Bilionária austríaca vai escolher 50 pessoas aleatórias para ajudá-la a gastar sua fortuna

13 janeiro 2024 às 17h56

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Uma integrante da linhagem de uma potência farmacêutica europeia, a austríaca Marlene Engelhorn, de 31 anos, decidiu alocar parte de sua herança para um modelo de administração coletiva. A empresária enviará convites acompanhados de uma pesquisa para 10 mil pessoas escolhidas aleatoriamente na Áustria. Utilizando as respostas recebidas, ela planeja selecionar 50 indivíduos de diversas origens e estratos sociais, os quais, em sua visão, representarão a população austríaca. Esses selecionados terão a oportunidade de aconselhar Marlene sobre a distribuição de aproximadamente 25 milhões de euros (cerca de R$ 131 milhões).
A motivação por trás dessa iniciativa surge da convicção de Marlene de que muitos herdeiros contribuem minimamente para a sociedade, aproveitando-se, inclusive, de privilégios fiscais. Na ótica da empresária, o governo austríaco deveria implementar impostos sobre riqueza e herança; entretanto, como isso não ocorre, ela assume a responsabilidade por conta própria, assumindo o controle da situação. Este é o método escolhido por Marlene para lidar com a desigualdade de riqueza em seu país.
Marlene descreve sua condição de herdeira como algo independente de suas realizações pessoais, reconhecendo que sua herança foi acumulada por gerações anteriores. Em suas palavras, “Foi acumulada porque outras pessoas fizeram o trabalho, mas minha família pôde herdar a propriedade de uma empresa e, assim, todas as reivindicações aos frutos de seu trabalho.” Após a morte da avó em 2022, Marlene herdou milhões de euros, provenientes da família descendente de Friedrich Engelhorn, fundador da BASF, uma gigante farmacêutica alemã, com estimativas da Forbes apontando um valor aproximado de R$ 20 bilhões.
Antes do falecimento da avó, Engelhorn já havia expressado sua intenção de doar cerca de 90% de sua herança. Marlene vê a herança como uma imposição à sociedade, um nascimento direto na posição de poder sem a necessidade de ocupá-la. Ela destaca a importância de não deixar a família de origem determinar a qualidade de vida, buscando não apenas doar o dinheiro por si mesma, pois isso, segundo ela, “concede um poder que não deveria ter”, mas envolver outros na redistribuição dos recursos.
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