Vereador por Goiânia é acusado de alterar cheques destinados para o recolhimento de INSS em extinta companhia da prefeitura. Ele irá recorrer em liberdade

Zander Fábio foi  | Foto: Alberto Maia/Câmara de Vereadores
Zander Fábio e mais sete pessoas foram condenadas | Foto: Alberto Maia/Câmara de Vereadores

O vereador Zander Fábio (PSL) disse que vai cumprir “tranquilamente” o restante de seu mandato na Câmara Municipal de Goiânia, em entrevista ao Jornal Opção Online neste sábado (20/12). É que na última quinta-feira (18) o Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia em desfavor dele e de mais sete pessoas por formação de quadrilha e peculato na antiga Companhia de Obras do Município (Comob).

Se mantido o que diz o documento, o parlamentar pode cumprir nove anos de prisão e perder o mandato na Casa. “Não existe pedido de prisão e cassação de mandato, o que deve ocorrer apenas após [o processo ser] transitado em julgado”, afirmou ele, que integra o Bloco Moderado na Câmara. A recomendação do MPGO foi acatada pelo juiz Adegmar José Ferreira, da 10ª Vara Criminal da comarca.

Zander Fábio vai recorrer até a última instância em liberdade e informou estar otimista, pois o crime prescreveu. “Respeito a decisão do Judiciário, mas a análise vai demandar muito tempo”, sublinhou, complementando que não foi notificado. O vereador acredita que será comunicado oficialmente após 10 de janeiro de 2015, quando se encerra o recesso forense.

O caso

Além de Zander Fábio e o ex-vereador Amarildo Pereira foram condenados a ressarcir os cofres públicos no valor de R$ 114.748 mil. Os dois acusados foram diretores financeiros da extinta Companhia de Obras do Município (Comob), em 2000, e teriam alterado cheques destinados, originalmente, para o recolhimento de INSS.

De acordo com a denúncia do MPGO, o esquema fraudulento teria começado com Amarildo, que foi sucedido por Zander, que depois, foi eleito vereador. A companhia municipal teria pago em duplicidade a Terra Construtora, por serviços prestados ao município.

Na opinião de Adegmar Ferreira, houve total intenção deles em lesar o patrimônio público. “A indicação de Zander por Amarildo para sucedê-lo na diretoria administrativa da Comob, não sem antes o compromisso de desviar dinheiro público, são elementos seguros que denotam o dolo do acusado Amarildo na estruturação e organização da quadrilha sugadora dos recursos públicos”, avaliou o magistrado. O juiz ressaltou também que o crime prejudicou todos os goianienses.

A sentença ainda condenou Vinícius Costa de Amorim, antigo sócio da Terra; Jarí Souza Barreira, que teria se beneficiado com cheques — mesmo sem prestar nenhum serviço na Comob — e Geraldo Miguel dos Santos. Este último era o contador, que teria recebido comissão dos cheques descontados. Eles cumprirão cinco, nove anos e dois anos de prisão, respectivamente.