O governador Ronaldo Caiado criticou a invasão à fazenda São Lukas, em Hidrolândia, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação foi realizada na última segunda-feira, por cerca de 600 famílias do MST, com autorização do próprio Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), hoje responsável pela propriedade.

“O que o Incra fez, ao autorizar uma invasão sem a menor estrutura de acolhimento às famílias, serve para fomentar a desordem e não resolve o problema”, disse o governador. “Reforma Agrária tem de ser feita dentro da lei, com planejamento que permita às famílias assentadas produzirem com qualidade, garantindo assim o seu sustento”.

A destinação da propriedade rural para famílias sem-terra foi definida pelo Governo Federal, mas a ocupação ocorre de forma precipitada, antes dos encaminhamentos legais e sem o planejamento adequado. A forma como está sendo feita contraria inclusive diretrizes do próprio Incra, que prevê seleção das famílias e encaminhamento adequado. Outro problema é que a área invadida é insuficiente para o número de famílias que ocuparam o local.

“Invasões assim não asseguram renda digna às famílias que estão lá. Servem muito mais para fomentar a desordem”, ressaltou o governador, ao lamentar a situação precária em que as pessoas serão submetidas no local, sem estrutura adequada como água tratada e alimentação. “Isso é politicagem. Estão usando famílias vulneráveis sem garantir as menores condições até de subsistência”.

Apesar da ação do Incra, que considera equivocada, o governador garante que “as áreas públicas e particulares no Estado de Goiás não sofrerão invasão. Em Goiás, continuará prevalecendo a ordem e o princípio de direito à propriedade privada”, reforçou. No caso específico de Hidrolândia, o governo estadual fica impedido de agir, já que se trata de uma área federal. Faixas colocadas no local reforçam essa posição do governo.

A propriedade já havia sido invadida em março deste ano pelo mesmo grupo e a desocupação foi realizada com apoio da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) de forma pacífica para que o trâmite legal fosse cumprido. Mas agora o Incra atropelou o processo e deu autorização para a invasão.