os dados da receita corrente líquida anual correspondem a R$ 3,1 bilhões, aumento de 11,27% em relação a 2013.

A saída seria a aprovação do projeto original de reforma ad­ministrativa enviado à Câmara Municipal. “O corte de cargos comissionados e de funções gratificadas seria de 20% do que estamos enxugando”, disse Jeovalter na ocasião. O sucesso da matéria compensaria a perda de arrecadação de Goiânia no último mês, de cerca de 12%.

Durante a prestação de contas, o prefeito disse ainda não haver possibilidade de pagar a data-base retroativa a 2014, como reivindicam os trabalhadores. O pagamento da folha dos servidores estaria próximo do limite prudencial permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 54%.

Em meio a crise e diante dos pedidos de vereadores da base, oposição e de grevistas, Jeovalter disse estar disposto a renunciar ao cargo. “Se for um pedido, vou atender de prontidão”, disse sorrindo.